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Grupo que diz representar os ianomâmis pede quase R$ 7 bilhões de indenização ao Estado

ianomâmis

 

Urihi Associação, que fez denúncias sobre violações de direitos humanos dos ianomâmis, moveu uma Ação Civil Pública contra a União, por danos ambientais, sociais e morais coletivos causados pelo “garimpo ilegal” no Norte do país. A Urihi cobra quase R$ 7 bilhões em indenização.

No processo de mais de 120 páginas, a associação acusa o Estado de “omissão” diante do “uso ilegal de mercúrio para a extração de minérios em territórios indígenas”. A Urihi afirma ainda que a União é a responsável pela crise dos ianomâmis, por ter o dever de fiscalizar e proteger os territórios indígenas.

“Ao utilizarem o mercúrio, degradaram ambiente essencial à preservação étnica dos povos ianomâmis, além das consequências diretas e variadas do elemento químico na saúde dos indígenas”, diz o documento.

Conforme o processo, a União “não tentou proteger, de maneira eficiente e eficaz, os interesses e até a sobrevivência das comunidades diretamente atingidas pelo garimpo ilegal”.

A associação Urihi também pede maior atenção governamental ao pré-natal das indígenas e ao desenvolvimento das “crianças em situação vulnerável na região”.

O documento ataca o ex-presidente Jair Bolsonaro, que seria um dos responsáveis pela crise, ao extinguir a Secretaria de Mudanças Climáticas e Florestas do Ministério do Meio Ambiente e o Comitê do Fundo Amazônia.

Era petista e ianomâmis

Em 2007, no segundo mandato de Lula, foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Subnutrição de Crianças Indígenas na Câmara dos Deputados, para investigar a morte de crianças indígenas por desnutrição no país.

Na época, veio à tona um relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre os casos de violência contra os povos indígenas no Brasil nos últimos dez anos. Foram 287 assassinatos e 407 suicídios, entre 1995 e 2005.

“Proporcionalmente, o número de assassinatos cresceu no governo Lula”, diziam as manchetes da época. “De 1995 a 2002, o mapeamento aponta 20,65 assassinatos por ano. De 2003 a 2005, o índice subiu para 40,67 assassinatos por ano.”

A ex-presidente Dilma Rousseff chegou a ser declarada inimiga dos índios. Em 2012, em entrevistas, Davi Kopenawa disse: “A Dilma não é amiga do índio. Ela é inimiga. Ela não conhece a nossa floresta, a nossa terra”. E acrescentou: “Ela só conhece o papel, a lei. Mas ela não está enxergando. O pensamento dela é só para destruir o subsolo”.

Desde que assumiu o mandato no Senado, há quatro anos, Plínio Valério (PSDB-AM) tenta instalar uma CPI das ONGs da Amazônia. Diversas entidades teriam recebido verbas para os ianomâmis. A proposta, contudo, não sai do papel, por resistência de políticos de esquerda na região, especialmente do PT.

A lista de questões sobre os ianomâmis é enorme. Vai além das fronteiras brasileiras. As imagens de desnutrição dos ianomâmis, exibidas à exaustão, devem ser investigadas. Lula quis expor o problema crônico ao mundo. Mas por que o PT, afinal, resiste a uma CPI para vasculhar o caminho do dinheiro há duas décadas? A Rede Globo poderia apoiar essa ideia.

Deu na Oeste

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Senador flagrado com dinheiro na cueca assume presidência de comissão ianomâmi

Na época, o parlamentar era vice-líder do governo do então presidente Jair Bolsonaro

 

O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) foi eleito presidente da Comissão Temporária Externa do Senado, na quarta-feira 15, para acompanhar a situação dos ianomâmis. Em 2018, Rodrigues foi eleito senador, mas ficou conhecido nacionalmente depois de ser flagrado com R$ 33 mil na cueca, em outubro de 2020.

O dinheiro foi encontrado quando a Polícia Federal (PF) cumpria um mandado de busca e apreensão na casa do senador. Trata-se de uma investigação que apurava um suposto esquema criminoso de desvio de recursos públicos para o combate à covid-19 em Roraima.

Conforme a PF, o senador estava usando uma bermuda azul e uma camiseta amarela quando os agentes chegaram à sua casa. O relatório dos policiais informou que Rodrigues “insistentemente ocultava valores em suas vestes íntimas”. Parte do dinheiro foi encontrado “no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas”.

Na época, o parlamentar era vice-líder do governo do então presidente Jair Bolsonaro. Contudo, depois da repercussão da investigação, ele pediu afastamento do cargo, retornando em fevereiro de 2021. Segundo Rodrigues, o valor seria usado para pagar funcionários. O inquérito do caso tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal. O ministro Luís Roberto Barroso é o relator.

Deu na Oeste

Polícia

PF deflagra operação contra venda de ouro ilegal em terra indígena Yanomami

Polícia Federal deflagra quarta fase da operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar mais pessoas envolvidas nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro em Brasília

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 14, a Operação Avis Aurea, que pretende investigar uma organização criminosa envolvida com compra de ouro ilícito em Roraima. Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Roraima, São Paulo e Goiás, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal de Roraima. Entre os investigados estão empresários, advogados e um servidor público de Boa Vista, capital do Estado.

Uma das empresas suspeitas de integrar o esquema já esteve envolvida em uma ação da PF que aprendeu 111 kg de ouro em um avião em Goiás. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado R$ 422 milhões em cinco anos. A investigação começou após a apreensão e R$ 4 milhões pela Polícia Rodoviária Federal em Cáceres (Mato Grosso). No inquérito, foi identificado que o montante fazia parte de um esquema maior.

Uma parte da organização estaria sediada em Roraima e receberia valores de outros locais, oriundos de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir ouro provenientes de garimpos ilegais. Os valores eram movimentados por vias terrestres, indo das regiões Sudeste e Centro-Oeste, principalmente, até Boa Vista. O ouro era transportado em aviões, com o grupo contando com o apoio de um funcionário de uma companhia aérea.

Deu na JP News

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Saída de garimpeiros e famílias é espontânea, diz o governo de Roraima

 

O serviço de inteligência do governo de Roraima teve acesso a fotos e vídeos de pessoas saindo espontaneamente de áreas consideradas de garimpo, localizadas na Terra Indígena Yanomami, segundo informou a Secretaria de Comunicação.

Porém, a quantidade de pessoas em barcos e canoas, com lotação acima do nível de segurança, passou a preocupar as autoridades estaduais.

Homens, mulheres e crianças que, tendo conhecimento das operações que deverão ocorrer nos próximos dias, resolveram se antecipar e evitar problemas com a justiça.

O governador do Estado de Roraima, Antonio Denarium, entrou em contato com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa), para informar o que está acontecendo.

Denarium relatou a situação aos ministros e propôs ao governo federal que o auxiliasse no apoio a saída desses trabalhadores que se encontram em área de garimpo e que escolheram a saída espontânea e pacífica.

“Falei no início da tarde deste sábado com os ministros Rui Costa e José Múcio sobre o que conseguimos apurar acerca da situação do garimpo em tempo real e propusemos ao Governo Federal, que avalie uma forma de apoiar o Estado no recebimento e incentivo para esses trabalhadores [homens, mulheres e até crianças] que desejam sair de forma espontânea e pacífica, evitando qualquer tipo de confronto”, frisou o governador.

O governador diz ter sentido nos ministros o desejo de ajudar. “Sei da necessidade de uma avaliação junto aos Comitês e Grupos de Trabalho montados pelo Governo Federal, sob comando do presidente Lula. E estou bastante otimista que iremos encontrar uma saída para essa crise de uma forma que o Brasil e Roraima saiam fortalecidos”, destacou Denarium.


Reunião em Brasília

Na sexta-feira (3), em encontro entre o governador e os ministros Rui Costa e Alexandre Padilha, iniciou-se um alinhamento com a proposta da formação de um grupo de trabalho integrando Governo do Estado, Governo Federal e Municípios e, mesmo ainda não estando formalizado o nome dos integrantes, já se evidencia uma dinâmica de maior proatividade de todos os envolvidos.

Para o governador de Roraima não existe solução para um problema dessa magnitude sem que haja a união de forças pensando em resolver de forma definitiva e não paliativa, os problemas que afligem o Estado. “Roraima é um Estado de gente trabalhadora e que nos últimos quatro anos cresceu e desenvolveu, sempre aparecendo com os melhores índices do país. Juntos com o governo federal, vamos sanar os problemas e dar à nossa gente, indígenas ou não, a qualidade de vida que merecem, respeitando suas cultura e hábitos”.

Ministro anuncia ida a Roraima

O ministro da Defesa, José Múcio, disse ao governador Antonio Denarium que entre terça e quarta-feira da próxima semana (07 ou 08) estará desembarcando em Roraima com uma comitiva para agilizar a solução dessa crise e agradeceu o empenho do Governo do Estado nesse trabalho.

“Falei com o governador Denarium agora pouco, ouvi sua proposta de auxiliar os trabalhadores que estão saindo do garimpo de forma espontânea e informei a ele que iremos avaliar com muito carinho, pois o governo Lula não quer nenhum tipo de confronto, buscaremos o diálogo sempre que como primeira opção”, frisou o ministro da defesa, José Múcio.

Deu no Diário do Poder