Corrupção

CGU enxuga gelo contra corrupção, na volta de quem bancou o ‘petrolão’

 

No mesmo dia em que brasileiros tomaram conhecimento de que empresas condenadas pelo esquema do “petrolão” voltarão a faturar contratos bilionários com a Petrobras, a Controladoria-Geral da União (CGU) demonstrou que segue a enxugar gelo, no governo de Lula (PT). O órgão de controle da União divulgou ter aplicado multa de R$ 95,8 milhões em sanções anticorrupção contra quatro empresas que julgou serem inidôneas e proibidas de licitar, na mesma sexta-feira (15) em que a Andrade Gutierrez e a Novonor (ex-Odebrecht) assumirão contratos de quase R$ 12 bilhões.

Ambas as empresas confessaram à Operação Lava Jato esquemas de pagamento de propinas e esperam renegociar acordos de leniência que têm saldos devedores que somam cerca de R$ 3,6 bilhões de devolução de dinheiro de corrupção que operaram na Petrobras.

Mas a Andrade Gutierrez voltará à cena dos crimes da estatal, ao conquistar contratos dos lotes A e B das obras de complementação da Refinaria Abreu e Lima, faturando R$ 3,9 bilhões, por meio da Consag. Enquanto a Novonor vai faturar mais de R$ 8 milhões, pelos lotes C, D e E da mesma obra, com sua empresa Tenenge.

Com caminho livre para as empresas que foram pivôs do petrolão acessarem o dinheiro suado dos brasileiros, fora da lista suja de pessoas jurídicas julgadas inidôneas, a Andrade Gutierrez e a sucessora da corrupta Odebrecht participaram de reunião com a CGU, na terça-feira (12), a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, de reunião decorrente de audiência de conciliação, na sede da própria cúpula do Judiciário do Brasil. Onde as empresas buscaram revisar os acordos de leniência celebrados na Lava Jato.

Enquanto isso, a CGU multou em quase R$ 96 milhões as empresas FDS Engenharia de Óleo e Gás S/A, Frigorífico Masterboi, Weatherford Indústria e Comércio Ltda (Geremia) e Pertech do Brasil Ltda, em Processos Administrativos de Responsabilização (PAR’s) instaurados com base na Lei Anticorrupção – LAC (Lei nº 12.846/2013).

A FDS foi punida por fraudar a execução de obras de pavimentação da BR-429, em Rondônia. a Masterboi por pagamento de propina a agente fiscal do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Weatherford Indústria e Comércio Ltda (Geremia) por assumir fraude em dois contratos com a Petrobras, e a Pertech do Brasil Ltda, alvo da Operação Spy, por reconhecer que adquiriu informações sigilosas irregularmente extraídas por servidores públicos federais de bancos de dados da Receita Federal do Brasil.

Deu no Diário do Poder

Notícias

Tesoureiro do Petrolão reaparece e ataca Moro: “Vai ser preso”

ex-tesoureiro do PT

 

Condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção em decorrência da Operação Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto quer a prisão do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz federal titular dos processos que investigou o esquema bilionário de desvio de dinheiro por meio da Petrobras, durante os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.

“Nós ainda vamos ver Sergio Moro sendo preso.  O motivo eu não sei, mas ele vai ser preso”, disse Vaccari em uma palestras no Sindicato dos Comerciários de Osasco (SP). A fala foi reproduzida pela revista Veja. Segundo a publicação, “a plateia adorou” o discurso do ex-tesoureiro, que ficou preso em Curitiba entre 2015 e 2019, quando foi beneficiado pelo indulto concedido pelo então presidente Michel Temer.

O desejo de vingança contra o ex-juiz da Lava Jato já foi expressado pelo presidente Lula, ao conceder entrevista em março ao site esquerdista Brasil 247. Lula afirmou que, enquanto esteve preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, “só pensava em ‘f*** esse Moro”.

Quanto a Vaccari, que estava ao lado de outro ex-tesoureiro — Delúbio Soares, a Veja afirma que ele não conseguiu negar completamente a existência de esquema de corrupção na Petrobras. “É difícil a gente dizer que não houve nada.”

Porém, negou que ele próprio ou o PT tivessem qualquer participação nas fraudes e que a investigação não passou de uma perseguição ao partido. Na palestra, disse que a Lava Jato interessava ao “capital internacional” como instrumento para “desmontar” o parque industrial brasileiro.

Empreiteiros envolvidos na Lava Jato confessaram que entregavam a Vaccari parte do dinheiro recebido ilegalmente, por meio das fraudes nos contratos com a Petrobras.

Vaccari foi condenado pela primeira vez em junho de 2015, por sentença proferida por Moro, a 15 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, na Operação Lava Jato. Depois, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) ampliou a pena para 24 anos.

Em setembro de 2016, Vaccari voltou a ser condenado em primeira instância, novamente na Lava Jato, mas em outro processo, a 6 anos e 8 meses pelo crime de corrupção passiva. Em fevereiro de 2020, foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão por corrupção.

Deu na Oeste

Notícias

Apesar do “petrolão”, Lula diz que “moralizou” a Petrobras

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na madrugada desta sexta-feira, 30, durante debate presidencial na TV Globo, que “moralizou” a Petrobras. A declaração foi uma resposta à candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, que perguntou ao petista se, em eventual novo governo, o Partido dos Trabalhadores privatizaria estatais deficitárias.

“Moralizamos muitas coisas neste país, sobretudo a Petrobras”, afirmou o petista, ao responder à pergunta de Simone. “Capitalizamos a Petrobras em US$ 70 bilhões. A Petrobras não achou o pré-sal por sorte, não. Houve investimento em pesquisa. O que resultou foi emprego, educação.”

Durante os governos petistas, liderados por Lula e Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato descobriu um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, conhecido como “Petrolão”. O esquema envolvia cobrança de propina de empreiteiras, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e superfaturamentos de obras contratadas para abastecer os cofres de partidos, funcionários da estatal e políticos. Esse escândalo tornou-se alvo de investigações da Polícia Federal.

Judiciário

STF anula condenação de ex-senador do MDB no caso Petrolão

 

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu na sexta-feira (29) o julgamento do ex-senador Valdir Raupp (MDB-RO). Por maioria, os ministros acolheram a tese defensiva e absolveram o político das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema envolvendo a alta cúpula da Petrobras.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o então congressista recebeu da empreiteira Queiroz Galvão, em 2010, a quantia de R$ 500 mil a título de doação eleitoral.

O valor, repassado ao Diretório Regional do MDB em Rondônia, teria sido obtido por meio de um esquema fraudulento estabelecido na Diretoria de Abastecimento da estatal, tendo como contrapartida o voto de Raupp à manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor.

Ao analisar o pedido, o entendimento do ministro Gilmar Mendes, que constatou insuficiência de provas no curso do processo, foi seguido pelos colegas Ricardo Lewandowski, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

Somente o relator do caso, ministro Edson Fachin, votou para rejeitar o recurso, por entender que os advogados buscavam reabrir a discussão da causa e reanalisar fatos e provas já superados em outras fases processuais.

Informações do Conexão Política