Economia

Risco fiscal assusta investidores, e Bolsa brasileira opera em baixa, na contramão do exterior

Queda na Bolsa chegou a 0,73% nesta terça-feira (3)

 

Na contramão do exterior, o Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa brasileira, recuava 0,71% às 11h10 desta terça-feira (3), depois de despencar quase 3% na última segunda-feira — primeiro dia útil do ano.

A razão para o pessimismo do mercado é que investidores continuam ressabiados com as sinalizações do novo governo brasileiro, cujas declarações mostram risco para cumprir o teto de gastos.

O principal índice da Bolsa brasileira abriu o dia em 106.276 pontos e chegou a 105.755 pontos pouco mais de uma hora depois da abertura.

No exterior, o índice Nikkei, o principal da Bolsa de Tóquio, fechou estável, enquanto Xangai, na China, registrou alta de 0,88%. Já na Europa, houve alta de 1,39% na Bolsa de Londres, 0,78% na Bolsa de Paris e 1,06% na Bolsa de Frankfurt.

Estados Unidos

Para os Estados Unidos, a expectativa é positiva. Os principais índices de Wall Street devem abrir em alta no primeiro dia de negociação do ano, com uma série de dados econômicos disponíveis nesta semana, bem como as atas da reunião do FED (Federal Reserve, que é o Banco Central americano), que fornecerão mais pistas sobre o caminho de futuras altas nas taxas de juros.

Os principais índices de ações dos EUA encerraram 2022 com as perdas anuais mais acentuadas desde 2008, no contexto do ritmo mais rápido da alta de juros do FED desde a década de 1980.

O índice de referência S&P 500 caiu 19,4% em 2022, o que marcou um declínio de aproximadamente 8 trilhões de dólares no valor de mercado, enquanto o Nasdaq, forte no setor de tecnologia, caiu 33,1%, arrastado pelas ações de crescimento.

A maioria das ações de tecnologia, sensível a taxas e outras ações de crescimento, como Alphabet Inc., Meta Platforms Inc. e Amazon.com Inc., subiu entre 0,8% e 0,9% nas negociações de pré-mercado na terça-feira, em meio a um declínio nos rendimentos do Tesouro dos EUA.

“A boa notícia é que podemos pôr o ano no espelho retrovisor. A má notícia é que 2023 pode ser uma jornada atribulada, pelo menos nos primeiros meses”, disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da B. Riley Financial.

Dólar

O dólar, por sua vez, perdeu fôlego depois de mais cedo ter chegado a superar os R$ 5,40, mas ainda mostrava volatilidade e alternava altas e baixas, conforme investidores digeriam falas do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio a preocupações com a saúde das contas públicas.

Às 11h10 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,29%, a R$ 5,37 na venda. Instantes após a abertura, a divisa americana chegou a saltar 0,93%, para R$ 5,40, mas logo desacelerou.

Deu no Portal R7.

Notícias

Após polêmica, touro da B3 é removido após determinação da Prefeitura de SP

A escultura do “Touro de Ouro”, que ocupou a frente do prédio da bolsa de valores B3 desde o último dia 16, foi removida na noite desta terça-feira (23) no Centro de São Paulo.

A retirada foi feita após determinação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão ligado à Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) de São Paulo.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o touro dourado embalado em sacos de plástico sendo levantado por um guindaste de um caminhão.

Além da ordem de remoção, os integrantes da CPPU também decidiram que a escultura não tem licença para estar no local, e que possui caráter publicitário. Por isso, a B3 receberá multa por infringir os artigos 39 e 40 da Lei Cidade Limpa, que dizem respeito às infrações e penalidades.

De acordo com a legislação, em caso de infração, os responsáveis estão sujeitos à multa de R$ 10 mil por anúncio irregular com até 4m², e acréscimo de R$ 1 mil por m² que ultrapasse essa área. O valor final da multa será definido pela Subprefeitura da Sé.

CNN procurou a B3 para se manifestar sobre a decisão da Prefeitura e da retirada da estátua, mas não houve retorno até o momento.

A polêmica do touro

Inaugurado no último dia 16 de novembro, a versão brasileira do “Touro de Ouro” foi inspirado na estátua “Charging Bull”, que está em Wall Street, rua de Nova York que concentra as principais bolsas de valores dos Estados Unidos.

O símbolo do touro se refere a um termo utilizado para tratar da situação na qual o mercado de ações está em alta – o chamado “bull market”.

A B3 informou que a estátua é uma parceria com o economista Pablo Spyer e o artista plástico Rafael Brancatelli.

A instalação do touro no centro paulista gerou protestos de movimentos sociais. No dia 17 de novembro, manifestantes realizaram uma manifestação contra a fome colando cartazes na estátua, que também teve a lateral pichada com tinta preta.