Saúde

Brasil registra primeiros casos de transmissão comunitária da varíola do macaco

Com transmissão comunitária, número de casos pode aumentar muito no Brasil

Com transmissão comunitária, número de casos pode aumentar muito no Brasil

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira (23) dois novos casos de varíola do macaco na cidade, sendo que nenhum dos contaminados têm histórico de viagem aos países onde a doença está circulando nem contato com viajantes, o que significa que o Brasil passou a ter a transmissão comunitária da doença.

“Como eles não têm contato com ninguém que foi viajar também, isso é importante. Quando a origem da doença é desconhecida significa transmissão comunitária. Como são só dois casos, é claro que pode aparecer esse contactante que foi viajar ou não. Mas, independentemente disso, já se assume, sim, que é uma transmissão comunitária”, afirma a virologista Camila Malta, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e do Instituto de Medicina Tropical.

No fim da tarde de ontem, o Ministério da Saúde divulgou que três casos de São Paulo estavam em investigação de transmissão local, porque, de acordo com as primeiras verificações, três homens do estado estão doentes e também não têm histórico de viagem nem contato com viajantes.

A infectologista Eliana Bicudo, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), ressalta que é importante que sejam rastreados os contados com os doentes, porque, se for confirmada a transmissão comunitária, isso mudará o panorama da doença no Brasil.

“O que parece é que houve a transmissão autóctone no Brasil, mas é preciso investigar pela vigilância de rastreamento dos contactantes. Se tivermos casos confirmados autóctones, a transmissão é local e o número de casos vai aumentar muito. Passaremos a ter um surto, e não casos importados apenas”, alerta a médica.

A virologista explica que não chega a ser uma surpresa a transmissão local. “Já era esperado que isso fosse acontecer. Nos países onde essa doença foi detectada, acabou tendo transmissão comunitária algumas semanas depois. É uma doença contagiosa, não tanto quanto a Covid, mas ela é transmitida por fluidos, uso de toalha, roupa contaminada. Portanto, se o indvíduo mora com alguém ou divide ou compartilha utensílios ou roupas com outra pessoa, existe uma possibilidade de transmissão”, diz Camila.

O que muda com a transmissão comunitária?

As especialistas explicam que o surgimento de infectados comunitários obriga os órgãos de vigilância de saúde a ter uma atenção maior no aparecimento de novos casos. “Medidas rigorosas de rastreamento, diagnóstico rápido, isolamento adequado e outras medidas para conter o surto”, sugere Eliana.

Camila complementa que os profissionais de saúde também devem estar atentos à mudança. “Como nós já temos a doença circulando por aqui, um clínico não pode simplesmente descartar um diagnóstico de varíola pelo [fato de o] paciente não ter viajado simplesmente. Geralmente, acontecia isso quando a gente ainda não tinha a doença endêmica aqui. Agora já não faz parte. O indíviduo pode não ter tido contato com ninguém e ainda assim ter contraído.”

A ampla comunicação da varíola do macaco para a população em geral é fundamental. “É bem possível que algumas medidas sejam tomadas para tentar controlar a transmissão e avisos para a população para se prevenir. É importante intensificar todas as informações que já estão disponíveis hoje para que um número maior de pessoas possa se prevenir”, salienta a virologista.

Com informações do R7

Saúde

Natal identifica 3º caso de contaminação pela variante Delta

Variante delta da Covid — Foto: Getty Images via BBC
Foto : Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que Natal já tem transmissão comunitária da variante delta da Covid.

O setor de Vigilância em Saúde concluiu nesta sexta-feira (27) a investigação da rede de contatos da paciente de 57 anos que está internada com a variante na capital potiguar e não identificou a origem da contaminação.

A mulher não tem histórico de viagem. E na rede de contatos dela também não foi possível identificar por onde ela foi contaminada.

Assim, a pasta explica que, como não é possível saber a origem da infecção dela pela variante delta, isso faz com que a transmissão seja considerada comunitária, ou seja, sustentada, na capital potiguar.

“A transmissão comunitária é quando a gente faz a investigação de caso, rastreia todos os contatos, e após rastrear todos os contatos, não identifica nenhum contato que tenha vindo de locais em que a transmissão já está existindo, em áreas quentes, epicentros”, explicou a coordenadora do setor de Vigilância em Saúde, Juliana Araújo, ao G1.

3º Caso da variante Delta

O Rio Grande do Norte também confirmou nesta sexta-feira (27) o terceiro caso de variante delta na capital potiguar em um paciente do sexo masculino, que testou positivo no dia 10. Ele tomou a primeira dose da vacina e está em boas condições clínicas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

Os dois primeiros casos foram confirmados na terça-feira (24) pelo Instituto de Medicina Tropical (IMT) da UFRN. Uma das das pacientes é uma mulher de 57 anos, que está internada em Natal. Ele teve o caso confirmado no dia 8 de agosto e não tem histórico de viagem. Foi por ela que se identificou que há transmissão comunitária na capital.

A outra diagnosticada é uma mulher de 32 anos que chegou de viagem. Ela cumpriu isolamento em casa e não precisou ser internada. Nenhum dos três casos tem relações.

Estudos recentes vêm apontando que a variante delta do coronavírus é muito mais transmissível e tem maior probabilidade de evadir o sistema imunológico, responsável pelas defesas do nosso organismo.

Fonte: G1