Educação, Saúde

Desvendando o Alzheimer

O estudo, publicado na revista Molecular Psychiatry, do grupo Nature, estimulou possíveis caminhos para o tratamento da patologia em estágios iniciais

 

Embora não se saiba qual a causa específica da doença  de Alzheimer, a ciência pode revelar novos caminhos para aprofundar o entendimento acerca desse transtorno neurodegenerativo. Foi o que pesquisadores da UFRN descobriram em um estudo que desvendou características do gene BIN1, segundo fator de risco mais importante para a doença. A pesquisa, publicada na revistaMolecular Psychiatry, do grupo Nature, explorou interações desse componente com o corpo humano e, como resultado, estimulou possíveis caminhos para o tratamento da patologia em estágios iniciais.

Coordenado pelo professor Marcos Costa, com a participação de Claudio Queiroz e Ana Raquel Farias, todos do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), o estudo teve a colaboração de pesquisadores do Institut Pasteur de Lille, na França, e da Universidade de Boston. O trabalho tem como foco destacar a função do gene BIN1 na regulação da atividade elétrica e, indiretamente, na expressão de genes neuronais.

A pesquisa revela que BIN1 tem um papel importante no cérebro, regulando o funcionamento de neurônios excitatórios humanos que apresentam um aumento da excitabilidade na doença de Alzheimer. Além disso, BIN1 atua indiretamente na expressão de genes associados às sinapses, regiões responsáveis pela comunicação entre neurônios ou de um neurônio para outras células.

Segundo Marcos Costa, a expressão do BIN1 está reduzida nos neurônios excitatórios de pacientes com Alzheimer, o que pode contribuir para as alterações funcionais no cérebro de pessoas afetadas. A partir dessa conjectura, é possível entender melhor como um dos principais fatores de risco genético do Alzheimer pode influenciar para o início e progressão da doença.

Trabalho é coordenado pelo pesquisador Marcos Costa – Foto: Paiva Rebouças – Arquivo ICe/UFRN

 

Para entender esse processo, os cientistas utilizaram células-tronco de pluripotência induzida humanas (iPSC, do termo em inglês), células essas capazes de gerar todos os demais tipos celulares do corpo humano. Com as iPSCs, os pesquisadores geraram “mini-cérebros”,expressando níveis normais e reduzidos de BIN1. Assim, chegaram à revelação de que a menor expressão desse gene estava associada a alterações da atividade elétrica e da conexão sináptica entre neurônios excitatórios – alterações similares às encontradas em pacientes com a doença de Alzheimer.

Os pesquisadores utilizaram os neurônios gerados a partir das iPSCs humanas para estudar quais mecanismos moleculares poderiam ser responsáveis por essas alterações e identificaram que o BIN1 se ligava a um canal de cálcio específico, regulando sua função em neurônios. A partir disso, esse canal foi bloqueado farmacologicamente, revertendo as alterações e revelando um novo processo patológico na doença de Alzheimer.

“Os resultados indicam que ao menos parte das alterações neuronais associadas com níveis reduzidos de BIN1 em neurônios pode ser revertida com o uso de bloqueadores de canais de cálcio. Muitas destas substâncias já são comumente utilizadas para o tratamento de hipertensão arterial e poderiam, portanto, ser uma alternativa interessante para o tratamento de estágios iniciais da doença de Alzheimer”, explica Marcos Costa.

O cientista afirma, ainda, que ensaios clínicos mais amplos são necessários para confirmar essa hipótese, mas a pesquisa dá um passo a mais rumo à descobertas aprofundadas sobre uma das doenças neurodegenerativas mais comuns no mundo. “Dados obtidos em um grupo de indivíduos na China já demonstraram que pessoas tratadas com bloqueadores do canal de cálcio têm uma probabilidade reduzida de desenvolver a doença de Alzheimer”, reforça.

O estudo, que é uma colaboração entre a UFRN, a França e os Estados Unidos, foi publicado com acesso aberto.

Informações da AGECOM/UFRN

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Saúde cerebral: Práticas recomendadas para prevenir o Alzheimer

 

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora não exista uma cura definitiva, pesquisas sugerem que certos hábitos de vida podem ajudar a prevenir ou retardar o seu desenvolvimento. Aqui estão algumas das melhores práticas recomendadas por especialistas:

  1. Estimulação Mental: Jogos de estratégia, puzzles e palavras cruzadas mantêm o cérebro ativo e podem reduzir o risco de Alzheimer.
  2. Exercício Físico Regular: A prática de atividades físicas pode diminuir até 50% as chances de desenvolver Alzheimer. Recomenda-se 30 minutos de exercício por dia, 3 a 5 vezes por semana.
  3. Dieta Mediterrânea: Uma alimentação rica em vegetais, peixes e frutas nutre o cérebro e pode impedir problemas graves como o Alzheimer.
  4. Sono Adequado: Dormir pelo menos 8 horas por noite ajuda a regular o funcionamento do cérebro e a prevenir demências.
  5. Controle da Pressão Arterial: Manter a pressão arterial controlada é crucial para a saúde do cérebro.
  6. Manutenção de um Peso Saudável: Um peso corporal saudável está associado a um menor risco de desenvolver Alzheimer.
  7. Gerenciamento do Estresse: Técnicas de relaxamento e gerenciamento do estresse podem contribuir para a saúde cerebral.
  8. Não Fumar: Evitar o tabagismo é importante para prevenir o Alzheimer, pois o fumo pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

A Importância da Prevenção

A prevenção do Alzheimer começa com a adoção de um estilo de vida saudável. As dicas acima são medidas preventivas que, além de potencialmente reduzirem o risco de Alzheimer, também promovem uma vida mais saudável e ativa. É importante lembrar que, embora essas práticas possam ajudar, elas não garantem a prevenção da doença, especialmente em casos com forte predisposição genética.

Adotar essas práticas no dia a dia pode não apenas melhorar a qualidade de vida, mas também fortalecer a saúde do cérebro. A prevenção é sempre o melhor caminho, e cuidar da saúde cerebral é fundamental para um envelhecimento saudável.

Deu no R7

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Fevereiro Roxo: entenda o que é Alzheimer, lúpus e fibromialgia

 

O mês de fevereiro é marcado pela iniciativa do “Fevereiro Roxo”, que busca conscientizar sobre três condições crônicas de saúde: Alzheimer, lúpus e fibromialgia. A campanha procura não apenas aumentar a conscientização sobre essas doenças, mas também promover a compreensão, a empatia e o apoio para aqueles que enfrentam esses desafios diariamente.

A seguir, entenda um pouco sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia.

O que é o Alzheimer?

Ligado à perda de lembranças e ao esquecimento de entes queridos e de si, o Alzheimer é a doença mais conhecida. Os sintomas são progressivos e passam por fases, indo desde perda de memória, desorientação, indecisão e depressão, passando por alteração na personalidade, na fala, alucinações, repetições, má coordenação, incontinência sanitária, inanição e alienação, chegando até o mutismo, perda de movimentos, infecções e morte.

Embora não tenha cura, o cuidado é mais eficaz em casos diagnosticados precocemente, proporcionando mais qualidade de vida ao portador. O tratamento é variado, de acordo com os sintomas presentes em cada caso, e buscam retardar a evolução da doença.

Prevenindo o Alzheimer

A prevenção do Alzheimer inclui dieta equilibrada e saudável, atividade física regular e fuga de tóxicos, bem como prevenir problemas cardiovasculares, diabetes, colesterol e hipertensão. Na maturidade, manter o cérebro ativo por meio de leituras, passatempos e jogos de lógica também ajuda.

“Ao envelhecer, o ser humano tem maior probabilidade de desenvolver demências. Estimativas apontam que até 2050 a população mundial com Alzheimer deve triplicar, indo a aproximadamente 150 milhões de indivíduos”, conta Dr. Alessandro Sousa, neurologista do Hospital São Luiz Campinas.

Só no Brasil de hoje, cerca de 4,2 milhões de cidadãos têm demência ou declínio cognitivo leve, de acordo com a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer). “Para não ser parte dessas estatísticas é importante ficar atento e evitar alguns fatores que, de acordo com estudos, podem aumentar o risco de degeneração mental. São eles: baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão arterial, obesidade, diabetes, alcoolismo, traumatismo cranioencefálico, sedentarismo, depressão, tabagismo, isolamento e poluição”, alerta o médico.

Para o especialista, os desafios em controlar o Alzheimer devem seguir progredindo, já que dados da ABRAz apontam que pelo menos um milhão de idosos brasileiros têm a doença sem diagnóstico.”A avaliação médica com neurologista ou geriatra é primordial […]”, acrescenta.

O que é o lúpus?

O lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico) é uma enfermidade autoimune, que faz o sistema de defesa do próprio corpo atacar tecidos saudáveis. Possui características inflamatórias e destrutivas em órgãos como pele, rins e cérebro e, se não tratado, tem potencial mortal.

O diagnóstico é complexo, por se apresentar clinicamente de maneira muito heterogênea. Exames de sangue, urina e de imagem juntamente com a avaliação de um reumatologista são fundamentais. Mesmo sem cura concreta, a probabilidade de melhora é alta no tratamento com proteção solar, corticoides e imunossupressores, que reduzem manifestações graves e buscam proporcionar uma rotina normal ao paciente.

Prevenindo o lúpus

Para prevenção do lúpus, hábitos saudáveis e proteção solar são essenciais. Estudos dizem que os gatilhos podem vir de fatores como hormônios, hereditariedade e variáveis externas. Em termos de predisposição, a doença pode ocorrer em qualquer pessoa, com maior incidência em mulheres de 15 a 40 anos.

Garantindo a qualidade de vida

Para a Dra. Ana Paula Del Rio, reumatologista do São Luiz Campinas, no lúpus “há uma disfunção do sistema imunológico que leva à produção de anticorpos contra órgãos, com períodos de exacerbação e remissão”.

Por isso, é importante consultar um reumatologista assim que houver suspeita. “O tratamento tem avançado nos últimos 10 anos com a aprovação de novas medicações imunossupressoras e imunobiológicas, reduzindo novas manifestações e melhorando a qualidade de vida”, destaca a médica.

O que é a fibromialgia?

Menos conhecida das três doenças, a fibromialgia classifica-se como uma síndrome miofascial. “É uma dor crônica generalizada associada à fadiga, insônia, ansiedade e depressão, e mais comum em mulheres de 30 a 50 anos. A causa da doença ainda não está bem estabelecida, mas estudos indicam uma ativação das vias de transmissão do estímulo doloroso a nível cerebral”, explica a Dra. Ana Paula Del Rio.

Tipos de tratamento

Os cuidados para a fibromialgia incluem fisioterapia, atividade física, analgésicos, acupuntura e infiltrações dos pontos dolorosos. Para evitar crises, é necessário um estilo de vida saudável e o seguimento com fisioterapeuta e educador físico, para elaboração de plano de ergonomia, além de identificar os gatilhos e mitigar os fatores de risco.

Como identificar a fibromialgia

Como não há exames confirmatórios, o diagnóstico é realizado no consultório. “A avaliação é importante para descartar outras doenças que cursam com dor crônica generalizada. Essa síndrome é combatida com abordagem múltipla — fisioterapia, atividade física, alongamento e fortalecimento com psicoterapia, analgesia e medicamentos específicos […]”, complementa a Dra. Ana Paula Del Rio.

Deu na Jovem Pan

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Alzheimer: primeiro exame de sangue que detecta a doença chega ao Brasil

 

Chega ao Brasil nesta semana o exame americano PrecivityAD2, que a partir de uma amostra de sangue simples, ajuda a identificar a doença de Alzheimer em estágios precoces.

A iniciativa de colocar o teste no mercado brasileiro é do Grupo Fleury. O procedimento vai custar R$ 3,6 mil e, por ora, não há cobertura dos convênios.

A disponibilidade de um exame de sangue para diagnóstico da doença é importante para tornar esse processo mais acessível. Ele é quase três vezes mais barato que o PET amiloide (um exame de imagem), que custa cerca de R$ 9 mil e é considerado o padrão-ouro para a identificação do quadro.

Ao mesmo tempo, é menos invasivo do que o teste de líquor (esse custa ao redor de R$ 3.500,00), que depende de punção na lombar, ou seja, uma agulha é usada para coletar o líquido da medula espinhal.

Fonte: Exame.

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Consumo de bebidas alcoólicas pode acelerar desenvolvimento de Alzheimer, revela pesquisa

 

Um estudo em animais realizado pela Wake Forest University School of Medicine, nos Estados Unidos, constatou que, mesmo em quantidades moderadas, a ingestão de bebidas alcoólicas pode acelerar o processo de atrofia cerebral relacionado ao desenvolvimento da doença de Alzheimer. A pesquisa foi publicada no periódico Neurobiology of Disease.

Os cientistas identificaram que o álcool provoca a perda de células cerebrais e aumento do número de placas amiloides, que são o acúmulo de proteínas tóxicas para os neurônios e as ligações que eles precisam ter para manter o processo cognitivo.

Para a análise, os pesquisadores utilizaram modelos de camundongos da patologia relacionada à doença de Alzheimer, com uma abordagem de consumo crônico por dez semanas. Assim, os animais tiveram a opção de consumir água ou álcool, reproduzindo o comportamento de escolha humano.

A partir daí, eles puderam observar como o consumo moderado e voluntário de álcool alterava a função e o comportamento saudável do cérebro e se havia modificações associadas aos estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Em relação às placas amiloides, o grupo de cientistas concluiu que o álcool aumentava o número de placas menores, potencialmente preparando o terreno para um futuro crescimento da proliferação de placas.

Além disso, eles também constataram que a abstinência aguda de álcool aumentou os níveis de beta-amilóide, que é um componente-chave das placas amilóides que se acumulam na doença de Alzheimer.

Ainda entre as descobertas, os pesquisadores puderam observar que o consumo moderado de bebidas alcoólicas provocava alterações em comportamentos relacionados à ansiedade e demência, assim como um aumento na quantidade de açúcar no sangue e nos marcadores de resistência à insulina, o que aumenta o risco não apenas para a doença de Alzheimer, mas também para outras doenças, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Deu no Portal da 98

Saúde

Remédio para diabetes pode reduzir risco de Alzheimer, aponta estudo

 

O medicamento pioglitazona, vendido com o nome de Actos, é indicado para pessoas diabéticas controlarem os níveis de açúcar do sangue. Porém, segundo um estudo publicado na revista Neurology, ele também pode ser capaz de retardar o declínio mental de pessoas com Alzheimer.

Durante a pesquisa, a saúde de 91.218 indivíduos foi acompanhada por uma década. Diversos indicadores de saúde de pessoas que tomavam o medicamento foram comparados com os de pessoas que não tomavam.

O principal autor do trabalho, Eosu Kim, da Universidade Yonsei (Coreia do Sul), destaca que a demência se desenvolve por anos antes de ser identificada. “A administração do remédio poderia ser uma oportunidade para intervirmos antes que a doença avance”, diz.

Menor risco

Os pesquisadores relatam que o risco de desenvolver Alzheimer caiu em 22% e 37% entre as pessoas que usaram a medicação por, respectivamente, dois e quatro anos. Vale lembrar que, atualmente, apenas pessoas com diabetes podem adquirir o remédio.

“Estudos anteriores de pessoas com demência ou em risco de desenvolvê-la, mas que não tinham diabetes, não obtiveram proteção e nem desaceleraram a demência. Portanto, é provável que um fator crítico que afeta a eficácia seja a presença de diabetes. Mais pesquisas são necessárias para confirmar essas descobertas”, reconhece Kim.

A pioglitazona possui efeitos colaterais como inchaço, perda óssea, ganho de peso e insuficiência cardíaca. A equipe de pesquisa ressalta a necessidade de novos estudos se concentrarem na segurança a longo prazo do medicamento, assim como na dose ideal dele.

Saúde

Exame pode acusar Alzheimer 10 anos antes e ajudar na prevenção

 

Um novo exame tem chamado a atenção de profissionais de saúde porque poderá ajudar a prevenir o Alzheimer 10 anos antes e melhorar a qualidade de vida de milhares de pacientes, que têm predisposição para a doença.

O estudo foi realizado por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, utilizando amostras de sangue do paciente.

Toda a pesquisa foi publicada na revista Brain e mostra como biomarcadores no sangue indicam a ocorrência de alterações patológicas precoces em uma forma hereditária da doença.

Os pesquisadores perceberam que os pacientes já apresentam mudanças na proteína glial fibrilar ácida (GFAP) aproximadamente 10 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas de Alzheimer.

“Elas foram seguidas por concentrações aumentadas de P-tau181 (proteína tau) e, posteriormente, NfL (proteína leve de neurofilamento), que, já sabemos, estão diretamente associadas à extensão do dano neuronal no cérebro de Alzheimer”, detalha Caroline Graff, uma das autoras do estudo e professora do Departamento de Neurobiologia, Ciências e Sociedade do Cuidado do instituto sueco.

Como é hoje

Segundo a Alzheimer’s Disease International(ADI), 35,6 milhões de pessoas têm o diagnostico do distúrbio. Só que hoje, essa identificação ocorre apenas após os primeiros sintomas, quando a doença já está em um estágio mais avançado.

Com a chegada do novo exame, será possível descobrir precocemente esse processo neurodegenerativo e, consequentemente, iniciar o tratamento, evitando uma série de efeitos colaterais.

Os testes

A pesquisa avaliou um grupo com 164 amostras de plasma sanguíneo de 33 pessoas com uma mutação que aumenta a vulnerabilidade ao Alzheimer e 42 parentes sem a predisposição patogênica herdada.

Os dados foram coletados entre 1994 e 2018, e a análise indicou “mudanças claras” de várias concentrações de proteínas sanguíneas nos portadores da mutação uma década antes do surgimento dos sintomas.

Avaliando os resultados do grupo de voluntário, os pesquisadores atestaram que os resultados são promissores para o desenvolvimento de novas abordagens contra a doença.

“No futuro, os resultados do estudo poderão ser usados como um biomarcador não invasivo para a ativação precoce de células imunes, como astrócitos no sistema nervoso central, o que poderá ser valioso para o desenvolvimento de novos medicamentos e para o diagnóstico de doenças cognitivas”, avalia Charlotte Johansson, integrante do grupo de pesquisadores.

Deu no Só notícia Boa

Saúde

Agência dos EUA aprova novo remédio para tratamento do Alzheimer

Agência dos EUA aprova novo remédio para tratamento do Alzheimer

 

A FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou nesta sexta-feira (6) um novo remédio para o tratamento da doença de Alzheimer, o lecanemab. O distúrbio neurodegenerativo afeta mais de 55 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

“Esta opção de tratamento é a terapia mais recente para atingir e afetar o processo subjacente da doença de Alzheimer, em vez de tratar apenas os sintomas da doença”, disse o diretor do Escritório de Neurociência do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, Billy Dunn.

Embora recebido com entusiasmo pela comunidade científica, um artigo publicado também nesta sexta-feira (6) pela revista Nature aconselha que outras pesquisas sejam realizadas para determinar a eficácia e segurança do lecanemab.

A eficácia do Leqembi, nome comercial do medicamento, foi avaliada em um estudo com 2 grupos distintos, com 1.795 participantes na fase inicial da doença, em método duplo-cego, no qual 897 receberam placebo –substâncias sem nenhum efeito– e o restante, o remédio verdadeiro. Isso significa que tanto médicos, como pacientes não sabiam quem recebeu o tratamento de fato.

Os resultados indicaram que o grupo medicado teve redução significativa de 27% dos declínios cognitivos causados pela doença, um percentual considerado significativo pelos laboratórios desenvolvedores.

A análise do medicamento pela FDA foi feita por “via de aprovação acelerada”. Essa brecha é usada pela agência para avaliar remédios que tratem doenças graves ou que ofereçam risco de morte.

O desenvolvimento do medicamento foi realizado em uma parceria da empresa japonesa de biotecnologia Eisai com a norte-americana Biogen.

COMO O MEDICAMENTO FUNCIONA

O Leqembi age nas placas beta amiloides, proteína presente no cérebro de pacientes com Alzheimer. O acúmulo dessa substância pode afetar a capacidade mental do paciente, que interrompe a comunicação entre as células. A droga busca diminuir o nível dessa proteína, retardando assim os efeitos da doença, segundo os estudos.

Os efeitos colaterais mais graves relatados foram inchaços e hemorragias no cérebro. Pacientes com duas cópias da variante genética APOE4 –que aumenta o risco do desenvolvimento de Alzheimer– têm mais chance de inchaço cerebral com o remédio.

Segundo o rótulo do Leqembi, a droga deve ser usada somente em pacientes nos estágios iniciais e leves da doença.

Com informações do Poder 360.

Saúde

Cientistas criam exame para detectar Alzheimer mais rápido e econômico que os atuais

Cientistas criam exame para detectar Alzheimer mais rápido e econômico que os atuais

 

Atualmente, para diagnosticar o Alzheimer, é necessária a realização de exames de imagens cerebrais e a punção do liquor — retirada do líquido da lombar por meio de uma agulha. Os procedimentos são caros e dolorosos e, muitas vezes, demorados. Cientistas da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia — Estados Unidos, estudaram uma forma de facilitar e baratear a descoberta desse problema neurológico e desenvolveram um exame de sangue que detecta anormalidades nas proteínas amiloide e tau — biomarcadores da neuro degeneração característica da doença.

No último dia 22, o Japão chegou a autorizar uma forma, por meio de coleta de sangue, para diagnosticar o Alzheimer. Mas, se autorizado o uso do produto criado nos EUA, o novo exame será específico da doença e permitirá uma descoberta mais rápida. Com isso, as terapias podem ser iniciadas mais cedo.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência; no entanto, o diagnóstico continua sendo um problema, principalmente para descobrir os estágios iniciais da doença.

O autor do estudo, Thomas Karikari, professor-assistente de psiquiatria em Pittsburgh, explica o avanço que a descoberta vai trazer. “Esses exames são caros e demorados para serem agendados, e muitos pacientes não têm acesso a scanners de ressonância magnética e PET. Acessibilidade é uma questão importante. A maior utilidade dos biomarcadores sanguíneos é melhorar a vida das pessoas, a confiança clínica e a previsão de risco no diagnóstico da doença de Alzheimer.”

O desenvolvimento de um exame de sangue confiável seria um importante passo. “É mais barato, seguro e fácil de administrar e pode melhorar a confiança clínica no diagnóstico de Alzheimer e na seleção de participantes para testes clínicos e monitoramento de doenças”, disse Karikari.

Os estudos com a nova forma de detectar o Alzheimer foram feitos em 600 pacientes em estágios diversos do Alzheimer. Descobriu-se que os níveis da proteína se relacionavam bem com os níveis dos biomarcadores no liquor e podiam distinguir com segurança a doença de Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas.

Os níveis de proteína também correspondiam à gravidade das placas amiloides e dos emaranhados tau no tecido cerebral de pessoas que morreram de Alzheimer.

O próximo passo vai ser validar o teste em mais pacientes, incluindo aqueles de origens raciais e étnicas variadas e aqueles que sofrem de diversos estágios de perda de memória ou outros sintomas potenciais de demência.

Karikari também espera que o monitoramento dos níveis de tau derivado do cérebro no sangue possa melhorar o projeto de ensaios clínicos para tratamentos de Alzheimer.

“Há uma enorme necessidade de diversidade na pesquisa clínica, não apenas pela cor da pele, mas também pelo histórico socioeconômico. Para desenvolver medicamentos melhores, os ensaios precisam inscrever pessoas de origens variadas e não apenas aquelas que moram perto de centros médicos acadêmicos. Um exame de sangue é mais barato, seguro e fácil de administrar e pode melhorar a confiança clínica no diagnóstico da doença de Alzheimer e na seleção de participantes para ensaios clínicos e monitoramento de doenças.”

Com informações do R7.

Saúde

Conscientização sobre o Alzheimer é tema da nova campanha da Assembleia Legislativa

 

“O que era mesmo que eu iria fazer”? A pergunta cada vez mais comum revela a perda gradual da memória, a dificuldade de lembrar informações recentes ou até mesmo o completo esquecimento de tarefas simples a serem cumpridas no dia-a-dia. São as características típicas do Alzheimer, doença que atinge 1,2 milhões de pessoas no Brasil e trazem significativas mudanças para a sua vida, de familiares, cuidadores e amigos.

Por afetar tantos é que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte abraçou esta causa: a conscientização sobre a doença é o tema da sua nova campanha institucional: “O Alzheimer apaga histórias. Cuide-se” e que será lançada oficialmente pelo presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) na próxima quarta-feira (26), no Plenário da Casa.

“Ao apagar memórias, o Alzheimer apaga também quem somos, num processo doloroso que exige muita compreensão e sensibilidade de quem está por perto. É por compreender e querer contribuir para mudar esta realidade que a Assembleia Legislativa realiza mais uma campanha de conscientização sobre um tema que precisa estar continuamente sob atenção”, afirma o parlamentar.

A temática já entrou na pauta do Legislativo do RN, com projeto de lei de iniciativa da deputada Isolda Dantas (PT) que Institui a Política Estadual de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e Outras Demências no Estado do Rio Grande do Norte.

O diagnóstico de Alzheimer nem sempre é concreto em pacientes no início da enfermidade. Alguns tem convulsões que provocam lesões no cérebro que consequentemente, afetam a memória. Outros, tem perdas auditivas, ficam emotivos, esquecidos de atividades simples e tudo começa a mudar.

O tema trabalhado pelo Legislativo potiguar chama a atenção no momento em que o RN e o Brasil estão envelhecendo. E mais rápido, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima que em 35 anos um em cada três brasileiros seja idoso. De acordo com o relatório, até 2050 o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo vai duplicar.

Além da memória, com o Alzheimer perde-se também princípios que o regem como a autoconfiança, a firmeza ao defender princípios, valores éticos, a trajetória que o fez chegar até aquele momento da vida. E o que eles mais temem? O medo de não lembrar de mais nada, de esquecer os parentes, os entes familiares.

Para o lançamento na próxima quarta-feira o Legislativo fará apresentação das peças publicitárias. As campanhas educativas e de conscientização da Assembleia Legislativa têm diferentes temas, sempre atuais na sociedade. De acordo com a diretora de Comunicação Institucional da ALRN, a jornalista Marília Rocha, as campanhas anteriores também foram destaque nacional ao ser apresentadas na reunião da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). “No caso do Alzheimer, por ano são diagnosticados 100 mil novos casos e mesmo assim, ainda há muita desinformação sobre a doença. Vamos debater o tema com objetivo de conscientizar familiares e pessoas que convivem com portadores do Alzheimer, por uma sociedade mais justa, com menos preconceito e mais respeito aos idosos”, destaca Marília Rocha.