Política

Para economistas, discurso de Lula é eleitoreiro, pouco factível e com retrocessos

 

As críticas que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez às privatizações de empresas públicas e à política de preços da Petrobras são, segundo economistas ouvidos pela CNN Brasil, mais um discurso político, visando às eleições presidenciais, do que efetivamente um plano factível de governo.

O economista e professor da FGV, Gesner Oliveira, aponta uma distinção “muito clara”, no discurso do petista, entre o que é o programa para a campanha e o que é o programa para o governo. Segundo ele, há um apelo populista, no que diz parecer ser o discurso de campanha do possível candidato ao Planalto, que “gera apreensão ao poder representar um retrocesso grande”.

“Ele está usando esses símbolos, essas ideias que não têm muita substância, de que essas empresas são patrimônio do povo brasileiro. É um uso político eleitoral. O preço dos combustíveis desgasta o governo e ele usa isso”, afirma Oliveira. “Na verdade não tem nada substantivo de privatização da Petrobras, que aumentasse a concorrência, mais chance de ter preço mais barato ou mais investimento.”

Segundo a economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, as ideias do petista, que participou de dois eventos no Paraná neste fim de semana, são contrárias às políticas de estabilização econômica esperadas para fazer o Brasil voltar a crescer.

“Minha percepção quando ele fala do reajuste da Petrobras e de privatizações é que a política que ele vai propor é a que distancia a gente cada vez mais de um Brasil próspero, mas sim [um país] com déficits e dívida cada vez maiores. A gente não pode esquecer que a maior parte da conta é paga pelos mais pobres, que é a classe que ele diz que tanto defende”, observa a economista.

Segundo Inhasz, o discurso de Lula, reflete a necessidade de o petista se firmar como uma alternativa viável. “Neste momento de crise, onde os preços sobem e a situação econômica não é boa, é o momento perfeito para ele dizer que faria diferente. Então, ele aproveita uma fragilidade da atual política econômica de gerar grandes efeitos e resultados, em que o ministério da Economia tem muito pouco ajuste a fazer”, diz Inhasz.

Lula, segundo Inhasz, cria, no entanto, “uma percepção errônea de que os reajustes de preço são oportunismos do governo ou falta de capacidade em negociar mais benefícios ao povo”.

“Ele coloca uma solução como se fosse mágica [a Petrobras absorver a alta de preços dos combustíveis], mas é pouco afetiva. A bem da verdade é essa: não seria possível fazer a absorção de tantos impactos de preços. Ainda que fosse, o custo social disso seria imenso”, avalia.

Com informações da CNN Brasil

 

Política

Cotado para ser vice de Lula, Alckmin recebeu R$ 3 milhões em caixa 2 da Ecovias, diz executivo em delação

A Polícia Federal investiga um suposto pagamento de R$ 3 milhões em caixa 2 ao ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje sem partido), provável vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Ecovias é a concessionária responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, principal ligação da cidade de São Paulo com o litoral sul do estado.

A afirmação sobre o caixa 2 foi feita em delação pelo ex-presidente da Ecovias, Marcelino Rafart de Seras. O ex-executivo teve acordo de não persecução cível homologado pelo Ministério Público paulista nesta terça-feira (15), com relato de cartel entre as concessionárias de rodovias paulistas.

A apuração relativa ao caixa 2 também é investigada pela Delinst (Delegacia de Defesa Institucional), da PF, que apura questões eleitorais. De acordo com o relato do ex-presidente da concessionária, os valores foram pagos a título de caixa 2, primeiro, em 2010, em um total de R$ 1 milhão. Na ocasião, pelo PSDB, Alckmin foi eleito governador. O valor, segundo o depoimento, foi pago em dinheiro ao cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro.

A segunda parte, no valor de R$ 2 milhões, teria sido pago em uma operação do ex-tesoureiro de Alckmin, Marcos Monteiro, em 2014, ainda segundo o relato. Naquele ano, Alckmin se reelegeu ao governo paulista.

A reportagem procurou a assessoria do ex-governador, que ainda não se manifestou.
Marcos Monteiro ocupou diferentes papéis nos quatro mandatos do tucano à frente do governo paulista e e foi citado por suposta negociação de quase R$ 10 milhões em repasses de caixa dois da Odebrecht para o PSDB.

Em 2010, um ex-executivo da Odebrecht disse em seu acordo de delação que Alckmin acertou pessoalmente o repasse de R$ 2 milhões para sua campanha ao governo em 2010. Carlos Armando Paschoal, o CAP, que era à época diretor da Odebrecht em São Paulo, disse que Alckmin entregou a ele o cartão de visitas de seu cunhado Adhemar Ribeiro, que viria a ser o responsável por receber os recursos.

Em 2010, o ex-governador se tornou réu sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, além de receber caixa dois da Odebrecht.

Nesta terça-feira, o Conselho Superior do Ministério Público fez a homologação final de acordos com a Ecovias e com o ex-presidente.

O acordo de não persecução penal da empresa com a Promotoria do Patrimônio Público foi fechado em R$ 638 milhões -valor que a Ecovias deverá bancar parte em obras e parte em dinheiro como compensação pelas irregularidades.
O ex-presidente da empresa Marcelino Rafart de Seras terá de pagar R$ 12 milhões ao Tesouro.

O acordo da concessionária já havia tido uma homologação inicial, mas precisou de correções. Agora, tanto a empresa quanto o executivo não serão processados.
O Ministério Público investigará ainda outras concessionárias de rodovias de São Paulo não contempladas pelo acordo. Antes, porém, será preciso fazer a homologação na Justiça.

Como noticiou a Folha na segunda (14), na parte criminal da delação à qual a reportagem teve acesso, são atingidos diversos políticos de partidos como PSDB, PT e União Brasil.

As acusações envolvem a concessão responsável pelas rodovias que abrigam as praças de pedágios com a tarifa individual mais alta do estado: R$ 30,20 para carros.
O valor cobrado dos motoristas na malha rodoviária paulista é alvo de seguidos embates políticos ou eleitorais desde a década de 1990, quando os primeiros contratos foram firmados, inclusive com a Ecovias, pelo governo Mario Covas (PSDB).

Segundo Marcelino, 12 grupos formados por 80 empresas que participaram de licitações em 1998 e 1999 para concessão de rodovias estaduais paulistas, na gestão Covas, fizeram cartel para conseguir os contratos.

A estimativa é que os prejuízos possam chegar a R$ 10 bilhões em valores atualizados.
O acerto foi possibilitado devido à nova lei anticrime, que possibilitou esse tipo de medida em casos de improbidade administrativa.

O órgão que aprovou o acordo é o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, que é um colegiado da cúpula da instituição paulista (com 11 integrantes) formado por procuradores que atuam em processos de segunda instância na Justiça.

Com informações do Terra Brasil Notícias.

 

Política

PSB desiste de Federação com o PT

 

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, anunciou nessa quarta-feira (9) que o partido não integrará a federação partidária em negociação com PT.

PSB e PT tiveram divergências nos Estados. A começar do Espírito Santo, que o governador Renato Casagrande (PSB) vai disputar a reeleição e o PT vai lançar candidato próprio.

No entanto, o PSB continua apostando na filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Notícias

DEU RUIM: Vantagem cada vez menor de Lula nas pesquisas frustra clima de ‘já ganhou’ entre petistas

 

As pesquisas de intenção de voto mais recentes, que mostraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilando para baixo e diminuindo a vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), fizeram lideranças petistas se movimentarem para conter certo “oba-oba” dentro do partido por parte dos que ainda acreditavam numa vitória do petista no primeiro turno.

Mesmo entre aliados próximos de Lula, este cenário por ora está descartado. O deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) fez questão de deixar claro há alguns dias em encontro com empresários em São Paulo que o PT já pode ter batido seu teto nas pesquisas. “A disputa será no segundo turno”, afirmou em jantar da Esfera Brasil.

Apesar da aliança do PT com o Centrão em governos anteriores, lideranças passaram a falar que o partido buscará, com aliados, uma bancada maior no Congresso para depender menos do bloco.

Enquanto outras lideranças petistas citam a aliança com o ex-tucano Geraldo Alckmin como a formação de uma frente democrática, Emídio foi direto ao ponto: “Se não (se aliar com Alckmin), você tem um plano, mas não consegue tocar”.

O deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (União Brasil-RJ) ainda aguarda uma definição do partido de Valdemar Costa Neto, o PL, para definir seu destino. Apesar de ter sido “convocado” pelo presidente Jair Bolsonaro para concorrer a uma vaga no Senado pelo PL, o partido já tinha um acordo com o senador Romário no Estado.

Estadão

Judiciário

Lewandowski suspende última ação penal contra Lula na justiça

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski suspendeu nesta quarta, 2, o processo no qual o ex-presidente Lula era acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na compra de 36 caças militares suecos Grippen. A ação era a última que constava contra Lula e a única que não havia sido afetada pelas decisões do Supremo que reconheceram a incompetência da Justiça Federal do Paraná para julgar os casos do petista e a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro no caso do tríplex. A decisão de Lewandowski será válida até o STF julgar um pedido dos advogados de Lula para o processo seja encerrado em definitivo.

As acusações ocorreram no âmbito da operação Zelotes, que transcorria na Justiça do Distrito Federal e, além de Lula, visou também um de seus filhos. Na decisão, Lewandowski considerou que os crimes atribuídos ao ex-presidente na compra dos caças não correspondiam à verdade, já que um longo processo decisório foi tomado antes da compra dos caças, efetuada no governo de Dilma Rousseff. “O processo de escolha dos caças adquiridos pelo país estendeu-se por mais de 15 anos, passando por três administrações federais distintas, sempre sob o atento crivo de militares da FAB e de integrantes do Ministério de Defesa, além de ter sido atentamente acompanhado por algumas das mais importantes empresas aeronáuticas do mundo, a saber, a Boeing, a Dassault e a Saab AB”, escreveu o ministro.

Lewandowski ainda defendeu que possa ser usado o material apreendido na Operação Spoofing, que prendeu hackers que invadiram celulares de autoridades. A defesa de Lula poderá usar as mensagens, mesmo que obtidas a partir da ação de hackers, e argumenta que as conversas provam que os promotores da Lava-Jato sabiam que não havia ilegalidade na conduta do ex-presidente, mas que buscaram criar uma narrativa contrária a ele. “Convém rechaçar uma possível alegação de que as mensagens apresentadas pela defesa resultaram da ação de hakers e, portanto, não poderiam ser aproveitados pela defesa. Isso porque a doutrina e a jurisprudência brasileiras, sabidamente, são unânimes em afirmar que, embora provas ilícitas não possam ser empregadas pela acusação, é permitido aos acusados lançar mão delas para tentarem provar a sua inocência”, afirmou Lewandowski.

Deu na JP News

Política

Pesquisa PoderData : Lula tem 50% dos votos na Região Nordeste

 

 

 

Lula tem os seus maiores percentuais na região Nordeste (50%) e entre eleitores com renda familiar de até 2 salários mínimos (48%). Bolsonaro empata com o petista na região Sudeste (os 2 têm 35%) e lidera no Centro-Oeste com 43%. Bolsonaro também desempenho superior entre o eleitorado evangélico.

A pesquisa PoderData foi realizada de 27 de fevereiro a 1º de março de 2022. Foram entrevistadas 3.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 226 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%

Deu no Poder 360

Notícias

Pesquisa aponta Bolsonaro na frente de Lula no primeiro turno

 

Com a aproximação em relação à campanha eleitoral, as pesquisas de opinião para a Presidência da República começam a reduzir os percentuais da vantagem que afirmavam que Lula da Silva tinha nas intenções de voto. Todas as pesquisas vêm apresentando números menores para Lula e maiores para Bolsonaro nas últimas semanas em relação àqueles que causavam o estranhamento da opinião pública no ano passado.

E já apareceu até mesmo uma pesquisa eleitoral que se adiantou no ajuste à realidade e mostra a dianteira de Bolsonaro em relação ao ex-condenado Lula.

Feita a pedido do banco Modal de divulgada na tarde desta quarta-feira (23/02), a pesquisa coloca o presidente Jair Bolsonaro à frente de Lula no voto espontâneo, em que a pessoa aponta o candidato que irá votar sem ver alternativas.

Bolsonaro aparece com 34,3% das intenções e Lula com 33,3%. Porém, mesmo na pesquisa estimulada, o cenário também aparece mais favorável a Bolsonaro que as anteriores. Nela, o presidente aparece com 34,7% das intenções de voto praticamente ao lado de Lula que tem 35% das intenções.

A pesquisa foi feita pelo Instituto Futura.

Na simulação segundo turno, ainda segundo a pesquisa Futura/Modal, a vantagem também se reduziu, mas Lula ainda aparece com vantagem: 48% contra 40% de Bolsonaro.

Estamos há 7 meses das eleições e as pesquisas eleitorais vão se ajustando a realidade. Vamos ver até quando esse jogo deve perdurar.

 

Política

“Regular a imprensa”: como a ideia de Lula é vista por Bolsonaro, Moro e Doria

imprensa

 

A intenção de regular os meios de comunicação em um eventual retorno à Presidência da República em 2023 vem sendo repetida de forma obstinada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em declarações nos últimos meses. Em entrevista no último dia 9 à Rádio Clube, de Pernambuco, o ex-presidente voltou ao tema, o que suscitou discussões sobre os riscos para a liberdade de imprensa no Brasil em caso de um novo mandato de Lula.

“Você não pode deixar a internet do jeito que está. Você não pode deixar a internet virar uma fábrica de mentiras, uma fábrica de fake news, uma fábrica de provocações”, disse o político que já foi preso. Ele definiu seu projeto de regulamentação da mídia de forma vaga e disse apenas que é necessário “estabelecer determinadas regras de civilidade nos meios de comunicação”. “É preciso que haja regulamentação na imprensa. Você não pode regulamentar a imprensa escrita, mas você tem internet para regular, tem o sistema de televisão”, afirmou.

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência, criticou as falas do petista por meio do Twitter. “Lula quer controlar o conteúdo de TV e internet e de forma dissimulada chama isso de ‘democratização’. Isso é coisa de regimes autoritários. Liberdade de imprensa é pilar da democracia e é INEGOCIÁVEL”, disse Moro.

 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se manifestou contra Lula. “Liberdade de imprensa é um princípio básico da democracia. Regular imprensa significa censurar a imprensa. Seja da direita ou da esquerda, quem flerta com a censura, compactua com o autoritarismo e com a ditadura. Um atraso para o Brasil e uma afronta à liberdade do país”, afirmou Doria.

As suspeitas de flerte com o autoritarismo não são exageradas. Lula nunca escondeu sua simpatia pelo chavismo, que tem um histórico de graves violações à liberdade de imprensa na Venezuela. Em 2017, a ditadura comandada por Nicolás Maduro aprovou a “Ley contra el Odio, por la Convivencia Pacífica y la Tolerancia” (Lei contra o Ódio, pela Convivência Pacífica e a Tolerância), que surgiu de uma alegada necessidade de coibir o “discurso de ódio” na internet, mas é usada, na prática, para calar a oposição.

Por outro lado, defender a necessidade de regulamentar a atuação de meios de comunicação não é necessariamente uma pauta da extrema-esquerda. Nos Estados Unidos e em algumas nações da Europa, a regulação dos meios de comunicação por agências que atuam de forma independente – mas pertencem ao governo – já existe. No Reino Unido, por exemplo, o Office of Communications (Ofcom), instituído em 2003, é a autoridade que regula televisão, rádio, telecomunicação e outros serviços. Uma de suas funções é proteger o público de conteúdos ofensivos. Nos EUA, um papel parecido cabe à Federal Communications Commission (FCC), instituída em 1934.

No Brasil, em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a lei de imprensa do período militar, o que, na opinião de alguns juristas, deixou um vácuo normativo sobre o assunto no país. Desde então, processos relacionados à imprensa são levados à Justiça e analisados somente à luz da Constituição, do Código Civil e do Código Penal. Além disso, não há um órgão cuja função específica seja regular temas relacionados à radiodifusão.

O tema da liberdade de expressão nos meios de comunicação tende a ser, em 2022, um dos focos dos debates na corrida presidencial. As discussões sobre os limites dessa liberdade e sobre as formas de conter dinâmicas nocivas para o convívio social suscitadas pela internet têm ficado cada vez mais acirradas, especialmente com a crescente interferência do Poder Judiciário no assunto.

Dias antes da fala de Lula, Bolsonaro discursou sobre liberdade de expressão
Uma semana antes da fala de Lula sobre o controle da imprensa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) abordou o tema em seu discurso na sessão solene de abertura dos trabalhos do Congresso em 2022. A declaração pareceu dirigida de forma indireta ao petista.

“Reafirmo, meus senhores: me sinto hoje parlamentar aqui, também. Não deixemos que qualquer um de nós, quem quer que seja que esteja no Planalto, ouse regular a mídia. Não interessa por quê, com qual intenção e objetivo. A nossa liberdade, a liberdade de imprensa, garantida em nossa Constituição, não pode ser violada ou arranhada por quem quer que seja neste país”, afirmou.

Em setembro do ano passado, Bolsonaro já tinha feito uma declaração no mesmo sentido, após uma fala semelhante de Lula. “A nossa liberdade de imprensa, com todos os seus defeitos, tem que persistir. No que depender de nós, jamais teremos quaisquer medidas visando censurá-los. É melhor falando do que calado”, disse o presidente.

 

Durante seu governo, Bolsonaro entrou em diversos conflitos com jornalistas, ameaçou cortes de publicidade e chegou a insinuar que a concessão pública da Rede Globo poderia não ser renovada em outubro de 2022. Até agora, no entanto, as diferenças do presidente com a imprensa não saíram da retórica.

Em setembro de 2021, Bolsonaro editou uma Medida Provisória para alterar o Marco Civil da Internet. O objetivo era dar uma solução legislativa para o problema da liberdade de expressão nas redes sociais no Brasil. O seu principal alvo era a moderação injustificada de conteúdos e de contas em redes sociais.

A MP exigia “acesso a informações claras, públicas e objetivas” sobre qualquer tipo de moderação de conteúdo feita por redes sociais. As redes deveriam explicar “os critérios e os procedimentos utilizados para a decisão humana ou automatizada” para suas decisões, exceto em casos que envolvessem segredos comerciais ou industriais.

O documento também pedia “contraditório, ampla defesa e recurso” diante de qualquer tipo de moderação de conteúdo nas redes sociais, que precisariam disponibilizar um canal específico para que as pessoas que tivessem seus conteúdos removidos pudessem se manifestar.

A MP foi criticada por diversos setores da sociedade por não tratar a fundo o problema da veiculação de informações falsas, e acabou sendo devolvida pelo Congresso. Depois, tornou-se um projeto de lei, mas está com a tramitação parada.

Guru de Lula sobre imprensa quer criar o Conselho Nacional de Comunicação
Nos últimos meses, em diversas entrevistas e declarações, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre seu desejo de regular os meios de comunicação no Brasil em caso de um eventual novo mandato na Presidência da República a partir de 2023.

Em agosto do ano passado, ele afirmou a uma rádio da Bahia: “Estou ouvindo muito desaforo, leio muito a imprensa. Tem alguns setores da imprensa que não querem que eu volte a ser candidato. Porque, se eu voltar, vou regular os meios de comunicação deste país”.

Lula afirmou em um discurso da mesma época que era preciso aprovar de forma urgente a regulamentação da comunicação no Brasil. Na ocasião, ele chegou a citar a mídia da Venezuela que, segundo ele, “destruiu” Hugo Chávez, a exemplo do que a imprensa brasileira teria feito com ele próprio.

No campo da comunicação, o homem de confiança de Lula é o jornalista Franklin Martins, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social de seu governo. A principal proposta de Martins é criar um Conselho Nacional de Comunicação, com composição representativa dos poderes públicos e de setores da sociedade civil, para estabelecer normas e políticas públicas do setor da comunicação.

A criação de conselhos é comum em democracias, mas o aparelhamento desse tipo de órgão sempre foi uma marca da gestação de ditaduras socialistas. No caso do Brasil atual, um dos riscos relacionados a um órgão do tipo para o controle da comunicação seria o de eles acabarem capturados por ONGs de caráter progressista, que costumam se perpetuar em assentos destinados à sociedade civil em conselhos dessa espécie.

O modelo de controle de imprensa que costuma ser mais citado como inspiração pelo PT é o britânico. A regulação da imprensa do Reino Unido é exercida por um órgão chamado Ofcom — abreviação de Office of Communications —, estabelecido em 2002 para controlar as indústrias de radiodifusão e de telecomunicações e os correios do Reino Unido.

A atribuição legal do Ofcom é representar os interesses dos cidadãos britânicos perante os meios de comunicação e proteger o público de conteúdos nocivos ou ofensivos. Historicamente, desde sua criação, a necessidade de existência do órgão nunca chegou a ser contestada no Reino Unido de forma expressiva, mas algumas de suas decisões causam polêmica.

 

No começo de 2021, por exemplo, o Ofcom passou a fiscalizar a presença de discurso de ódio em meios de comunicação. “Discurso de ódio” é definido pelo órgão como “toda forma de expressão que espalha, incita, promove ou justifica o ódio com base na intolerância a deficiências, etnia, origem social, sexo, gênero, mudança de gênero, nacionalidade, raça, religião ou crença, orientação sexual, cor, características genéticas, idioma, opinião política ou qualquer outra opinião, pertença a uma minoria nacional, propriedade, nascimento ou idade”.

Crítico da atuação do Ofcom, o jurista britânico Andrew Tettenborn observou, em artigo de 2021 publicado no site The Critic, que o Ofcom é uma ameaça à liberdade de expressão no Reino Unido, citando vários casos em que sua atuação poderia estar extrapolando a sua missão original.

“Em maio deste ano, o Ofcom interveio com força para sancionar as emissoras por veicular assuntos que supostamente se oporiam ao consenso científico e reduziriam a confiança popular nas tentativas do governo de lidar com a Covid-19. (…) Além da regulamentação direta, nos últimos três anos ou mais, o Ofcom tem aproveitado a ampla função estatutária que lhe foi confiada para promover a igualdade de oportunidades em relação a raça e sexo, impondo exigentes cotas às emissoras sob ameaça de encerramento e até mesmo retirada da licença caso não se conformem às diretrizes”, escreveu Tettenborn.

Moro é contrário à ideia de controle da imprensa, mas já foi favorável à “prisão de radicais” no inquérito dos atos antidemocráticos
Tanto Doria quanto Moro já manifestaram posicionamentos contrários à ideia de regular a imprensa proposta por Lula, e nunca falaram em projetos de regulamentação da comunicação no Brasil. Ambos também já criticaram Bolsonaro por seus conflitos com jornalistas.

Quando o presidente brigou com uma repórter da TV Vanguarda em julho de 2021, Doria tuitou: “Lamentável mais um surto verborrágico do presidente Bolsonaro contra a imprensa. O ato demonstra sua intolerância e descontrole. Minha solidariedade à jornalista agredida e aos profissionais atacados. A liberdade de imprensa é um direito que o atual governo insiste em confrontar”.

Em seu discurso de filiação ao Podemos, em novembro de 2021, Moro fez uma declaração que pareceu direcionada tanto a Lula como a Bolsonaro: “Chega de ofender ou intimidar jornalistas. Os jornalistas são essenciais para o bom funcionamento da democracia e agem como vigilantes de malfeitos dos detentores de poder. A liberdade de imprensa deve ser ampla. Jamais iremos estimular agressões. Jamais iremos propor controle sobre a imprensa – social ou qualquer que seja o nome com que se queira disfarçar censura ou controle de conteúdo”, afirmou.

Apesar da defesa da liberdade de expressão, Moro já se manifestou favorável à prisão de investigados do inquérito dos atos antidemocráticos, em junho de 2020. “A prisão de radicais que, a pretexto de criticar o STF, ameaçam explicitamente a instituição e seus ministros, é correta. A liberdade de expressão protege opiniões, mas não ameaças e crimes. O debate público pode ser veemente, mas não criminoso”, disse ele à época.

Informações da Gazeta do Povo

 

Política

Lula tem 40% e Bolsonaro 31%; Diferença cai 5% em apenas um mês em nova pesquisa

 

A distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral de 2022 recuou 5 pontos percentuais em 1 mês, segundo pesquisa PoderData realizada de 13 a 15 de fevereiro de 2022. Hoje, Lula lidera com 40% das intenções de voto. Bolsonaro tem 31% – distância de 9 pontos.

Há 1 mês, o petista marcava 42% contra 28% do atual ocupante do Planalto.

O 3º colocado é o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos), que marca 9%. Em seguida está Ciro Gomes (PDT), com 4% das intenções de voto.

João Doria (PSDB) tem 3%. Empata tecnicamente com André Janones (2%), Alessandro Vieira (1%), e Rodrigo Pacheco (1%). Simone Tebet e Luiz Felipe D’Ávila não pontuaram. Moro oscilou 2 pontos para cima em 15 dias –ou seja, dentro da margem de erro. Ciro Gomes variou 3 p.p. para baixo.  A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 13 a 15 de fevereiro de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 243 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança de 95%. Registro no TSE é BR-06942/2022. Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população .

 

Deu no Poder360

 

Notícias

Depois que foi solto Lula já falou em regular a mídia em 9 oportunidades

Desde que foi solto, em novembro de 2019, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já falou publicamente ao menos 9 vezes sobre regular os meios de comunicação –seja os tradicionais, seja a internet.

Trata-se de uma pauta recorrente de setores da esquerda, principalmente do PT. Ao dar as declarações, Lula se aproxima de seu eleitorado mais fiel.

As falas do ex-presidente têm sido usadas pelo atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). Ele se contrapõe a Lula dizendo que não proporá uma regulação dos meios de comunicação e que a proposta ameaça a liberdade de expressão.

O Poder360 levantou as vezes em que o ex-presidente defendeu a ideia de alguma forma (veja AQUI). Ele tem dito que a discussão precisa ser feita, mas que cabe ao Congresso e não ao presidente da República.

Deu no Poder360