A delegada Ana Gadelha, da Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente, comentou a prisão de duas mulheres investigadas por crimes cometidos contra as filhas, uma criança e uma adolescente, na cidade de Parnamirim, na Grande Natal, e disse que as meninas eram vítimas de maus-tratos, tortura e violência psicológica.
Apesar de ainda estar em andamento, o inquérito que segue sob sigilo, já aponta para a materialidade dos crimes cometidos pelas mães das meninas, o que levou ao pedido de prisão das investigadas.
“Nas investigações foram comprovadas, realmente, que as mães praticavam maus-tratos, tortura e violência psicológica contra as filhas”, explica Ana Gadelha. Ela conta que informações de testemunhas e do Itep fortalecem a suspeita dos crimes: “É uma investigação bastante robusta, nós já ouvimos 17 pessoas, e tem os laudos do Itep que comprovam a materialidade das lesões corporais. Então, nessa investigação a gente entendeu pela representação da prisão preventiva das duas”.
A prisão é preventiva e não tem prazo, e foi expedida pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Parnamirim, com o parecer favorável do Ministério Público.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente. De acordo com a delegada Ana Gadelha, mais pessoas deverão ser ouvidas nos próximos dias, e a previsão é que o inquérito seja concluído na próxima semana.
As crianças eram privadas de alimentação
A delegada Ana Gadelha contou ainda alguns detalhes do depoimento colhido das vítimas. Ela disse que as crianças foram as primeiras testemunhas ouvidas no inquérito que corre sob sigilo.
“O que a gente pode falar é que eram uma criança e uma adolescente, que eram muito privadas na questão da alimentação. Elas eram responsáveis pelos afazeres domésticos da casa, de forma exclusiva, e também eram castigadas de forma rotineira com agressões físicas, agressões e xingamentos”, conta a delegada.
Meninas relataram maus-tratos para cuidadora
Ana Gadelha explica também que a denúncia foi feita por uma mulher que foi contratada para cuidar das meninas enquanto as mães faziam uma viagem pela Europa.
“As meninas criaram esse laço afetivo com a cuidadora, e narraram os fatos, e a cuidadora teve essa coragem de registrar o Boletim de Ocorrência, de ser ouvida. E é isso que a gente pede à população, que denuncie”, conta Ana Gadelha.
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