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Condenado pelo mensalão e em desdobramentos da Lava Jato, José Dirceu volta ao Congresso para sessão solene

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

Sob alegação de celebrar a democracia brasileira, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, de extrema esquerda, marcou presença nesta terça-feira (2) em uma sessão especial do Senado.

A participação do braço forte de Lula no evento marca seu retorno ao Congresso Nacional após 19 anos. Segundo Dirceu, essa foi a primeira vez que ele esteve no Congresso desde que teve seu mandato cassado pelo plenário da Câmara, em 2005, no auge do escândalo do mensalão.

Condenado tanto no mensalão quanto em desdobramentos da Operação Lava Jato, Dirceu ascendeu nos holofotes da imprensa em 2022, durante a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

O retorno do ex-ministro ao Congresso ocorreu por convite dos organizadores da sessão especial e do Conselho Editorial do Senado, responsável pela organização de um dos livros lançados durante o evento. Na condição de presidente da sessão, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), anunciou a presença de Dirceu, que foi calorosamente aplaudido.

Minutos antes do início da sessão, José Dirceu foi ovacionado tanto dentro quanto fora do plenário principal do Senado por profissionais da Casa legislativa, incluindo nomes da imprensa convencional. Diversos jornalistas conversaram com ele, tiraram fotos e o questionaram sobre seu retorno à política.

Deu no Conexão Política

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Dirceu quer Lula e o PT no poder por 3 mandatos

O ex-ministro José Dirceu concedeu uma entrevista, na quinta-feira 6, para a RedeTV! | Foto: Reprodução

 

O ex-ministro, ex-guerrilheiro e ex-presidiário José Dirceu reapareceu com a volta dos companheiros do PT ao poder. Em entrevista à RedeTV!, ele disse que um mandato de quatro anos de governo nas mãos do presidente Lula é “pouco” — a retomada do projeto de poder do PT deve durar três mandatos consecutivos, incluindo a reeleição de Lula em 2026.

“Penso em 12 anos, três governos, para um projeto de desenvolvimento nacional, porque o Brasil precisa fazer, em dez anos, cem anos em matéria de ciência, tecnologia e educação”, disse Dirceu, na entrevista exibida na quinta-feira 6. “Não estou pensando em um governo do PT, mas em um projeto para o país. São políticas de longo prazo que o país precisa.”

Segundo o ex-presidiário, o petista é o único que possui condições de liderar o Brasil. Durante a campanha eleitoral, Lula disse que, se fosse eleito, não pleitearia a reeleição. Depois da posse, no entanto, o petista recuou e admitiu que poderia tentar a reeleição.

Dirceu deixou o comando da Casa Civil no primeiro governo petista, após ser acusado de envolvimento com o Mensalão. Mais tarde, ele foi condenado pela Operação Lava Jato. Na entrevista, Dirceu defendeu um acordo nacional entre o Congresso e a classe empresarial, para dar respaldo às medidas do PT.

“Se o Brasil não tiver um entendimento entre governo, empresariado e Congresso Nacional, para adotar uma série de medidas que precisamos adotar, vamos nos arrastar”, continuou. “E, conforme a crise internacional, nós podemos perder oportunidades.”

O ex-guerrilheiro também ficou ao lado de Lula nos embates com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Conforme Dirceu, o presidente “tem toda a razão” em criticar Campos Neto.

Por fim, ao ser interpelado sobre seus problemas com a Justiça, Dirceu disse que foi condenado “sem provas” no Mensalão e que a Lava Jato se transformou em um “processo de exceção sumária e político”.

Deu na Oeste

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STJ reduz pela metade pena de José Dirceu em condenação da Lava Jato

 

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu, nesta terça-feira (14/2), a pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em condenação imposta pela Operação Lava Jato. A decisão atende recurso da defesa de Dirceu e de seu irmão, Luiz Eduardo, diminuindo a sentença quase pela metade.

A decisão, por maioria de votos proferida em sessão desta terça, afastou a condenação por crime de lavagem de dinheiro confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Ainda assim, ficou mantida a condenação por crime de corrupção passiva.

Dessa forma, a pena, anteriormente de 8 anos e 10 meses, caiu quase pela metade, passando para 4 anos e 7 meses em regime semiaberto. Os ministros do STJ entenderam que a conduta do ex-ministro não configurou lavagem de dinheiro, mas sim desdobramento do crime de corrupção.

O julgamento da matéria havia sido adiado em 2022 após pedido de vista do ministro Ribeiro Dantas para ter mais tempo de análise. Na apelação, os irmãos alegavam haver omissões e obscuridades na decisão do relator do caso, Jesuino Rissato.

A notícia é do Metrópoles.