Notícias

Com commodities em queda, produtores no Brasil já projetam prejuízo

 

Produtores brasileiros no agro vivem um paradoxo em 2023. Enquanto o Brasil começa a colher uma “supersafra”, com recordes de produção e clima favorável, produtos como milho, soja e carnes chegarão aos mercados globais valendo muito menos do que em anos anteriores.

Após as altas recorde em 2021 e 2022, a leitura é que o momento de bonança chegou ao fim para as commodities da agropecuária. Na bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja e do milho acumulam queda de mais de 20% em relação a maio de 2022.

A queda nos preços é causada, sobretudo, por uma oferta que cresce mais do que a demanda, resume Francisco Queiroz, da Consultoria Agro do Itaú BBA.

“Se olharmos os números da próxima safra, a produção de soja tende a ser recorde globalmente, crescendo 11%. Mas o consumo só crescerá 6%, no melhor cenário”, diz. “Começamos a vislumbrar um ciclo menos benéfico.”

Nos últimos dois anos, a pandemia da Covid, a guerra na Ucrânia e eventos climáticos desfavoráveis levaram ao que se chama na teoria econômica de choque de oferta. A demanda por alimentos seguia alta no mundo, mas a oferta no campo não acompanhava o mesmo ritmo, resultando na alta de preços.

Agora, acontece o contrário: animados pelas boas margens dos últimos anos, produtores investiram alto e, com isso, a produção tem batido recordes no Brasil e no mundo.

Além disso, para os próximos ciclos, o clima no Brasil deve ser favorável, sem grandes transtornos ao plantio. Há também boas projeções de safra para outros grandes produtores de grãos, como Estados Unidos e Argentina — que se recupera de uma seca que devastou a produção neste ano.

Um problema adicional, para os produtores, é que plantar a atual safra custou caro.

No ano passado, a guerra na Ucrânia fez disparar os custos de fertilizantes, boa parte deles produzidos na Rússia, e outros insumos. Na pecuária, por sua vez, a alta do milho no mercado internacional também teve como consequência gastos elevados para alimentar os rebanhos.

Para completar, os custos em dólar foram mais altos, enquanto a produção atual será vendida com o câmbio estabilizado em R$ 5 ou menos.

“A safra que estamos colhendo agora foi plantada lá atrás com custos de produção altos e dólar mais caro”, diz Tirso Meirelles, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). “O prejuízo da safra atual vai ser muito grande.”

Pelo lado da demanda, o cenário poderia ser ainda pior. Projetava-se que as altas de juros e a maior inflação em quatro décadas nos países desenvolvidos poderiam frear de vez o consumo a partir deste ano.

Como parte dos preços em mercados internacionais é feito puramente de expectativas, esse risco foi o que contribuiu para baixar os preços de commodities em todas as frentes, do agro ao petróleo e minérios.

Fonte: Metrópoles

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Ditadura de Cuba sofre crise de combustíveis e cancela festa do Dia do Trabalho pela 1ª vez em 64 anos

Há três semanas, Cuba sofre uma crise no abastecimento de combustíveis que afeta aulas, serviços de transporte de passageiros, distribuição de alimentos, coleta de lixo e até uma das principais comemorações do país, o Dia Internacional do Trabalhador, festejado no próximo dia 1º de maio

 

Há três semanas, Cuba sofre uma crise no abastecimento de combustíveis que afeta aulas, serviços de transporte de passageiros, distribuição de alimentos, coleta de lixo e até uma das principais comemorações do país, o Dia Internacional do Trabalhador, festejado no próximo dia 1º de maio.

Essa celebração vai deixar de acontecer pela primeira vez, por motivos econômicos, desde 1959, quando a ditadura tomou o poder. A crise de abastecimento de combustível também forçou o cancelamento das aulas em ao menos cinco universidades do país nesta semana.

Em 2020 e 2021, a celebração foi cancelada por causa da pandemia de covid-19. A festa de 1º de Maio ocorre normalmente na Praça da Revolução, mas fontes sindicais informaram ontem que não será possível celebrar a data em 2023 devido à falta de combustível.

Há duas semanas, o governo tentou explicar a paralisação do país por conta da falta de combustível. O ditador Miguel Díaz-Canel disse que a situação se devia ao “não cumprimento” dos países fornecedores, que também estão passando por uma “situação energética complexa”.

Em vez disso, serão realizados eventos menores em “comunidades, centros de trabalho e estudantis durante vários dias e desfiles nos municípios do país”. O evento principal vai acontecer na emblemática esplanada Malecón, em Havana, para onde serão convocados os moradores do centro da capital que puderem ir a pé.

“A situação dos combustíveis determina a modificação anunciada”, disse Ulises Guilarte, secretário-geral da CTC (Central de Trabalhadores de Cuba), o único sindicato cubano, de acordo com a imprensa oficial.

Segundo Guilarte, serão realizados atos “para denunciar os obstáculos aos programas de desenvolvimento devido ao férreo bloqueio [embargo] econômico” dos EUA a Cuba.

Na semana passada, o governo cubano disse que os problemas de abastecimento de combustível durariam pelo menos até maio e, portanto, daria prioridade aos serviços vitais de transporte.

Deu no R7

Notícias

Pedidos de falência e recuperação judicial disparam no governo Lula

Fachada da fábrica de Chocolate Pan, em São Caetano

 

número de empresas que pediram falência ou solicitaram à Justiça proteção para renegociar dívidas disparou nos primeiros três meses do governo Lula (PT). Foram registrados 255 pedidos de falência ante 177 no mesmo período de 2022, um aumento de 44%. Já o número de recuperação judicial saltou de 210 para 289, alta de 37,6%.

Os dados são do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. A onda afeta empresas de todos os portes, mas as micro e pequenas respondem pela maior parte desses pedidos, com 181 solicitações no primeiro trimestre. Em seguida, aparecem as médias empresas, que tiveram 73 solicitaçõe, e as grande, com 35.

“Com o agravamento da inadimplência das empresas, que cresce desde setembro de 2021, era inevitável que elas chegassem neste patamar de pedidos de recuperação judicial. Ainda que a curva de crescimento do atraso nos compromissos financeiros das companhias desacelere, é possível que a insolvência das empresas continue crescendo”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Entre os setores, os negócios de serviço foram os que mais puxaram as recuperações judiciais, seguidos pela indústria, comércio e primário.

Os juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017), o crédito mais caro, além da inflação pressionada e consumo fraco, estão entre os principais motivos. O endurecimento dos bancos com prazos e taxas pode ainda aumentar esse número.

Deu no R7

Notícias

Gkay desativa rede social após resgate de comentários “racistas” ou “gordofóbicos”

Gkay: entenda de onde vem a fortuna da humorista

 

A influenciadora digital Gkay desativou a conta no Twitter após internautas resgatarem publicações antigas polêmicas do perfil.

Entre os posts, datados de 2011, estão comentários que foram considerados pelos internautas como racistas ou gordofóbicos, segundo os internautas.

 

 

Gkay enfrenta uma crise nas redes sociais desde o início da semana .

No programa “Domingão com Huck”, da TV Globo, o humorista Fábio Porchat fez uma piada ao mencionar a entrevista dada pela influenciadora ao programa de Tatá Werneck.

Na ocasião, Porchat afirmou citando o apresentador Jô Soares, que morreu em agosto deste ano: “O que ele faria com a Gkay, né, Tatá? Na frente dele? Foi por isso que ele preferiu nos deixar às vezes…”.

A influenciadora foi para as redes sociais se lamentar e levou, em seguida, uma repercussão ainda maior com um vídeo resposta de Porchat

Economia

Mercado já sofre com Lula e fala de petista gera impacto negativo de R$ 156 bilhões no Ibovespa

 

O Ibovespa, índice que reúne as maiores empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, perdeu R$ 156,269 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira (10), depois que um discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva criticando políticas de controle fiscal fez as ações desabarem.
O cálculo foi feito pela consultoria TradeMap e considera a variação no valor de mercado de cada uma das companhias que integram o índice. Em dois dias de quedas seguidas, as perdas totais do Ibovespa chegaram a R$ 247,8 bilhões.

O principal índice da bolsa brasileira registrou baixa de 3,35%, aos 109.775,46 pontos, na maior queda diária desde setembro de 2021.

A queda acentuada ocorreu desde a abertura do mercado, às 10h, mas foi intensificada após discursos de Lula pela manhã. O petista questionou a concentração do debate econômico em torno de temas como a estabilidade fiscal e afirmou que há gastos do governo que precisam ser observados como investimento.

“Por que as pessoas são levadas a sofrerem por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos? É preciso fazer superávits? É preciso fazer tetos de gasto? Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país?”, questionou Lula.

As perdas do dia foram lideradas pela B3, que viu uma perda de R$ 11,4 bilhões em seu valor de mercado, de R$ 90,0 bilhões para R$ 78,6 bilhões.

Foi seguida pela Eletrobras (-R$ 7,9 bilhões), a Ambev (-R$ 7,7 bilhões) e o banco BTG (-R$ 7,4 bilhões).

Em sexto lugar entre as maiores quedas, a Petrobras perdeu R$ 7,1 bilhões em seu valor total, que foi de R$ 374,4 bilhões para R$ 367,3 bilhões.
Informações da CNN

Política

Lula despenca até na pesquisa Datafolha e PT entra em desespero

 

Lula está caindo até nas pesquisas em que a esquerda ”misteriosamente” sempre vence. Pesquisa nacional Datafolha sobre a disputa presidencial mostrou redução na vantagem de Lula sobre Bolsonaro, que chegou a ser de 21% em maio, para 15% atualmente. De acordo com o instituto, Lula agora tem 47%. O presidente Jair Bolsonaro apareceu com 32%.

Diante da situação, o PT começa a sentir o presidente Jair Bolsonaro mostrando, cada vez mais, que nem as pesquisas, erradas muitas vezes, conseguem sustentar uma situação contrária ao que o povo tem mostrado nas ruas. Será que vão demitir mais um marqueteiro?

Em terceiro, Ciro Gomes aparece com 7%, seguido de brancos e nulos com 6%. Simone Tebet aparece com 2%, empatada com os indecisos. Os demais candidatos somados atingem 1%.

O Datafolha ouviu 5.744 eleitores de 281 municípios entre 16  18 de agosto. A margem de erro é de 2% para mais ou menos e os resultados foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-09404/2022. As informações são do Diário do Poder.

Deu no Terra Brasil Notícias

Economia

BOA NOTÍCIA: Auxílio Brasil de R$ 600 reais deve ser pago já no próximo mês

Boa notícia: Auxílio Brasil de R$ 600 já deve começar a ser pago próximo mês

 

 

O ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, disse que o governo federal irá garantir as condições para executar o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 “o mais rápido possível”.

O cronograma elaborado pela gestão federal é para que a primeira parcela seja efetuava já em agosto, como prevê o texto da PEC dos Benefícios, aprovada nesta quarta-feira (13) pela Câmara dos Deputados.

A expectativa é de que a promulgação da medida pelo Congresso Nacional seja realizada nesta sexta-feira (15), antes do início do recesso parlamentar. “Com a aprovação da PEC pelo Congresso Nacional, o Ministério da Cidadania garantirá as condições para executar o pagamento do Auxílio Brasil o mais rápido possível”, afirmou.

O ministro defendeu que a medida foi aprovada graças a uma “parceria com o Congresso Nacional” com o objetivo de “atender as famílias que mais precisam neste momento de crise mundial dos combustíveis e do impacto econômico da pandemia.”

“Medidas como o aumento do valor mínimo do Auxílio Brasil para R$ 600 e a duplicação do valor do Auxílio Gás mostram o foco do presidente Jair Bolsonaro em apoiar a população nesta situação de emergência”, ressaltou.

Desde a semana passada, o governo federal iniciou processo de troca dos cartões para recebimento do Auxílio Brasil. A ideia é que a mudança seja feita para cerca de 6,6 milhões de famílias. Em julho, a expectativa é emitir 3,2 milhões de cartões do benefício.

Ponto para o Governo Bolsonaro, que conseguiu viabilizar um aumento real de R$ 200 reais no Auxílio Brasil, num momento difícil que passa toda a economia mundial, principalmente devido a Guerra da Ucrânia e ao aumento do preço internacional do petróleo.

Economia

Crise na Argentina já é comparável ao desastre econômico da Venezuela

 

Já faz tempo que Argentina e crise soam como sinônimos — entra governo, sai governo e o vizinho do sul não consegue se livrar da urucubaca política e econômica que o arrasta para o abismo. A pandemia pegou o país com uma dívida impagável, os preços subindo sem controle e a pobreza enchendo as calçadas de pedintes. Ao longo dos meses de estagnação e medidas impopulares, Alberto Fernández, o burocrata que o peronismo instalou na Casa Rosada, rompeu de vez com sua criadora e vice, Cristina Kirchner.

Resultado: uma sequência de resultados negativos. Em março, o índice de inflação foi de 6,7%, o segundo mais alto do mundo, atrás apenas da Rússia em guerra (7,6%). Em abril, foram os juros que fizeram os argentinos chorar: o Banco Central os elevou pela quarta vez e a taxa anual chegou a 47%, um recorde planetário.

As perspectivas são desanimadoras. A inflação anual bateu em 55,1% e o mercado calcula que, ao fim deste 16º ano consecutivo de taxa na casa dos dois dígitos, ela dispare para 65%, o maior índice desde 1991. Quem tem de tocar a vida nesse ritmo reclama do supermercado, da farmácia e da padaria, onde é necessário muito jogo de cintura para driblar os acréscimos constantes, e mais ainda do colégio e do plano de saúde, de onde partem aumentos fulminantes — e incontornáveis — três ou quatro vezes por ano.

No acumulado do primeiro trimestre, só os gastos com educação subiram 27,9%. “Esses saltos arrebentam o orçamento da família de classe média”, diz Marina Dal Poggetto, diretora da consultoria EcoG.

O Instituto para o Desenvolvimento Social da Argentina (Idesa) calcula que, dos 46 milhões de argentinos, 40% se situam na classe média, mas só metade dessa parcela está na chamada “classe média acomodada”, com salários acima do equivalente a 15 000 reais por mês e poupança em dólar.

Os demais se acumulam na “classe média frágil”, que depende da soma dos ganhos de vários membros da família e, se um perde o emprego, o grupo todo pode cair na pobreza. Com o futuro em risco, a qualidade de vida desmorona. “A classe média argentina vive pior do que a do Brasil, do Chile e do Uruguai”, afirma o economista Jorge Colina, presidente do Idesa.

Antes acessíveis, bens como automóveis viram objeto de desejo distante. Segundo a Associação de Concessionárias, o zero-quilômetro mais barato — em abril era o Fiat Mobi, a 2 260 500 pesos (95 000 reais) na versão básica — está 75% mais caro do que há um ano. Diante dessa realidade, carro zero, roupas novas e lazer saíram da lista de compras de gente que, nos bons tempos, não abria mão disso.

Imerso no seu dramático tango político-financeiro, o país está perto de tomar o lugar da Venezuela de pior performance na América Latina. Nos domínios de Nicolás Maduro, a inflação no primeiro trimestre não passou de 11% e a projeção para o ano elaborada pelo Credit Suisse baixou de 150% para 70%, graças a uma política monetária mais realista, a acenos positivos para a promoção de negócios e à expectativa de aumentar as exportações de petróleo.

Já na Argentina, o governo de Fernández patina em um círculo vicioso: em choque aberto com Kirchner, que pisa na tecla popular de resistência a arrochos, e enfraquecida pela derrota nas urnas nas eleições legislativas do ano passado, a Casa Rosada abriu a torneira do gasto público, com aumentos de subsídios e planos sociais, o que aprofundou os desequilíbrios. Os vizinhos que se cuidem — no país natal do papa, as bruxas estão soltas e não dão sinal de se recolher tão cedo.

Deu na Veja

Notícias

Intenção de consumo das famílias se mantém estável em outubro

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A intenção de consumo das famílias manteve-se estável na passagem de setembro para outubro deste ano, segundo pesquisa divulgada hoje (20) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com o resultado, o indicador interrompeu uma sequência de quatro altas mensais.

Em relação a outubro do ano passado, no entanto, foi registrada uma alta de 6,6%, a quarta taxa positiva neste tipo de comparação.
Na passagem de setembro para outubro deste ano, apenas dois dos sete componentes do indicador tiveram alta: as avaliações sobre emprego atual (1,7%) e sobre perspectiva profissional (1,3%). A análise sobre renda atual manteve-se estável nos dois meses.
Por outro lado, quatro componentes tiveram queda de setembro para outubro: acesso ao crédito (-0,7%), nível de consumo atual (-0,4%), perspectiva de consumo (-1,8%) e momento para a compra de bens duráveis (-1%).
Já na comparação com outubro do ano passado, tiveram crescimento os componentes de emprego atual (6,4%), perspectiva profissional (6,9%), renda atual (4,3%), nível de consumo atual (12,1%) e perspectiva de consumo (19,6%). Dois componentes tiveram queda: momento para duráveis (-0,9%) e acesso ao crédito (-1%).
Política

Esquerda batendo em esquerda: Após derrota humilhante, vice-presidente Cristina Kitchner publica carta atacando presidente Alberto Fernândez

Foto: Divulgação

A relação entre os peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner está abalada. Nesta quinta-feira, 16, a vice-presidente publicou uma carta aberta à nação com duras críticas ao presidente do país e seu aliado. “Quando tomei a decisão, e faço na primeira pessoa do singular porque foi assim mesmo, de propor Alberto Fernández como candidato a presidente de todos os argentinos, fiz com a convicção de que era o melhor para o meu país”, escreveu Cristina. “Peço apenas ao presidente que honre essa decisão, mas acima de tudo levando também as suas palavras e convicções.”

No documento, a peronista ressalta ter sido contra as diretrizes econômicas delineadas pelo governo. “Apontei que acreditava que estava sendo feita uma política de ajuste fiscal errada”, salientou. “Sempre falei ao presidente sobre o que constituía uma situação social delicada para mim”, disse. “E que resultava, entre outras coisas, em atrasos salariais, descontrole de preços — especialmente em alimentos e remédios — e de falta de trabalho”, lembrou Cristina, ao mencionar que teve 18 encontros com Fernández, em Olivos, na residência oficial do Poder Executivo, para adverti-lo.

Ao comentar as primárias no país, subiu o tom: “Os rumos da economia teriam consequências eleitorais. Cansei de dizer tudo isso ao presidente da Nação.” A peronista sugere ainda que não acredita em pesquisas eleitorais. “A resposta do governo sempre foi que ‘não era bem assim’, que eu estava errada e que, pelas pesquisas, íamos ganhar as eleições. Não leio pesquisas. Leio política e economia.” Na sequência, Cristina sinaliza que quer a demissão do chefe de gabinete de Fernández, Santiago Cafiero, e de outros ministros. “Tivemos uma derrota sem precedentes”, concluiu Cristina, na carta.

Com mais de 98% dos votos contabilizados, a coalizão de direita Juntos por el Cambio obteve 40,2% dos votos nas primárias legislativas para deputados na Argentina. A aliança peronista Frente de Todos obteve 31,3%. Na eleição para o Senado, que ocorre apenas em algumas regiões do país, a diferença foi maior: 40,47% para os conservadores, contra 27,79% dos governistas.

Os resultados saíram no domingo 12, quando 34 milhões de pessoas foram às urnas nas primárias legislativas, responsáveis por definirem os candidatos que, em 14 de novembro, disputarão vagas no Congresso Nacional. Na cidade de Buenos Aires, a direita teve mais de 47,9% dos votos, com a liderança de Maria Eugênia Vidal. Os peronistas somaram 24,8%, com Leandro Santoro.

A oposição também ficou na dianteira em outras importantes províncias como Córdoba, Santa Fé e Mendoza. O pleito era tido como termômetro da popularidade de Fernández. Desde a derrota, Cristina Kirchner permaneceu calada.