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Papa Francisco gera polêmica novamente e insinua que inferno não existe

Reprodução/X

 

O Papa Francisco disse que “gosta de pensar que o inferno está vazio”, como se não existisse. Essa fala aconteceu no último domingo (14), durante uma entrevista ao programa de televisão italiano Che Tempo Che Fa. “Isto não é um dogma de fé. Isto que direi é uma coisa pessoal: gosto de pensar que o inferno está vazio”, declarou Francisco.

“É um desejo que espero que se torne realidade, mas é um desejo”, completou o papa. O papa comentava que, em suas orações, usa imagens do Evangelho, pensando em Deus como o Pai misericordioso que acolhe o filho pródigo que desperdiçou sua fortuna e andou por caminhos errados sem nem mesmo deixa-lo falar.

“Gosto de pensar no Senhor com este abraço, quando vou dizer-lhe: mas eu falhei nisto. Gosto de pensar Nele, com a mão assim e que me diz: ‘mas continua, continua, continua’. O Senhor que nos encoraja a ir em frente, que não se escandaliza com os nossos pecados, porque é Pai e acompanha-nos”, prosseguiu. “O ‘problema’ é Dele: se acompanho o pecador ou se o envio diretamente para o inferno. E Ele escolhe acompanhar-nos. E é por isso que enviou o seu Filho, para nos acompanhar (…) enviou o seu Filho ao mundo não para o condenar, mas para o salvar”, disse o papa Francisco.

O catecismo da Igreja Católica diz, no número 1.035:

“A doutrina da Igreja afirma a existência do Inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, «o fogo eterno». A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira”.

Papa Francisco e o inferno

Em março de 2014, ele exortou os homens e mulheres que fazem parte da máfia na Itália a converterem-se, para não irem parar no inferno. “Convertei-vos: ainda é tempo de não irdes parar o inferno. É isto que vos espera se continuardes neste caminho. Tiveste um pai e uma mãe: pensa neles. Chora um pouco e converte-te”, exortou o papa. Em junho deste mesmo ano, Francisco também advertiu os corruptos a se converterem, porque se não o fizerem, serão “os cães do inferno que beberão seu sangue”. Em março de 2015, o papa encontrou-se com um grupo de crianças e jovens e explicou o que é o inferno e quem vai para o inferno. “Ninguém te manda para o inferno: se fores, é porque o escolheste. O inferno é querer afastar-se de Deus porque não quero o amor de Deus. O demônio é o inferno porque ele quis isso: nunca mais ter uma relação com Deus”, disse.

“Só vai para o inferno aquele que diz a Deus: ‘Não preciso de ti, consigo desenrascar-me sozinho’, como fez o diabo, e esse é o único que temos a certeza que está no inferno”, acrescentou. Em junho de 2022, em uma audiência com um grupo de religiosos, Francisco disse: “Muitas vezes, digo-o com amargura – falo em geral, não de vós, porque não vos conheço – constatamos que algumas comunidades religiosas são um verdadeiro inferno, um inferno de ciúmes, de lutas pelo poder. E onde está o amor?

Com informações de Acidigital

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Papa determina que qualquer católico batizado, inclusive mulheres e leigos, poderá chefiar departamentos do Vaticano

 

O Papa Francisco determinou neste sábado uma mudança histórica que permite a qualquer católico batizado chefiar departamentos do Vaticano, inclusive leigos – nome dado àqueles que não são religiosos e parte do clero – e mulheres. A regra faz parte da nova Constituição para a administração central do Vaticano, conhecida como Cúria, que entrará em vigor no próximo dia 5 de junho.

Durante séculos, os departamentos foram comandados por clérigos do sexo masculino, geralmente cardeais ou bispos. O novo documento, de 54 páginas, é chamado Praedicate Evangelium (Pregar o Evangelho, em latim) e levou quase uma década para ser concluído. Lançada no nono aniversário da posse do Pontífice, em 2013, a nova Constituição substituirá a anterior, emitida em 1988 pelo Papa João Paulo II.

De acordo com o anúncio, “o papa, os bispos e outros ministros ordenados não são os únicos evangelizadores na Igreja”, acrescentando que homens e mulheres leigos “devem ter papéis de governo e responsabilidade” na Cúria.

A seção de princípios do documento diz que “qualquer membro dos fiéis pode chefiar um dicastério (departamento da Cúria) ou organismo” caso o Papa decida que são qualificados e os nomeie. A Constituição vigente, de 1988, afirma que os departamentos, com poucas exceções, deveriam ser chefiados por um cardeal ou bispo e assistidos por um secretário, especialistas e administradores.

A nova regra não faz distinção entre homens e mulheres, e diz apenas que a nomeação de um leigo depende da “competência particular, poder de governo e função” do departamento em questão. No geral, a nova Constituição permite também que os departamentos tenham suas próprias regras internas.

Ao menos dois departamentos, o dedicado aos bispos e o dedicado ao clero, continuarão sendo chefiados por homens, uma vez que mulheres não podem ser padres na Igreja Católica, ressaltam especialistas. Já o departamento para a vida consagrada, responsável pela ordem religiosa, poderá ser dirigido por uma freira no futuro. No momento, a área é comandada por um cardeal.

Em entrevista à Reuters, em 2018, o Papa revelou que havia selecionado uma mulher para chefiar um departamento econômico do Vaticano, mas ela não aceitou o cargo por motivos pessoais. A nova Constituição diz que o papel dos leigos católicos no governo da Cúria é “essencial” por causa de sua familiaridade com a vida familiar e a “realidade social”.

No último ano, o Papa Francisco nomeou uma mulher pela primeira vez para o segundo cargo mais importante no governo da Cidade do Vaticano, tornando a irmã Raffaella Petrini a mulher de mais alto escalão no menor país do mundo.

Também em 2021, o Pontífice nomeou a freira italiana Alessandra Smerilli para o cargo interino de secretária do escritório de desenvolvimento do Vaticano, que lida com questões de justiça e paz. Além disso, o Papa Francisco escolheu Nathalie Becquart, membro francês das Irmãs Missionárias Xaviere, como co-subsecretária do Sínodo dos Bispos, um departamento responsável por preparar grandes reuniões dos bispos mundiais a cada dois anos.

 

O Globo

 

 

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Bento XVI admite erro em depoimento sobre casos de abusos na Alemanha

O ex-papa Bento XVI reconheceu, nesta segunda-feira (24), que estava presente à reunião, em 1980, sobre caso de abuso sexual quando era arcebispo de Munique. Ele disse que, equivocadamente, contou a investigadores alemães que não havia comparecido.
Relatório publicado na semana passada sobre abusos na arquidiocese entre 1945 e 2019 diz que o então cardeal Joseph Ratzinger não agiu contra clérigos em quatro casos de acusações de abuso, quando era arcebispo entre 1977 e 1982.
Em entrevista coletiva quinta-feira (20) em Munique, advogados que investigaram o abuso questionaram afirmação de Bento, em comunicado de 82 páginas, de que não se lembrava de ter comparecido à reunião em 1980 para discutir o caso de padre acusado de abuso. Eles disseram que a afirmação contradiz documentos que têm em mãos.
Em nota hoje, o secretário pessoal do ex-papa, o arcebispo George Ganswein, afirmou que Bento compareceu à reunião, mas que a omissão foi “resultado de descuido na edição do comunicado” e não foi feita “de má fé”.
“Ele [o ex-papa] sente muito por esse erro e pede para ser desculpado”, disse Ganswein.
O secretário afirmou ainda que Bento pretende explicar como o erro aconteceu após examinar o relatório, de quase 2 mil páginas, enviado eletronicamente na última quinta-feira.
O ex-papa, que está com 94 anos e tem enfrentado problemas de saúde, continua vivendo no Vaticano após renunciar ao cargo em 2013.
Agência Brasil
Mundo

Investigação acusa Papa Bento XVI de saber que padres abusavam de crianças

O Papa Bento XVI sabia de padres que abusaram de crianças quando foi arcebispo de Munique de 1977 a 1981, concluiu um relatório investigativo sobre a arquidiocese nesta quinta-feira (20). As informações dos investigadores contradizem as negações de longa data de Bento XVI.

“Ele foi informado sobre os fatos”, disse o advogado Martin Pusch em Munique como parte de um painel que anunciou as conclusões da investigação.

“Acreditamos que ele pode ser acusado de má conduta em quatro casos”, disse Pusch. “Dois desses casos dizem respeito a abusos cometidos durante seu mandato e sancionados pelo Estado. Em ambos os casos, os perpetradores permaneceram ativos na pastoral”, acrescentou.

Bento XVI continua negando as acusações, disseram os advogados do escritório de advocacia Westpfahl Spilker Wastl, nesta quinta-feira, enquanto eram reveladas as conclusões do inquérito sobre abuso sexual histórico na Arquidiocese de Munique ao longo de várias décadas.

As descobertas são um julgamento condenatório sobre o ex-papa, então conhecido como Cardeal Joseph Ratzinger, que surge após anos de especulação sobre o quanto ele sabia.

“Durante seu mandato, ocorreram casos de abuso”, disse Pusch, referindo-se a Bento XVI. “Nesses casos, esses padres continuaram seu trabalho sem sanções. A Igreja não fez nada”, completou.

“Ele alega que não sabia de certos fatos, embora acreditemos que não seja assim, de acordo com o que sabemos”, disse Pusch.

O relatório completo deve ser publicado ainda nesta quinta-feira, após seus autores terem detalhado as principais descobertas.

Em um comunicado, o Vaticano disse que aguardaria essa publicação detalhada do relatório antes de comentar mais. “A Santa Sé considera que deve ser dada a devida atenção ao documento, cujo conteúdo é atualmente desconhecido. Nos próximos dias […] a Santa Sé poderá examiná-lo cuidadosamente e detalhadamente”, disse.

CNN Brasil