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Estudo aponta que mudanças climáticas ameaçam os Jogos de Inverno no futuro

As mudanças climáticas estão ameaçando os Jogos Olímpicos de Inverno e o futuro dos esportes de neve, tornando as condições muito mais perigosas para os atletas. O alerta foi feito por pesquisadores da Sport Ecology Group, da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, e pelo grupo ambiental Protect Our Winters.

O documento foi publicado uma semana antes do início da Olimpíada de Pequim, que começa no dia 4 de fevereiro. Serão os primeiros Jogos de Inverno com 100% de neve artificial. Foram implementados mais de 100 geradores e 300 canhões, trabalhando para cobrir as pistas de esqui.
“Os Jogos de Inverno de 2022 serão, sem dúvida, um espetáculo impressionante, que milhões de pessoas do mundo todo vão acompanhar e apreciar. Mas também devem levantar o debate sobre o futuro dos Jogos de Inverno e os limites da fabricação de ambientes naturais artificiais”, acrescenta”, apontou o relatório.
“Isso não é apenas o gasto de energia e água, frequentemente usando produtos químicos para retardar o derretimento, mas também oferece uma superfície que muitos concorrentes dizem ser imprevisível e potencialmente perigosa”, acrescentou.
Situadas em climas naturalmente áridos, as duas cidades coanfitriãs, Pequim e Zhangjiakou, poderiam usar cerca de 49 milhões de galões de água tratada quimicamente congelada através de máquinas de neve, de acordo com o documento.
A neve natural está se tornando menos abundante em algumas regiões e a disponibilidade de água para a produção de neve está caindo como resultado das mudanças climáticas, colocando em risco os esportes de neve.
“O risco está claro: o aquecimento provocado pelas atividades humanas ameaça o futuro dos esportes de inverno no longo prazo. Também está reduzindo o número de locais com o clima adequado para os Jogos Olímpicos de Inverno”, indicou o estudo.
Dos 21 locais utilizados para os Jogos de Inverno desde Chamonix 1924, os pesquisadores estimam que até 2050 apenas 10 terão ‘adequação climática’ e os níveis naturais de queda de neve para sediar um evento deste porte.
Chamonix agora é classificado como ‘alto risco’ junto com locais na Noruega, França e Áustria, enquanto Vancouver, Sochi e Squaw Valley, nos Estados Unidos, são considerados “não confiáveis.”
Estadão Conteúdo
Esporte

Austrália se junta aos EUA e anuncia boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno de Pequim

A Austrália se juntará aos Estados Unidos em um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022, disse o primeiro-ministro Scott Morrison nesta quarta-feira (8).

Morrison disse que embora os atletas australianos ainda participem dos Jogos em fevereiro, o governo manterá os representantes oficiais em casa.

Em entrevista coletiva em Sydney, o líder australiano disse que “os abusos e questões dos direitos humanos em Xinjiang” foram algumas das preocupações levantadas pelo governo australiano com Pequim.

“Estou muito feliz em conversar com o governo chinês sobre essas questões, e não houve obstáculo para que isso ocorresse do nosso lado, mas o governo chinês consistentemente não aproveitou as oportunidades para se reunir conosco e resolver”, disse Morrison.

Há meses, ativistas pedem um boicote aos Jogos por abusos dos direitos humanos cometidos pelo governo chinês em Xinjiang e no Tibete e sua repressão política em Hong Kong.

Pequim foi acusada pelos EUA e outras nações ocidentais de prender mais de um milhão de uigures de maioria muçulmana em centros de detenção em Xinjiang, onde alguns ex-detentos afirmam que foram torturados, estuprados ou esterilizados à força.

A China nega as acusações, dizendo que os campos são centros de reeducação projetados para combater o separatismo e o terrorismo islâmico na região oeste do país.

A embaixada chinesa na Austrália criticou a decisão de de boicotar os Jogos e disse que isso não iria melhorar as relações já frias entre os dois países.

“Como todos sabemos, a culpa pela atual situação difícil das relações China-Austrália recai diretamente sobre o lado australiano”, disse o comunicado.

Embora o Comitê Olímpico Internacional (COI) tenha dito em janeiro que conceder a um país os Jogos não significava endossar seus “padrões de direitos humanos”, ativistas disseram que dar o evento de alto perfil à China acrescentou legitimidade às ações do Partido Comunista.

O anúncio de Morrison segue uma decisão do governo Biden de não enviar uma delegação oficial dos EUA aos Jogos – o primeiro país a confirmar um boicote diplomático.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que a ação dos EUA foi uma declaração contra o “genocídio em curso na China e os crimes contra a humanidade em Xinjiang”.

Atletas americanos ainda terão permissão para competir nos Jogos, mas o governo não enviará funcionários do governo. A mesma política se aplica aos Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2022, programados para março.

Os EUA sediarão os Jogos Olímpicos de Verão de 2028 em Los Angeles, enquanto os Jogos de 2032 acontecerão em Brisbane, Austrália.

Política

EUA anunciam boicote diplomático aos Jogos de Inverno de 2022 na China

Os Estados Unidos anunciaram nessa segunda-feira (6) um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que acontecerão em Pequim, na China, entre 4 e 20 de fevereiro de 2022. Segundo a Casa Branca, nenhum representante oficial do país será enviado ao evento, mas os atletas que quiserem poderão competir normalmente.

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que políticos dos Estados Unidos deveriam parar de pedir um boicote diplomático à Olimpíada de Inverno de Pequim para evitarem danificar os laços bilaterais, e que a China adotará “contramedidas”, se for necessário.

Aqueles que pedem um boicote estão “querendo aparecer” e deveriam parar, “de maneira a não afetar o diálogo e a cooperação entre China e Estados Unidos em áreas importantes”, disse Zhao Lijian, porta-voz da chancelaria chinesa.

“Se os EUA insistirem em se ater deliberadamente a este caminho, a China adotará contramedidas resolutas”, disse ele em uma coletiva de imprensa.

UOL