Educação

Secretaria de Educação de Natal desconta salário de professores grevistas

 

Num ofício circular direcionado às unidades da rede municipal de ensino, a Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) orienta as unidades da rede municipal de ensino para a reposição dos dias de greve dos professores no mês passado. Com isso, o ano letivo de 2022 será concluído somente em fevereiro de 2023, incluindo aulas aos sábados. Haverá ainda corte de ponto com redução dos salários já na folha do mês de maio de todos os grevistas. Com a reposição, que será concluída ao final do período letivo, a Prefeitura diz que restituirá em março de 2023 aquilo que tiver sido descontado dos salários.

A SME contabiliza 22 dias letivos paralisados, entre 28 de março a 29 de abril, sustentando que a recomposição é necessária para cumprir os 200 dias letivos e as 800 horas de efetivo trabalho pedagógico coerente com o Calendário Escolar. Para tanto, haverá o acréscimo de nove sábados letivos, sendo sete distribuídos de junho a dezembro de 2022, dois sábados e nove dias em janeiro de 2023 e o acréscimo de quatro dias letivos no mês fevereiro. Cada unidade de ensino deve elaborar o cronograma dentro do que foi apresentado pela secretaria de acordo com a participação de cada professor na paralisação.

Mas há um detalhe: a data inicialmente prevista para o término do trabalho pedagógico com os estudantes será mantida para a conclusão do processo de avaliação, que é 18 de janeiro de 2023, pelo professor titular da turma. Após essa data, o trabalho pedagógico de reposição terá continuidade com práticas de aprofundamento das aprendizagens previstas para cada ano de escolaridade.

Serão dois períodos de reposição das aulas. O primeiro compreende 10 dias letivos sem desconto salarial, a menos que os professores e educadores infantis deixem de pagar os dias devidos, sem justificativa que abone a falta. O segundo período, compreendendo 12 dias letivos e será descontado na folha do mês deste mês de maio de todos os que paralisaram suas atividades. A Prefeitura vai descontar esses 12 dias na folha, porque diz que a reposição dessas só vai ocorrer nos meses de janeiro e fevereiro de 2023, sendo facultado ao professor ou educador infantil repor este período de greve.

A Prefeitura entrou na Justiça pedindo a ilegalidade da greve e foi atendida em decisão do dia 8 de abril pelo desembargador Virgílio Macedo, que entendeu que a paralisação poderia trazer prejuízos irreparáveis aos estudantes. Ele autorizou, ainda, o imediato desconto de salários e fixou multa diária no valor de R$ 10 mil ao Sinte, aos seus dirigentes e grevistas, limitado ao teto de R$ 100 mil, em caso de descumprimento. Mas a categoria não cumpriu de imediato com a decisão e preferiu recorrer. A Prefeitura pediu então ao Tribunal de Justiça (TJRN) a ampliação da multa em R$ 10 mil por dia.

Informações da Tribuna do Norte

 

Educação

Professores de Natal mantêm greve e aprovam manifestações de rua contra gestão Álvaro Dias

 

Os professores da rede municipal de Natal decidiram continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão saiu em Assembleia realizada quarta-feira (20), no auditório do SINTE/RN.

A categoria luta pelo reajuste de 33,24% relativos à atualização do Piso Salarial e derrubada do projeto de lei que, segundo o sindicato, pode acabar com a carreira. Além da decisão em manter a paralisação, os professores aprovaram uma série de atividades a partir da próxima segunda, 25 de abril.

Segundo o sindicato, a categoria está indignada com “as mentiras contadas pela gestão municipal sobre os valores dos salários”. Na assembleia que definiu os próximos passos da movimentação, a assessoria jurídica do Sinte/RN esteve presente para esclarecer pontos do aspecto legal da paralisação.

A advogada Sylvia Dutra disse que ainda não conseguiu dialogar com o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Virgílio Macêdo Júnior, que determinou a retomada das aulas, multa ao Sindicato e desconto dos salários dos professores. No entanto, afirmou que a expectativa é que a conversa aconteça na semana que vem.

Após a assembleia, os professores seguiram em passeata para a Prefeitura de Natal e lá se juntaram ao movimento de profissionais da saúde pública da capital, estudantes, militantes dos movimentos que lutam em prol de moradia digna, membros de movimentos sociais e representantes de centrais sindicais. Na ocasião, os manifestantes pautaram a situação da educação, do transporte público, da saúde e da falta de moradia para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Atos programados, de acordo com o Sinte-RN:

Dia 25 – Segunda-feira

8h-12h – Visita às escolas

14h-17h – Acampamento de greve em frente à Câmara Municipal de Natal

Dia 26 – Terça-feira

9h – Ato em frente à Secretaria Municipal de Educação (SME) para denunciar as mentiras contadas pelo município

14h-17h – Acampamento de greve em frente à Câmara Municipal de Natal

Dia 27 – Quarta-feira

Manhã – Ato na Avenida Itapetinga, Zona Norte de Natal (manhã)

Dia 28 – Quinta-feira

8h-17h – Acampamento de greve em frente à Câmara Municipal de Natal

Dia 29 – Sexta-feira

9h – Assembleia de greve, no auditório do SINTE/RN

Educação

Prefeitura de Natal vai à Justiça pedir ilegalidade da greve dos professores

A prefeitura do Natal ingressou com uma petição no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte pela ilegalidade da greve dos professores do município. O processo data da última terça-feira (5) e até a noite de ontem (6) estava sem um veredito do Desembargador Virgílio Macêdo. Os educadores estão em greve desde o dia 26 de março passado.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do (Sinte/RN), informou que não foi notificado ainda sobre a judicialização e que não poderia se pronunciar sobre isso até que haja uma decisão. Os professores reclamam da ausência de informações sobre a implantação do Piso do Magistério relativo ao ano de 2022 na capital; a necessidade do concurso público; e a falta de infraestrutura de algumas unidades de ensino e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal (93,5FM), o secretário adjunto de Educação de Natal, Paulo Barra, disse que não há justificativa para a greve em Natal. Segundo ele, o Município judicializou a greve, mas há a expectativa de reunião entre a Prefeitura do Natal e representantes dos professores com o objetivo de suspender a paralisação.

Segundo ele, Natal já paga mais do que o piso e, neste momento, os educadores que ingressam na rede municipal com nível superior, para carga horária de 40h semanais, recebem salários de R$ 5.154,00. O secretário relembrou que esse mesmo valor só será pago pelo Governo do Estado aos professores da rede estadual no mês de dezembro, caso seja cumprido o acordo feito com a categoria.

“Se é uma política de valorização salarial, não é justo que a população seja penalizada, enquanto que em Natal se ganha melhor e existe uma paralisação da rede, e no estado se ganha pior e não existe essa paralisação”, comparou, destacando que, neste momento, o valor pago aos profissionais da rede estadual é R$ 3.845,00.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, professores seletivos (temporários) não entram em greve já que têm um contrato de trabalho seletivo (CLT), diferente do professor efetivo (concursado) que pode aderir à paralisação. Os estagiários também devem manter o serviço.

A greve deixou 51% dos alunos sem aulas, segundo a Secretaria de Educação. De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Educação (SME), são 28.497 crianças sem aulas e 83 unidades de ensino afetadas devido à paralisação. Desse total, 17 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) funcionam parcialmente, o que afeta 6.596 crianças, ou 43,96% dessa faixa de idade. Das escolas de ensino fundamental, 63 funcionam parcialmente e três estão totalmente paradas, impactando assim o ensino de 21.901 estudantes, ou 54,52% deles.

Sem nenhuma paralisação, estão em funcionamento apenas seis escolas do ensino fundamental (8,33%). Com todas unidades abertas, 57  CMEIs (77,03%) funcionam com 100% dos servidores. Os dados foram coletados até sexta-feira (1°) pelo Departamento de Gestão Escolar.

No mesmo dia em que a Prefeitura judicializava a greve, os professores realizaram uma mobilização na Câmara Municipal que continuou ontem. Isso porque estava prevista a leitura de um novo projeto de lei para reajuste do piso salarial.

Alegando que o projeto foi enviado à Câmara sem qualquer consulta à comunidade escolar, o Sinte rechaçou  alegando que o piso salarial será transformado em teto, ou seja, a remuneração mínima a ser recebida, passaria a ser a máxima.

Além disso, os professores protestam que apenas 1% dos profissionais seriam beneficiados pela atualização anual.

Com informações da Tribuna do Norte