Justiça

Fux rejeita pedido de habeas corpus de Robinho

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, indeferiu o habeas corpus, com pedido de liminar, da defesa de Robinho. A decisão que possibilitou na prisão do ex-jogador na noite desta quinta-feira, 21, para cumprimento imediato da pena de nove anos pelo crime de estupro coletivo, cometido na Itália, em 2013, e determinado pela Justiça italiana. A decisão foi homologada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) na quarta-feira, 20. “Considerados os fundamentos expostos ao longo deste voto, não se vislumbra violação, pelo Superior Tribunal de Justiça, de normas constitucionais, legais ou de tratados internacionais, caracterizadora de coação ilegal ou violência contra a liberdade de locomoção do paciente”, disse Fux na decisão.

O ministro também enfatizou em sua decisão que “a transferência de execução de pena encontra apoio no princípio do reconhecimento mútuo em material penal”, e que, com base nesses princípios, é possível até mesmo a prática de atos processuais em países estrangeiros, mediante cooperação internacional, por exemplo, para a oitava de testemunhas por carta rogatória”.

Na quarta-feira, 20, por 9 votos a 2, o STJ decidiu que o ex-jogador deveria cumprir a pena de nove anos no Brasil. Na decisão de ontem, os ministros não entraram no mérito de crime em si, apenas analisaram se a decisão italiana atendeu aos critérios para ser reconhecida no Brasil. Robinho foi condenado pela Justiça italiana em 2020 a nove anos de prisão por estupro coletivo de uma jovem albanesa de 23 anos em uma boate de Milão, Itália. Como ele não pode ser extraditado por ser brasileiro nato, a Itália acionou a Justiça brasileira, requerendo o cumprimento da sentença no país. A análise do caso coube à Corte Especial do STJ, formada pelos ministros mais antigos da Casa.

A presidente do STJ assinou nesta quinta a determinação para que a Justiça Federal em Santos pendesse o ex-jogado. Após receber a ordem de prisão, a Polícia Federal de Santos cumpriu o mandado. O jogador agora passará por exame de corpo de delito e audiência de custódia antes de ser encaminhado para a penitenciária, que ainda não foi definida.

Deu na JP News

 

Notícias

Democracia não suporta “nós contra eles”, diz Ministro Fux do STF

 

Na sessão solene de abertura dos trabalhos do Poder Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, disse, nesta terça-feira, 1º, que “não há mais espaços para ações contra o regime democrático e para a violência contra as instituições públicas”. O magistrado dedicou boa parte de seu discurso para falar da polarização política que tomou conta do país e pediu “tolerância” nas eleições que ocorrerão em outubro deste ano. Fux também defendeu a ciência e a vacinação em massa como ferramentas para o combate da pandemia do novo coronavírus  e afirmou que o Brasil caminha na direção correta, guiado “pelas bússolas da razão e da ciência”.

“Deveras, este ano de 2022 também será marcado por acontecimentos relevantes para a vida política do país. O novo ciclo eleitoral se avizinha. É cediço que a política e as eleições despertam paixões acerca de candidatos, de ideologias e de partidos. Embora esses sejam sentimentos legítimos, a política também deve ser visualizada pelos cidadãos como a ciência do bom governo. Por sua vez, as eleições devem ser uma oportunidade coletiva para realizarmos escolhas virtuosas e votos conscientes voltados à prosperidade nacional. Os debates acalorados nesses momentos são comportamentos esperados em um ambiente deliberativo marcado pela pluralidade de visões. Não obstante os dissensos da arena política, a democracia não comporta disputas baseadas no ‘nós contra eles’. Em verdade, todos os concidadãos brasileiros devem buscar o bem-estar da nação, imbuídos de espírito cívico e de valores republicanos”, disse Fux. “Em sendo assim, este Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, concita os brasileiros para que o ano eleitoral seja marcado pela estabilidade e pela tolerância, porquanto não há mais espaços para ações contra o regime democrático e para violência contra as instituições públicas”, seguiu.

Fux também disse que o país precisa de líderes “que sejam capazes de engajar ações coletivas, congregar pensamentos opostos e inspirar colaboração recíproca em pequena e grande escalas”. “Para fazermos as engrenagens de uma sociedade cada vez mais interdependente e complexa girarem como uma sinfonia perfeita, precisamos, mais do que nunca, de líderes que estejam atentos a essas transformações e que sejam capazes de engajar ações coletivas, congregar pensamentos opostos e inspirar colaboração recíproca em pequena e grande escalas”, afirmou. O presidente Jair Bolsonaro (PL) não participou da abertura do ano do Judiciário – o ministro Luiz Fux afirmou que o presidente não compareceu porque irá sobrevoar as áreas atingidas pela chuva em São Paulo. A sessão ocorreu dias depois de o chefe do Executivo federal descumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes e não comparecer à Polícia Federal (PF), na sexta-feira, 29, para prestar esclarecimentos sobre o vazamento de dados sigilosos de um inquérito que apura um ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Participaram do evento o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Deu na Jovem Pan