Política

Lula justifica repressão em Cuba : “Essas coisas acontecem no mundo inteiro”

Lula ameniza repressão em Cuba: “Essas coisas acontecem no mundo inteiro”

 

O ex-presidente continua bem longe das ruas no Brasil, mas no exterior continua desfilando e defendendo antigos parceiros. Em uma longa entrevista concedida ao jornal espanhol El País, o ex-presidente Lula relativizou os protestos ocorridos em Cuba contra o governo em Havana. Ao ser questionado sobre a repressão policial às manifestações, o petista disse “que essas coisas acontecem no mundo inteiro” e fez uma comparação com os efeitos do bloqueio norte-americano à ilha durante a pandemia de Covid-19.

As jornalistas Pepa Bueno e Lucía Abellán questionaram Lula sobre qual seria o diagnóstico dele sobre o fato de as eleições na Nicarágua não terem sido reconhecidas pela comunidade internacional. O petista respondeu que era contra a candidatura de Daniel Ortega, assim como já tinha sido contra as tentativas de Evo Morales e Hugo Chávez de conquistarem um novo mandato. A informação é da Gazeta do Povo.

“Posso ser contra, mas não posso interferir nas decisões de um povo. Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder, e Daniel Ortega não? Por que Margaret Thatcher pode ficar 12 anos no poder, e Chávez não? Por que Felipe González pôde ficar 14 anos no poder?”, questionou o petista.

Ao ser confrontado com o fato de que Ortega mandou prender seus opositores, ao contrário de Merkel e do espanhol González, Lula disse que não pode julgar o que aconteceu na Nicarágua. “Eu fui preso no Brasil. Não sei o que essas pessoas fizeram. Só sei que eu não fiz nada”.

Depois da eleição de Ortega, o PT publicou em seu site oficial uma nota na qual parabenizava a recondução do ditador e saudava a grande manifestação “popular e democrática deste país irmão”. Depois de ter recebido uma série de críticas, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, alegou que o texto “não foi submetido à direção partidária – a nota foi então apagada.

“Essas coisas acontecem no mundo inteiro”

Perguntado se a proibição das manifestações em Cuba também seriam também um caso de limitação de direitos na América Latina, o petista relativizou a repressão praticada pelo ditador Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez.

“Essas coisas não acontecem só em Cuba, mas no mundo inteiro. A polícia bate em muita gente, é violenta. É engraçado porque a gente reclama de uma decisão que evitou os protestos em Cuba, mas não reclama que os cubanos estavam preparados para dar a vacina e não tinham seringas, e os americanos não permitiam a entrada de seringas. Eu acho que as pessoas têm o direito de protestar, da mesma forma que no Brasil. Mas precisamos parar de condenar Cuba e condenar um pouco mais o bloqueio dos Estados Unidos”, disse Lula ao El País.

As jornalistas questionaram o petista se não seria possível fazer ambas as coisas, condenar o bloqueio norte-americano e pedir liberdade aos opositores nas ruas, ao mesmo tempo. Lula respondeu com outra pergunta.

“Quem decide a liberdade de Cuba se não o povo cubano? O problema da democracia em Cuba não será resolvido instigando os opositores a criar problemas para o Governo. Será conquistada quando o bloqueio acabar”, afirmou.

 

Deu na Gazeta do Povo

Notícias

Cuba prende adolescente de 15 anos por protestar contra a ditadura comunista

 

 

“Cadê os direito dos Mano ?”, diria quem se diz politicamente correto.

O jovem ativista, líder da Aliança Juvenil Libertária, Reniel Rodríguez (R.R), de 15 anos, foi preso pela ditadura comunista cubana por convocar manifestantes para os protestos contra o governo que ocorreram na ilha na segunda-feira (15).Segundo perfis de diversos ativistas e meios de comunicação locais, ele teria sido levado de sua escola pelo regime no dia seguinte, por volta das 11 da manhã, para um centro de detenção de menores em Matanzas, cidade cubana.

A última atualização no Twitter do jovem é do dia 15, quando ele relata ter sofrido ameaças por telefone de uma pessoa do regime cubano.

No dia da manifestação, o menino tentou ir ao ato, mas foi parado por policiais. O garoto relata em seu Twitter que, logo após ser impedido, recebeu uma ligação de um membro do Partido Comunista Cubano, avisando-o para que ficasse em casa e apagasse postagens referentes ao protesto, que ficou conhecido como 15N.

O jovem de 15 anos fez isso, mas em seguida sua mãe recebeu um telefonema da polícia.

Conhecido no Twitter como @lunáticodebates, R.R fez vários vídeos criticando a doutrinação nas escolas cubanas e o Decreto 35, que limita a liberdade de expressão nas redes sociais.

O nome do adolescente está em uma lista divulgada pelo jornal latino Infobae de 71 manifestantes detidos após as manifestações que ocorreram no início da semana.

A ONG de defesa de direitos humanos Cubalex que tentou há dias confirmar com os familiares de R.R a notícia de sua prisão, mas sem sucesso. Na visão do grupo, o “silêncio” se dá devido ao medo de represálias das autoridades.

Todavia, o movimento do qual o jovem fazia parte, Alianza Juvenil Libertaria (AJL), que se identifica como um grupo de “jovens libertários que lutam pelo sonho de uma Cuba livre”, confirmou via Twitter que o jovem está detido em um centro de detenção juvenil chamado Escuela de Formación Integral, comandado pelo Ministério do Interior cubano.

Lá, o garoto tem direito a uma visita de parentes por semana. Há rumores de que ele teria sido obrigado a raspar a cabeça.

O episódio gerou comoção nas redes sociais dentro e fora de Cuba. Apoiadores do jovem levantaram a hashtag #freelunático e ativistas dos direitos humanos e oposicionistas ao regime cubano prestaram solidariedade.

De acordo com a Cubalex, R.R. foi autuado pelo Decreto-lei 64/1982, que estabelece a “reeducação” de jovens com transtornos de conduta e sociais e que apresentem alguma periculosidade.

Segundo o jornal El Nuevo Herald, as autoridades afirmaram à família que o rapaz ficará detido até dezembro, pelo menos.

Recentemente, a mãe do adolescente concedeu entrevista a um jornal pró-regime cubano. Em um vídeo editado, ela confirmou a detenção do menor, mas disse que estava ciente dos fatos e que o menino foi “bem tratado”.

Para a imprensa de oposição e grupos de direitos humanos, há indícios de que a mãe teria sido obrigada a gravar o vídeo e de que estaria nitidamente assustada.

Deu no R7

 

Polícia

Cuba condena manifestante a 10 anos de prisão ; E se fosse no Brasil ?

Um homem cubano que participou dos protestos de rua, ocorridos em todo o país em julho,  foi condenado a 10 anos de prisão.

Esta foi a punição mais severa imposta a uma pessoa que desafiou o governo comunista naquelas manifestações, disseram ontem sua família e um grupo de direitos humanos.

A sentença contra Roberto Perez Fonseca, de 38 anos, foi proferida por um tribunal de San Jose de las Lajas, uma cidade a 35 quilômetros de Havana. A informação é da Gazeta Brasil.

Três juízes do tribunal determinaram a culpa de Pérez Fonseca com base nas declarações do policial local Jorge Luis García Montero, o único depoimento reconhecido pelos magistrados. Duas testemunhas de defesa foram dispensadas por serem “parciais” e por serem parentes e amigos.

O policial disse que no dia 11 de julho, Pérez Fonseca “incitou o resto da população a formar grupos, a atirar pedras e garrafas” até numa mercearia local .

É realmente estarrecedor que em pleno século 21 isso ainda aconteça . O que acontece em Cuba é a mais tosca e brutal das ditaduras, que ainda insiste em resistir, apesar do fracasso total de uma economia em frangalhos, que hoje não dispõe mais do “primo rico” soviético para bancar sua estrutura sanguinária.

 

Economia

Finalmente Cuba se rende ao Capitalismo e autoriza a entrada de 32 empresas privadas

Foto: Divulgação

A sucateada Cuba, cada vez mais em crise, chega ao fundo do poço com a falta de alimentos e produtos neste período pós pandemia. O sistema socialista de ilha nunca esteve tão fragilizado desde o golpe que Fidel Castro deu para  tomar o poder. Em grave crise econômica, Cuba emitiu a primeira autorização para o funcionamento de empresas privadas desde o golpe Comunista, em 1959.

A permissão acontece apenas 10 dias depois da aprovação da lei que permite a autorização para a abertura de negócios de pequeno e médio porte.

O governo do presidente Miguel Díaz-Canel deu consentimento a abertura de 35 empresas, sendo 32 delas de caráter privado e três estatais.

Desse total, 13 se concentram no setor de produção de alimentos, um dos mais atingidos pela asfixia econômica da ilha. Há escassez crônica de itens da cesta básica e os supermercados das principais cidades estão com as prateleiras vazias.

Finalmente a ficha está caindo na ilha de Fidel, mostrando um sistema econômico falido e ultrapassado, onde apenas os “amigos do sistema” tem um vida decente. E a absoluta maioria da população vive sufocada pela miséria, sem o mínimo de condições, onde um simples papel higiênico é considerado artigo de luxo, privilégio de poucos.