Saúde

Não é droga, é remédio: O Brasil precisa vencer o preconceito contra o Canabidiol

Por Janaina Lima ( Vereadora MDB-SP )

 

Uma menina de 10 anos que sofre de epilepsia e tinha até 50 crises por dia está há mais de 20 meses sem sofrer uma única após usar o canabidiol ou CBD. Uma outra, também com epilepsia e paralisia cerebral, começou a usar o medicamente e viu suas crises diminuírem pela metade. São exemplos divulgados na mídia. Em ambos os casos, o medicamento que melhorou a vida das crianças só foi possível graças à intervenção judicial. A dificuldade do acesso ao CBD é seu alto preço e muitas barreiras legais, além do preconceito.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, entendeu essa dificuldade e acertadamente sancionou um PL aprovado pela Alesp no final do ano passado, que permite o acesso ao medicamento através do SUS, tanto na rede pública estadual quanto na privada, para pacientes que comprovadamente necessitam do tratamento. Ao pensar na saúde acima de qualquer outra coisa, só me resta parabenizar o governador que, com uma assinatura, irá melhorar a vida de milhares de paulistas.

Eu sofro de epilepsia e não tive, na infância e adolescência, a mesma chance que as pessoas podem ter de acessar um remédio eficiente. É possível fazer coisas extraordinárias tendo epilepsia ou qualquer outra condição, mas oferecer a oportunidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas é fundamental quando isso está a nosso alcance.

Também sou autora de um projeto de lei que prevê a distribuição de medicamentos à base de canabidiol pelo SUS na rede pública de saúde na cidade de São Paulo, que se estende aos hospitais privados que atendem pelo Sistema Público de Saúde (PL 569/2021). Além disso, pensando na importância do conhecimento da população e do próprio funcionamento do medicamento, sou autora de outro que incentiva pesquisas e divulgação de informações sobre o medicamento (PL 571/2021). Estudos para embasar tais medidas que comprovam a importância e os efeitos benéficos do medicamento não faltam. A Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto tem a maior produção científica mundial sobre o canabidiol, que além de servir para tratar epilepsia, também é útil no tratamento de esclerose múltipla, de Parkinson, de ansiedade e no alivio dos efeitos colaterais de quem faz tratamento contra câncer ou HIV, entre outras.

Para além dos benefícios para a saúde, o canabidiol oferece uma grande possibilidade de ganhos econômicos. Produtos relacionados ao CBD nos EUA, até 2017, renderam US$ 358 milhões. Até 2018, foram US$ 512 milhões e para os próximos anos, considerando-se o crescimento dessa indústria, serão US$ 20 bilhões. É uma indústria que além do medicamento em si, também permite seu uso em cremes, bebidas, xampu, chocolates, e até em produtos para animais de estimação. No Brasil, são 14 os produtos à base de canabidiol aprovados pela Anvisa, além de mais de 20 com extrato de cannabis, todos medicinais.

É fundamental para combater o preconceito que existe com o medicamento separar sua função benéfica da função narcótica a qual a cannabis é associada. A substância conhecida como canabidiol foi identificado em 1963 e é apenas um dos, aproximadamente, 60 compostos farmacologicamente ativos da planta. Ao contrário do THC, que é a substância narcótica da cannabis, o CDB não oferece nenhum efeito psicoativo e em todas as pesquisas feitas com o medicamento não foram encontrados efeitos colaterais significativos.

No Brasil, foi só em 2014 que uma família ganhou na justiça o direito de importar o canabidiol para tratar sua filha. Na época, sofrendo até 80 convulsões por semana, com crises que duravam até 10 minutos, a criança havia parado de andar e se alimentar direito. O remédio mudou sua vida.

Desde então, a demanda para adquirir o medicamento só aumentou. Em 2015, foram 896 pedidos de importação já em 2021 foram mais de 41.000 pedidos. E isso sem considerar milhares de outras pessoas que não tem condição de importar o produto ou que mesmo mal sabe de sua existência, cenário que mudaria se tivéssemos ele disponível no sistema público de saúde.

O preconceito que talvez muitos tenham com o canabidiol eu mesma já tive e nada melhor do que a experiência e o fato de sentir na pele os efeitos positivos do tratamento para mudar de opinião.
Sofri convulsões em diversas fases de minha vida. Não escondo de ninguém minha condição, e acho isso fundamental para normalizar a maneira como nos enxergam, com nossa vulnerabilidade, mas também na força que tiramos disso. E é essa força que faz com que eu entre nessa batalha para proporcionar que cada brasileiro possa ter a chance dos dois exemplos que cito no primeiro parágrafo. Não custa reforçar e repetir até a exaustão, até que todos entendam: não é droga, é remédio.

Deu na CNN

Saúde

Tarcísio sanciona lei que permite distribuição de cannabis medicinal pelo SUS

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou nesta terça-feira, 31, uma lei que permite a distribuição de cannabis medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo.

No ano passado, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou o projeto, de autoria do deputado estadual Caio França (PSB). O projeto também permite a distribuição de produtos à base de THC (tetrahidrocanabinol). Neste casos, a distribuição só é permitida em ocasiões excepcionais.

A nova lei visa democratizar o acesso, principalmente de famílias mais carentes, sem precisarem recorrer à Justiça, como ocorre atualmente. Ela será de responsabilidade da Secretaria de Saúde. Caberá ao órgão definir as diretrizes. Para isso, será criada uma comissão de trabalho, que contará com a participação de técnicos e representantes de associações sem fins lucrativos de apoio à pesquisa e aos pacientes e suas famílias. Após aprovação da Alesp, uma abaixo-assinado com mais de 40 mil assinaturas e um carta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) cobravam a aprovação do projeto por parte do governador.

Durante uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas disse que um sobrinho, portador da síndrome de Dravet, passou a ser tratado com canibidiol e os resultados foram positivos. Diversas pesquisas indicam que pacientes com síndromes raras, Parkinson, epilepsia, Alzheimer, autistas e outras doenças podem ser submetidas ao tratamento com esses tipos de medicamentos. “Você vê uma criança que, em vez de estar brincando, está convulsionando. Cada convulsão subtrai um bocadinho da vida. É duro ver uma criança que convulsiona o tempo todo. Os pais têm que ser muito resilientes. Não sabemos por que esses pais passam por isso, mas Deus sabe”, disse o governador. Ele frisou que São Paulo terá uma política pública direcionada ao medicamento.

“Não queremos que ocorra o mesmo [que houve] em outros estados, em que a lei foi sancionada, mas não está viva. Estamos convictos de que estamos fazendo a coisa certa. Queremos que o Estado de São Paulo seja o pioneiro na aplicação da política pública”, afirmou.

O evento ainda contou com a presença de mães de filhos portadores de síndromes raras e que apresentaram melhoras na saúde após iniciarem o tratamento com canabidiol.

Deu na JP News

Saúde

Canabidiol protege neurônios e previne Alzheimer, diz novo estudo

Um novo estudo mostra que o canabidiol não só protege neurônios e preserva células antigas como evita Alzheimer e Parkinson Foto: reprodução

 

 

Um novo estudo comprovou que o canabidiol, composto encontrado na maconha, protege neurônios contra o envelhecimento e, com isso, pode ser a chave para prevenir doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer, como já perceberam pacientes que usam o medicamento há algum tempo.

A pesquisa publicada na Free Radical Biology and Medicine  também demonstrou que o ‘composto milagroso’ CNB (canabinol) não é psicoativo. Em outras palavras, não dá barato, nem deixa as pessoas chapadas.

“Descobrimos que o canabinol protege as células cerebrais do estresse oxidativo e da morte celular – dois dos principais contribuintes para a doença de Alzheimer”, diz a autora sênior do estudo, professora Pamela Maher.

“Esta descoberta pode um dia levar ao desenvolvimento de novas terapias para tratar esta doença e outros distúrbios neurodegenerativos – como a doença de Parkinson”.

 

Substância evita morte celular

Os estudos sobre a cannabis medicinal se concentraram nas substâncias ativas THC (delta-9 tetrahidrocanabinol) e CBD (canabidiol).

A equipe do The Salk Institute, na Califórnia, identificou anteriormente as propriedades neuroprotetoras. Agora eles descobriram o mecanismo.

Experimentos de laboratório mostraram que o CBN interrompe um tipo de morte celular chamada oxitose. O processo é desencadeado pela perda de um antioxidante chamado glutationa.

 

Experimentos

Em experimentos, as células nervosas foram tratadas com CNB – antes que o dano oxidativo fosse estimulado.

Análises posteriores descobriram que o canabidiol impulsionou as mitocôndrias – as usinas de energia das células.

Em neurônios danificados, a oxidação fez com que eles se enrolassem como rosquinhas – uma mudança que foi observada nos cérebros de pessoas com Alzheimer.

As células impregnadas com CNB mantiveram sua forma saudável e as mantiveram funcionando bem.

Quando o teste foi replicado em células nervosas com as mitocôndrias removidas, o CNB não foi mais eficaz – confirmando a descoberta.

“Conseguimos mostrar diretamente que a manutenção da função mitocondrial era especificamente necessária para os efeitos protetores do composto”, disse o professor Maher.

O estudo também mostrou que o CNB não ativou o receptor canabinóide – o que acontece durante uma resposta psicoativa.

Assim, os medicamentos que o contêm funcionariam sem fazer com que o indivíduo ficasse ‘alto’.

“O CNB não é uma substância controlada como o THC – o composto psicotrópico da cannabis. As evidências mostraram que o CNB é seguro em animais e humanos. E como o CNB funciona independentemente dos receptores canabinóides, também pode funcionar em uma ampla variedade de células com amplo potencial terapêutico”, explicou o Dr. Zhibin Liang.

 

Parkinson e Alzheimer

O estudo tem implicações para uma série de doenças neurodegenerativas, como Parkinson – que também está ligada à perda de glutationa.

“O fato de este composto ser capaz de manter a função mitocondrial sugere que poderia ter mais benefícios além do contexto da doença de Alzheimer”, garante Maher.

Ela pediu mais pesquisas sobre o CNB e outros canabinóides menos estudados na planta de maconha.

O professor Maher e seus colegas agora estão vendo se podem reproduzir os resultados em um modelo pré-clínico de camundongo.

 

Com informações do GNN e Free Radical Biology and Medicine.

 

Saúde

Tumor no pulmão de idosa reduz 76% após uso de Canabidiol

Canabidiol reduz 76% praticamente desaparecendo o tumor no pulmão Foto: Divulgação
Canabidiol reduz 76% , praticamente desaparecendo o tumor no pulmão Foto: Divulgação

 

Após receber tratamento com canabidiol (CBD), o tumor no pulmão direito de uma idosa de 80 anos do Reino Unido reduziu 76%.

O tratamento foi realizado ao longo de quase três anos e agora publicado no periódico científico BMJ Case Reports.

O câncer foi descoberto em junho de 2018, com 41 mm. Em março deste ano o tamanho era de 10mm.

 

Tratamento Alternativo

Por receio dos efeitos dos tratamentos convencionais (quimioterapia, radioterapia e cirurgia), ela optou por um alternativo, com menos riscos.

A idosa foi tratada com medicamentos para doença pulmonar obstrutiva crônica leve (DPOC), osteoartrite, hipertensão e 0,5 ml de canabidiol de duas a três vezes por dia.

O canabidiol, componente não psicoativo encontrado na cannabis, já tinha sua importância para aliviar sintomas colaterais do tratamento do câncer.

Entre eles, dores, náuseas, ansiedade e perda de apetite.

 

Estudos

Em 2014, os EUA estudaram o uso da maconha no combate ao câncer cerebral agressivo, com resultados promissores.

A eficácia da substância para matar células cancerígenas enquanto protege as normais, bloqueando o desenvolvimento dos vasos sanguíneos necessários para o avanço dos tumores, foi divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer, ligado ao Departamento de Saúde dos EUA.

 

Com informações do Catraca Livre