Judiciário

Moraes vota para condenar mais cinco réus do 8/1

 

O ministro Alexandre de Moraes (foto), do STF, votou a favor da condenação de mais cinco réus acusados de participarem dos atos de 8 de janeiro.

O novo julgamento começou na madrugada desta terça-feira (26), em plenário virtual.

Os réus foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Com um voto individual para cada réu, Moraes propôs a condenação de João Lucas Vale Giffoni, Jupira da Cruz Rodrigues e Nilma Lacerda Alves a 14 anos de prisão. Para Davis Baek, a pena sugerida foi de 12 anos de prisão. Moacir José Dos Santos, que estava inicialmente previsto para ser julgado em plenário físico, recebeu a pena mais alta, de 17 anos.

“Como já assinalado, a motivação para a condutas criminosas visava o completo rompimento da ordem constitucional, mediante a prática de atos violentos, em absoluto desrespeito ao Estado Democrático de Direito, às Instituições e ao patrimônio público”, afirmou o ministro do STF em seus votos.

O magistrado também fez referência ao compartilhamento de imagens das invasões às sedes dos três Poderes, em Brasília, realizado pelos acusados.

“Mais estarrecedora é a quantidade de vídeos e imagens postadas em redes sociais por inúmeros criminosos que se vangloriavam deste enfrentamento e reiteravam a necessidade de golpe de Estado com a intervenção militar e a derrubada do governo democraticamente eleito”, disse.

O Supremo Tribunal Federal já havia condenado três participantes dos atos de vandalismo nas sedes dos três Poderes a penas que variaram entre 14 a 17 anos de prisão.

A votação será vai até 2 de outubro.

Informações do Antagonista
Judiciário

Mendonça: “O Brasil quer ver esses videos do Ministério da Justiça”

 

O ministro André Mendonça esquentou o clima no julgamento do primeiro réu do 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF) ao questionar a facilidade com que os manifestantes entraram no Palácio do Planalto no dia dos atos de vandalismo. “Com todo respeito, Vossa Excelência querer falar que a culpa do 8 de janeiro foi do ministro da Justiça é um absurdo, quando cinco comandantes estão presos”, rebateu o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes.

“Vossa Excelência que está dizendo isso. Muito embora eu queria e o Brasil quer ver esses vídeos do Ministério da Justiça”, comentou Mendonça, fazendo referência às gravações do sistema de segurança do ministério comandando por Flávio Dino no dia 8 de janeiro, que foram apagadas. A menção enervou ainda mais Moraes.

“O ex-ministro da Justiça que sucedeu Vossa Excelência fugiu para os Estados Unidos e jogou o celular dele no lixo e foi preso, e agora Vossa Excelência vem no plenário do Supremo Tribunal Federal, que foi destruído, para dizer que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo, tenha dó”, retrucou Moraes, que votou por pena de 17 anos de prisão para Aécio Lúcio Costa Pereira.

 

 

“Não coloque palavras na minha boca”, repetiu Mendonça por três vezes, completando: “Tenha dó, Vossa Excelência”. Apesar do entrevero, pelo qual Moraes acabou pedindo desculpas, Mendonça votou concordando parcialmente com o relator, pela condenação do réu por quatro dos cinco crimes denunciados pelo Ministério Público — poupou o réu apenas da acusação de golpe de Estado.

Antes de Mendonça, Cristiano Zanin tinha votado por uma condenação a 15 anos de prisão. Com o voto de Mendonça, quatro ministros referendaram a condenação de Aécio Lúcio, preso dentro do plenário do Senado Federal durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, mas com penas diferentes. 

Deu no Antagonista