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Sem audiência, Lula abandona lives semanais

 

Nesta sexta-feira (26), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, confirmou que as lives semanais de Lula (PT) não serão retomadas. A última live foi transmitida no dia 19 de dezembro de 2023, antes do recesso do fim do ano. Sem conseguir emplacar uma boa audiência nas transmissões, Pimenta disse à revista Veja que a interrupção não significa que as lives foram substituídas, trata-se apenas de uma mudança na estratégia de comunicação.

As lives tiveram início em junho do ano passado e eram transmitidas todas as manhãs das terças-feiras. Motivo de piada nas redes sociais, a baixa audiência do programa já foi atribuída ao “algoritmo” das plataformas pelo chefe da Secom.

Em setembro de 2023, depois de um período sem transmissões por conta de uma advertência emitida pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o petista retomou as transmissões.

Como a live é transmitida pelo Canal Gov, o deputado federal Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PL-SP) protocolou uma representação junto ao TCU alegando haver uma “estruturação da publicidade institucional direcionada à promoção” de Lula.

O tribunal afirmou que, “no presente caso, havendo situações tanto de caráter informativo quanto de promoção pessoal no programa ‘Conversa com o Presidente’, conclui-se pela procedência parcial da representação”.

Com informações da Gazeta do Povo

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Plano do governo é um fiasco, e montadoras não escapam do prejuízo

volkswagen

 

O plano do governo Lula de aumentar os incentivos fiscais às montadoras de veículos parece que não surtiu o efeito desejado. Mesmo com o despejo de cerca de R$ 500 milhões em benefícios para automóveis e comerciais leves, o resultado está aquém do esperado pelas fábricas. A Volkswagen está sendo afetada pela situação crítica do setor de automóveis.

O programa do governo para baratear carros e impulsionar as vendas tem passado longe da real necessidade do setor. Até o momento, do valor total liberado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, cerca de R$ 420 milhões já foram utilizados. Os descontos patrocinados pelos cofres públicos vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própria.

O economista Alan Ghani explicou que o setor reflete a situação da economia brasileira. “Houve queda na demanda, que está ligada à indústria, que tem tido maior dificuldade na recuperação econômica, em parte pelo alto nível da taxa de juros, pelo ambiente inflacionário e pelos problemas estruturais da indústria, como impostos elevados e burocracia”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira, 28.

De acordo com dados do Registro Nacional de Veículos Automotores, a média de junho até o último dia 19 é de 6,2 mil unidades vendidas por dia. O número, que inclui veículos leves e pesados, indica uma diminuição de 20%, na comparação com o mesmo período de maio.

Não à toa, a Volkswagen anunciou na terça-feira 27 a suspensão da produção de veículos nas fábricas em todo o Brasil. A montadora alegou a “estagnação do mercado” como motivo para a paralisação. Ao governo, a fábrica solicitou R$ 60 milhões de incentivos para baratear a produção até agora.

Volkswagen conta com três fábricas no país

Atualmente, a montadora conta com três fábricas no Brasil. Uma fica no Paraná, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. As outras duas estão no Estado de São Paulo: uma em Taubaté, no interior, e, por fim, outra em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Segundo a Volkswagen, a produção de carros no cenário nacional já estava em ritmo lento. Em São José dos Pinhais, por exemplo, um turno de trabalho já tinha sido interrompido desde o início do mês — o que pode durar de dois a cinco meses. Na mesma fábrica, o outro turno vai ficar suspenso até sexta-feira 30.

Na unidade de Taubaté, a suspensão da produção da Volkswagen se dará, inicialmente, no decorrer desta semana. Para a fábrica de São Bernardo do Campo, a direção da empresa protocolou, segundo o site do jornal Folha de S.Paulo, férias coletivas para os dois turnos a partir de 10 de julho.

O plano do governo é um ‘fiasco’

Samuel Pessôa, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), considera a estratégia anunciada pelo governo Lula um “desastre”. Para o economista, o programa deveria focar em exportações — e não no mercado interno.

“Eu eliminaria o requerimento de conteúdo nacional e deixaria trazer peças de fora e montar o carro no Brasil, mas com meta de exportação”, explicou o pesquisador da FGV, em entrevista publicada pelo jornal Estado de S.Paulo, em maio. “Qualquer política pública deveria ter como meta forçar as montadoras a acessarem o mercado internacional.”

Para o Pessôa, a aceitação no mercado externo é a grande régua para avaliar o sucesso de uma atividade produtiva. “Se não acessa, o produto é ruim, não vale a pena subsidiar”, comentou. Como modelo de sucesso brasileiro, ele cita o setor agrícola, que “exporta, e muito”.

De acordo com o economista, a proposta não traz inovações. “Não tem nenhuma novidade no desenho, vão fazer mais do mesmo”, afirmou.

Além disso, ele considera o projeto do governo Lula para reduzir o preço do carro popular um absurdo, do ponto de vista social. “O Brasil é um país pobre, e um bem que custa R$ 70 mil não é para pobre, é para a classe média”, afirmou. “Se baixar o preço para R$ 60 mil, significa que vai dar R$ 10 mil para a classe média comprar carro.”

Deu na Oeste