Economia

Argentina atinge maior índice de inflação em 20 anos

 

A inflação na Argentina chegou a 6,27% em março, o maior índice em duas décadas. A situação –resultado de anos de políticas populistas no país– tem levado ao empobrecimento da população. Por isso, os argentinos têm protestado e cobrado ação do presidente Alberto Fernández.

O argentino Miguel Díaz mora no bairro de Nueva Pompeya e costumava comprar de tudo no armazém na esquina de casa. Mas nos últimos tempos, ele aproveita o trabalho de motorista para procurar ofertas em diversos pontos da capital Buenos Aires. “Não dá para comprar em um só lugar, tem que ficar procurando o melhor preço”, diz.

E sempre que, no caminho, há alguma boa oferta, o jeito é descer do carro e comprar. Isso vale principalmente para alimentos, que ficam cada vez mais caros. “Não há salário que seja suficiente hoje em dia para comprar. Está muito difícil. Eu moro aqui com meu filho e é difícil. Não quero nem imaginar para quem tem três ou quatro filhos”, desabafa o argentino.

A angústia de Miguel é compartilhada por grande parte da população. Somente no mês de março, a inflação do país chegou a 6,7%, o maior índice mensal desde a crise de 2002, há 20 anos. Já a inflação dos últimos 12 meses chegou a 55,1%.

“Está difícil. Você não pode ficar sem trabalho. Do contrário, não tem comida”, conta o pedreiro Jose Luis Rodriguez.

E justamente os alimentos têm pesado no bolso dos argentinos. Somente nos primeiros três meses de 2022, os aumentos dos preços de alimentos e bebidas alcóolicas foram de quase 20%, 3,5 pontos a mais do que a inflação do geral trimestre. O fenômeno corrói a renda principalmente de setores mais vulneráveis, e deve impactar os índices de pobreza, que atingia 43,8% no final do ano passado, segundo o Observatório da Dívida Social da Argentina.

“A principal causa da inflação argentina tem a ver com desajustes fiscais. A Argentina sempre financiou isso, particularmente nos últimos tempos, com emissão monetária, gerando a semente da inflação”, afirma o economista Ariel Barraud, do Instituto Argentino de Análise Fiscal.

Barraud avalia que, além dos déficits fiscais crônicos e anos de políticas populistas, exacerbadas no governo do peronista Alberto Fernández, a pressão cambiária e a expectativa da própria população de que os preços irão aumentar agravam o problema.

“O que gerou a situação em que estamos agora foi o crescimento da participação do Estado em todos os níveis da economia. O setor privado se vê de alguma maneira afogado por restrições tributárias e por restrições de competitividade”, acrescenta o economista.

Apesar de os sucessivos governos argentinos tentarem a política populista de congelar os preços de alguns itens básicos na tentativa de conter a inflação, a estratégia, claramente, não tem funcionado para proteger o bolso do consumidor. Dados oficiais divulgados nesta quinta (21) mostram que, em março, os preços da cesta básicatotal, que inclui itens alimentares e não alimentares básicos para não estar na linha de pobreza, voltou a superar a inflação e aumentou 7%.

O presidente Alberto Fernández até tenta aliviar a situação com programas de transferência de renda, por exemplo. Mas a coligação de esquerda enfrenta um racha interno entre Fernández e a vice Cristina Kirchner. Ela foi contra o acordo de renegociação da dívida argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que prevê, por exemplo, a redução de subsídios elétricos.

O presidente da Federação de Donos de Armazéns da Província de Buenos Airespressiona o governo Fernández por soluções para lidar com a situação. “Os aumentos de preços chegam todos os dias para nós. Há pouco chegou a notificação para nós um aumento de uma empresa de pilhas, de entre 19% e 20%. Isso não é somente agressivo, mas nos deixa sem rentabilidade”, afirma Fernando Savore, presidente da federação.

Na outra ponta da crise, a população também pede soluções. Diversos protestos organizados por movimentos sociais tomaram as ruas de Buenos Aires nos últimos dias. O sentimento dos argentinos está resumido em uma faixa que diz: “produzimos, mas ainda somos cada vez mais pobres”.

Deu na CNN

 

Economia

Inflação de março atinge 1,6%, e chega a 11,3% em doze meses

 

inflação voltou a ganhar força em março ao registrar alta de 1,62%, contra avanço de 1,01% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior registro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês desde 1994, quando foi a 42,75%, no período que antecedeu o plano Real. O resultado fez o acumulado em 12 meses subir para 11,3%, acima do patamar de 10,54% observado no período encerrado em fevereiro. É a maior taxa de 12 meses acumulados em fevereiro em 19 anos, quando registrou 16,57%. Os dados já trazem os impactos da guerra no Leste Europeu na variação de preços, principalmente de commodities energéticas e agrícolas.

O resultado afasta a inflação da meta de 3,5% perseguida pelo Banco Central (BC), com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2% e 5%. Analistas do mercado não enxergam a possibilidade de a autoridade monetária deixar o IPCA abaixo do limite máximo. Previsão do Boletim Focus, que reúne a estimativa de mais de uma centena de instituições, aponta para a taxa a 6,86% ao fim de 2021. Caso isso ocorra, será o segundo ano consecutivo que a inflação estoura o teto da meta imposta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2021, a variação de preços foi a 10,06%, ante limite máximo de 5,25%.

Os principais impactos vieram dos transportes (3,02%) e de alimentação e bebidas (2,42%). Os dois grupos, juntos, contribuíram com cerca de 72% do índice do mês. No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis (6,70%), com destaque para gasolina (6,95%), que teve o maior impacto individual (0,44 p.p.) no indicador geral. “Tivemos um reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobras para as distribuidoras, no dia 11 de março. Houve também altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). Além dos combustíveis, outros componentes ajudam a explicar a alta nesse grupo, como o transporte por aplicativo (7,98%) e o conserto de automóvel (1,47%). Nos transportes públicos, tivemos também reajustes nas passagens dos ônibus urbanos em Curitiba, São Luís, Recife e Belém”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

No grupo dos alimentos e bebidas, a alta de 2,42% decorre, principalmente, dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (3,09%). A maior contribuição foi do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. A cenoura avançou 31,47% e já acumula alta de 166,17% em 12 meses. Também subiram os preços do leite longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão francês (2,97%). “Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária. Isso aconteceu por questões específicas de cada alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos da economia, entre eles, os alimentos”, afirma o pesquisador.

O grupo habitação (1,15%) teve aumento por conta do gás de botijão (6,57%), cujos preços subiram devido ao reajuste de 16,06% no preço médio de venda para as distribuidoras, em março. também houve aceleração nos preços dos grupos vestuário (1,82%) e saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único com queda foi comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de educação e o 0,59% de despesas pessoais.

No esforço de trazer a inflação para a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros de 9,25% para 10,75% ao ano em fevereiro. Foi o terceiro acréscimo seguido de 1,5 ponto percentual na Selic. O Banco Central deixou contratada nova alta no encontro da próxima semana, apesar de admitir desaceleração no aperto. O mercado financeiro estima que a Selic fique a 12,25% ao ano, mas a recente pressão com o conflito no Leste Europeu faz com que parte dos analistas enxerguem os juros encostando em 14% ao ano. A escalada dos juros prejudica as atividades econômicas pela taxa ser usada como base em financiamentos e empréstimos.

Economia

Frutas, legumes e verduras assumem posto de vilões da inflação no início de 2022

 

Depois de a ida ao posto de gasolina traumatizar os brasileiros no ano passado, o início de 2022 é marcado por pesadelos ao frequentar os corredores das feiras livres e dos hortifrútis.

Nos dois primeiros meses do ano, itens dos subgrupos de tubérculos, raízes e legumes (+20,9%), hortaliças e verduras (+24,8%) e frutas (+7,1%) figuram como os principais vilões das famílias, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Entre os itens, o preço da cenoura quase dobrou (+98,4%) e corresponde ao maior salto registrado pelo índice oficial de preços no acumulado do primeiro bimestre.

A abobrinha (+64,7%), o repolho (+35,9%), a batata-inglesa (+35,4%), o pepino (+31,4%) e o alface (+30,5%) também apresentaram variações significativas no período.

Somadas, as altas contribuíram para o avanço de 2,4% do grupo de alimentação e bebidas no acumulado dos primeiros meses de 2020, com disparadas acima de 1% em ambos os meses e maior impacto final às famílias nos dois períodos.

Ao analisar o índice de fevereiro, o gerente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) responsável pela pesquisa, Pedro Kislanov, ressalta que o clima foi a principal razão para as variações significativas.

“Em fevereiro, o grupo de Alimentação sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil”, avalia Kislanov.

 

R7

Economia

Para conter inflação, taxa básica de juros pode chegar a 11,75% nesta semana

 

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (16) o novo patamar dos juros básicos da economia brasileira. A previsão do mercado financeiro é de que a taxa Selic aumente mais 1 ponto percentual, em uma nova tentativa de conter a inflação.

Caso as expectativas sejam confirmadas, será o nono aumento consecutivo e a taxa básica de juros passará dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, maior nível desde fevereiro de 2017.

A alta dos preços internacionais do petróleo após a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os custos dos combustíveis. A Petrobras reajustou desde sexta-feira (11) cerca de 25% dos preços do diesel em suas refinarias e um aumento de 18% para a gasolina.

A recente escalada nos preços das commodities e previsões de alta da inflação de alimentos e energia podem impactar a decisão do Copom. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, subiu 1,01% em fevereiro, acumulando alta de 10,54% em 12 meses.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou afirmou em evento, em fevereiro, que o órgão vai usar todas as ferramentas para trazer inflação para meta. “Saímos na frente no aperto monetário, apesar de nossa inflação maior, acho que temos mostrado que estamos acompanhando. Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer inflação para a meta”, garantiu.

R7

Economia

Guedes aposta em queda na inflação em 2023 e fim do IPI no médio prazo

Divulgação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a apostar hoje que a inflação no País vai descer em 2022, não subir. “A inflação vai subir de novo ano que vem? Não, vai descer, porque agimos primeiro, antes dos outros países”, disse Guedes em coletiva de imprensa no Planalto.

“Inflação é política monetária e fiscal. O fiscal está zerado. A monetária está no lugar, então deve cair (a inflação). O que acontece é que quando vem outro choque desse tipo, fertilizantes, petróleo, é mudança de preços relativos. Preço dos fertilizantes sobe, preço do petróleo sobe um pouco, mas outros preços não sobem, até caem. E a inflação desce. É isso que a gente espera”, disse Guedes.
De acordo com o ministro, a desaceleração dos preços vai acontecer porque houve elevação da taxa de juros e redução de impostos. “Zeramos o déficit, subimos os juros, desaceleramos o crescimento esse ano e esperamos que a inflação caia”, afirmou.
 
‘Acabar com IPI’
Guedes afirmou que o Brasil deve, no médio prazo, acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como forma de “aprofundar a cadeia produtiva”.
“Estamos fazendo é exatamente melhorar o ambiente de negócios, reduzir os impostos. A médio prazo, é acabar com o IPI para permitir esse aprofundamento da cadeia produtiva brasileira”, declarou em coletiva de imprensa após o lançamento do plano nacional de fertilizantes, no Palácio do Planalto.
Economia

País terá pico da inflação entre abril e maio, diz Campos Neto

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adiou mais uma vez a expectativa para o pico da inflação brasileira. Em evento da Esfera Brasil, em São Paulo, Campos Neto afirmou que o BC esperava que o ponto mais alto seria entre dezembro de 2021 e janeiro, mas citou a quebra de safra neste início de ano e o avanço dos preços de petróleo no mercado internacional como razões para postergação do pico da inflação. “Imaginamos agora que pico será entre abril e maio, e depois haverá queda mais rápida da inflação”, disse Campos Neto.

 

O presidente do BC também afirmou que o mercado de crédito continua saudável, embora em desaceleração. Porém, ele reconheceu que o endividamento das famílias piorou qualitativamente. “Mas não é algo que chama muita atenção ainda. O BC tem preocupação com isso. Tem projetos para os superendividados. E também há preocupação com os negativados, que estão fora do mundo financeiro e que gostaríamos que voltassem a ter acesso a crédito. Há uma série de medidas para quem está mais comprometido na cadeia de crédito.”

 

Roberto Campos Neto fez, ainda, menção ao alerta que o órgão fez na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro a medidas como a PEC dos combustíveis, discutida entre governo e Congresso. “Deixamos claro que medidas sobre preços de curto prazo não têm efeito estrutural sobre a inflação”, disse.

 

Segundo Campos Neto, o governo conseguiu conter gastos mesmo com a inflação alta. O presidente do BC também repetiu que parte da “ansiedade” sobre a trajetória fiscal está relacionada à perspectiva de crescimento estrutural baixo no Brasil. “Precisamos descobrir qual agenda é importante para investidor ver crescimento estrutural mais alto”, disse.

Economia

Inflação de janeiro é a maior para o mês em 6 anos; Acumulado em 12 meses chega a 10,4%

 

 

inflação brasileira perdeu fôlego em janeiro, mas ainda se manteve acima de 10% no acumulado de 12 meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,54% ante avanço de 0,73% em dezembro. Apesar da perda de fôlego, é o maior registro para o primeiro mês do ano desde 2016. Em janeiro de 2021, a inflação teve alta de 0,25%. O resultado deixa a variação de preços no patamar de 10,38% em 12 meses, acima dos 10,06% registrados no mesmo período imediatamente anterior. Em janeiro do ano passado, a soma do período era de 4,56%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), visto como a inflação dos mais pobres, reduziu para 0,67% ante alta de 0,73% em dezembro. O indicador, que é usado como referência para reajustes do salário mínimo e benefícios do INSS, acumula, em 12 meses, avanço de 10,6 abaixo dos 10,16% registrados em 2021.

O resultado foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês (0,23 p.p.). “Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Almeida. A desaceleração no índice do mês foi puxada pelos transportes, grupo com maior peso do IPCA, que recuou 0,11%, após subir 0,58% em dezembro. Esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados a ter queda em janeiro.

O recuo é consequência, principalmente, da queda nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). A gasolina, um dos principais vilões do IPCA em 2021, registrou retração de 1,14%, enquanto o etanol — líder da variação de preços no ano passado —, reduziu 2,84%. O diesel, com alta de 2,38%, foi o único combustível a registrar alta em janeiro. “A queda nas passagens aéreas pode ser explicada pelo componente sazonal” explica André Filipe Almeida. “Em relação aos combustíveis, os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro, ajudam a entender o recuo nos preços em janeiro”, acrescenta o analista do IPCA. Em habitação (0,16%), os preços desaceleraram em relação ao mês anterior (0,74%), principalmente por conta do recuo da energia elétrica (-1,07%), embora ainda permaneça em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda mudanças de PIS/COFINS, de ICMS e de tarifa de iluminação pública em algumas áreas pesquisadas. Em janeiro, os preços do gás de botijão (-0,73%) recuaram pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão acumula alta de 31,78%.

A inflação em 2021 foi puxada pelo aumento de preços administrados, como a energia elétrica e os combustíveis, e fortalecida pela desvalorização do real ante o dólar, o aumento do preço de commodities e a crise hídrica. O mercado financeiro estima que o IPCA encerre 2022 a 5,44%, de acordo com previsões do Boletim Focus divulgadas nesta segunda-feira, 7. A revisão afasta o patamar da meta de 3,5% perseguida pelo Banco Central (BC), com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2% e 5%. A autoridade monetária informou nesta terça-feira, 8, que o IPCA deve fechar 2022 a 5,4%. Caso se confirme, será o segundo ano seguido que o IPCA estoura o teto. Para o ano que vem, os analistas estimam que a variação de preços fique em 3,5%. Em 2023, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,35%, com limites de 1,75% e 4,75%.

No esforço de trazer a inflação para a meta em 2022 e 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros de 9,25% para 10,75% na semana passada. Foi o terceiro acréscimo seguido de 1,5 ponto percentual na Selic. O BC deixou contratado novo aumento no encontro de março, mas admitiu que o ritmo deve ser desacelerado. O mercado financeiro espera que a taxa básica encerre o ano a 11,75%. Parte dos analistas, porém, enxerga a Selic acima de 12% no fim do primeiro semestre em meio às pressões que possam dificultar o controle da variação de preços ao longo dos próximos meses. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tentar barrar a alta dos combustíveis é o novo ponto de tensão para a variação dos preços pelo agravamento do risco fiscal. Na ata divulgada nesta terça-feira, o BC apontou a deterioração da expectativa com as contas públicas como fator que pode desestabilizar as expectativas para a inflação nos próximos meses. A escalada dos juros chamou a atenção de setores produtivos e reacendeu as críticas de que a política monetária está sendo conduzida de forma equivocada. Para representantes da indústria, do comércio e da gestão de empresas, a indicação de que a taxa básica vai extrapolar a casa dos 12% neste semestre significa que o “remédio amargo” ministrado pelo BC para trazer a inflação para a meta está levado ao overkill, ou seja, um quadro em que a dose é exagerada e causa a morte do paciente.

Deu na JP News

Economia

Exemplo do vizinho: Inflação dispara na Argentina e chega a 50,9% em 2021

Aumento no preço da carne bovina foi um dos itens que puxaram a inflação para cima Foto: Divulgação

 

O índice de preços ao consumidor na Argentina se acelerou em dezembro, quando registrou 3,8% de aumento, fechando o ano de 2021 em 50,9%, uma das taxas de inflação mais altas do mundo, segundo dados divulgados nesta quinta, 13, pelo Instituto de Estadísticas, órgão oficial do governo. No ano, o preço dos alimentos aumentou 50,3%. Os maiores índices foram os dos restaurantes e hotéis (65,4%) e transporte (57,6%). Em 2020, ano de paralisia da economia devido à pandemia de covid-19, a inflação argentina tinha sido de 36,1%. Em 2019, registrou 53,8%. Para 2022, o governo projetou um índice inflacionário de 33% no orçamento nacional, que acabou sendo rejeitado pelo Parlamento, onde a oposição criticou os números por não serem realistas. Segundo pesquisa do Banco Central, a inflação deste ano será de 55%.

A Argentina está em negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para alcançar um acordo de facilidades estendidas em substituição ao empréstimo de US$44 bilhões, assinado em 2018, no governo de Mauricio Macri. No entanto, o governo de centro-esquerda Alberto Fernández não pôde avançar em um novo acordo por divergências sobre como alcançar o equilíbrio fiscal, segundo o próprio chefe de Estado. A Argentina enfrenta pagamentos ao FMI de US$19 bilhões este ano e outros US$ 20 bilhões em 2023, além de US$ 4 bilhões em 2024, e o país precisa encontrar um entendimento que permita adiar estes pagamentos. Já no fim de março se dará o vencimento de quase US$3 bilhões.

Deu na AFP

Economia

Cesta básica aumentou 15,78% no ano de 2021 em Natal

O Instituto Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon Natal, realizou pesquisa da cesta básica, e conforme foi identificado pelo órgão a cesta básica de dezembro, assim como os demais meses pesquisados no ano, alta no preço médio do produto com percentual acumulado de 15,78%. Em dezembro o preço médio da cesta básica foi de R$ 374,91 e no mês de novembro o preço médio encontrado pela pesquisa foi de R$ 367,97, representando um custo em Reais, de um mês para o outro, de R$ 6,94 e uma variação de 1,88% de aumento no mês.

A pesquisa foi realizada nas quatro semanas do mês, em 23 estabelecimentos comerciais, sendo três segmentos comerciais, atacarejos, supermercados de bairros e grandes redes de hipermercados da cidade, e constatou durante todo o ano, os atacarejos como sendo a melhor opção de compra da cesta básica em comparação aos supermercados de bairros e as grandes redes de hipermercados. Para esse mês de dezembro o custo dos produtos que compõem a cesta básica nos atacarejos foi de R$ 349,00, nos supermercados de bairro o custo foi de R$ 371,57 e nas grandes redes de hipermercados a pesquisa encontrou um custo de R$ 404,17, sendo assim, os atacarejos seguem sendo a melhor opção para os consumidores natalenses.

O Núcleo de pesquisa fez a comparação do custo em Reais da cesta básica, assim como a diferença e a variação entre os segmentos de comércios de venda da cesta básica. Então o custo em média nos atacarejos em relação ao supermercado de bairro, o consumidor tem uma economia de R$ 22,57, e isso representa uma variação de 6,46%. Já na comparação dos atacarejos com os hipermercados no mês de dezembro a variação é de 15,80%, uma economia em reais de R$ 50,17.

O Núcleo de pesquisa realizou nas quatro semanas do mês, junto a nove hipermercados, seis atacarejos, como também oito supermercados de bairro denominados de mercadinhos, contemplando as quatro zonas de Natal, e divulga em seu site www.natal.rn.gov.br/procon/pesquisa a cesta básica para os natalenses com informações de endereço da mais barata, variação de um mês para o outro e os preços médios das categorias pesquisadas: mercearia, açougue, higiene/limpeza e hortifrúti, que com compõe os quarenta produtos pesquisados. Em posse desses dados o consumidor natalense pode buscar vantagem no melhor preço para comprar. É permitida a publicação dos dados da pesquisa, desde que seja citada a fonte: Núcleo de pesquisa Procon Natal. No entanto, é vedada a utilização deste material, integral ou parcial, para fins publicitários.

No mês de dezembro assim como todos os meses do ano o poder de compra do trabalhador com o salário-mínimo para suprir as necessidades alimentares básicas de uma família de 4 pessoas durante um mês, vem diminuindo e nesse mês a cesta básica tem um custo para o trabalhador de 39,82% e isso representa 78,93 horas de trabalho no mês. A análise é feita pelo Núcleo de pesquisa, levando em conta a cesta básica dos natalenses em 40 itens da cesta básica divididos por categorias.

A previsão do governo para 2021 não foi alcançada, uma vez que a meta para o ano era de 3,75% definida pelo Conselho Monetário Nacional e foi superada em dois dígitos, segundo o índice de preço ao consumidor o IPCA, que registrou uma inflação acumulada de 10,74% no ano de 2021. Fatores como uma volta inflacionária, não estão descartados uma vez que, aluguel, gasolina e alimentos foram determinantes no momento econômico que o país passa. Então a alta dos preços se reflete no comprometimento da renda dos trabalhadores.

O preço médio da cesta básica no ano de 2021 foi de R$ 348,77, no primeiro semestre o Núcleo de pesquisa identificou o preço médio de R$ 332,69 e no segundo semestre o preço médio foi de R$ 364,85, e isso representa uma variação de 8,81% e isso equivale a um aumento em média de R$ 32,16 entre os primeiro e o segundo semestre.

Economia

Inflação de 2021 fica em 10,06 %, o maior nível em 6 anos

Novos valores ainda serão confirmados pelo governo federal por meio de publicação no Diário Oficial da União

 

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2021 a 10,06%. O resultado fica acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%, e é o maior em seis anos.

Em dezembro, a taxa foi de 0,73%. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2021, o alvo central da meta para a inflação era de 3,75%, com margem de tolerância que ia de 2,25% até um limite máximo de 5,25%.

Analistas de mercado esperavam alta de 0,65% em dezembro, e de 9,97% no ano.

grupo Transportes teve o maior peso no resultado do ano, de acordo com o instituto, com a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no período.

Em seguida, vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021, diz o IBGE.

 

Dentro de Transportes, o item que mais pesou foi o combustível. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23%, influenciado também pela produção de açúcar”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, em nota.

Ainda no grupo Transportes, o IBGE destaca também o preço dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), que tiveram contribuição significativa, sobretudo, pelo desarranjo na cadeia produtiva do setor automotivo.

“Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel”, diz Kislanov.

 

No grupo Habitação, as principais contribuições (0,98 p.p.) vieram da energia elétrica, que subiu 21,21%, e do botijão de gás, com alta de 36,99%.

A conta de luz pesou mais no bolso do consumidor no ano, por conta da crise hídrica, que dexou o custo de geração vem mais alto. Vale lembrar que uma nova bandeira tarifária (Escassez Hídrica) chegou a ser criada em 2021, para acomodar a necessidade de reajustes mais altos.

Já o grupo Alimentação e bebidas teve variação de 7,94%, menor que a do ano anterior (14,09%), quando contribuiu com o maior impacto entre os grupos pesquisados.

Os destaques dessa categoria foram café moído, que subiu 50,24%, e o açúcar refinado, que teve alta de 47,87%, destaca o IBGE.

“A alta do café ocorreu principalmente no segundo semestre, pois a produção foi prejudicada pelas geadas no inverno. Já o preço do açúcar foi influenciado por uma oferta menor e pela competição pela matéria-prima para a produção do etanol”, diz Kislanov.

Deu na CNN