“O RN não aguenta mais a esquerda” diz Deputado General Girão

 

O deputado federal, General Girão (PL), é pré-candidato a prefeito de Natal. Nesta entrevista ele fala sobre a candidatura, projetos para Natal, avaliação do governo Fátima e Lula, a relação do Congresso Nacional com o Planalto, a situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro e a situação econômica e política do país.

A pré-candidatura a prefeito de Natal do deputado é para valer?
 O meu nome está à disposição para dar continuidade nas melhorias necessárias à capital potiguar. Como cidadão natalense e residente no município, deparo-me todos os dias com as problemáticas em diversas áreas. Por tanto conhecer essas necessidades, desde o início do mandato até hoje, já destinamos mais de R$ 50 milhões à Prefeitura do Natal. O próprio prefeito Álvaro Dias (Republicanos) reconhece nosso empenho em ajudá-lo. Se o nosso grupo político em comum acordo aprovar o meu nome, ficarei feliz em prosseguir ajudando a cidade de Natal na função de gestor.
O que achou de aparecer em terceiro lugar nas pesquisas de intenções de votos para as eleições municipais de 2024?
 Eu sempre defendi que existe um tripé basilar para a escolha de um representante para as eleições. Nesse tripé estão o povo, a classe empresarial e a classe política. Desse trio, para mim, a decisão mais importante deve ser do povo. Se na pesquisa mais recente o povo está demonstrando reconhecimento do nosso trabalho e apreço pela minha candidatura, isso me deixa feliz e ciente de que preciso estar preparado para corresponder aos anseios do eleitor natalense.
O senhor quer apoio do prefeito  Álvaro Dias?
Nós queremos o apoio do nosso grupo político. Dentre os integrantes, o prefeito Álvaro Dias. Se o mesmo reconhece nossa parceria e nossa forma coerente de tratar o dinheiro público com ações efetivas para a população, é possível estender essa parceria para o pleito municipal de 2024.
Pode ser candidato sem o apoio de Álvaro Dias?
Sim. Se o nosso partido, a classe empresarial e, principalmente, o desejo do eleitor estiverem em consenso para a minha candidatura, estaremos dispostos a cumprir a missão. Mas entendemos que o apoio do prefeito Álvaro é fundamental para que a candidatura seja fortalecida.
A governadora Fátima Bezerra (PT) aumentou ICMS e agora quer taxar água bruta. O que o senhor pensa a respeito?
Percorrendo os quatro cantos do Rio Grande do Norte, ouvimos e presenciamos o quão difícil é para o homem e mulher do campo produzirem em nosso solo. Faltam incentivos e um olhar cuidadoso com quem produz e gera riquezas em nosso Estado. O agricultor usa a água bruta na irrigação e a reverte para o solo. Então não é justo. A implantação dessa taxação vai prejudicar muito mais o agricultor potiguar. Além disso, estamos às vésperas de alguns eventos do El Niño no Brasil. Isso vai acarretar mais dificuldades para o produtor sertanejo. Taxar a água nesse momento é mais que incoerência, é total irracionalidade. No final, teremos o encarecimento dos produtos essenciais para nossa alimentação e o consumidor será mais um dos afetados. Isso é inadmissível.
O governo Fátima também tem atrasado os repasses dos consignados descontados de empréstimos dos servidores públicos aos bancos. O que o senhor pensa a respeito?
Um crime administrativo. Está faltando mais rigor por parte dos órgãos de controle do nosso Estado. Apropriação do dinheiro do servidor, que imagina ter seu desconto repassado aos bancos. Isso seria passível de impeachment, se a Assembleia Legislativa também cumprisse o seu papel de fiscalizar a governadora. Infelizmente, não é isso que vemos na prática pela maioria dos deputados estaduais.
Como o senhor avalia a indicação de Cristiano Zanin, advogado do próprio presidente Lula, para ministro do Supremo Tribunal Federal?
Um escárnio com a Constituição Federal, que é bem criteriosa nas ações abrangidas pela impessoalidade dos atos administrativos. Apesar de ser discricionária ao presidente, indicar um amigo e advogado pessoal é o aparelhamento descarado do Poder Executivo.
Há corrupção no atual governo do presidente Lula?
Não podemos provar. Porém, como diz o velho ditado: “Diga-me com quem andas, que te direi quem és”. Basta pesquisar pela folha corrida da maioria dos seus ministros e conselheiros, que saberemos qual o “modus operandi” desse governo.
Como tem sido a relação do Planalto com o Congresso Nacional?
Somos oposição e ferrenhos fiscalizadores dos gastos públicos. Isso não agrada ao Governo do PT. No entanto, é nosso papel representar o nosso eleitorado e não permitir que o Lula faça estragos maiores do que os que ele já causou. Somos um incômodo e isso é bom.
Como o senhor avalia o comportamento do Banco Central neste início do governo Lula?
O presidente Campos Neto tem competência, embasamento e autonomia para conduzir a nossa política monetária. Essa condução é uma regra entre as maiores economias do mundo. Não podemos regredir nesse sentido. Os recorrentes ataques de políticos do PT à condução do Banco Central, não passa de mera demagogia por parte daqueles que sempre trabalharam negativamente contra a nossa economia. Se fossemos contar com as ingerências do Lula, já estaríamos naufragados, em apenas seis meses.

Quem o senhor prefere apoiar para governador do Estado e senador nas eleições de 2026?
Ainda não temos um nome consolidado. Mais uma coisa é certa: o Rio Grande do Norte não aguenta mais a esquerda no comando do nosso Estado. Será a hora do “direita volver”.
É justo o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, se tornar inelegível?
Claro que não. A metade do eleitorado brasileiro escolheu Bolsonaro. Não seria justo calar a voz desses milhões de eleitores na base da canetada.
Qual a avaliação que o senhor faz dos seis meses do governo Lula?
Desastrosos. Um governo gastador, sem responsabilidade alguma com o dinheiro público e nos causando vergonha diplomática internacionalmente. Além de ir falar mal do Brasil e lotear nossa Amazônia, o Lula esbanja gastos com o cartão corporativo. Lamentavelmente, ele está curtido sua lua-de-mel e bancando com o nosso dinheiro. Se a Justiça fosse séria nesse país, ele não estaria nem elegível e nem eleito.
Da mesma forma, como o senhor analisa o governo Fátima Bezerra?
A governadora está cumprindo o que prometeu na campanha. Fazer com o Rio Grande do Norte o que Lula fez com o Brasil, é o mesmo que dizer: “Vamos afundar esse Estado tão rico também”. O povo potiguar não merece.
O senhor acredita que o arcabouço fiscal aprovado no Senado possa sofrer mudanças no retorno à Câmara Federal?
Pelo nosso voto, esse “calabouço fiscal”, como assim chamamos, não deveria nem ter sido aprovado. Esperamos fazer mudanças drásticas para não penalizar os cofres públicos mais ainda.
Com a mudança de direção do Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Norte, exceto o deputado João Maia, o senhor acredita que a bancada continuará sendo a maior do estado no Congresso Nacional?
Acreditamos, sim. Da mesma forma que podem acontecer saídas, também cremos na chegada de outros parlamentares ao Partido Liberal, no Rio Grande do Norte e no Brasil.
Na avaliação do senhor, quais as perspectivas do PL para as eleições municipais de 2024?
Temos uma meta a cumprir. E para isso, faremos o maior número de prefeito e vereadores que um partido já teve no RN. Estamos dialogando todos os dias, na missão de buscar novas filiações e novos nomes para a corrida eleitoral do ano que vem.
Qual a análise que o senhor faz das CPIs que estão em andamento no Congresso Nacional, principalmente com relação a 8 de janeiro e do MST?
São duas comissões importantíssimas. Desde o período de coleta de assinaturas, o PT se empenhou para boicotá-las. Isso já é indício suficiente para crer que estamos no caminho certo de revelar os tentáculos do Partido dos Trabalhadores nos atos e no MST. Embora o governo tenha desfigurado moralmente alguns integrantes, nós não iremos desistir de apurar.
Recentemente, a deputada esadual Isolda Dantas (PT) visitou um assentamento rural em Mossoró e estimulou a ocupação de terras, como o senhor vê essa questão?
Em 2021, tivemos nosso gabinete de Natal atacado por mulheres do MST. Por coincidência, na tarde que antecedeu o ataque, as agressoras estavam reunidas com a governadora do Estado e a cúpula do PT. Então não é novidade para nós, a relação próxima e incitadora com o movimento dos sem terra.
E com relação ao pedido do prefeito Álvaro Dias sobre o apoio da bancada federal para desobstruir entraves a licença para engordamento da praia de Ponta Negra, ele fala em forças ocultas e do mal que impedem a liberação do licenciamento?
Participamos desde sempre desse processo. Contribuímos perante o presidente Jair Bolsonaro e destacamos a importância da obra da engorda da Praia de Ponta Negra. Não podemos admitir que entraves burocráticos impeçam que o projeto prossiga e a obra venha ser executada. Em Brasília, estamos fazendo a nossa parte para viabilizar a execução da obra que vai melhorar nossa estrutura, vai atrair mais turistas e dar melhor qualidade aos banhistas potiguares.

Deu na Tribuna do Norte

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