Saúde

Mulher é curada do HIV após transplante de células-tronco

Uma paciente de Nova Iorque foi curada da HIV após receber um tratamento inovador, a partir de células-tronco - Foto: Getty Images

A medicina deu mais um passo gigantesco, necessário e bastante otimista! Uma equipe de cientistas do New York-Presbyterian Weill Cornell Medical Center, nos Estados Unidos, comunicou em nota que, pela primeira vez, uma mulher foi curada do HIV, através de um tratamento inovador, feito a partir de células-troncos.

A mulher recebeu sangue do cordão umbilical de um bebé com resistência genética ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). E também recebeu células estaminais (com capacidade de auto-renovação) de um dador adulto.

De acordo com os cientistas, a paciente também tinha leucemia desde 2017. Para que a equipe reconhecesse a cura, ela aceitou passar por um procedimento polêmico já que a nova terapia é considerada antiética em pessoas que não estão em estado terminal da doença.

 

“Paciente de Nova Iorque”

Para que a pesquisa aconteça sem grandes especulações, a mulher nao teve o nome revelado e foi batizada de “Paciente de Nova Iorque”, na nota emitida pelo centro médico.

Segundo os pesquisadores, ela ainda seguirá em tratamento e será acompanhada pela equipe médica e pelo time de cientistas que desenvolveu a terapia. No entanto, as primeiras respostas já foram muito animadoras, já que havia risco de morte e rejeição inicialmente.

“O facto de ela ser mestiça e ser mulher é muito importante cientificamente e muito importante em termos de impacto na comunidade”, disse Steven Deeks, especialista em AIDS da Universidade da Califórnia.

Steven explica que o vírus progride de maneira diferente nas mulheres do que nos homens, por isso foi importante a escolha da paciente.

Ele também ressalta que, mesmo as mulheres sendo a maioria dos casos de VIH no mundo, apenas 11% se apresentam como voluntárias nos ensaios que visam alcançar a cura.

Outros casos

Além da Paciente de Nova Iorque, outros dois homens foram curados da HIV. Um deles é norte-americano Timothy Ray Brown. Brown foi chamado de “O Paciente de Berlim” na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas de 2008, onde sua cura foi anunciada pela primeira vez, para preservar seu anonimato.

Timonty recebeu um transplante de células-tronco de um doador com uma anormalidade genética rara, na qual as células atingem a resistência natural do HIV.

Diferente da atual paciente, ele também estava com leucemia mieloide aguda em estado avançado.

O segundo paciente curado de HIV, que teve o caso contado aqui no SoNotíciaBoa, foi Adam Castillejo, de 40 anos. Ele nasceu na Venezuela e vivia com o HIV desde 2003.

Adam tinha Leucemia e havia recebido um transplante de células-tronco de medula óssea.

Por sorte, o doador tinha uma mutação, um DNA resistente ao vírus e isso tornou Adam Castillejo também resistente ao HIV.

 

r. Koen van Besien, Dra. Jingmei Hsu e Dr. Marshall Glesby, que acompanharam a paciente - Foto: .Benjamin Ryan
r. Koen van Besien, Dra. Jingmei Hsu e Dr. Marshall Glesby, que acompanharam a paciente – Foto: .Benjamin Ryan

 

Deu na NBC News

 

Ciências

Causa da calvície pode ter sido encontrada por cientistas

Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, esbarraram em possíveis novas explicações para a calvície. Geralmente, uma hipótese aceita para a queda de cabelo é a de que as células-troncos se cansam de reabastecer os fios e então morrem. Esse processo é considerado uma parte integral do envelhecimento.

Porém, o professor de patologia Rui Yi e seus colegas de estudo descobriram que as células-troncos não morrem, e sim fogem das estruturas em que ficam posicionadas. Ao menos é o que acontece nos camundongos acompanhados pela equipe de pesquisadores.

Os folículos capilares são pequenos órgãos em formato cilíndrico dos quais crescem os cabelos. Esses órgãos passam por períodos cíclicos de crescimento, em que as células-tronco vivendo na região chamada “bulge” se dividem e logo se transformam em células capilares em crescimento. É através dessas células que surgem a haste capilar e sua bainha. Após certo tempo, o haste capilar para de crescer e cai, sendo substituída por um novo fio de cabelo e continuando o ciclo.

Novo método de acompanhamento capilar

A abordagem normalmente feita por pesquisadores do envelhecimento é analisar as mudanças de pedaços de tecido de diferentes idades de animais. Segundo Yi, esse método não é vantajoso porque o tecido já está morto e não é possível entender o que causou certas mudanças e o que poderia acontecer no futuro. Foi ao decidir observar o processo de envelhecimento fio a fio que Yi chegou à nova hipótese.

Ele e sua equipe observaram o crescimento dos folículos capilares nas orelhas dos camundongos através de um laser de comprimento de onda que consegue penetrar no tecido. Assim, foi feito um acompanhamento rotineiro das mudanças de cada folículo de modo microscópico.

Eventualmente, os cientistas perceberam que, ao envelhecer, os animais começaram a ficar grisalhos e perder pelo, enquanto suas células-tronco escaparam de suas “casas” na região do bulge. As células mudaram de redondas para um formato de ameba, se espremeram para fora dos folículos, recuperaram suas formas e fugiram para longe.

“Se eu não tivesse visto, eu não teria acreditado. É quase uma loucura na minha cabeça”, disse Rui Yi. Algumas das células-tronco que escapavam saltavam distâncias significativas, em termos celulares. Por fim, elas desapareceram, provavelmente consumidas pelo sistema imunológico.

O papel dos genes

Em seguida, a equipe de Yi questionou a participação dos genes no processo de fuga das células-tronco. Eles descobriram que dois genes — FOXC1 e NFATC1 — estavam com menor atividade em células de folículos mais envelhecidos. O papel dos dois é prendê-las no bulge. Os pesquisadores acompanharam, então, camundongos sem esses dois genes.

Ao chegarem na idade de quatro a cinco meses, os camundongos sem os genes começaram a perder pelo. Com 16 meses, período de meia-idade, pareciam mais velhos, pois estavam sem muitos pelos e os restantes estavam grisalhos. O próximo passo dos cientistas é tentar salvar as células-tronco do cabelo em camundongos envelhecidos.

Saúde

Após tratamento com Terapia Imunogenética Experimental, paciente é curada de lúpus

Foto : Divulgação / Universidade-Hospital Erlagen

A jovem Thu-Thao, de 20 anos, recebeu a maravilhosa notícia que está completamente curada de lúpus, após passar por uma terapia imunogenética experimental na Alemanha.

A paciente optou pela terapia como último recurso de tratamento em março, após quatro anos lutando contra a doença.

O estudo do caso saiu no periódico The New England Journal of Medicine. Com os resultados de Thu-Thao, abre-se uma oportunidade para curar outros pacientes.

O tratamento experimental

A jovem se voluntariou para a terapia, aplicada por médicos da Universidade-Hospital Erlangen, na Alemanha.

A terapia imunogenética experimental é usada para tipos mais agressivos de câncer e, pela primeira vez, foi aplicada no combate ao lúpus.

Os médicos coletaram as células T da paciente e fizeram a modificação genética em laboratório. Com isso, as células passam a destruir, ou inativar, as células B do corpo, que são responsáveis pela doença.

Lúpus eritematoso sistêmico (LES)

Thu-Thao foi diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico (LES), aos 16 anos. De lá para cá, ela usou diversos medicamentos e tratamentos, até conhecer a nova terapia.

No caso do LES, os linfócitos B passam a produzir anticorpos contra as células do coração, rins e da pele, principalmente.

A doença a impedia, por exemplo, de praticar atividades físicas, devido a dores nas juntas e palpitações. Em muitos casos, aliás, o lúpus pode ser fatal.

MasThu-Thao conta que agora, seis meses após a terapia, ela pode voltar a rotina de antes da doença.

Ela já pratica esportes, dorme melhor e teve uma diminuição significativa das palpitações e retenção de líquidos.

E o melhor: de acordo com os médicos, ela não apresenta nenhum sinal de reincidência da doença.

Com os resultados obtidos em Thu-Thao, agora os médicos querem iniciar testes clínicos para o tratamento em pessoas com lúpus sistêmico.

Com informações de Socientífica