Ferramenta desenvolvida no RN promete revolucionar a comunicação com pacientes em tratamento oncológico

 

Em um avanço significativo para o tratamento e acompanhamento de pacientes oncológicos que recebem quimioterapia ou imunoterapia, foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) um software inovador na forma de aplicativo. Desenvolvido com o intuito de criar um canal direto e eficaz de comunicação entre os profissionais de saúde e os pacientes da Liga Contra o Câncer, em Natal, o aplicativo promete melhorar significativamente a atenção e a qualidade de vida desse público.

 

O projeto é fruto da dissertação de mestrado da enfermeira Alessandra Navarro, sob a orientação do professor doutor Edilmar de Moura, do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Potiguar (PPGB/UnP) e coordenador da Liga Contra o Câncer. A iniciativa destaca-se não apenas pela sua aplicabilidade prática, mas também pela integração acadêmica e profissional na busca de soluções inovadoras no tratamento contra o câncer.

 

“Como professor, o nosso papel é estimular, entender, potencializar e ajustar os projetos de acordo com as demandas do mercado. Já a demanda do mercado, neste caso, é facilitar a comunicação do paciente para com a equipe, reduzindo distâncias, sem a necessidade de deslocamento físico e demais custos, mas com a certeza de uma orientação qualificada e que entenda o problema real que precisa ser resolvido. A felicidade da finalização deste projeto é a conexão do ambiente acadêmico com a casa do paciente, trazendo melhor qualidade de vida e diminuindo custos para o paciente, hospital e sistema de saúde”, comemora Edilmar, coordenador da Liga e docente da UnP, integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima.

 

Lacuna

Alessandra Navarro, com sua experiência e dedicação, identificou uma lacuna importante na comunicação entre pacientes e profissionais de saúde, propondo uma solução digital que agora torna-se realidade. “Diante da complexidade da terapia sistêmica oncológica, observamos que o paciente consegue ter uma assistência completa da equipe durante sua presença no ambiente hospitalar para realização de seu tratamento. Nela, existe todo um aparato de profissionais especializados que realizam o tratamento e desenvolvem estratégias de cuidado”, comenta.

 

“Ao retornar para seu domicílio, este paciente poderá sentir a necessidade de manejar as reações adversas, relacionados ao seu tratamento, sem estar no ambiente hospitalar, o que pode deixá-lo fragilizado, necessitando o seu retorno em busca desses cuidados. Desta forma, fizemos um levantamento dos principais eventos adversos da quimioterapia e imunoterapia, e desenvolvemos uma ferramenta com orientações sobre o manejo de reações adversas do tratamento, com o objetivo de minimizar essas reações, possibilitando uma maior adesão ao tratamento e experiência do paciente com mais conforto e segurança. Neste intuito, foi desenvolvido um chatbot. Ao acessá-lo, o paciente pode relatar seus sintomas e obter as informações de como manejá-los em qualquer momento, durante o seu tratamento”, acrescenta a enfermeira mestre formada pelo PPGB/UnP, Alessandra Navarro.

 

A parceria entre o Escritório de Inovação da LIGA e o Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), representado pela professora doutora Anna Gisele Ribeiro e o mestrando Mike Job Santos Pereira da Silva, foi fundamental para o desenvolvimento do aplicativo. Esta colaboração interdisciplinar entre instituições de renome destaca o papel crucial da tecnologia e da inovação no avanço dos cuidados de saúde, especialmente em áreas tão sensíveis e críticas como a oncologia.

 

Características do app

O aplicativo, que em breve estará disponível, além de facilitar a comunicação, visa oferecer suporte contínuo aos pacientes, permitindo o acesso a informações importantes sobre o tratamento, efeitos colaterais e conduta, além de um canal direto para esclarecimento de dúvidas com os profissionais envolvidos em seu tratamento. Com essa ferramenta, espera-se não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também otimizar o acompanhamento clínico, permitindo ajustes mais rápidos e precisos nas terapias, conforme necessário.

 

O projeto é um exemplo real de como a interseção entre a saúde e a tecnologia pode trazer benefícios concretos aos pacientes e como a academia, representada pelo Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IMD/UFRN), pode desempenhar um papel fundamental na inovação dentro do setor de saúde. A iniciativa destaca a importância da pesquisa aplicada e da colaboração entre diferentes especialistas e instituições para o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades emergentes no cuidado ao paciente.

 

Com a implementação deste aplicativo, a Liga Contra o Câncer dá mais um passo importante em direção à modernização de seus serviços, reafirmando seu compromisso não só com o tratamento, mas também com a qualidade de vida de seus pacientes. Este é um marco significativo na produção da Propriedade Intelectual e na jornada contínua para oferecer cuidados de saúde mais compassivos, personalizados e eficientes para aqueles que enfrentam o câncer.

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