Polícia

Vítimas de maus-tratos e tortura por professoras da UFRN passam avaliação psicológica no ITEP

 

As duas meninas, uma criança e uma adolescente que foram resgatadas pela Polícia Civil após denúncias de maus-tratos e tortura praticadas pelas próprias mães, duas professoras da UFRN, passaram nesta terça-feira (7) por avaliação médica psicológica, no Instituto Técnico-Científico de Perícia.

A Polícia Civil informou que não vai comentar sobre o caso neste momento.

As duas garotas foram submetidas a avaliação durante a tarde desta terça-feira. O procedimento é de praxe pela e, considerado “uma das provas mais importantes do inquérito policial”.

As duas vítimas estão em uma casa de acolhimento, enquanto, as mães foram detidas e permanecem à disposição da justiça.

O caso

Duas mulheres foram presas pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte na sexta-feira (02), no bairro Parque das Nações, em Parnamirim. De acordo com as investigações, as mulheres foram autuadas pelos crimes de torturas, maus-tratos e violência psicológica contra uma criança e uma adolescente.

Segundo a polícia, no dia 26 de janeiro, um boletim de ocorrência foi registrado em uma cidade do interior do RN sobre o possível crime de maus-tratos contra as vítimas. As mulheres, que seriam mães das meninas, foram ouvidas pela autoridade policial e negaram os crimes. Porém, de acordo com o laudo pericial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) e de depoimentos, foram constatadas lesões corporais nas vítimas.

O caso está sendo investigado sob sigilo pela Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente e até o momento 17 pessoas foram ouvidas.

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Polícia

Delegada diz que crianças eram torturadas e até “privadas de alimentação”

Delegada Ana Gadelha, da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente – Foto: Rafael Araújo/NOVO Notícias

 

A delegada Ana Gadelha, da Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente, comentou a prisão de duas mulheres investigadas por crimes cometidos contra as filhas, uma criança e uma adolescente, na cidade de Parnamirim, na Grande Natal, e disse que as meninas eram vítimas de maus-tratos, tortura e violência psicológica.

Apesar de ainda estar em andamento, o inquérito que segue sob sigilo, já aponta para a materialidade dos crimes cometidos pelas mães das meninas, o que levou ao pedido de prisão das investigadas.

“Nas investigações foram comprovadas, realmente, que as mães praticavam maus-tratos, tortura e violência psicológica contra as filhas”, explica Ana Gadelha. Ela conta que informações de testemunhas e do Itep fortalecem a suspeita dos crimes: “É uma investigação bastante robusta, nós já ouvimos 17 pessoas, e tem os laudos do Itep que comprovam a materialidade das lesões corporais. Então, nessa investigação a gente entendeu pela representação da prisão preventiva das duas”.

A prisão é preventiva e não tem prazo, e foi expedida pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Parnamirim, com o parecer favorável do Ministério Público.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente. De acordo com a delegada Ana Gadelha, mais pessoas deverão ser ouvidas nos próximos dias, e a previsão é que o inquérito seja concluído na próxima semana.

As crianças eram privadas de alimentação

A delegada Ana Gadelha contou ainda alguns detalhes do depoimento colhido das vítimas. Ela disse que as crianças foram as primeiras testemunhas ouvidas no inquérito que corre sob sigilo.

“O que a gente pode falar é que eram uma criança e uma adolescente, que eram muito privadas na questão da alimentação. Elas eram responsáveis pelos afazeres domésticos da casa, de forma exclusiva, e também eram castigadas de forma rotineira com agressões físicas, agressões e xingamentos”, conta a delegada.

Meninas relataram maus-tratos para cuidadora

Ana Gadelha explica também que a denúncia foi feita por uma mulher que foi contratada para cuidar das meninas enquanto as mães faziam uma viagem pela Europa.

“As meninas criaram esse laço afetivo com a cuidadora, e narraram os fatos, e a cuidadora teve essa coragem de registrar o Boletim de Ocorrência, de ser ouvida. E é isso que a gente pede à população, que denuncie”, conta Ana Gadelha.

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