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Venda de álcool líquido volta a ser proibida a partir do dia 29

© Juca Varella/Agência Brasil

 

Acidentes com fogo fazem milhares de vítimas a cada ano no país. Diante dessa situação alarmante, o Poder Público proibiu, desde 2002, a venda de álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias.

A medida, no entanto, foi temporariamente revogada, em 2020, durante a pandemia de covid-19, uma vez que, na época, o álcool usado para a higienização de mãos e objetos ajudava a evitar a disseminação do vírus.

O prazo final previsto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a comercialização de álcool líquido é o dia 29 de abril. “A partir daí, a disponibilidade será apenas em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado, aerossol”, explica a Anvisa.

A retirada de álcool líquido das prateleiras de supermercados foi criticada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade reivindica, junto à Anvisa, que a medida seja revista, sob o argumento de que “o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil”.

Segundo a Abras, “a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a covid-19”.

Em nota, o vice presidente da entidade, Marcio Milan, argumenta que “os consumidores se adaptaram e adotaram a prática comum de compra do álcool líquido 70% para higienização de ambientes em casa e no trabalho, pois o setor supermercadista fez uma campanha bem-sucedida de orientação e esclarecimentos que proporcionaram um comportamento sensato e seguro destes sanitizantes, sem o registro de contingência ou acidentes desde a liberação da comercialização pela Agência em 2022”.

A Abras acrescenta que, desde a autorização da Anvisa em 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados. “O setor tem observado que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”.

Quem sentiu literalmente na pele o problema de liberar a comercialização de álcool líquido tem posição bem diferente da manifestada pela Abras. “Sou 100% favorável à proibição da venda, na forma como é feita. É um produto extremamente perigoso que não pode ser tão acessível, mesmo que sejam feitas campanhas de conscientização sobre seu correto manuseio”, alerta Pedro Ernesto, que hoje carrega umas poucas manchas e alguns vazios de pelos na perna.

Fonte: Agência Brasil

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Bebida sem álcool que ‘deixa grogue’ como um drinque: entenda a nova promessa de empresa britânica

 

Beber, fique alto e, no dia seguinte, sem ressaca. O sonho de muita gente que consome bebida alcoólica é a aposta de uma marca de produtos sem álcool que cresce no Reino Unido. A GABA Labs, sediada no condado de Hertforshire, promete os efeitos de uma bebida no cérebro sem nenhuma das consequências prejudiciais. Nem arrependimentos.

À frente da iniciativa está o neuropsicofarmacologista David Nutt, um pesquisador com passagens por universidades prestigiosas como o Imperial College London que já foi consultor do governo britânico.

A fórmula da SENTIA, a primeira bebida da empresa, é mantida sob sigilo, mas sabe-se que é uma combinação de ingredientes botânicos que demonstrou ativa um neurotransmissor chamado ácido gama-aminobutírico (ou GABA) no cérebro da mesma forma que uma dose de tequila ou cerveja.

O estímulo, dizem os fabricantes, traz um relaxamento semelhante ao provocado pelo álcool, que faz o usuário se sentir mais sociável e descontraído. A diferença do produto da empresa é que seus efeitos só seriam sentidos até o equivalente a uma segunda ou terceira dose. Ou seja, não se acumula progressivamente como na bebida alcóolica – não é possível, portanto, “tomar um porre”.

Em entrevista ao MailOnline, o cofundador da GABA Labs, David Orren, afirmou que o propósito é imitar apenas a “parte boa” da bebida alcoólica.

“Uma pesquisa de Nutt mostrou que o Gaba é o primeiro neurotransmissor que o álcool ativo. É ele que proporciona aquela sensação inicial de bem-estar e relaxamento que as pessoas apreciam sem álcool. Tudo o que vem depois é que não costuma ser útil. Estamos evitando isso mantendo nosso foco no Gaba”, afirmou ao veículo britânico.

Por enquanto, a linha de bebidas da empresa só tem duas variedades, a Tinta (com maracujá, tília, rosa) e a Preta (anis, magnólia, laranja, cardamomo, entre outros ingredientes). Uma garrafa de 500ml custa cerca de 30 libras (aproximadamente R$ 188). Este ano, devem ser lançadas no Reino Unido uma cerveja e um espumante. Ainda não há previsão de lançamento dos produtos no Brasil.

Fonte: O Globo

Notícias

Entenda por que o zolpidem e outros remédios não podem ser combinados com bebida alcoólica

 

Recentemente, o cantor sertanejo Fernando Zor, da dupla Fernando e Sorocaba, usou as redes sociais para fazer um alerta aos fãs. Em transmissão ao vivo em seu Instagram na quinta-feira, 5, o músico relatou que esteve hospitalizado durante seis dias, em função do uso abusivo de um medicamento para dormir combinado com o consumo de álcool.

Segundo o cantor, o medicamento em questão era o zolpidem, remédio de uso controlado da classe terapêutica dos hipnóticos, indicado para indução do sono como tratamento de curta duração para a insônia. Em uso contínuo da medicação, Fernando teve uma crise de ansiedade durante um voo com destino final ao Canadá, após ingerir bebida alcoólica, e não conseguiu seguir viagem, interrompendo o trajeto nos Estados Unidos, onde faria conexão.

“Tive uma crise bem forte. Não consegui entrar no (segundo) voo. Não sou de chorar, então foi uma coisa que me espantou muito”, relatou o cantor, que descreveu a mistura como uma “combinação caótica”.

De acordo com Fernando Stelzer, médico neurologista e coordenador do Laboratório do Sono da Santa Casa de Porto Alegre, a crise de ansiedade a partir da mistura de álcool e do fármaco pode ter sido causada pela ação potencializadora que a combinação causa na inibição do paciente. “O zolpidem age em um neurotransmissor chamado ‘gaba’, que acaba induzindo o sono por ser uma substância inibitória e não excitatória. É uma atividade parecida com a do álcool, mas em outro local do corpo. Talvez ele já estivesse ansioso, angustiado, e a mistura das duas coisas intensificou isso”, afirma.

O neurologista alerta que esse efeito potencializador no uso combinado pode afetar o paciente de diversas maneiras. O zolpidem tem como efeito colateral sintomas como amnésia anterógrada, confusão mental, tontura e dificuldade de concentração, e o consumo de álcool durante o período de administração do remédio pode intensificar esses sintomas. “A pessoa pode tomar atitudes que não teria. Pode fazer alguma coisa e não lembrar ou não reconhecer que fez”, diz Stelzer.

Aos fãs, Fernando advertiu: “As pessoas que fazem uso do remédio fiquem bem atentas. É um problema, e misturado com álcool é um problema muito grande.”

A recomendação para não consumir álcool durante o período de uso do medicamento não é exclusiva do zolpidem. A interação entre bebida e remédios pode levar a consequências diversas, como prejudicar sua eficácia ou provocar toxicidades graves. Em anti-inflamatórios, por exemplo, o álcool diminui o efeito e pode sobrecarregar o fígado, com risco de úlcera.

Tratando-se de antibióticos, a combinação pode produzir efeitos graves, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Já álcool ingerido de forma simultânea a antialérgico aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. Em caso de corticoides, pode levar à hipertensão, aumentar o nível de glicose no sangue, piorar alguma situação inflamatória e alterar a resistência imunológica. Em todos os casos, a recomendação médica é que o paciente sempre siga o que está indicado bula.

Medicamento exige cautela
Não é somente com a combinação de álcool que o zolpidem precisa de cuidado. Há relatos de uso desenfreado e sem supervisão médica no Brasil, especialmente após a pandemia, embora seja de uso controlado e vendido sob prescrição. A bula do zolpidem descreve que ele é destinado a tratamentos de curta duração, e que o período de administração deve ser o menor possível, não devendo ultrapassar quatro semanas, o que nem sempre é feito.

Segundo Stelzer, o prolongamento do tratamento só pode ocorrer com orientação médica, a depender do tipo de insônia e do estado clínico do paciente, uma vez que o risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento. “A pessoa não vai mais ter mais o mesmo efeito que ela tinha e vai querer aumentar a dose, e quando não toma sente abstinência. A longo prazo, problemas de memória, parassonias e alucinações podem ser causadas pelo uso crônico”, alerta o médico.

Quanto ao uso sem supervisão, o especialista ainda ressalta que algumas pessoas, ao perceberem o efeito inibitório do zolpidem, erroneamente tomam o medicamento durante o dia – forma de uso relatada pelo cantor Fernando. O músico foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para fazer um “detox” com o objetivo de se livrar da dependência química do remédio.

Aos pacientes que desejam tratar insônia, a recomendação do neurologista é que, antes de tomar o remédio, primeiro se questione sobre a real necessidade de tomar. Segundo o especialista, o tratamento da insônia crônica não envolve como fator principal o uso de fármacos, mas sim a psicoterapia, a partir da abordagem Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

“A terapia sim é algo que vai ser indicado a médio e a longo prazo. Ela pode vir associada a um período curto de medicação, para induzir o sono em um primeiro momento, mas se a pessoa está buscando uso de medicação a longo prazo, ela não está tratando a raiz do problema, está tratando somente a queixa”, finaliza.

Fonte: Estadão

Saúde

Ressaca piora com a idade? Sim; entenda por quê

Desidratação causada pelo álcool gera uma série de sintomas no dia seguinte

 

Nestas festas de fim de ano, muita gente se empolga nas reuniões sociais e exagera no álcool. A conta do dia seguinte é um misto de arrependimento e sintomas físicos característicos da ressaca.

É a hora que você se lembra de quando era mais jovem e costumava acordar sem os efeitos horríveis do dia pós-bebedeira.

De fato, existe uma explicação para as ressacas ficarem piores conforme envelhecemos.

O gastro cirurgião Alexandre Sakano, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que “a ressaca ou a tolerância ao álcool dependem muito do ‘treinamento’ que o organismo tem”.

Segundo ele, “é igual ao esporte, quanto mais habituado, mais condicionado”.

“Quem bebe pouco por hábito vai ficando menos tolerante ao álcool ao longo da vida. O organismo vai envelhecendo um pouco e a pessoa já não tem tanta resistência para dormir até tarde, o fígado já não metaboliza o álcool tão rápido quanto antes…”

Pessoas que estão acostumadas a beber com frequência e em maiores quantidades terão mais resistência e, consequentemente, não sofrerão tanto com os efeitos colaterais no dia seguinte. Entretanto, o hábito pode causar uma série de males a longo prazo.

Antes de entender um pouco sobre a ressaca, é preciso saber sobre os efeitos do álcool no organismo.

O fígado, em condições normais, tem a capacidade de metabolizar cerca de 50 g de álcool por hora.

“Isso equivale a algo entre uma e duas latinhas de cerveja, uma ou duas taças de vinho”, exemplifica Sakano.

Ou seja, se você passar o dia bebendo devagar, as chances de ficar bêbado são menores.

Mas aí existe outro item a ser considerado. O álcool ‘rouba’ água do nosso corpo durante o metabolismo.

“E tem também o efeito diurético, que faz com que a pessoa urine com mais frequência, também perdendo água”, acrescenta o médico.

Por isso, a importância de se hidratar constantemente enquanto estiver bebendo.

Comer antes de beber também faz a diferença. Alimentos mais gordurosos costumam retardar os efeitos do álcool.

O que deixa uma pessoa bêbada é o álcool que o fígado não consegue metabolizar e é jogado na corrente sanguínea.

Posteriormente, a metabolização vai gerar toxinas, que ficam circulando no sangue no dia seguinte.

“A boca seca, com gosto de ‘cabo de guarda-chuva’ é devido à desidratação. A ressaca também se caracteriza por edema [inchaço] no cérebro. Por isso tem dor de cabeça, tontura, mal-estar. A melhora está relacionada à capacidade do organismo de digerir tudo e voltar ao normal”, diz Sakano.

Outro mito em que as pessoas normalmente acreditam na hora de beber é que não se deve misturar os tipos de bebidas.

O gastro cirurgião ressalta que “a ressaca é igual”, pois depende apenas da quantidade de álcool da bebida.

“Uma latinha de cerveja tem cerca de 4% de álcool; uma dose de uísque, 40%. É óbvio que se você beber dez latinhas e depois uma dose de uísque, a quantidade de álcool vai ser como se tivesse bebido mais ou menos 15 cervejas.”

Deu no Portal R7.

 

Economia

Álcool já mais vantajoso do que gasolina no Brasil

Se a limitação do ICMS provocou redução generalizada dos preços da gasolina em todo o país, a autorização da venda direta fez ainda mais pelo etanol. A queda foi ainda maior, segundo aferição da ANP, e o preço do etanol passou a custar, em média, 69,6% do da gasolina, tornando o combustível mais vantajoso para os motoristas. Tudo isso se deve ao simples fato de que produtores e postos passaram a negociar sem a interferência das distribuidoras, que atuavam como “atravessadores”.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo em 5,4 mil postos, o preço médio do etanol é de R$4,52 e da gasolina R$6,49.

A agência realiza levantamentos semanais em todas as regiões para registrar um histórico de preços e a expectativa é que a queda continue.

O lobby bilionário das distribuidoras garantiu, por meio de resolução da ANP muito suspeita, a exclusividade na compra de etanol no Brasil.
Deu na Coluna Cláudio Humberto
Saúde

Não há quantidade de álcool boa para o coração, diz Federação Mundial do Coração

Ambev: uma das ações recomendadas para janeiro

 

Em um movimento ousado, a Federação Mundial do Coração (WHF, na sigla em inglês) divulgou um guia, nesta quinta-feira, dizendo que nenhuma quantidade de álcool é boa para o coração.

“Na Federação Mundial do Coração, decidimos que era imperativo nos pronunciarmos sobre o álcool e os danos à saúde, bem como danos sociais e econômicos, pois há uma impressão na população em geral, e até mesmo dentre os profissionais da saúde, que é algo bom para o coração”, disse Beatriz Champagne, presidente do comitê de advocacia que produziu o relatório.

“Não é, e as evidências têm mostrado cada vez mais que não há nível de consumo de álcool que seja seguro para a saúde”, complementa Champagne, que é também diretora executiva da Fundação InterAmericana do Coração (IAHF, na sigla em inglês), uma organização dedicada à prevenção de doenças cardíacas e AVC nas américas.

Críticas instantâneas

Críticos foram rápidos em atacar a postura da federação, dizendo que o documento estava ignorando estudos que mostram pequenos benefícios em algumas condições cardíacas quando uma quantidade moderada de álcool é consumida.

Um desses estudos sobre os riscos do álcool, publicado na revista Lancet em 2018, foi extensivamente usado no documento da WHF, “mas distorce seriamente e reporta seletivamente suas descobertas”, disse David Spiegelhalter, Professor de Compreensão Pública do Risco de Winton na Universidade de Cambridge.

Dado que o relatório da WHF faz referência a esse documento, é realmente estranho que a conclusão deles seja que “não há quantidade de álcool que faça bem para o coração”, disse Emmanuela Gakidou, professora no Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington que analisa os riscos do álcool baseado no Estudo de Carga de Doença Global, que reúne dados mundiais sobre morte prematura e incapacidade de mais de 300 doenças.

“Existem alguns estudos científicos que apoiam a posição deles, mas baseado no meu trabalho sobre o Estudo de Carga de Doença Global, que reúne todas as evidências disponíveis até hoje, a alegação feita pela WHF não é apoiada pelas evidências científicas disponíveis atualmente”, explica Gakidou.

Em resposta a essas críticas, Champagne escreveu o seguinte posicionamento à CNN:

“Embora apoiemos nossas mensagens principais, é útil saber que a escrita de partes do guia pode dar origem a mal-entendidos. Para resolver isso, nós atualizamos o documento (especificamente a página 8) para articular mais claramente as nossas conclusões e citar especificamente os estudos pelos quais elas foram alcançadas”, escreveu Champagne por e-mail.

“Resumidamente, nossa posição é que estudos mostrando efeito cardioprotetor significativo do consumo de álcool em geral têm sido observacionais, inconsistentes, financiados pela indústria do álcool e/ou não são sujeitos a controle randomizado — um tipo de estudo científico. Além disso, qualquer potencial efeito cardioprotetor é negado pelos riscos e danos já bem documentados, resultando em nosso julgamento de que nenhuma quantidade de consumo [de álcool] pode ser considerada boa para a saúde do coração.”

A Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), que é um membro da federação, disse que a “moderação é a chave” quando se fala do álcool, que é definido como não mais que um drink por dia para a mulher e dois para o homem.

A Dra. Mariell Jessup, chefe de ciências e médica da AHA, escreveu à CNN em um e-mail que a AHA vai “cuidadosamente revisar” o guia da WHF. Ela disse que a AHA revisou recentemente evidências sobre álcool e risco cardiovascular para a sua Declaração Científica de Orientação Dietética de 2021 e “concluímos que quem não bebe álcool, não comece; e se alguém bebe álcool, limite o consumo“.

Uma visão de mundo

A Federação Mundial do Coração é uma organização de defesa da saúde com sede em Geneva, Suíça, que representa centenas de associações do coração mundiais. Ela lançou o novo guia de política “O Impacto do Consumo de Álcool na Saúde Cardiovascular: Mitos e Medidas” para contrariar relatos de que um pouco de álcool é bom ou até mesmo que faz bem para a saúde do coração.

Segundo o relatório, ingerir álcool aumenta o risco de vários problemas cardiovasculares, incluindo doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e aneurisma da aorta. Qualquer quantidade de álcool, não apenas em grande quantidade, pode levar a perda de uma vida saudável, diz.

“Nas últimas décadas, a prevalência de doenças cardiovasculares quase dobrou, e o álcool tem sido protagonista na incidência de grande parte delas”, reporta o documento.

Doença cardiovascular é a principal causa de morte no mundo, afetando desproporcionalmente pessoas de baixo nível socioeconômico. Em 2019, quase 2,4 milhões de mortes — não somente relacionadas ao coração — podem ser atribuídas ao álcool, segundo o relatório. O álcool também afeta negativamente a saúde mental.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu uma redução relativa de 10% no uso per capita de álcool entre 2013 e 2030, mas o relatório disse que a falta de investimento em estratégias comprovadas de redução de álcool, além da desinformação da indústria, impediu o progresso em direção a esse objetivo.

“O retrato do álcool como necessário para uma vida social animada desviou a atenção dos problemas do uso do álcool, assim como as alegações frequentes e amplamente divulgadas de que o consumo moderado, como um copo de vinho tinto por dia, pode oferecer proteção contra doenças cardiovasculares”, disse, em um boletim de imprensa, Monika Arora, membro do comitê de advocacia da WHF e coautora do guia de política. “Essas alegações são, na melhor das hipóteses, desinformação e, na pior, uma tentativa da indústria do álcool de enganar o público sobre o perigo de seu produto.”

Informações da CNN

Notícias

Ressaca : Saiba como evitar ou lidar com ela no Réveillon

 

Assim como boa parte das celebrações ao longo do ano, o Ano Novo é uma festa comumente regada ao consumo de bebidas alcoólicas nas casas dos brasileiros. Se você pretende mesmo consumir champanhe, outros tipos de vinho ou outras bebidas, há diversos cuidados que pode tomar antes, durante e depois da primeira dose, taça ou lata. A principal dica é tomar água em todos os momentos, evitando desidratação ou ao menos mitigando os efeitos, já que o álcool tem um efeito diurético, que faz o corpo perder H2O.

“Colocando de forma simples, essa sensação de ressaca ocorre porque há uma inibição do hormônio que, de certa forma, controla a perda de líquidos do organismo. Então deixamos sair mais líquidos e eletrólitos, como sódio, potássio e magnésio, o que gera essa sensação de mal-estar”, explica a gastroenterologista Jozelda Lemos Duarte, que é membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Antes mesmo de começar a beber, já se pode prevenir a dor do dia seguinte. “O primeiro cuidado é estabelecer um limite de consumo antes de iniciar o encontro social, assim evita exageros. Além disso, é importante intercalar o consumo de bebida alcoólica com água ou sucos pouco calóricos para manter a hidratação”, comenta a nutricionista Deborah Lestingi.

“Também sempre é bom procurar ingerir o álcool com o estômago mais protegido, ou seja, após ingerir alimentos. Ao se ingerir álcool com estômago vazio, a tendência é aumentar a agressão que a bebida provoca nas paredes do estômago e do intestino, e também a absorção pelo organismo, então os efeitos serão maiores”, indica Jozelda, ressaltando que o melhor a se consumir enquanto se bebe são alimentos com digestão rápida e ricos em líquidos e eletrólitos. Frutas são boas opções de alimentos para antes e durante. Já os de digestão mais difícil, como frituras ou alimentos que têm muita gordura, não ajudam tanto. Assim, deixar para começar a beber depois da ceia pode ser uma boa escolha. A médica também não indica medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, que pode agredir a parede do estômago.

Se a precaução não deu certo e você acordou com aquela dor de cabeça e enjoo, também há soluções. “Priorizar o consumo de líquidos, como água de coco e bebidas isotônicas, e evitar o consumo de fontes de gordura, como frituras, molhos, amendoim, castanhas, ovos etc.”, aponta Lestingi. Comer alimentos ultraprocessados ou gordurosos pode piorar os sintomas, enquanto frango, peixe e principalmente as frutas ricas em líquidos e os sucos naturais são boas opções. A água é importante para repor o líquido perdido.

Apesar da ocasionalidade das festas de fim de ano, o consumo de álcool a longo prazo pode causar diversos problemas de saúde — não só quando se exagera com frequência, avisa Lemos Duarte. “Um alerta em relação ao consumo regular de bebida alcoólica: tomar uma ou duas doses por dia não é alcoolismo com dependência, a princípio, mas é um consumo costumeiro, regular, que pode provocar danos irreversíveis. O consumo de duas doses diárias de drinks por mulheres, ao longo de cinco anos, ou de três doses diárias por homens, ao longo de dez anos, ainda pode levar a doenças sérias de fígado, de rins ou mesmo do coração”, alerta a médica.

Se você já está em uma dieta ou pensa em começar uma no ano novo, fique tranquilo: as festas não vão necessariamente estragar o propósito, embora o álcool atrapalhe em determinada medida a curto prazo. “Além da caloria, tanto do álcool quanto dos outros ingredientes que compõem a bebida, sempre a acompanhamos com alimentos bastante calóricos, principalmente nas festas de fim de ano. Além disso, o álcool inibe o processo de síntese proteica assim como aumenta o processo de síntese de gordura, indo totalmente contra os objetivos de emagrecimento e ganho de massa muscular. Contudo, o processo ‘estar de dieta’ não significa estar de ‘mãos amarradas’. O fim do ano é um processo festivo, e assim como todos os outros que ocorrem ao longo do ano, não há motivos para exageros. Devemos desassociar o ‘comer exageradamente’ do ‘se divertir’ e entender que é natural ter uma refeição atípica, só não precisa comer grandes quantidades”, avalia Lestingi. Portanto, não precisa se culpar pelos excessos: é só dar o primeiro passo para cumprir a promessa.

Economia

Visando reduzir preços, Câmara aprova MP que autoriza venda direta de etanol aos postos de combustível

Foto : Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

 

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira (25), a Medida Provisória (MP) 1063/21, que autoriza os postos de combustíveis a comprarem álcool combustível (etanol hidratado) diretamente de produtores e importadores. O texto segue apara análise do Senado. O projeto foi editado pelo presidente Jair Bolsonaro diante da alta dos combustíveis.

Segundo o governo, a MP tem a intenção do governo de aumentar a competição no setor de combustíveis ao eliminar a obrigatoriedade dos postos de comprar o etanol apenas dos distribuidores. Estes poderão continuar atuando, mas os postos terão a opção de comprar o etanol diretamente de produtores nacionais, que são os maiores fornecedores do produto, ou do importador.

O texto do relator, deputado Augusto Coutinho (Solidariedade-PE), incorpora ao texto trechos da MP 1069/21, que permite a venda direta aos postos também para as cooperativas de produção ou comercialização de etanol e as empresas comercializadoras desse combustível.

Durante a votação dos destaques, os deputados aprovaram um destaque apresentado pelo PT que retirou a permissão para a venda de combustíveis de outros fornecedores diferentes do vinculado à bandeira do posto.

 

Deu na Agência Brasil

Saúde

Segundo estudo nos EUA, Transplante de fígado por consumo de álcool dispara na pandemia

Fila para transplanto de fígado por hepatite alcoólica aumentou nos EUA

 

A necessidade de transplantes de fígado por causa do consumo excessivo de álcool disparou na pandemia, de acordo com um estudo divulgada na quinta-feira.

Os pesquisadores descobriram que o número de pessoas que fizeram um transplante do fígado ou entraram para a fila de espera nos Estados Unidos, por conta de hepatite alcoólica, foi 50% maior do que o projetado com base nas tendências pré-pandemia.

Com a hepatite alcoólica, o fígado para de processar o álcool e, em vez disso, produz substâncias químicas altamente tóxicas que desencadeiam a inflamação. A inflamação pode matar células saudáveis do fígado, criando danos irreversíveis ao órgão que podem forçar o paciente a fazer o transplante para sobreviver.

A hepatite alcoólica é uma condição que geralmente se desenvolve após anos de consumo abusivo de álcool, mas também pode aparecer depois de um curto período de excessos. Os cientistas ainda não sabem por que algumas pessoas desenvolvem essa condição e outras não.

Para o estudo, os pesquisadores da Universidade de Michigan compararam o número de novas pessoas colocadas na lista de transplante de órgãos nos Estados Unidos entre março de 2020 a janeiro de 2021 e os números projetados com base em dados de antes da pandemia.

Eles também analisaram os registros nacionais mensais de vendas de álcool no varejo entre janeiro de 2016 e 2021.

Os resultados, publicados na revista científica JAMA Network Open, mostraram uma correlação positiva entre o aumento no número de pessoas na lista de espera por um fígado devido à hepatite alcoólica e o avanço nas vendas de álcool durante a pandemia.

Uma pesquisa publicada na segunda-feira pela Agência de Abuso de Substâncias e Serviços de Saúde Mental dos EUA apontou que adultos americanos afirmavam ter bebido praticamente a mesma quantidade de álcool durante a pandemia, pelo menos no quarto trimestre de 2020. Os números do comércio, porém, podem sugerir o contrário.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan observaram que as vendas de álcool aumentaram drasticamente a partir de março de 2020, e permaneceram altas pelo resto do ano.

De março de 2016 a janeiro de 2021, 51.488 pessoas foram colocadas na lista de espera para um fígado e 32.320 transplantes foram realizados devido à hepatite alcoólica. O número de pessoas que precisaram de um transplante de fígado por qualquer outro motivo além da hepatite alcoólica permaneceu quase o mesmo.

“Embora não possamos confirmar a causalidade, este aumento desproporcional em associação ao aumento das vendas de álcool pode indicar uma relação com os aumentos vistos do uso indevido de álcool durante a Covid-19”, escreveram os pesquisadores.

“Este estudo fornece evidências de um aumento alarmante (de hepatite alcoólica) associado ao aumento do uso indevido de álcool durante o Covid-19, e destaca a necessidade de intervenções de saúde pública em torno do consumo excessivo de álcool.”

 

Deu na CNN Brasil