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Braskem: relator de CPI quer busca e apreensão caso MME não ceda dados

 

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga as ações da empresa petroquímica Braskem em Maceió (AL), senador Rogério Carvalho (PT-SE), quer solicitar busca e apreensão no Ministério de Minas e Energia (MME) caso a pasta não forneça as informações solicitadas em até três dias úteis.

O prazo para o envio dos dados, fixado em cinco dias úteis, foi prorrogado por mais cinco dias úteis, mas a extensão do prazo venceu e o ministério ainda não enviou os documentos, nem explicou à comissão o motivo da demora, segundo Carvalho.

“Dê um prazo de mais três dias, sob pena de a gente pedir uma busca e apreensão dessa documentação sobre as ações que foram desenvolvidas pelo MME no caso da Braskem”, afirmou o relator, acrescentando que a pasta atua de “forma desrespeitosa” em relação à comissão, e que “é inadmissível que o MME não passe as informações”.

O requerimento citado pelo relator foi aprovado pela CPI no dia 28 de fevereiro e pede, entre outros documentos, os processos administrativos, de fiscalização e controle, de denúncias e de ações emergenciais que tenham relação com a exploração de sal-gema em Maceió e com a Braskem.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do ministério para comentar o caso, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Duas versões

A CPI da Braskem ouviu nesta terça-feira (18) o ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Alexandre Vidigal de Oliveira. Ele ficou no cargo de janeiro de 2019 a junho de 2021. A secretaria é responsável pela implementação, orientação e coordenação das políticas do setor mineral, além de monitorar a atuação da Agência Nacional de Mineração (ANM), que é a responsável por fiscalizar o setor no Brasil.

Vidigal destacou que, quando chegou ao ministério, existiam duas versões dos técnicos da secretaria sobre a situação do afundamento dos bairros em Maceió: uma dizia que as fraturas e rachaduras encontradas na capital alagoana eram fruto de terremotos ou chuvas torrenciais, ou seja, de causas naturais, e outra versão dizia que essas rachaduras eram resultado da extração de sal-gema nas minas da Braskem.

O relator Rogério Carvalho destacou que a existência das duas versões buscou confundir, porque não havia motivos para imaginar que o afundamento dos bairros em Maceió ocorria por causas naturais. Com isso, Carvalho pediu a relação dos servidores que sustentavam tal tese.

“Essa disputa de narrativa interessava a alguém, e a gente precisa saber quem defendia qual narrativa”, destacou. “Alguém, dolosamente ou intencionalmente, queria confundir e retirar a responsabilidade de uma lavra predatória feita em Maceió”, completou o senador.

O ex-secretário Vidigal destacou ainda no depoimento que faltava pessoal e recursos para monitorar o setor mineral no Brasil. “Quando cai Brumadinho [janeiro de 2019], nós fomos surpreendidos, ao saber que o Brasil tinha dez fiscais para cuidar de barragens, e são mais de 600 barragens. Dez fiscais! E quando cai Brumadinho, todos os fiscais se dirigem a Minas Gerais”, disse.

Regulação da mineração

Para o relator, os depoimentos da CPI e os documentos até agora analisados indicam que o setor mineral era o responsável pela própria fiscalização. “O que nós estamos vendo aqui na CPI é que o setor regulado não é regulado. Ele se autorregula”, comentou.

“É a própria mineradora que informa as condições técnicas em que se encontram as minas. Isso não é suficiente para dar segurança e para evitar danos como o que aconteceu em Maceió”, destacou Rogério Carvalho, que vem defendendo uma reforma de toda estrutura de fiscalização a mineração no país.

Entenda

A CPI da Braskem investiga o afundamento de bairros em Maceió que causaram o deslocamento de, ao menos, 60 mil pessoais. O caso foi revelado pela primeira vez ao público em 2019.

Desde então, o afundamento de regiões inteiras da capital de Alagoas vem se agravando. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem foi a responsável por deixar milhares de pessoas desabrigadas e transformar bairros antes movimentados e populosos em lugares praticamente desertos.

A Braskem suspendeu as atividades no município em novembro de 2019. A companhia diz atuou por 17 anos em Maceió, “respeitando todas as normas técnicas e exigências regulatórias”.

Fonte: Agência Brasil

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Velocidade de afundamento de mina em Maceió diminui

 

O coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió (AL), Abelardo Nobre, anunciou que a velocidade com que o solo da mina 18 da empresa petroquímica Braskem vinha afundando diminuiu “significativamente” nos últimos dias. Segundo Nobre, a constatação, feita por equipes de análise da Defesa Civil municipal, sugere que o solo na região da mina pode estar se estabilizando.

“Aquele cenário de preocupação que tínhamos antes já não existe. O afundamento reduziu significativamente, o que nos leva a entender que o solo pode se acomodar e estabilizar”, afirmou Abelardo, em nota divulgada pela prefeitura da capital alagoana.

Parte da mina 18 se rompeu na tarde do último dia 10, em um ponto sob as águas da Lagoa Mundaú. O instante em que o solo cede foi registrado por câmeras de segurança que flagraram o redemoinho que se formou quando a água invadiu a caverna subterrânea resultante de décadas de exploração do sal-gema.

Um equipamento (DGPS, do inglês Sistema de Posicionamento Global Diferencial) que técnicos da Defesa Civil e da Braskem usavam para monitorar movimentações do solo em torno da mina 18 e das áreas desocupadas foi perdido no rompimento. Embora o aparelho substituto tenha sido instalado nas proximidades da mina já no dia seguinte (11), demorou dias para que ele começasse a fornecer dados consistentes sobre a situação do terreno.

De acordo com a Defesa Civil municipal, após dez dias de monitoramento usando o novo equipamento instalado nas proximidades da mina 18 da Braskem, é possível afirmar que a movimentação do solo teve uma significativa redução, afundando alguns milímetros por hora.

Entre a tarde desta sexta-feira (22) e a tarde deste sábado (23), por exemplo, o deslocamento vertical totalizou 2,5 centímetros, ou cerca de 1 mm/hora. A título de comparação, em 29 de novembro, a velocidade de afundamento do solo chegou a 5 centímetros por hora.

Apesar do otimismo, a Defesa Civil e a prefeitura alertam: a população deve evitar transitar pela área desocupada e de navegar em parte da Lagoa Mundaú.

Fonte: Agência Brasil

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CPI da Braskem será instalada no Senado nesta quarta-feira (13)

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o desastre ambiental em Maceió (AL) causado pela exploração de sal-gema por parte da Braskem será instalada nesta quarta-feira, 13. O senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidirá a primeira sessão por ser o indicado mais antigo, confirmou a reunião para abertura dos trabalhos da CPI.

Segundo Otto, o presidente do colegiado será escolhido assim que a CPI da Braskem for instalada. O nome do senador Omar Aziz (PSD-AM) é o principal nome citado para ser o presidente da comissão. A relatoria ainda não está definida, mas pode ficar com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do pedido de abertura da CPI.

Fonte: Estadão

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Lira quer cobrar Braskem e inércia de governantes por desastre em Maceió

 

Minutos antes de se reunir com ministros e Lula (PT) para tratar do afundamento e destruição de cinco bairros em Maceió, na manhã desta terça-feira (12), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a responsabilização da Braskem e dos governantes que ficaram inertes por cerca de 40 anos, enquanto o problema da mineração predatória de sal-gema se agravava para resultar no maior desastre socioambiental urbano do planeta, em andamento na capital alagoana.

Em publicação na rede social X, Lira afirmou que a crise causada pela mineração da Braskem extrapola limites do sustentável. Mas ponderou que não deve admitir “a exploração política que nada resolve, mas que tem afetado a imagem da cidade com prejuízos no turismo, na queda de receita, na geração de emprego e renda”.

“Defendo a soma de esforços para solução da crise, sem jamais deixar de cobrar a efetiva responsabilização da Braskem e também daqueles governantes que se mantiveram inertes enquanto o problema se agravava”, disse Lira.

O presidente da Câmara disse que segue atuando em defesa da população de Maceió atingida diretamente, indicando a necessidade de o governo federal apoiar a Prefeitura de Maceió e outros órgãos responsáveis nas ações de assistência às famílias atingidas.

O desastre ambiental resultante da extração de sal-gema durante cerca de quatro décadas destruiu cinco bairros de Maceió, desde os tremores de terra de março de 2018. E após expulsar 60 mil maceioenses de suas casas e empresas dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol, a tragédia causada pela Braskem teve como episódio mais recente o colapso da mina 18, que abriu uma cratera na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A pedido do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o “JHC” (PL), Lula reúne seus ministros, às 9h30 da manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, para discutir com Lira, com o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL) e senadores alagoanos medidas de apoio para ações humanitárias e de enfrentamento aos problemas causados pela atividade de mineração da Braskem, na capital de Alagoas.

Deu no Diário do Poder

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Mina 18 da Braskem se rompe na Lagoa Mundaú, em Maceió

 

A Defesa Civil de Maceió informou que a mina n°18, que era operada pela mineradora Braskem, se rompeu neste domingo (10). Segundo o órgão, o rompimento ocorreu por volta das 13h15, na Lagoa Mundaú, localizada no bairro do Mutange.

Técnicos do órgão estão no local neste momento em busca de novas informações. Toda a região está desocupada e não há risco para a população, segundo a Defesa Civil.

O prefeito da capital alagoana, João Henrique Caldas, JHC, divulgou o momento em que a mina se rompe, provocando um redemoinho nas águas da lagoa. Ele informou que sobrevoará a região

O desastre na capital alagoana foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química.

Falhas graves no processo de mineração causaram instabilidade no solo. Ao menos três bairros da capital alagoana tiveram que ser completamente evacuados em 2020, por causa de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis.

Nas últimas semanas, o risco iminente de colapso tem mobilizado autoridades, com afundamento do solo acumulado de mais de 2 metros.

Braskem

Em nota, a Braskem informou que, por volta das 13h45, outro “movimento atípico” foi detectado na lagoa. A empresa também ressaltou que a área está sendo monitorada. Após o afundamento registrado nesta tarde, as autoridades locais foram comunicadas, informou a empresa.

Confina a íntegra do comunicado:

Às 13h15 deste domingo, câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre esta cavidade. Toda a área, que vem sendo monitorada nos últimos dias, já estava isolada. Movimento semelhante ocorreu por volta das 13h45. O sistema de monitoramento de solo captou a movimentação por meio de DGPS instalados na região. As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas.

Fonte: Agência Brasil

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Afundamento do solo de mina em Maceió já passa de 2 m de profundidade

Afundamento do solo de mina em Maceió já passa de 2 m de profundidade | Foto: Cibele Tenório

 

O solo da Mina 18 da petroquímica Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió, já afundou mais de 2 metros (m) desde o último dia 29, quando a Defesa Civil municipal emitiu um alerta, apontando o “risco iminente de colapso” da estrutura, e recomendou o bloqueio do acesso de pessoas à região.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (8), a Defesa Civil municipal informou que, entre a tarde de quarta-feira (6) e a desta quinta-feira (7), o solo afundou a 0,23 centímetro (cm) por hora, tendo se movimentado verticalmente 5,7 cm. Com isso, a profundidade atingiu 2,06 m no fim da tarde de ontem.

Ainda segundo o órgão municipal, o alerta de risco da mina de onde a Braskem extraía sal-gema segue válido, pois o solo continua afundando, conforme indicam análises sísmicas do terreno. “Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.”

Em uma nota divulgada hoje, a Braskem assegura que “a movimentação do solo registrada nos últimos dias, em um local específico do bairro do Mutange […] se dá em um trecho da área 100% desocupada desde abril de 2020 e que segue sob monitoramento constante”. De acordo com a empresa, cerca de 40 mil moradores de áreas identificadas como de risco já foram realocados desde 2019, quando a extração de sal-gema foi paralisada. Os últimos 23 imóveis que permaneciam ocupados foram desocupados na semana passada.

Na nota, a empresa ainda reafirma o compromisso de garantir a integridade “de todos os moradores da cidade de Maceió”. “Nossa prioridade continua sendo a segurança das pessoas”, afirma a Braskem ao elencar uma série de ações que afirma ter realizado, incluindo a paralisação definitiva da extração de sal na região, em maio de 2019.

Nesta terça-feira (5), o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da Mina 18. Esta foi a 20º multa que o instituto aplicou à empresa.

Deu na Agência Brasil

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O que é o sal-gema e por que sua extração gerou problemas em Maceió?

 

Parte dos moradores de Maceió vivem dias de tensão. Na última quarta-feira (29), a prefeitura da capital alagoana decretou situação de emergência diante do iminente colapso em uma das minas de sal-gema exploradas pela petroquímica Braskem no bairro do Mustange. É mais um capítulo de uma história que se arrasta desde 2018, quando foram registrados afundamentos em cinco bairros. Estima-se que cerca de 60 mil residentes tiveram que se mudar do local e deixar para trás os seus imóveis.

O risco de colapso em uma das 35 minas de responsabilidade da Braskem vem sendo monitorado pela Defesa Civil de Maceió e foi detectado devido ao avanço no afundamento. A petroquímica confirma que pode ocorrer um grande desabamento da área, mas afirma que existe também a possibilidade de que o solo se acomode. Um eventual colapso geraria um tremor de terra e tem potencial para abrir uma cratera maior que o estádio do Maracanã. As consequências, no entanto, ainda são incertas. O governo federal também acompanha a situação.

Mas o que é o sal-gema? Diferente do sal que geralmente usamos na cozinha, que é obtido do mar, o sal-gema é encontrado em jazidas subterrâneas formadas há milhares de anos a partir da evaporação de porções do oceano. Por esta razão, o cloreto de sódio é acompanhado de uma variedade de minerais.

Designado também por halita, o sal-gema é comercializado para uso na cozinha. Muito comum nos supermercados, o sal extraído no Himalaia, que possui uma tonalidade rosa devido às características locais, é um sal-gema.

No entanto, o sal-gema é também uma matéria-prima versátil para a indústria química. É empregado, por exemplo, na produção de soda cáustica, ácido clorídrico, bicarbonato de sódio, sabão, detergente e pasta de dente, enfim, na fabricação de produtos de limpeza e de higiene e em produtos farmacêuticos.

Indústria
Inicialmente, a exploração em Maceió se voltou para a produção de dicloroetano, substância empregada na fabricação de PVC. Não por acaso, desde que inaugurou em 2012 uma unidade industrial na cidade de Marechal Deodoro, vizinha a Maceió, a Braskem se tornou a maior produtora de PVC do continente americano. Outras indústrias, como a de celulose e de vidro, também empregam o sal-gema em seus processos.

A exploração de sal-gema, como outros minerais, depende de licenciamento ambiental. A exploração é fiscalizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM). No mercado internacional, o Brasil é um ator relevante. Segundo dados da ANM, foram 7 milhões de toneladas em 2002. O ranking do ano passado, no entanto, mostra que os três líderes mundiais têm produção muito mais robusta que todos os demais: China (64 milhões de toneladas), Índia (45 milhões) e Estados Unidos (42 milhões).

Em Maceió, a exploração das minas teve início em 1976 pela empresa Salgema Indústrias Químicas, que logo foi estatizada e mais tarde novamente privatizada. Em 1996, mudou de nome para Trikem e, em 2002, funde-se com outras empresas menores tornando-se finalmente Braskem, com controle majoritário do Grupo Novonor, antigo Grupo Odebrecht. A Petrobras também possui participação acionária na empresa, com 47% das ações, dividindo o controle acionário com a Novonor. Atualmente, a Braskem desenvolve atividades não apenas no Brasil, como também em outros países como Estados Unidos, México e Alemanha.

Escavação
A exploração em Maceió envolvia a escavação de poços até a camada de sal, que pode estar há mais de mil metros de profundidade. Então, injetava-se água para dissolver o sal-gema e formar uma salmoura. Em seguida, usando um sistema de pressão, a solução era trazida até a superfície. Ao fim da extração, esses poços precisam ser preenchidos com uma solução líquida para manter a estabilidade do solo.

O problema em Maceió ocorreu por vazamento dessa solução líquida, deixando buracos na camada de sal. Uma hipótese já levantada por pesquisadores é de que a ocorrência tenha relação com falhas geológicas na região. Consequentemente, a instabilidade no solo levou a um tremor de terra sentido em março de 2018. O evento causou os afundamentos nos cinco bairros: Pinheiro, Mustange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.

Com novos tremores e o surgimento de rachaduras em casas e ruas, a Braskem anunciou o fim da exploração das minas em maio de 2019. A petroquímica diz que já foi pago R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes desses bairros. Uma parcela dos atingidos busca reparação através de processos judiciais. O caso também é discutido em ações movidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Deu na Agência Brasil

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Mina em Maceió já afundou 1,69m: alerta máximo de colapso

 

Prossegue a apreensão da população de Maceió pela expectativa do colapso da mina nº 18 escavada pela Braskem para extração de sal-gema. Em nota divulgada nesta manhã, a Defesa Civil Municipal informou que mantém alerta máximo e que o poço de mineração localizado no bairro do Mutange acumula um afundamento de 1,69m, com velocidade vertical de 0,7cm por hora.

A mina que movimentou mais 10,8cm em últimas 24h deve formar uma dolina, uma cratera de 150 metros de raio, que poderia engolir um estádio de futebol de dimensões como as do Maracanã.

Com maior parte de sua área localizada dentro da Lagoa Mundaú, a mina deverá ser inundada com as águas, material sólido, e parte da flora e da fauna marinha da laguna que inspirou o nome do estado de Alagoas. Perspectiva com efeitos ainda não dimensionados objetivamente, mas que deve ampliar o crime ambiental que já destruiu os bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol, de onde foram evacuadas cerca de 60 mil pessoas, forçadas a deixar suas casas e empresas. A posição da Braskem está no final desta matéria.

Veja a nota da Defesa Civil, publicada às 9h:

A Defesa Civil de Maceió informa que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,69m e a velocidade vertical permanece de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 10,8cm nas últimas 24h.

O órgão permanece em ALERTA MÁXIMO devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.

Deu no Diário do Poder

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Velocidade do afundamento do solo na mina da Braskem mantém-se a 0,7 cm/h

 

A Defesa Civil de Maceió informou, em nota, que o solo na mina da Braskem que está com risco de colapso já afundou 1,69 metro. A velocidade do afundamento é de 0,7 centímetros por hora, apresentando um movimento de 10,8 centímetros nas últimas 24 horas.

Desse modo, segundo o órgão, o alerta máximo permanece devido ao risco iminente de colapso da mina, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

A Defesa Civil reforça a recomendação de que a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

A Braskem informou que a área de risco do mapa definido pela Defesa Civil municipal está 100% desocupada. Os moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer nessa área de risco foram realocados pela Defesa Civil, por determinação judicial.

Fonte: Estadão Conteúdo

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Empresa causadora de desastre em Maceió participa da COP28

 

A Braskem participou da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP28, para mostrar seus “feitos sustentáveis”. Enquanto isso, os moradores de Maceió aguardam pelo colapso de uma das minas da empresa que pode resultar em uma cratera do tamanho do Maracanã.

O desastre ambiental na capital alagoana é resultado de décadas de exploração do sal-gema, matéria prima encontrada a mil metros do solo que é utilizado e revendido pela petroquímica.

Cinco bairros foram esvaziados após o afundamento de terra. Assim, cerca de 60 mil pessoas perderam suas casas e tiveram que procurar outro local para viver. Muitas delas não receberam indenização da empresa até hoje.

A mina 18, localizada no bairro de Mutange, segue sendo monitorada pela Defesa Civil diante do possível colapso. De acordo com o capitão Augusto, chefe da Seção de Desastres Tecnológicos da Defesa Civil de Alagoas, os últimos relatórios apontam que a velocidade da movimentação do solo em torno da mina 18 continua alta, porém, com estabilização nas últimas horas.

Para evitar pânico nas pessoas, o governo de Alagoas resolveu não prevê mais o horário em que a que mina pode desabar e tem feito esforços para evitar que informações falsas cheguem até os moradores das proximidades dos bairros afetados.

– Nós, da Defesa Civil Estadual, não estamos falando mais em horário que vai acontecer o colapso, nem o que pode acontecer durante e depois, para não disseminar esse pânico na população. É importante evitar as notícias falsas. Poderão ser sentidas algumas vibrações, principalmente em edificações, no entanto, a magnitude do colapso não tem energia para gerar impacto nessas estruturas – garante o capitão.

Deu no Pleno News