Em sua live semanal desta segunda-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu as críticas que recebeu de ambientalistas frustrados com a falta de metas da Cúpula da Amazônia. O petista justificou que encontrar uma solução definitiva para o desmatamento demandará muitos anos de trabalho.
– Ficam as pessoas comentando que a gente deveria ter encontrado a solução definitiva. Não é fácil encontrar a solução definitiva, porque demanda muito trabalho, muitos anos de trabalho. (…) Esse encontro teve, como condição e como pretexto, a preparação dos países amazônicos para levar uma proposta sobre florestas para os Emirados Árabes na COP 28 [Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas] – declarou.
Realizada em Belém, no Pará, a Cúpula teve a presença dos oito países que tem a floresta amazônica em seus territórios: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Na ocasião, eles não chegaram a um consenso sobre findar o desmatamento até 2030. Lula, porém, considera que a elaboração da proposta a ser levada para a COP 28 já foi um avanço.
O presidente também defendeu que os países mais ricos contribuam para a preservação das florestas, ainda que não as abriguem em seus territórios.
– Vamos, pela primeira vez, discutir com mais seriedade a contribuição dos países ricos com relação à preservação das florestas. Porque não basta as pessoas enxergarem, por meio de satélites, as copas das árvores. É preciso enxergar que lá embaixo [na Amazônia], moram 50 milhões de pessoas. No caso do Brasil, são quase 30 milhões que moram e precisam viver com dignidade. Ter emprego, educação, saúde. Precisamos cuidar da Amazônia como um todo, cuidar das florestas e das pessoas que moram lá – disse.
CRÍTICAS DE MARK RUFFALO
O ator Mark Ruffalo, intérprete do super-herói Hulk, da Marvel, foi um dos nomes que criticaram a ausência de “metas concretas” na Declaração de Belém, aprovada na última semana durante a Cúpula da Amazônia.
O artista mencionou Lula em um publicação, na qual escreveu que o presidente brasileiro é um de seus heróis, mas que estava de “coração partido” pela falta de concretude dos objetivos estabelecidos pelos oito países amazônicos.
– A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática, e nós não temos tempo a perder – escreveu o ator.
Lula, por sua vez, usou as redes sociais neste domingo (13), para responder ao ator hollywoodiano. O petista afirmou que os compromissos estabelecidos no fórum são “o ponto de partida para a construção de um consenso em torno da proteção da Amazônia”.
– Ao reunir os países da Região Amazônica, e iniciarmos uma aliança com os dois Congos e a Indonésia, um grupo que junto detém quase 80% das florestas tropicais do mundo, estamos dando mais um passo rumo a uma agenda comum de preservação de ecossistemas fundamentais para o clima e a biodiversidade do planeta – escreveu o presidente em sua conta oficial na plataforma X, antes chamada de Twitter.
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