Notícias

‘Molhando’ a mão: Penduricalho de Pacheco para juízes custará R$1,8 bilhão

Foto: Agência Senado

 

O penduricalho inventado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para engordar os vencimentos de juízes e procuradores terá impacto nos cofres públicos de R$1,8 bilhão por ano.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) está pautada para ser votada nesta quarta-feira (17) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), comandada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). O relator Eduardo Gomes (PL-TO) deu parecer favorável ao projeto.

Pelo projeto, carreiristas da magistratura e do Ministério Público vão receber um bônus de 5% em cima do salário a cada cinco anos até atingir o máximo de 35% do teto constitucional, hoje em R$44.008,52.

O economista Daniel Duque, que elaborou o levantamento, criticou a proposta.

A realidade do cidadão brasileiro está muito distante dessa pequena parcela de servidores que recebem benefícios exorbitantes”, disse ao Estadão ao considerar “inaceitável discutir um novo privilégio”.

Deu no Diário do Poder

Judiciário, Mordomia

TCU contrariou parecer da área técnica ao autorizar penduricalho a juízes

 

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) contrariaram um parecer da área técnica da Corte ao confirmar o pagamento do benefício que permite o aumento em cerca de um terço da remuneração mensal de juízes federais e do Trabalho. Os técnicos consideraram o benefício, que foi estendido aos ministros do TCU, irregular.

O relatório foi elaborado pela Unidade de Auditoria Especializada em Pessoal do tribunal, que apontou a existência “de robustos indícios de irregularidades” no penduricalho, segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo. O Ministério Público junto ao TCU questionou as resoluções do Conselho da Justiça Federal e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho que aprovaram a remuneração extra.

No último dia 13, o ministro Antonio Anastasia, relator da ação, pediu o arquivamento do caso. O entendimento do relator foi acompanhado pelos demais ministros. No parecer, os técnicos do TCU classificaram o benefício como “peculiar e totalmente desproporcional” e pediram a sua imediata suspensão. A área técnica estimou que a medida, que abrange quase toda a magistratura, pode resultar em gastos de cerca de R$ 865 milhões ao erário.

“Não precisa esforço para perceber violações e ofensas aos princípios constitucionais da razoabilidade, legalidade, moralidade”, diz o parecer. Os técnicos destacaram que as resoluções “criaram gratificações novas, mediante uma retórica de assimetria entre carreiras”, sem o conhecimento do Parlamento. Os auditores defenderam que o benefício deveria ter sido discutido no Congresso e estabelecido em lei.

O penduricalho permite que juízes recebam uma gratificação por acúmulo de função por atividades administrativas ou processuais adicionais. Com isso, os juízes podem optar pelo pagamento proporcional sem bater no teto remuneratório para promotores e procuradores.

Apesar de o TCU não integrar o Poder Judiciário, existe a comparação constitucional de direitos, por isso o benefício também é estendido aos ministros da Corte. O tribunal é um órgão de controle externo do governo federal que auxilia o Congresso Nacional a acompanhar a execução orçamentária do país.

Informações da Gazeta do Povo