Saúde

Teremos 354 milhões de doses em 2022, anuncia Ministério da Saúde

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o Brasil tem 354 milhões de doses contra covid-19 “adquiridas ou em tratativas avançadas” para serem utilizadas na campanha de imunização de 2022. Entre as novidades, o governo federal afirmou ainda que pretende administrar apenas uma dose no público de 18 a 60 anos no próximo ciclo vacinal.

Para idosos e imunossuprimidos, a vacinação será com duas doses.

Neste ano, à exceção de pessoas que receberam o imunizante da Janssen, de dose única, a campanha do Ministério da Saúde foi planejada para aplicar ao menos duas doses em todas as faixas etárias contempladas, inclusive em adolescentes. Para públicos específicos, como idosos e imunossuprimidos, foi administrada também uma dose adicional, o que à princípio não está planejado para o próximo ano.
“À medida que a campanha vai continuando, nós vamos ter as respostas da ciência de como serão as aplicações de doses em 2022. Por exemplo: um adolescente que tomou agora duas doses de vacina, será que vai precisar tomar duas doses de vacina no começo de 2022?”, perguntou Queiroga. Segundo ele, esses são questionamentos que ainda têm de ser respondidos.
Por ora, o que foi divulgado pelo Ministério da Saúde é que quaisquer pessoas que queiram se vacinar em 2022 precisam ter tomado a última dose há pelo menos 6 meses. Além disso, a pasta informou ter 354 milhões de doses de vacina contra a covid-19 “adquiridas ou em tratativas avançadas” para serem utilizadas no ciclo vacinal do próximo ano.
Segundo Queiroga, 100 milhões seriam de um contrato com a Pfizer que está em negociação avançada. “Com a perspectiva de mais 50 milhões de doses se for o caso”, acrescentou o ministro. Outras 120 milhões seriam de doses da vacina da AstraZeneca, que seriam entregues no primeiro semestre, “com a possibilidade de mais 60 milhões para o segundo semestre”. O preço a ser pago por dose não foi divulgado por “questão de confidencialidade”. Porém, o governo federal informou que o investimento para a vacinação de 2022 é de R$ 11 bilhões.
Os quantitativos de novas doses de Pfizer e da AstraZeneca, explicou Queiroga, se somariam a cerca de 134 milhões de doses que o ministério estima que irão sobrar da campanha de vacinação de 2021. Com isso, estão previstas ao menos 354 milhões de doses para aplicação em 2022.
Coronavac 
Ao longo da coletiva, o ministro destacou que a vacina Comirnaty, da Pfizer, e o imunizante da AstraZeneca são os únicos que têm registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Essas vacinas já estão incorporadas ao SUS (Sistema Único de Saúde)”, explicou. Neste momento, os outros dois imunizantes aplicados no País, a Coronovac e a vacina da Janssen, têm aprovação de uso emergencial.
Queiroga reforçou que para aplicação de “qualquer vacina fora do ambiente de emergência sanitária”, é necessário ter registro definitivo na Anvisa. “Se outra vacina, como por exemplo a Coronavac, lograr o registro definitivo na Anvisa, pode ser considerada. Precisa ser avaliada pela Conitec. A vacina da Janssen, também”, disse o ministro, acrescentando ainda que mais vacinas tiverem registro, mais há possibilidade de adquirí-las por um preço menor.
“Quando se decreta o fim da pandemia, ou da emergência de saúde pública de importância nacional, deixa de existir a autorização de uso emergencial”, complementou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz. Ele ressaltou que, até este momento, o ministério distribuiu mais de 300 milhões de doses no País.
Cerca de 150 milhões de doses foram aplicadas como primeira dose e quase 100 milhões aplicadas como segunda dose. Além de quase 2 milhões de doses aplicadas como reforço. “A nossa meta é finalizar a imunização de todos os brasileiros até o final de 2021. Não só com as duas doses, mas inclusive reforçando a imunização daqueles grupos que foram selecionados para um reforço de vacina”, destacou Rodrigo Cruz.
Flexibilização 
Durante a coletiva, Queiroga defendeu agilidade na flexibilização do uso de máscara. “Hoje, nós temos uma situação bem mais equilibrada e já podemos pensar, desde que o contexto vá cada dia melhorando e que a campanha de vacinação vá ampliando, em, por exemplo, flexibilizar o uso de máscara ao ar livre”, disse o ministro.
“Às vezes a pessoa está andando de bicicleta sozinha e tem que usar máscara, o sujeito está dentro do carro sozinho e de máscara. Qual é o objetivo disso? Espero que (a flexibilização) seja o mais breve possível. Mas depende, estamos trabalhando para isso.”
Queiroga citou ainda viagem recente aos Estados Unidos, quando foi infectado pela covid-19. “Agora, eu fui para os Estados Unidos de máscara, e as pessoas estavam andando sem máscara”, relatou o ministro. “Eu quero saber como eu posso comer pizza com máscara, tem que acabar com essa narrativa. O nosso problema não é máscara, a gente tem é que desmascarar determinadas pessoas aí, que ficam com narrativas que não se sustentam”.
“Por exemplo, preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis. Vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usarem preservativo? Imagina”, continuou o ministro. “Só tem dois personagens que usam mais máscara do que eu: o Zorro e o Batman.”
País tem 600 mil óbitos, mas há sinais de desaceleração
Na última quarta-feira (6), completaram-se seis meses desde que a publicitária Silvia Maoski perdeu sua mãe, Amélia, para a covid-19. Na próxima segunda (11), farão seis meses que ela perdeu o pai, Alexandre, também para a doença. De forma abrupta, sem tempo para despedidas, Silvia se viu sem as duas figuras que foram seu alicerce, seus companheiros de vida e com quem ainda tinha muitos planos.
Alexandre Maoski e Amélia Maoski são duas das mais de 600 mil vidas que a covid-19 levou desde março de 2020. Para a filha, restaram a saudade e a tarefa de aprender a lidar com o luto.
Em junho do ano passado, por conta da pandemia, Silvia perdeu o emprego em Belo Horizonte. Com uma filha de menos de 2 anos de idade, resolveu passar três meses em uma casa de praia com seus pais, no Paraná. “Mal sabia eu que seria tão bom, um momento tão incrível, ter passado três meses convivendo intimamente com eles, eles terem convivido com a neta. Na época parecia uma angústia, mas hoje eu agradeço muito esse momento que tive, por ter sido demitida e por ter tido esse tempo com eles”, conta a publicitária.
Em abril deste ano, seus pais foram diagnosticados com o novo coronavírus. Primeiro Alexandre Maoski, então com 72 anos. Depois Amélia Maoski, com 66. Ele tinha diabetes num grau leve e havia feito uma cirurgia cerca de um ano atrás. Ela era extremamente disciplinada com alimentação e exercícios. “Disciplina oriental”, disse a filha.
O pai foi internado; a mãe, que também havia testado positivo, ficou como acompanhante. Dias depois, também teve de ser internada. Comemoraram os 38 anos de casados no hospital que, no passado, era um hotel e, coincidentemente, o local  onde passaram a lua de mel. Segundo a filha, o fisioterapeuta conseguiu levar seu pai até a ala onde estava a esposa.
O pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Raphael Guimarães faz um balanço das fases da pandemia no Brasil. “A gente viu em outubro [de 2020] algo em torno de 1,2 mil, 1,3 mil mortes [diárias] e a gente ficava muito impactado com isso. E deve ficar mesmo, pois é um número assustador, mas  houve dias em março e abril [deste ano] que tivemos cerca de 4 mil óbitos diários. Foi a pior fase da pandemia. E hoje a gente está aí nessa relativa estabilidade em torno de 500 casos. Hoje a gente tem um panorama um pouco melhor, mas ainda é um panorama que nos inspira muitos cuidados”, diz.
Números
Guimarães destaca a desaceleração no número de óbitos nos últimos meses. “Entre 300 mil e 400 mil mortes, demorou cerca de dois meses e meio. E, para avançar entre 400 mil e 500 mil óbitos, a gente conseguiu fazer isso em um mês e 20 dias. Uma marca muito cruel, muito ruim.”
Segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgados hoje (8), das 1.960 cidades pesquisadas, em 1.468 (74,9%) não houve registros de óbitos em virtude da covid-19 nesta semana. Em 1.174 (59,9%) dos municípios pesquisados, não houve internações no período.
Para o pesquisador, a vacinação foi essencial para que o Brasil conseguisse reverter a tendência crescente de mortes. “O que acabou acontecendo ao longo dos últimos meses foi que o aumento da cobertura vacinal, feito de forma gradativa, fez com que a gente tivesse cada vez mais pessoas protegidas contra as formas graves e fatais.”
Deu na Tribuna do Norte
Saúde

Pfizer entrega mais de 10,5 milhões de doses entre quarta e este domingo

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O programa de vacinação continua de vento em popa no Brasil. Um nova remessa de vacinas contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech, com 1.140.750 doses, chegou ao país no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, na tarde deste sábado (2).

Esse é um dos lotes que a farmacêutica planejou entregar ao Ministério da Saúde entre os dias 29 de setembro (quarta-feira) e este domingo (3). Serão ao todo 10,5 milhões de doses.

Finalizadas essas entregas, terão sido enviadas ao país todas as doses do primeiro contrato de fornecimento da vacina, assinado em 19 de março, que corresponde a mais de 100 milhões de vacinas.

Já o segundo contrato, assinado, posteriormente, em 14 de maio, prevê a entrega de mais 100 milhões de doses entre outubro e dezembro.

Saúde

3ª dose da Pfizer aumenta 20 vezes a presença de anticorpos em vacinados com a CoronaVac, segundo estudos

Estudo uruguaio diz que a presença de anticorpos contra a covid-19 em vacinados com a CoronaVac aumenta 20 vezes quando uma dose de reforço da Pfizer é aplicada.

Em entrevista a jornalistas na 6ª feira (24.set), para apresentar os resultados, o pesquisador Sergio Bianchi, do Instituto Pasteur de Montevidéu, ressaltou que os dados ainda são preliminares.

A pesquisa deve durar 2 anos e envolve mais de 200 voluntários. Está sendo conduzida desde o começo de março pelo Instituto Pasteur e pela Udelar (Universidade da República), em parceria com o Ministério da Saúde.

Dos 200 voluntários, 57 haviam completado o esquema vacinal com a CoronaVac e recebido a dose de reforço da Pfizer. Eles tiveram o sangue colhido 4 vezes:

antes de iniciarem a vacinação;

18 dias depois de completarem a imunização;

80 dias depois da 2ª dose da CoronaVac;

18 dias depois do reforço da Pfizer.

A partir da 2ª coleta, foi registrada presença de anticorpos em todos os participantes, mas com níveis variáveis. Na 3ª coleta, houve uma diminuição geral no nível de anticorpos detectados.

Com a dose de reforço, todos os participantes tiveram um aumento de anticorpos de 20 vezes em relação à 2ª amostragem.

Os pesquisadores ressaltaram ser preciso aumentar o número de pessoas analisas e “continuar a pesquisa para saber por quanto tempo os níveis de anticorpos serão mantidos”.

O Uruguai anunciou no fim de julho que aplicaria uma dose de reforço da Pfizer nos vacinados com a CoronaVac. Mais de 70% dos habitantes do país estão completamente vacinados e 24% já receberam a dose extra.

Fonte: Poder 360

Saúde

50% dos adultos do RN já estão vacinados contra a COVID-19

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A imunização completa já chegou a mais da metade dos adultos que vivem no Rio Grande do Norte, segundo a plataforma RN+ Vacina.O estado alcançou a marca nesta quarta-feira (22).

Os dados registrados pelos municípios na plataforma operada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apontam que são pouco mais de 1,32 milhão que tomaram as duas doses ou a dose única desde o início do trabalho de vacinação.

No RN+ Vacina aponta ainda que o estado aproxima-se da meta de cobertura para primeira dose entre os adultos, que é de 90% da população estimada (2.657.700 pessoas). Até o início da noite desta quarta, 2,29 milhões tinham tomado ao menos uma dose, faltando 4% ou pouco mais de 92 mil pessoas.

Os municípios registraram na plataforma que foram aplicadas 3.628.300 doses.

Saúde

Brasil ultrapassa 80 milhões de pessoas com vacinação completa contra a Covid-19

Vacinação contra a covid-19 em Brasília
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O Brasil ultrapassa os 80 milhões de vacinados completamente contra a Covid-19. São 80.247.901, o equivalente a 37,6% da população. O País chega a 68,6% da população vacinada com ao menos uma dose de um imunizante contra a covid-19. O número representa 146.370.332

pessoas vacinadas com 1ª dose ou dose única até às 22h de sábado (18.set.2021).

Ao todo, 222.156.430 doses foram administradas no país. Dessas, 258.978 correspondem à 3ª dose, que já começou a ser aplicada em alguns municípios.

Os dados são da plataforma coronavirusbra1, que compila registros das secretarias estaduais de Saúde.

As vacinas aplicadas no Brasil com duas doses são a CoronaVac, o imunizante da AstraZeneca e o da Pfizer. Também está em uso a vacina da Janssen, que requer só uma dose.

São Paulo é o Estado com o ritmo mais avançado de vacinação: 80,2% da população foi vacinada com a 1ª dose ou dose única. Roraima tem o ritmo mais lento: 49,8% dos habitantes do Estado receberam o imunizante.

Mato Grosso do Sul lidera com a maior proporção da população totalmente vacinada (52,3%). Roraima tem o menor percentual de totalmente vacinados (18,3%).

Os dados são da plataforma coronavirusbra1, mantida por Carlos Achy, Leonardo Medeiros, Wesley Cota e voluntários, que compilam os números de vacinação divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde.

O Ministério da Saúde também dispõe de uma plataforma que divulga dados sobre a vacinação: o Localiza SUS. Contudo, os números demoram mais para ser atualizados.

A plataforma do ministério depende de Estados e municípios preencherem os dados –de acordo com os critérios do governo federal– e enviarem à pasta. Quando uma dose é aplicada, as cidades e os Estados têm 48h para informar ao ministério. Mas nem sempre esse prazo é seguido.

O dado publicado pelo Poder360 é maior que o do Localiza SUS porque os desenvolvedores da plataforma coronavirusbra1 compilam os números de cada uma das secretárias estaduais. As informações divulgadas diretamente por essas são mais atualizadas.

Fonte:  Poder 360

Saúde

Mossoró: Vacinação de adolescentes com comorbidades e deficiências tem início neste sábado (11)

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A capital do oeste avança na imunização contra a Covid-19. A Prefeitura de Mossoró, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), inicia neste sábado (11), a aplicação da primeira dose para adolescentes de 16 e 17 anos com comorbidades e deficiências. A vacinação acontecerá no Sesi das 8h às 16h. Já no domingo (12), a aplicação da D1 será ampliada para adolescentes a partir de 15 anos. A vacinação será no Ginásio de Esporte Pedro Ciarlini no mesmo horário.

Os pais e responsáveis devem ficar atentos à documentação necessária para tomar a primeira dose do imunizante. Todos os adolescentes devem estar acompanhados do pai, mãe ou outro responsável no momento da vacinação. Devem apresentar originais e cópias de documento com foto ou certidão de nascimento do adolescente; CPF do pai, mãe ou responsável; comprovante de residência em nome dos pais ou outro responsável, além de laudos comprobatórios da comorbidade ou deficiência.

Gestantes, lactantes e puérperas de 12 a 17 anos

O município também continua neste fim de semana, em mais uma edição da campanha Mossoró Vacina, a aplicação da primeira dose para adolescentes de 12 a 17 anos gestantes, lactantes (amamentando bebês de até 12 meses) e puérperas (45 dias de pós-parto).

Saúde

Covid-19 : Fim da pandemia depende do avanço da Delta e da Vacinação

Futuro da pandemia depende do controle da variante Delta e do ritmo da vacinação
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Mesmo com a evolução da vacinação no Brasil, com mais de 56% da população com a primeira dose e 25% com a segunda, o futuro da pandemia por aqui segue incerto. Profissionais da saúde e pesquisadores apontam alguns fatores que causam o clima de dúvidas.

O mais relevante deles são os efeitos que a variante Delta causam no controle da circulação do vírus, no número de novos casos e de óbitos, e como será sua atuação entre não-vacinados.

A cepa que foi registrada pela primeira vez na Índia é mais transmissível que o vírus original e, baseado em dados da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), tem a possibilidade de se propagar pelo país mais rapidamente do que a Gama, vírus que surgiu no Amazonas e causou o colapso da saúde de Manaus no começo do ano.

Segundo Raquel Stucchi, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a mutação do vírus tem atingido fortemente os não-vacinados. “Pode ter uma mudança de perfil aqui e no mundo. Por exemplo, nos EUA, mesmo com todas as campanhas e até a oferta de dinheiro para as pessoas se vacinarem, eles seguem com 50% de vacinados. Os casos estão acontecendo predominantemente nas pessoas não-vacinadas. Na hora que aumenta o número de casos na população, aumentamos o número de casos também nas crianças, que não têm previsão ainda de serem imunizadas”, alerta a médica.

“Além disso, ainda não sabemos, mas é possível que a Delta cause uma proporção de casos assintomáticos ainda maior nas crianças. Ainda não temos dados científicos concretos sobre isso, mas é possível”, acrescenta ela.

Imunização completa

A alto número de pessoas que não terminaram o esquema vacinal também é determinante para os próximos passos da crise sanitária no país. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 7 milhões de brasileiros não voltaram para receber a segunda dose dos imunizantes. O que não garante a proteção mais eficaz das vacinas.

“O número de pessoas que não voltaram para a segunda dose é preocupante, mas percentualmente comparado pelo número de pessoas vacinadas, não é tão relevante em termos gerais. Mas o surgimento da Delta pode deixar essas pessoas com menos proteção e principalmente quando pensamos na imunidade individual”, explica o epidemiologista Eliseu Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

A infectologista ressalta, também, que não completar o esquema ajuda na circulação do vírus. “Não tomar as duas vacinas, nós sabemos que facilita que a variante Delta ocupe mais espaço. Além de nos preocuparmos com a Delta, que se transmite mais e dá quadro mais grave, nós favorecemos também o aparecimento de novas variantes. Aí, fica em aberto o comportamento dessa possível nova variante frente às vacinas”, diz Raquel.

Estratégias de vacinação dos brasileiros

O ritmo da vacinação do Brasil aumentou nos dois últimos meses, chegando ao ritmo de 1,4 milhões de aplicações por dia em 7 meses de campanha. No entanto, 75% da população ainda precisa completar a imunização.

“A velocidade de vacinação no Brasil é de tartaruga, de lesma. A perspectiva mais otimista nossa é acabar com a vacinação dos acima de 18 anos em novembro. Se você jogar uma porcentagem de 80% da população vacinável imunizada em novembro e dezembro, nós teremos uns 20% da população que foi vacinada em janeiro e fevereiro e estará vacinada aproximadamente há 10 meses e perdendo a proteção”, afirma a infectologista da Unicamp.

A preocupação com os primeiros imunizados, idosos acima dos 70 anos e profissionais de saúde, aumenta à medida em que a duração da proteção ainda não é conhecida pelas farmacêuticas, já que as indústrias tiveram de colocar as vacinas no mercado rapidamente para conter a covid no mundo.

A discussão de uma terceira dose nesse público é extremamente necessária, segundo os especialistas. “Senão, sempre teremos uma quantidade muito grande de pessoas suscetíveis à doença e não terminamos esse ciclo nunca. Talvez, a terceira não seja para todo mundo. Neste momento, é para o grupo que foi vacinado há muito tempo, como os idosos bem idosos, os profissionais de saúde que estão na linha de frente e não podem parar”, salienta Raquel.

Por sua vez, o epidemiologista entende que essa preocupação tem de surgir após a imunização da grande maioria da população brasileira.

“Não conseguimos imaginar qual serão os próximos passos da pandemia no Brasil. Acredito que a partir do ano que vem conseguiremos ter doses suficientes e estudos que apontem quais as melhores estratégias, terceira dose ou reforço, para proteger todas as pessoas. Porém, agora, o pensamento é mesmo concluir a vacinação das pessoas acima dos 18 anos, primeiro com uma dose. A partir daí, pensamos na segunda dose e antecipação, mas só com todos vacinados na primeira. Só então, temos de pensar em terceira dose ou reforço de imunização”, observa o professor da USP.

Efeitos no sistema de saúde

Quando o assunto é o futuro da pandemia, Waldman lembra que ainda não conseguimos precisar como o sistema de saúde reagirá, tanto o SUS (Sistema Único de Saúde), quanto os hospitais e consultórios particulares, às consquências da doença no país.

“Outro tema preocupante é quais serão os efeitos da pandemia na saúde pública do Brasil. As pessoas que tiveram covid longa ou até mesmo sem gravidade apresentam sequelas e nós ainda não sabemos a duração e a gravidade desses efeitos. Foram muitos infectados e ainda temos muitas incertezas. Acredito que o sistema será atingido fortemente, porque essas pessoas precisam e precisarão de atendimento médico pós-covid”, conclui o médico.

Vírus não está perto de ser eliminado

Além disso, pesquisadores se preocupam que o Brasil e o mundo não agem para efetivamente acabar com o vírus e a covid. Os passos tomados indicam que as pessoas terão de conviver com a doença.

Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor Faculdade de Medicina, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu, interior de São Paulo, é firme ao dizer que as ações não estão sendo tomadas para erradicar a covid do mundo.

“Nós não vamos viver um cenário de eliminação da covid a curto e médio prazos. Vamos ter um cenário de mitigação, de coabitação com o vírus. Não estamos caminhando para um modelo de eliminação da doença como há com o sarampo e a rubéola, porque as vacinas não são efetivas a ponto de evitar a transmissão. Estamos caminhando para um modelo muito mais de coabitação, como acontece, por exemplo, com o vírus influenza”, diz o médico.

 

Fonte : R7