Saúde

Alta de casos da varíola dos macacos não está fora de controle, diz diretora da OMS

Tubos de ensaio com rótulos sobre varíola dos macacos
Tubos de ensaio com rótulos sobre varíola dos macacos23/05/2022REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa

A alta de casos de varíola dos macacos “não está fora de controle”, segundo a diretora adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão.

Em entrevista à CNN Rádio, ela destacou que o momento atual – com a OMS declarando emergência de saúde global para a doença – “é de fazer diagnóstico.”

Na avaliação da diretora adjunta, o aumento de registros da varíola dos macacos no Brasil e em outros países “está relacionado a uma maior atenção, não quer dizer epidemia sem controle.”

“O aumento de número de casos explicitamente mostra que há maior atenção para isso e é essencial fazer vigilância epidemiológica dos contatos e do entorno da pessoa que está com a doença no momento”, completou.

Mariângela chamou a atenção para o fato de que a doença “não é grave”: “Na imensa maioria é de casos leves, pode ser manejada clinicamente, e demora 2 semanas para ser curada.”

“É preciso bastante atenção dos sinais de alerta e sintomas, além dos profissionais de saúde, para que aconteça o diagnóstico precoce”, defendeu.

De acordo com Mariângela Simão, a OMS quer evitar uma corrida desenfreada pela vacina. “A maior parte das medidas que devem ser utilizadas no momento não é a vacina, solução não é a vacina, mas identificação dos casos.

Os grupos mais suscetíveis são as crianças, gestantes e pessoas com imunodepressão.

Ela também destacou que “não há vacina suficiente no mundo” e que os imunizantes aprovados são utilizados, prioritariamente, para a varíola tradicional e estudos mais aprofundados devem ser realizados “para que se colete mais informação sobre a eficácia deles” contra a monkeypox.

Até o momento, o Brasil tem 813 casos de varíola dos macacos registrados.

Com informações da CNN Brasil

Saúde

Brasil registra primeiros casos de transmissão comunitária da varíola do macaco

Com transmissão comunitária, número de casos pode aumentar muito no Brasil

Com transmissão comunitária, número de casos pode aumentar muito no Brasil

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira (23) dois novos casos de varíola do macaco na cidade, sendo que nenhum dos contaminados têm histórico de viagem aos países onde a doença está circulando nem contato com viajantes, o que significa que o Brasil passou a ter a transmissão comunitária da doença.

“Como eles não têm contato com ninguém que foi viajar também, isso é importante. Quando a origem da doença é desconhecida significa transmissão comunitária. Como são só dois casos, é claro que pode aparecer esse contactante que foi viajar ou não. Mas, independentemente disso, já se assume, sim, que é uma transmissão comunitária”, afirma a virologista Camila Malta, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e do Instituto de Medicina Tropical.

No fim da tarde de ontem, o Ministério da Saúde divulgou que três casos de São Paulo estavam em investigação de transmissão local, porque, de acordo com as primeiras verificações, três homens do estado estão doentes e também não têm histórico de viagem nem contato com viajantes.

A infectologista Eliana Bicudo, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), ressalta que é importante que sejam rastreados os contados com os doentes, porque, se for confirmada a transmissão comunitária, isso mudará o panorama da doença no Brasil.

“O que parece é que houve a transmissão autóctone no Brasil, mas é preciso investigar pela vigilância de rastreamento dos contactantes. Se tivermos casos confirmados autóctones, a transmissão é local e o número de casos vai aumentar muito. Passaremos a ter um surto, e não casos importados apenas”, alerta a médica.

A virologista explica que não chega a ser uma surpresa a transmissão local. “Já era esperado que isso fosse acontecer. Nos países onde essa doença foi detectada, acabou tendo transmissão comunitária algumas semanas depois. É uma doença contagiosa, não tanto quanto a Covid, mas ela é transmitida por fluidos, uso de toalha, roupa contaminada. Portanto, se o indvíduo mora com alguém ou divide ou compartilha utensílios ou roupas com outra pessoa, existe uma possibilidade de transmissão”, diz Camila.

O que muda com a transmissão comunitária?

As especialistas explicam que o surgimento de infectados comunitários obriga os órgãos de vigilância de saúde a ter uma atenção maior no aparecimento de novos casos. “Medidas rigorosas de rastreamento, diagnóstico rápido, isolamento adequado e outras medidas para conter o surto”, sugere Eliana.

Camila complementa que os profissionais de saúde também devem estar atentos à mudança. “Como nós já temos a doença circulando por aqui, um clínico não pode simplesmente descartar um diagnóstico de varíola pelo [fato de o] paciente não ter viajado simplesmente. Geralmente, acontecia isso quando a gente ainda não tinha a doença endêmica aqui. Agora já não faz parte. O indíviduo pode não ter tido contato com ninguém e ainda assim ter contraído.”

A ampla comunicação da varíola do macaco para a população em geral é fundamental. “É bem possível que algumas medidas sejam tomadas para tentar controlar a transmissão e avisos para a população para se prevenir. É importante intensificar todas as informações que já estão disponíveis hoje para que um número maior de pessoas possa se prevenir”, salienta a virologista.

Com informações do R7

Saúde

OMS espera identificar mais casos de varíola dos macacos

Foto: Divulgação/OMS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que novos casos de varíola dos macacos devem ser identificados à medida que a organização expande a sua vigilância em países onde o vírus não costuma ser encontrado. Até sábado (21.mai.2022), 92 infecções foram confirmadas e outras 28 estavam sob investigação em 12 países.

“A situação está evoluindo e a OMS espera que haja mais casos de varíola dos macacos identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos”, disse a agência de saúde em comunicado.

“As evidências disponíveis sugerem que quem está em maior risco são aqueles que tiveram contato físico próximo com alguém com varíola dos macacos, enquanto são sintomáticos”, explicou.

A agência acrescentou que boa parte dos novos casos foi identificada em homens que tiveram relação sexual com outros homens e buscaram assistência em clínicas de saúde sexual.

Para conter o surto, a OMS afirmou que está informando a população com maior risco de infecção e orientando profissionais de saúde.

Com informações de Poder360