Economia

Importação de criptoativos soma US$ 6 bilhões em 2021 e bate recorde, revela Banco Central

A importação dos chamados criptoativos disparou nos últimos anos, e bateu recorde histórico no ano passado, ao somar US$ 6 bilhões, segundo dados do Banco Central — em 2020, a compra desses bens do exterior somou US$ 3,31 bilhões.

Os criptoativos são bens virtuais, protegidos por criptografia, com registros exclusivamente digitais — ou seja, não são ativos físicos. As operações podem ser feitas entre pessoas físicas ou empresas, sem a necessidade de passar por uma instituição financeira.

Entre os criptoativos, estão, por exemplo, as criptomoedas, como o Bitcoin. A categoria também envolve outros produtos, como tokens (contratos que representam a custódia de algum ativo) e stabelcoins (moedas vinculadas a outros ativos, como o dólar por exemplo), entre outros.

De acordo com o BC, a importação dos criptoativos é caracterizada pela mudança de propriedade de um não residente (vendedor) para um residente (comprador).

“Não há registros aduaneiros para criptomoedas, não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança comercial do balanço de pagamentos, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, informou o BC.

A compra desses ativos virtuais no exterior, segundo a instituição, contribuiu para o rombo das contas externas, que somou US$ 28,1 bilhões em todo o ano de 2021 — aumento de 14,8% na comparação com o ano anterior.

Segundo estudo divulgado no fim do ano passado, as criptomoedas estão ganhando a confiança dos brasileiros e têm potencial para crescer ainda mais em 2022.

Atualmente, um quinto da população (22%) utiliza criptomoedas ativamente por meio de investimentos próprios ou por transações comerciais.

No início desta semana, o Bitcoin iniciou uma recuperação, após chegar ao menor valor em seis meses.

A forte oscilação da moeda virtual se deu em meio a receios de um conflito entre a Ucrânia e a Rússia, que tem impactado fortemente as ações em todo o mundo, ao mesmo tempo que reforçam o dólar e o petróleo.

Real digital

Em 2021, o Banco Central anunciou as diretrizes para o real digital, garantido pela autoridade monetária, e estimou ter condições para sua implementação em até três anos. A cotação do real digital frente a outras moedas poderá ser diferente do real tradicional.

A instituição explicou que o real digital difere dos criptoativos porque estes últimos não têm características fundamentais para serem considerados moeda – meio de troca, reserva de valor e unidade de conta – e não são emitidos por autoridades monetárias (bancos centrais).

Segundo o BC, o real digital terá foco em novas tecnologias, como a chamada “internet das coisas” – evolução tecnológica que conectará mais objetos à internet – e os contratos inteligentes (que garantem a segurança da execução do acordo, usando, para isso, a tecnologia blockchain).

g1

Economia

População poderá consultar e solicitar valores esquecidos em bancos

O Banco Central informou que está disponível a partir desta segunda-feira (24) o serviço chamado de “Valores a Receber”, sistema que permite que cidadãos e empresas consultem se têm algum dinheiro “esquecido” a receber em bancos e demais entidades do sistema financeiro.

A consulta pode ser feita na página “Minha Vida Financeira”, dentro do site do BC, apenas usando o CPF ou CNPJ da empresa. Segundo o BC, as informações disponibilizadas no novo serviço são de responsabilidade das próprias instituições, mas o órgão estima que há cerca de R$ 8 bilhões de recursos nesta condição.

Na época do anúncio do sistema, em junho de 2021, a autarquia disse que é comum que as pessoas não saibam ou não se lembrem da existência dos saldos.

“Em algumas situações, os saldos a receber podem ser de pequeno valor, mas pertencem aos cidadãos, que agora possuem uma forma simples e ágil para receber esses valores”, afirmou o BC nesta segunda-feira, em nota.

As pessoas físicas e jurídicas que têm valores a receber poderão solicitar o resgate via Pix no Registrato, sistema do BC em que a população pode consultar informações financeiras como empréstimos em seu nome, dívidas com órgãos públicos, entre outras.

Para essa opção, é necessário, contudo, que os bancos ou instituições financeiras tenham aderido a um termo específico junto ao BC.

A outra alternativa é informar os dados de contato no Registrato e, em seguida, a instituição financeira deve informar o meio de pagamento ou transferência.

Segundo o órgão, a partir da terça-feira (25), as instituições autorizadas que tenham valores a devolver receberão documento com os dados dos usuários que já solicitaram a devolução com indicação de chave Pix, e terão 10 dias úteis para fazer a transferência.

“No caso das instituições que não aderiram ao Termo de Adesão, a devolução deverá ser feita na forma acordada entre as partes após o contato do usuário pelos canais da instituição informados no sistema”, disse o BC.

Duas fases

A consulta e devolução de valores estão divididas em duas fases. Na primeira etapa, já disponível, são cerca de R$ 3,9 bilhões de valores a serem devolvidos, como recursos de conta corrente ou poupança encerradas com saldo disponível, além de tarifas, parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente (com devolução prevista em Termo de Compromisso do banco com o BC).

Também estão incluídos nessa fase cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito, assim como recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.

O BC prevê que a segunda fase deve ser iniciada ainda no primeiro semestre de 2022.

Nessa etapa, estarão disponíveis recursos de: tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, previstas ou não em Termo de Compromisso com o BC; contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível; contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários encerradas com saldo disponível; entre outros.

Economia

Selic no fim de 2022 permanece em 11,75% ao ano, prevê Focus

Apesar do avanço na estimativa para inflação, os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de 11,75% para taxa Selic no fim de 2022 no Relatório de Mercado Focus. Há um mês, era de 11,50%. Considerando apenas as 80 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano também continuou em 11,75%.

Após subir a Selic em 1,50 ponto percentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou, no comunicado de dezembro, mais um aumento da mesma magnitude em fevereiro, o que levaria a taxa a 10,75%.
O colegiado ainda garantiu que irá perseverar na estratégia de aperto monetário “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, preocupado com o aumento das projeções de inflação e o risco de descolamento da inflação em prazos mais longos.
No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, o cenário para a taxa básica de juros da economia foi mantido para os anos seguintes. A estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8,00%, ante igual taxa há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Da mesma forma, a previsão para o fim de 2025 continuou em 7,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.
Estadão Conteúdo
Economia

PIX SAQUE E PIX TROCO: Novas modalidades regulamentadas pelo BC estarão disponíveis a partir de segunda-feira (29)

 

O Banco Central (BC) alterou o regulamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, para incluir as modalidades de saque e de troco. A resolução foi publicada na sexta-feira (26) no Diário Oficial da União.

 

As modalidades estarão disponíveis a partir da próxima segunda-feira (29). Segundo o BC, a oferta dos dois novos produtos aos usuários da ferramenta é opcional, cabendo a decisão final aos estabelecimentos comerciais, às empresas proprietárias de redes de autoatendimento e às instituições financeiras.

 

Pix Saque

 

O Pix Saque permitirá que os clientes de qualquer instituição participante do sistema realizem saque em um dos pontos que ofertar o serviço.

 

Estabelecimentos comerciais, redes de caixas eletrônicos compartilhados e participantes do Pix, por meio de seus serviços de autoatendimento próprios, poderão ofertar o serviço. Para ter acesso aos recursos em espécie, o cliente fará um Pix para o agente de saque, em dinâmica similar à de um Pix normal, a partir da leitura de um QR Code ou a partir do aplicativo do prestador do serviço.

 

Pix Troco

 

No Pix Troco, a dinâmica é praticamente idêntica. A diferença é que o saque de recursos em espécie pode ser feito durante o pagamento de uma compra ao estabelecimento. Nesse caso, o Pix é feito pelo valor total, ou seja, da compra mais o saque. No extrato do cliente aparecerá o valor correspondente ao saque e à compra.

 

Limite

 

O limite máximo das transações do Pix Saque e do Pix Troco será de R$ 500,00 durante o dia, e de R$ 100,00 no período noturno (das 20h às 6h). De acordo com o BC, haverá, no entanto, liberdade para que os ofertantes dos novos produtos do Pix trabalhem com limites inferiores a esses valores caso considerem mais adequado aos seus fins.

 

Tarifas

 

De acordo com o BC, não haverá cobrança de tarifas para clientes pessoas naturais (pessoas físicas e microempreendedores individuais) por parte da instituição detentora da conta de depósitos ou da conta de pagamento pré-paga para a realização do Pix Saque ou do Pix Troco para até oito transações mensais. A partir da nona transação realizada, as instituições financeiras ou de pagamentos detentoras da conta do usuário pagador podem cobrar uma tarifa pela transação.

 

Segundo o BC, o valor da tarifa cobrada é de livre estabelecimento pela instituição e deve ser informado ao usuário pagador antes da etapa de confirmação da transação. “Os usuários nunca poderão ser cobrados diretamente pelos agentes de saque”, destacou o BC.

 

O BC explica ainda que os quatro saques tradicionais gratuitos realizados pelo usuário fora do âmbito do Pix Saque e Pix Troco podem ser descontados da franquia de gratuidades (oito por mês). Ou seja, se o usuário realizar um saque da sua conta, sem ser por meio do Pix Saque ou Pix Troco, esse saque poderá ser contabilizado e sua franquia de gratuidades poderá ser reduzida de oito para sete, a critério da instituição.

 

Para o comércio que disponibilizar o serviço, as operações do Pix Saque e do Pix Troco representarão o recebimento de uma tarifa que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender da negociação com a sua instituição de relacionamento.

 

“A oferta do serviço diminuirá os custos dos estabelecimentos com gestão de numerário, como aqueles relacionados à segurança e aos depósitos, além de possibilitar que os estabelecimentos ganhem mais visibilidade para seus produtos e serviços (‘efeito vitrine’)”, diz o BC.

 

Agência Brasil

Notícias

Banco Central limita opção para uso do Pix no horário noturno

 

O Banco Central limitou as opções que o usuário possui ao definir o período noturno para o uso do Pix. Além do horário padrão, de 20h às 6h, haverá apenas mais uma outra faixa, de 22h às 6h.

 

A nova regra consta na Instrução Normativa 185, publicada nesta sexta-feira (19). “A pedido do usuário final, o período noturno poderá compreender o período entre 22 horas e 6 horas”, diz a nova norma.

 

A diferenciação entre o período diurno e noturno para uso do Pix ocorreu no bojo das mudanças para conferir mais segurança aos meios de pagamentos eletrônicos. As alterações foram anunciadas no fim de agosto, em meio ao crescimento de golpes e fraudes com o Pix.

 

Desde o dia 4 de outubro, o limite para pagamentos digitais entre pessoas físicas à noite, entre 20h e 6h, é de R$ 1 mil. Mas o cliente podia, até então, alterar o início da faixa noturna, que poderia ser iniciado de 20h a 23h59.

 

Esse período, contudo, representava um grande leque de opções, que permitia que cada cliente fizesse uma escolha totalmente diferente, complicando a operacionalização.

 

O BC também já previa que o cliente pudesse alterar o limite de R$ 1 mil. Mas, caso a requisição seja para ampliar o valor transacionado, as instituições têm prazo mínimo de 24h e máximo de 48h para efetivá-la, de modo a limitar ações de criminosos em sequestros relâmpagos, por exemplo.

 

Na última terça-feira, 16, dia em que o Pix fez um ano, entrou em vigor o Mecanismo Especial de Devolução, que agiliza o ressarcimento de valores ao usuário vítima de golpe ou falhas operacionais das instituições financeiras.

 

CNN Brasil

Notícias

Pix deverá ser ampliado para operações internacionais e sem internet, anuncia presidente do Banco Central

 

Para os próximos anos, o Pix, ferramenta de transferência instantânea de recursos, poderá ser usado em operações sem acesso à internet e em transações internacionais, anunciou hoje (16) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. As novidades ainda não têm data para entrarem em vigor.

 

Campos Neto fez o anúncio em evento especial do BC para celebrar o aniversário de um ano da nova ferramenta. Segundo ele, o Pix ainda não atingiu todo o potencial. “O uso do QR Code [Código QR, versão avançada do código de barras fotografada pelo celular] ainda depende de melhor assimilação da tecnologia pelos usuários”, explicou.

 

Apesar de algumas novidades do Pix dependerem de desenvolvimentos tecnológicos, o presidente do BC considerou revolucionária a evolução do sistema instantâneo de pagamentos, que funciona 24 horas por dia e permite a transferência de recursos entre contas de instituições financeiras diferentes. “A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo”, destacou Campos Neto.

 

Até outubro deste ano, cerca de 7 bilhões de transações foram executadas por meio do sistema, movimentando R$ 4 trilhões. O recorde diário de transações ocorreu no último dia 5 de novembro, com 50.045.289 operações.

 

O Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários (105,24 milhões de pessoas físicas e 7,41 milhões de pessoas jurídicas), também até outubro deste ano. Ao todo, 62,4% da população acima de 18 anos usou a ferramenta para enviar ou receber dinheiro. No período, havia 762 instituições financeiras cadastradas para operar o Pix e 87 em fase de adesão. Entre essas instituições, estão bancos, financeiras, instituições de pagamento, cooperativas de crédito e fintechs (startups financeiras).

 

Em 12 meses de funcionamento, o Pix ultrapassou, em número de transações, meios de pagamento tradicionais. A ferramenta superou a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC) em janeiro deste ano. Em março, foi a vez de o Pix tomar o lugar dos boletos bancários na preferência por meios de pagamento.

 

Pix Saque e Pix Troco

 

Até o fim do ano, o Pix ganhará novas funcionalidades. Hoje, entrou em vigor um mecanismo de segurança que agiliza a devolução de recursos a usuários vítimas de fraude ou de problemas operacionais entre as instituições participantes.

 

No próximo dia 29, passam a funcionar o Pix Saque e o Pix Troco. O primeiro permite que o usuário transfira recursos para uma conta Pix em pontos que ofertarem o serviço e sacar dinheiro em espécie. O segundo permite que o cliente transfira, para a conta de estabelecimentos comerciais, quantias maiores que o valor da compra e saque a diferença em forma de troco.

 

Ainda neste trimestre, o iniciador de pagamentos, hoje existente para compras com cartão de crédito e débito, deverá ser estendido ao Pix. Por meio dessa ferramenta, o cliente recebe um link com o valor da transação, bastando confirmar os dados e autorizar o pagamento, sem precisar entrar no aplicativo do banco. No caso do Pix, bastará o usuário digitar a senha da conta corrente.

 

Agência Brasil

Notícias

Selic: 86% dos analistas apostam em alta de, pelo menos, 1,5 ponto, diz pesquisa

A ampla maioria dos economistas e analistas do mercado financeiro acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve seguir pelo caminho mais agressivo e fazer um aumento de, pelo menos, 1,5 ponto na Selic, a taxa básica de juros do país, para 7,75%, nesta quarta-feira (27).

É o que indica pesquisa com 264 casas feita pela corretora BCG Liquidez na terça-feira, pouco depois da divulgação da prévia da inflação de outubro, que mostrou mais um recorde para o mês e ampliou a alta em 12 meses para os 10,3%.

Se o aumento se confirmar, será a maior elevação já feita pelo BC nos juros de uma única vez em 18 anos – desde 2003 até o início de 2021, todos os aumentos feitos na Selic tinham sido apenas de 0,25, 0,5 ou 0,75 ponto.

Desde a reunião retrasada, em julho, o Copom já vinha elevando a Selic com ajustes de 1 ponto, magnitude que também não era aplicada desde 2003, ano em que a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez dólar e inflação dispararem em poucos meses.

De março até aqui, a Selic subiu de 2%, o menor valor de sua história, para 6,25%, na escalada mais rápida também desde 2003.

De acordo com o levantamento da BCG, 191 dos 264 entrevistados (72%) apostam na alta de 1,5 ponto nesta quarta-feira. Outros 37 analistas acham que a alta pode ser ainda maior: de 1,75 ponto (3%), 2 pontos (10%) e 2,5 pontos (0,4%).

Apenas 37 deles, ou 14% do total, ainda acham que o aumento será de 1,25 ou 1 ponto.

Auxílio Brasil maior e ‘puxadinho’ no teto

Até poucas semanas atrás, havia pouca discordância de que o BC faria um novo ajuste de 1 ponto, o que vinha sendo sinalizado pelo próprio Copom em seus comunicados. O consenso, porém, mudou rápido nos últimos dias, levando as apostas para ajustes mais altos.

Por trás da mudança, está o imbróglio criado pelo governo na semana passada ao anunciar um Auxílio Brasil maior do que o que vinha sendo dito e a intenção de uma mudança completa na metodologia do teto de gastos, o que deve ampliar o espaço para despesas no eleitoral e fazer com que a dívida do país volte a crescer. As propostas ainda dependem de aprovação no Congresso.

As notícias fizeram a bolsa de valores ter uma das piores semanas do ano e jogou o dólar de volta para perto dos R$ 5,60, conforme a confiança dos investidores no compromisso do governo com a responsabilidade nos gastos virava pó.

A reviravolta no cenário também levou a uma onda de revisões nas projeções dos economistas para os principais indicadores econômicos em 2022: o dólar mais alto deve piorar a inflação no ano que vem, o que deve forçar o BC a subir ainda mais os juros, o que deve ter impacto no crescimento econômico e reduzir o PIB.

Boa parte dos economistas já falam agora na Selic passando dos 10% até o começo de 2022 – e, para alguns, ela pode até ultrapassar a barreira dos 11%.

Economia

Brasil: Banco Central prevê alta de 4,7% no PIB deste ano, e 2,1% de alta para 2022

Edifício-sede do Banco Central                           Foto: Divulgação

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (30), pela primeira vez, sua previsão para a economia do ano que vem. A autoridade monetária vê alta de 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 e, para este ano, de 4,7% ante a previsão anterior de 4,6%, divulgada em junho.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC diz que indicadores econômicos recentes sugerem continuidade da evolução positiva da atividade doméstica, que contempla recuperação robusta do crescimento da economia ao longo do segundo semestre.

Diz ainda que a continuidade do arrefecimento da pandemia e os níveis de confiança maiores que os vigentes há três meses favorecem a recuperação da atividade e do mercado de trabalho.

Em horizonte mais amplo, a normalização da cadeia de insumos industriais, mesmo que apenas gradual, também deve ter efeitos positivos sobre o crescimento, ressalta, assim como preços internacionais de commodities ainda elevados, o que é positivo para o agronegócio e para a indústria extrativa, diz.

Apesar desses pontos positivos, o BC destaca alguns fatores que podem restringir o ritmo de recuperação no segundo semestre deste ano e durante 2022.

“No curto prazo, choques de oferta afetam negativamente atividade e consumo. Adicionalmente, o ciclo de aperto monetário, cujos efeitos devem ser sentidos principalmente em 2022, tende a diminuir o ritmo de fechamento do hiato”, diz.

Na visão do mercado, refletida no Boletim Focus, que reúne a estimativa de mais de 100 instituições, a economia deve crescer 1,53% no ano que vem ante 2% previstos há quatro semanas.

Já as perspectivas para 2021 permaneceram em 5,04% ante 5,22% de um mês atrás.

O BC levou sua projeção para o crédito às famílias à alta de 12,6% em 2021 e de 8,5% em 2022. Para o ano, a expectativa anterior apontava alta de 13,5%.

A autoridade também piorou sua estimativa para o desempenho das transações correntes neste ano a um déficit de US$ 21 bilhões, ante superávit de US$ 3 bilhões projetado em junho. Para 2022, vê um déficit de US$ 14 bilhões.

A mudança, segundo o BC, reflete principalmente a expectativa de menor saldo da balança comercial por conta do aumento das importações. O BC vê um superávit para as trocas comerciais de US$ 43 bilhões neste ano, bem abaixo dos US$ 70 bilhões calculados anteriormente.

Quanto aos Investimentos Diretos no País (IDP), o BC ajustou sua estimativa para US$ 55 bilhões em 2021, sobre US$ 60 bilhões, patamar que deve subir para US$ 60 bilhões de dólares em 2022. Nas contas do BC, a balança comercial no ano que vem terá superávit maior, de US$ 60 bilhões.

Informações da CNN Brasil

Economia

“Faz o Pix” ganhará mudanças; saiba quais são as novas regras:

 

Confira tudo o que mudou no Pix e como isso afetará o seu bolso:

1 – Limite de R$ 1.000 para operações financeiras de pessoas físicas entre 20h e 6h A medida afeta principalmente o Pix, porém, não apenas esse meio de pagamento. De acordo com o Banco Central, transferências entre o mesmo banco, cartões de débito e TEDs também estão sujeitos à nova regra. Vale para pessoas físicas e MEI (microempreendedor individual).

2 – Prazo mínimo de 24h e máximo de 48h para pedidos de aumento do limite Caso o usuário deseje fazer uma transferência acima dos R$ 1.000, será preciso fazer um pedido via canal digital. O objetivo é reduzir situações de risco, e vale para Pix, TED, DOC, transferências entre bancos, boleto e cartão de débito.

3 – Possibilidade de limites de valores diferentes para Pix feitos entre os períodos da manhã e da noite Haverá a possibilidade de deixar uma teto menor para a noite.

4 – Cadastro de contas que poderão receber Pix acima do teto Contas especificadas previamente poderão receber Pix com valores superiores aos R$ 1.000 determinados como limite para o horário das 20h às 6h.

5 – Prazo mínimo de 24h para cadastro prévio de contas em canais digitais O objetivo é evitar o cadastramento imediato em uma situação de risco como assalto ou sequestro.

6 – Bloqueios de transações por 30 minutos durante o dia ou 1 hora durante à noite Os usuários do Pix poderão ter operações retidas para análise de risco. Os clientes serão informados sobre a retenção.

7 – Controle de contas suspeitas Torna obrigatório o mecanismo que já existe mas hoje é opcional de marcação de contas suspeitas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT). Serão registradas contas nas quais existam indícios de utilização em fraudes no Pix.

8 – Consultas para prevenir fraudes Permite consultas ao DICT para alimentar os sistemas de prevenção às fraudes, de forma a coibir crimes envolvendo a mesma conta em outros meios de pagamento e com outros serviços bancários.

9 – Contas de laranjas Exige que os participantes do Pix adotem controles adicionais em relação a transações envolvendo contas marcadas no DICT, inclusive para fins de eventual recusa a seu processamento, combatendo assim a utilização de contas de aluguel ou laranjas.

10 – Compartilhamento de informações Determina que empresas de pagamentos eletrônicos compartilhem com autoridades de segurança pública as informações sobre transações suspeitas de envolvimento com atividades criminosas.

11 – Mais controle de fraudes Exige das instituições reguladas (como bancos) controles adicionais sobre fraudes, com reporte para o Comitê de Auditoria e para o Conselho de Administração ou, na sua ausência, à Diretoria Executiva, bem como manter à disposição do Banco Central tais informações.

12 – HIstórico de comportamento e crédito Exige histórico comportamental e de crédito para que empresas possam antecipar recebíveis de cartões com pagamento no mesmo dia, reduzindo a ocorrência de fraudes.

Pix Saque e Pix Troco

O Banco Central anunciou em 2 de setembro dois novos produtos do Pix. Ambos serão implementados em 29 de novembro e, tal como as mudanças anteriores, terão limitação de valor: R$ 500 durante o dia e R$ 100 entre 20h e 6h. O Pix Saque funcionará de forma semelhante a um saque bancário tradicional. O cliente precisará fazer um Pix para o agente de saque (qualquer comércio ou caixa eletrônico que ofereça o serviço), a partir da leitura de um QR Code.

Dessa forma, a pessoa terá acesso ao dinheiro em notas. Estabelecimentos comerciais e caixas eletrônicos poderão oferecer o saque. O Pix Troco será parecido. A única diferença é que o dinheiro vivo pode ser sacado durante o pagamento de uma compra no estabelecimento.

O Pix, então, seria no valor composto pela compra em si mais o valor a ser sacado. No extrato, as duas quantias serão discriminadas. De acordo com o Banco Central, os dois novos produtos terão oferta opcional. A decisão será dos estabelecimentos comerciais, empresas e instituições bancárias que possuam caixas eletrônicos.

 

Fonte: Uol