Tragédia

Número de mortes após passagem do ciclone pelo RS sobe para 43

Governador do RS sobrevoou a cidade de Lajeado no RS

 

O número de mortos em decorrência das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul na semana passada aumentou para 43.

Em novo boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado na manhã deste domingo, 10, foi confirmado o quinto óbito em Cruzeiro do Sul. A cidade com mais vítimas é Muçum, com 16. Também registraram mortos os municípios de Roca Sales (10), Lajeado (3), Ibiraiaras e Estrela (2) e Encantado, Imigrante, Mato Castelhano, Passo Fundo e Santa Tereza (1). Além das vítimas fatais, outras 46 pessoas estão desaparecidas, sendo 30 em Muçum, 8 em Lajeado e 8 em Arroio do Meio. Ao todo, 3.130 pessoas foram resgatadas e 224 ficaram feridas. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste sábado, 9, que o número de municípios em estado de calamidade pública pela passagem do ciclone no Rio Grande do Sul deve subir de 83 para 87. Alckmin viaja neste domingo ao Estado para visitar cidades atingidas e reunir-se com autoridades da região, como o governador Eduardo Leite (PSDB).

Alckmin também reforçou que os municípios cadastrados irão receber recursos para auxiliar a população que ficou desabrigada. O cálculo considera até R$ 800 por pessoa afetada, transferidos às prefeituras. Ainda no sábado, o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT) declarou que o governo federal deve repassar uma parte deste montante já nesta segunda-feira, 11. A quantia, nesse primeiro momento de R$ 400 por pessoa, tem por objetivo auxiliar a população que está desabrigada.

De acordo com o ministro, sua pasta separou R$ 56 milhões para ações nesta região gaúcha, e auxiliará abrigamento e o programa de aquisição de alimentos.

Tragédia

O desprezo de Lula pelas vítimas do ciclone no Rio Grande do Sul

 

O presidente Lula desembarca nesta sexta-feira (8) em Nova Delhi, na Índia. Um voo de mais de 30 horas e 14 mil quilômetros. Uma viagem com“v” maiúsculo.

Lula embarcou para a Índia sem visitar as vítimas do ciclone no Rio Grande do Sul. Conforme os dados da Defesa Civil das 19h desta quinta-feira (7), três mil pessoas estão desabrigadas; outras 7,6 mil estavam desalojadas. Quarenta e uma pessoas morreram. Eis, em números, a maior tragédia natural das últimas quatro décadas no estado.

Mesmo diante de uma tragédia com essas dimensões, Lula adotou uma postura protocolar. Se manifestou sobre o fato apenas por meio de uma entrevista na terça-feira e fez algumas menções em redes sociais.

Lula ficou no Palácio do Planalto na quarta, ontem foi acompanhar os desfiles de 7 de setembro e partiu para o estrangeiro. Ao invés de fazer um sobrevoo na região, terceirizou a responsabilidade para o ministro da Secom, Paulo Pimenta, e para o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

O mínimo que se espera de um chefe de Estado, diante de uma tragédia dessas proporções, é a sua presença física na região e uma postura mais proativa. Lula não precisaria, necessariamente, cancelar sua viagem para a Índia. Entretanto, é inadmissível que o presidente da República não tenha a honradez de pisar em solo gaúcho diante dessa calamidade pública.

Dois mil quilômetros separam Brasília do Rio Grande do Sul. É uma viagem curta, coisa de duas horas. Mas para as vítimas e para o povo gaúcho, uma viagem de Lula ao Rio Grande do Sul seria muito mais representativa do que sua participação na reunião do G20.

E o povo gaúcho não irá esquecer disso. 2026 está bem aí.

 

Deu no Antagonista