OPINIÃO

Golpe em câmara lenta

Por J R Guzzo

“A ideia de Lula e do seu Sistema não é dar um golpe de Estado, no estilo comum dos golpes de Estado que você conhece. Não haverá tanque de guerra na rua, nem tropa de fuzileiro naval tomando a central de luz elétrica, nem fechamento do Congresso ou de qualquer outra “instituição”. Não haverá sessão conjunta da Câmara e Senado para anunciar o novo regime — a ser descrito oficialmente, claro, como um esforço de heróis para salvar a “democracia” no Brasil. A intenção é construir a ditadura passo a passo, com atos administrativos, portarias do Supremo Tribunal Federal e da sua coleção de “tribunais superiores” de Brasília, de decretos-lei baixados pelo presidente e assim por diante. Vão anular leis aprovadas de forma legítima pelo Congresso — todas as que estiverem atrapalhando. Vão anular, por via do STF, até decisões anteriores do próprio STF, alegando que “o tempo passou” e a realidade agora é “outra”. Vão multiplicar “medidas provisórias” dando mais poderes a si próprios, criar serviços de repressão na estrutura do Estado e impor a censura nas redes sociais, como exposto acima. Vão “interpretar” a Constituição de forma a tornar legal tudo o que querem e ilegal tudo aquilo que não querem. Vão eliminar direitos, enfiar adversários na cadeia por atos de vontade do Poder Judiciário e expropriar propriedade privada, através de bloqueios de contas bancárias, multas e providências de “desmonetização”. Em suma: vão construir, com despachos do Palácio do Planalto, sentenças do STF e trapaças no Congresso, uma ditadura legal — e, a partir daí, exigir que todos obedeçam à legalidade que eles próprios criaram. É isso, exatamente, o que têm feito há anos seguidos e, mais ainda, depois que foram para o governo. Tem toda a cara de tirania — ou algo tão parecido que não dá para notar a diferença.”

 

J. R. Guzzo é Jornalista 

OPINIÃO

Proposta de Lei da “Censura” é antessala da Ditadura

Por Ney Lopes de Souza

O debate político nacional está girando nas últimas horas, em torno do projeto de lei, conhecido como PL das Fake News.

A matéria foi submetida a regime de urgencia na Câmara Federal e o plenário rejeitou, atendendo apelo do governo, que deseja votar imediatamente para  implantar a mudança o mais rapidamente possível..

A proposição caminha para votação.

Há apelos sensatos, no sentido de que  haja debate maior, em torno das repercussões dessa medida.

A tentativa de censura no atual governo ocorre justamente após o país sofrer 56 anos de vigência da Lei de Censura à Imprensa e que, posteriormente, se desdobrou para Censura Prévia, sancionada em 09 de fevereiro de 1967 e revogada  apenas em 30 de abril de 2009 pelo Supremo Tribunal Federal

Internet – No projeto de lei em debate no Congresso, o governo pretende instituir a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, ao estabelecer regras, diretrizes e mecanismos de transparência para redes sociais, como Facebook, Instagram, TikTok e Twitter, ferramentas de busca, como o Google, serviços.

Constituição – Como jornalista, desde os 15 anos de idade, não posso calar.

Trata-se de um tema explosivo e de alto risco, por envolver, quer se queira ou não, princípios constitucionais.

A liberdade de pensamento é considerada um direito fundamental de todos os cidadãos, assegurado pelo artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal.

O artigo 220 estabelece que a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerá qualquer restrição, observado o que nela estiver disposto.

A liberdade de imprensa decorre do direito de informação. É a possibilidade do cidadão criar ou ter acesso a diversas fontes de dados, tais como notícias, livros, Internet,  jornais, sem interferência do Estado.

O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos define esse direito como a liberdade de emitir opiniões, ter acesso e transmitir informações e ideias, por qualquer meio de comunicação.

Democracia – O respeito a esses dispositivos  é fundamental num governo democrático, pois garante o direito e a liberdade de expressão aos cidadãos, governantes e os seus subordinados.

Ógão – O grande gargalo na pretensão oficial do governo é a insistencia do presidente Lula em criar um órgão regulatório, que aja paralelamente à autorregulação das plataformas..

Esse órgão teria poderes de supervisionar as plataformas, instaurando processos administrativos e até aplicando as sanções.

Censura – Não precisa ser advogado, para constatar que este “órgão regulatório” do poder executivo é uma forma clara de censura à liberdade de manifestação de pensamento, de criação, de expressão e de informação.

O governo com outras palavras, cria a censura no Brasil.

Revanchismo Não se nega que existem excessos nas redes sociais, mas aindispensável transparência e o cumprimento da legislação devem ser fiscalizados pela justiça e nunca por um órgão do próprio governo.

O que se percebe é posição revanchista do presidente Lula, que durante a campanha afirmou várias vezes, que se voltasse regularia os meios de comunicação do país.

É o que ele está tentado fazer, colocando em risco a livre manifestação de pensamento, garantida pela Constituição.

Condenação de parlamentares – Os parlamentares que votaram a favor do governo, na última terça, de forma a evitar a urgência na tramitação do PL, desserviram o Brasil e apoiaram uma medida autoritária, que conspira contra as liberdades democráticas.

Talvez, até como “inocentes úteis”, todos eles estão na antessala de uma ditadura para o país.

Um dia serão responsabilizados por isto.

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

OPINIÃO

HISTÓRIA: TIRADENTES: “SE DEZ VIDAS TIVESSE, DEZ VIDAS DARIA”

Por Ney Lopes de Souza

Hoje, 21 de abril, dia da Inconfidência Mineira, com homenagens merecidas ao grande herói nacional, Tiradentes, que é o “patrono cívico da nação“, ou seja, o único brasileiro que tem sua data de morte como feriado.

Tiradentes, apesar de não ser um intelectual e viver modestamente, interessava-se por temas políticos.

Era um homem determinado. Sabia o queria.

Leu as leis constitucionais dos Estados Unidos, país que havia conquistado a sua independência em 1776, quando  ele tinha 30 anos de idade.

Interessou-se pelas teorias do “iluminismo”, que foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII, e defendia a valorização da razão como forma de garantir o progresso da humanidade.

Questionava os valores e as autoridades de sua época, como o absolutismo.

Defendia novos modelos econômicos.

Entre os principais pensadores iluministas estavam Locke, Rousseau e Voltaire.

Os ideais iluministas inspiraram transformações na Europa e América, incluindo o Brasil.

Tiradentes uniu-se a intelectuais como Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, ambos poetas e conhecedores da teoria iluminista.

O motivo da união era retirar do poder o então governador da capitania de Minas Gerais, nomeado pela Coroa portuguesa Visconde de Barbacena, pela cobrança excessiva de impostos.

Do ouro produzido na capitania de Minas de Gerais, a Coroa portuguesa cobrava o quinto, isto é, o equivalente a 20% do total extraído.

A partir da década de 1760, a extração de ouro regrediu consideravelmente, mas não o valor do imposto.

A taxa do quinto continuou a ser exigida dos mineradores.

Além disso, Portugal exigia uma cota anual de ouro no total de 1500 quilos.

O problema agravou-se mais ainda, quando, para reverter a margem reduzida dos impostos recolhidos, a Coroa portuguesa autorizou a implementação da chamada “derrama”.

A derrama obrigava os mineradores a cobrirem suas dívidas com suas posses (fazendas, bens pessoais), isto é, tudo aquilo que lhes pertencia como objeto de valor.

A “derrama” forçou uma conspiração contra Portugal.

Aí nasceu a rebelião chamada Inconfidência Mineira, que foi um movimento separatista, ocorrido 1789, em pleno ciclo do ouro, organizado pela capitania de Minas Gerais

Tiradentes uniu-se a esse movimento.

A conspiração dos inconfidentes começou a ser preparada em 1788 para que as ações passassem a se realizar no ano seguinte.

Os principais Inconfidentes foram: Manuel Rodrigues da Costa: padre e político mineiro. Francisco de Paula Freire de Andrade: tenente-coronel carioca. Joaquim Silvério dos Reis: fazendeiro, dono de mina e coronel. Nascido em Portugal, foi o principal delator do movimento da Inconfidência Mineira. Domingos de Abreu Vieira: tenente-coronel e comerciante português. Salvador Carvalho do Amaral Gurgel: cirurgião prático fluminense. José Resende da Costa: militar mineiro. Luiz Vaz de Toledo Piza: militar paulista. Domingos Vidal de Barbosa Lage: médico e poeta carioca. José Álvares Maciel: engenheiro e político mineiro. Vicente Vieira da Mota: capitão e guarda-livros português. João da Costa Rodrigues: dono de estalagem mineiro.

Tiradentes recebeu a pena mais dura entre todos os Inconfidentes.

Antes de ser decapitado exclamou: “Se dez vidas tivesse, dez vidas daria”

Somente a partir da segunda metade do século XIX, a imagem de Tiradentes foi resgatada e ele passou a ser divulgado como um herói.

Esse resgate aconteceu no movimento republicano, interessado em construir heróis, que dessem alguma validade histórica para o republicanismo

O dia 21 de abril é feriado em homenagem a morte de Tiradentes, que foi enforcado no dia 21 de abril de 1792.

Realmente, verdadeiro herói nacional!

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

OPINIÃO

Deputados e senadores passaram a ser cúmplices da bandidagem

Por J R Guzzo

O Brasil é um caso provavelmente único no planeta em matéria de injustiça deliberada, oficial e cada vez mais agressiva praticada pelo Estado contra o cidadão. O Estado, em qualquer circunstância, só faz sentido se a sua atuação proteger a sociedade dos seus inimigos; se garantir que as pessoas não possam ser submetidas aos interesses e caprichos dos órgãos de governo, nem de nada ou ninguém que queira suprimir os seus direitos.

Está acontecendo exatamente o contrário. O crime descontrolado e a cada dia mais violento no Brasil agride o tempo todo a população – é hoje, na verdade, o fator que mais oprime o brasileiro comum, ao lhe tirar a vida (foram 41 mil homicídios em 2022), a integridade física e a propriedade. Mas o aparelho do Estado se dedica claramente, ano após ano, a servir aos interesses do crime, e faz isso de modo cada vez mais maligno – em vez de proteger, está punindo a sociedade brasileira.

O responsável direto por esta tragédia é o Congresso Nacional, que desde a Constituição de 1988 só aprova leis e regras que servem aos criminosos. Todas as vezes em que legisla sobre matéria penal neste país, há 35 anos seguidos, sem parar, o Congresso entrega mais privilégios, apoio e impunidade ao crime; em nenhum caso, até agora, aprovou uma única medida em favor da população brasileira.

Deputados e senadores abandonaram seu dever de legisladores – passaram a ser cúmplices abertos da bandidagem e, com isso, transformaram o Brasil no país onde o crime tem a maior proteção da autoridade pública em todo o mundo.

Agem, nisso, a serviço de advogados criminalistas de primeira linha, ONGs cuja função é defender os interesses do crime e tudo o que é descrito como “esquerda” nesse país, dos “movimentos sociais” ao sindicato dos bispos. Só eles falam, influem e mandam; as causas da população não têm quem as represente no Congresso.

O último ataque aos direitos da sociedade é um projeto de lei, aprovado às pressas na Câmara, estabelecendo que em caso de empate “em todos os julgamentos em matéria penal em órgãos colegiados”, a Justiça tem beneficiar o criminoso caso haja empate na decisão. Que tal? É grosseiro.

O projeto foi aprovado sem análise ou debate na Comissão de Justiça; a aprovação foi “simbólica”, ou seja, sem contagem individual dos votos. O objetivo de mais esse prêmio ao crime, ao que parece, é garantir a absolvição de ladrões de erário na “turma” do STF onde, a partir da aposentadoria de um ministro que só vota em favor de corrupto, poderia ocorrer empate nos julgamentos; se ocorrer, já está resolvido.

“O sistema pune a sociedade”, afirmou o deputado Deltan Dallagnol ao denunciar o escândalo. Vai se tornando materialmente impossível no Brasil, de fato, condenar alguém que tenha dinheiro para se defender. O crime ganhou mais uma vez; continua ganhando todas.

J.R.GUZZO é Jornalista

( Informações da Gazeta do Povo)

OPINIÃO

Calaram Lula !

Por Renato Cunha Lima

Depois de “Foder com Moro”, Lula passou batido na Paraíba sem dizer um pio, coincidência ou não no outro dia apareceu um plano do PCC para executar o senador paranaense, mas vamos a visita “fast food” do presidente.

O Rio Grande do Norte, um estado nordestino governado pelo PT, sitiado pelas facções criminosas há mais de uma semana e Lula vai à vizinha Paraíba, para entrar mudo e sair calado, antes de ir para Pernambuco sem nada dizer aos potiguares e nem aos paraibanos. — Coisa boa dificilmente motivou esse “drive thru” de Lula na Paraíba.

Tem algo pior no desdenho de Lula com o Rio Grande do Norte, que sequer mereceu uma fala, no mínimo, de solidariedade ou o nada vezes nada de sua passagem relâmpago na Paraíba, contrastando sua imagem e popularidade com as ausências de ações de um governo com muitas dividas com o Nordeste.

Lula parece não ser o mesmo, parece pior, com viagem marcada para a China na tentativa de emplacar a tragédia Dilma na presidência do banco do Brics, até agora nada apresentou para os nordestinos nestes três meses de retorno à presidência da República.

Na Argentina, Lula prometeu gasoduto com nosso dinheiro, especificamente do BNDES, que poderia muito bem financiar a duplicação da rodovia federal entre Campina Grande e Patos, mas nada, nem blá blá blá.

Segue perdendo tempo se vendendo como diplomata mundial com a idiota promessa de acabar com a guerra da Ucrânia numa mesa de bar e passando pano para o ditador da Nicarágua, mas e o Nordeste?

Em terras tupiniquins, Lula não para de brigar com o banco central e preocupa todos não demonstrando ter um plano econômico consistente e ainda gasta seu tempo com o retrovisor vingativo, mas e o Nordeste que o elegeu?

O que não muda, lamentavelmente, são os políticos nordestinos, no pitstop paraibano toda plumagem de político pousou para fotos sorridentes com os falsos e tradicionais tapinhas nas costas.

O amordaçado Lula de certa forma foi uma demonstração de fraqueza do governador João Azevedo e de força do senador Veneziano, mas e o povo, serviu a quem esse teatro todo?

Difícil entender, não vou passar pano, mesmo não me surpreendendo, com a presença dos novos políticos da minha família neste “beija-mão”, mas nem sempre a pouca idade representa uma novidade, tudo velho.

Entendo que mandatários estaduais e municipais precisam recepcionar as autoridades federais, ainda mais o presidente da República, seja ele qual for, mas se formos olhar a reciprocidade, em visitas do presidente Bolsonaro trazendo efetivamente obras e recursos o governador João Azevedo nunca se aboletou aparecer.

A ironia tragicômica foi o mico, enquanto o governador, nas visitas de Bolsonaro, trazendo efetivamente obras e recursos, repito, não quis pousar sua beleza nas fotos, com Lula, que chegou e vazou sem deixar sequer um bitcoin da Braiscompany, o governador só saiu na foto e não recebeu sequer um “alô companheiro” para o paraibano ouvir.

De resumo, melhor não entender para não ter um desarranjo intestinal, sobre o que conversaram e sorriram tanto os políticos neste vapt-vupt de Lula na Paraíba. Não queria ser uma mosca, como na música de Raul Seixas, para pousar nesta sopa.

Agora uma coisa nos serve de lição, não há, nem nunca houve neutralidade em canto nenhum e nem muito menos houve ou há terceira via na política brasileira e nenhuma desfaçatez dura para sempre, o sistema é bruto e o poder revela.

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

“As joias apreendidas de Michelle Bolsonaro”

Por Ney Lopes de Souza

O princípio ético do editor deste blog se resume na expressão: “informação com opinião”.

Procura-se a verdade dos fatos e o que diz a lei.

O exemplo é que, no atual momento de radicalização política no país, são comuns as reclamações (algumas violentas) de bolsonaristas e lulistas. inconformados com certas análises publicadas.

A tarefa do jornalismo independente gera essas incompreensões e mal-entendidos.

Porém, é um ônus necessário à cidadania.

O tema polêmico de hoje são as joias apreendidas de Michelle Bolsonaro.

A mídia estampa em manchetes terem sido apreendidas pela RF joias da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 16.5 milhões e que o então presidente Bolsonaro tentou várias vezes reavê-las.

A impressão que dá à primeira vista é que foi uma tentativa recente de contrabando, evitada pela Receita Federal.

Independente de acusar ou defender o ex-presidente é preciso dizer, que não foi isto que aconteceu, “salvo fatos novos conhecidos após essa análise”.

O fato ocorreu há mais de três anos

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, a presidência da República tornou o caso público.

Vejamos.

Em 26 de outubro de 2020 um funcionário da presidência da República, em missão oficial procedente da Arábia Saudita, teve a sua bagagem revistada pela alfandega, que constatou as joias citadas.

O servidor declarou que era um presente do governo da Arábia Saudita ao presidente brasileiro e esposa.

A RF não aceitou a explicação e reteve os bens.

Iniciou-se um processo administrativo fiscal (2020), tendo como objeto o material apreendido.

A presidência da República não se omitiu e informou à alfândega, alegando que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.

Mesmo assim, a Receita não liberou.

Vê-se que não se trata de joias contrabandeadas e agora pilhadas pelo atual governo, mas – como explicado desde o início –, presentes do governo da Arábia Saudita.

A Presidência tentou reaver publicamente o material, em pelo menos quatro ou mais ocasiões.

Próximo ao término do mandato, em 28 de dezembro de 2021, o presidente Bolsonaro enviou novo ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as pedras preciosas fossem destinadas à Presidência da República, em atendimento ao ofício 736/2022, da “Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.

Não houve resposta.

Não é a primeira vez, que dúvidas desse mesmo tipo são levantadas pela imprensa.

Aconteceu nos governos FHC, Lula e Dilma.

Cabe uma “análise jurídica” sucinta e isenta do tema relativo a propriedade de documentos e presentes, recebidos pelos ex-presidentes da República e acompanhantes.

A Resolução nº 3 da Comissão de Ética Pública (CEP) tem por objetivo dar efetividade ao artigo 9º do Código de Conduta da Alta Administração Federal que veda à autoridade pública por ele abrangida, como regra geral, a aceitação de presentes.

O Tribunal de Contas da União já apreciou a matéria e determinou que fossem incorporados ao patrimônio da União todos os documentos e presentes recebidos pelos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a partir da publicação do Decreto 4.344/2002

Ficou claro que o recebimento de presente só é permitido em duas hipóteses:

a) quando o ofertante for autoridade estrangeira, nos casos protocolares, ou em razão do exercício de funções diplomáticas (item 2, inciso II);

b) por motivo de parentesco ou amizade (item 2, inciso I), desde que o respectivo custo seja coberto pelo próprio parente ou amigo, e não por pessoa física ou entidade que tenha interesse em decisão da autoridade.

Nota-se não ser demasia considerar, que o ofertante do presente a Michelle Bolsonaro foi uma autoridade estrangeira e ela estava numa viagem protocolar, aplicando-se o item 2, inciso II transcrito, que permite o recebimento de presentes.

Sabe-se que o acervo de Fernando Henrique está guardado na sede do Instituto FHC.  Em relação ao período presidencial, há cerca de 1.500 objetos, incluindo presentes dados ao tucano por cidadãos e autoridades nacionais e estrangeiras.

Em função da decisão do TCU, Lula e Dilma devolveram presentes recebidos, porém não sua na totalidade.

Entre os presentes oferecidos à Lula, quando presidente, incluem-se   artefatos de joalheria de alto valor, como uma adaga em ouro amarelo e branco – cravejada com pedras preciosas -presenteado pelo ex-presidente líbio Muammar Kadaffi. Também há um punhal também de ouro cravejado com pedras preciosas recebido do rei Mohammed, de Marrocos. Estátua de Camelos em ouro maciço e cristal dos Emirados Árabes, um Jade (réplica da coroa) em ouro do presidente da Coréia do Sul, um conjunto de taças de prata doado pela Rainha Elizabeth da Inglaterra.

A verdade é que o episódio envolvendo o casal Bolsonaro na RF deverá provocar uma regulamentação mais objetiva, do que pode e do que não pode, em relação a presentes ofertados a autoridades, em atos oficiais.

Em fidelidade a verdade e aos fatos, não houve neste caso de Michelle Bolsonaro tentativa de trazer ilegalmente para o país o conjunto de joias no valor de R$ 16.5 mi, presenteado a então primeira dama pela Arábia Saudita.

Como já dito, salvo fato novo, ainda não conhecido, trata-se de um ato administrativo fiscal, que está sendo questionado em processo já instaurado, ou seja, se o “presente” saudita será ou não tributado.

Desde a apreensão das joias pela RF em 2020, existe um contraditório escrito e público, aguardando a decisão final.

Já se passaram mais de três anos, como já dito.  Portanto, não houve má fé, ou ocultação dolosa da apreensão feita pela alfandega.

O presidente Lula sofreu essa acusação no passado, até porque em seus dois mandatos como presidente, de 2003 a 2010, recebeu centenas de presentes.

A presidente Dilma também.

Uma comissão identificou, segundo o “Poder 360”, 176 itens na posse de Lula, dos quais 21 foram levados à Brasília para o acervo público.

O fato que envolve a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, realmente deve ser esclarecido, ninguém se opõe.

Porém, são necessárias provas e indícios concretos, que contrariem a versão oficial do presente ofertado pelos árabes, para caracterizá-lo como crime.

Até o momento, o que existe é um procedimento fiscal instaurado para decidir se os bens serão ou não taxados.

Sem a existência de uma base fática e legal consistentes, criminalizar por antecipação significa negativa ao devido processo legal, o único meio de fixar responsabilidades, se houver.

Assim recomendam o direito e a justiça.

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

OPINIÃO

Rogério Marinho tem chance ?

Por Renato Cunha Lima

O debutante senador potiguar, Rogério Marinho, neto do homem que pintava cavalos azuis, o saudoso ex-senador Djalma Marinho, pode pintar como o novo presidente do Senado Federal para o biênio de 2023/24.

Alguns dizem que é praticamente impossível, que são favas contadas a reeleição do senador mineiro, Rodrigo Pacheco, mas talvez não e o ex-ministro de Bolsonaro tem como inusitado “cabo eleitoral”, o presidente Lula.

Na política ocorre esses paradoxos e hoje Bolsonaro atrapalha e Lula ajuda a postulação de Rogério Marinho e não estou maluco quando digo isso, entendam…

Com o episódio do vandalismo absurdo na praça dos três poderes, o “bolsonarismo”perdeu força no Senado, mesmo com a boa quantidade de aliados eleitos, que notadamente votarão em Rogério, mas não são suficientes, sozinhos, para atingir os 41 votos necessários num colegiado de 81 senadores.

Por sua vez, Lula trabalha todos os dias a favor de Rogério, ontem no Uruguai, por exemplo, atacou o ex-presidente Michel Temer (MDB) com a pecha de “golpista”, atacando por tabela todos os senadores que condenaram a ex-presidente Dilma ao “impeachment”.

— Ora, no próprio ministério de Lula há políticos que votaram a favor do impeachment, como no Senado, na base que tenta constituir a favor do seu governo e são eles todos “golpistas”?

Bom lembrar que Temer e Rogério tem excepcional relação política, inclusive foi o potiguar, quando deputado federal, o relator da reforma trabalhista proposta no seu governo. Será que até esse instante, essa “aloprada” de Lula, não tenha motivado uma conversa entre Rogério e Temer?

— Lula parece que esqueceu o ministro Alexandre de Moraes, seu principal e maior aliado, tanto durante as eleições, como no início turbulento de seu governo, indicado por Michael Temer e fruto do que ele aponta como “golpe”.

Bem, a margem de tudo isso, Rogério tem outros pontos ao seu favor, diferente do que aponta a grande imprensa, não é nada radical, muito pelo contrário e todos no meio político reconhecem sua capacidade de articulação e diálogo.

A votação será secreta, seguindo o regimento interno, com os 81 senadores votando em cédulas de papel, nada de urna eletrônica, lembrando que em 2019 a eleição teve que ser refeita, depois que surgiram no escrutínio 82 votos e não 81. Uma piada pronta, alguém votou duas vezes.

A votação secreta, acreditem, ajuda mais o candidato da oposição, ainda mais, quando veladamente os senadores demonstram incomodados com o ativismo judicial e a interferência no poder legislativo por parte dos ministros do STF, que preferem Rodrigo Pacheco.

O discurso de Rogério para seus pares, vem exatamente neste sentido, devolver o protagonismo do Senado Federal, resgatando a independência e promovendo a harmonização da democracia brasileira.

Agora, mesmo diante de tudo isso, não podemos deixar de lado o super favoritismo do Rodrigo Pacheco na busca de sua reeleição, o governo federal já ligou as turbinas e a todo vapor segue negociando o loteamento de cargos em toda a máquina pública.

Enfim, tudo ficou para fevereiro, como na belíssima canção de Geraldo Azevedo, para sabermos o caminho escolhido pelos senadores.

“Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente”

Sinceramente, uma vitória de Rogério Marinho possibilitaria o contraponto e o contrapeso necessário para a pacificação do país, colocando freios nos abusos e possibilitando pontes de diálogo, caso contrário, seguiremos com um Senado apequenado e vassalo dos outros poderes.

“…A gente ri, a gente chora
Ai, ai, ai, a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais.
Depois, faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras. “

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

Arma de Vingança!

Por Renato Cunha Lima

Quem votou no “13” , com saudades do Lula de 20 anos atrás, o “ Lulinha paz e amor”, quebrou a cara.

O filósofo renascentista francês Michel de Montaigne há séculos profetizou: “Pode-se ter saudades dos tempos bons, mas não se deve fugir ao presente.”

Lula não só envelheceu, como demonstra muita irritação e pressa, não sei se por influência da atual esposa, a Janja, fato que incomoda até os aliados, ou pelo rancor de ter passado 580 dias na cadeia, condenado por corrupção.

O fato é que Lula nitidamente quer se vingar da direita e tem aliado para isso, sobretudo no Supremo Tribunal Federal.

Lula e Alexandre de Moraes são juntos, como unha e carne, a fome e a vontade de comer, ainda mais agora, com os imbecís atos de vandalismo nos palácios dos três poderes, os alimentando, na fome e sede de vingança.

Em 24 dias de governo não há um só ato sensato e elogiável no governo vingativo de Lula, que antes mesmo de assumir, conseguiu do Congresso Nacional uma autorização para estourar as contas públicas e na posse, de cara, foi logo revogando os decretos de Bolsonaro que facilitavam o acesso legal a arma de fogo.

— É um governo com olhar no retrovisor, fazendo caça-as-bruxas nas forças armadas e retrocedendo nos avanços de ajuste fiscal, na Lei das estatais, na independência do Banco Central, no combate ao narcotráfico e no caminho de prosperidade do país.

Para entender o novo padrão Lula, os bajuladores, os artistas, prontamente foram agraciados com a liberação de um bilhão de reais da Lei Rouanet, quando, em contraponto, ele descumpriu a promessa de aumentar o salário mínimo para mil trezentos e vinte reais.

Pasmem, voltaremos a emprestar nosso suado dinheiro, através do BNDES, para países vizinhos, falidos, ditatoriais e caloteiros, só Cuba e Venezuela nos deram, no passado recente, um calote de meio bilhão de dólares e ainda querem criar uma tal moeda comum. Uma loucura!

A sede de vingança é tão grande que chamou atenção o ministro da fazenda, Fernando Haddad, em Davos, no Fórum Econômico Mundial, defendendo o boicote de empresas, onde o empresário tem posicionamento político-ideológico divergente.

Os eleitores petistas ainda não se deram conta, mas foram usados por Lula, num verdadeiro estelionato eleitoral, como uma arma de vingança, como na música do saudoso potiguar Carlos Alexandre:

“Eu fui usado como arma de vinganca,
Para fazer o mal ao seu namorado.
E, agora, ele volta pra você,
Você me deixa de lado.”

O povo, como na música, já foi deixado de lado por Lula, que prometeu apaziguar o país, mas, na guerra, quer mesmo é avançar na sua agenda de vingança.

Segurem-se… Lula voltou, voltou diferente, voltou muito pior que já foi um dia!

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor

OPINIÃO

Carta aos amigos da Direita !

Por Renato Cunha Lima

Quem me conhece sabe que estou nas ruas desde 2014 e não me arrependo das dezenas de vezes que vesti o verde e amarelo, lutando pelo que acredito, contra a corrupção, por um país mais digno para meus filhos, com segurança, boa educação e oportunidades.

A liberdade sempre foi a nossa bandeira, não a violência, a arruaça, a baderna, que sempre notabilizou os atos da esquerda brasileira. Quantas foram as vezes que assistimos os quebra-quebras, as rodovias bloqueadas, o patrimônio público depredado e invadido?

No Rio Grande do Norte, por exemplo, os dois deputados federais do PT tem histórico de invasões e depredações.

A deputada federal Natália Bonavides foi uma das líderes da invasão que depredou e ocupou a Câmara Municipal de Natal em julho de 2013 e recentemente liderou a invasão de terreno da prefeitura do Natal na zona oeste da cidade.

Já o deputado Fernando Mineiro ficou conhecido na cidade quando liderou invasão e depredação na reitoria da UFRN, com o boato, do mesmo defecando na mesa do reitor, Genibaldo Barros, que confirmou o episódio recentemente no programa “Politicando” da rádio 98FM.

Não somos isso, não estou nas ruas esses anos todos cantando o hino nacional, rezando o pai nosso, sempre levando meus filhos e esposa de forma ordeira e pacífica para agora ser igualado a tudo e a todos que sempre abominei.

O bom de tudo isso é o termo “terrorismo”. Há quantos anos chamamos a turma do MST de terroristas? Em 2013 e 2017 a imprensa não os taxaram de terroristas, quando atentaram contra o Congresso Nacional.

Em 2018 o prédio onde reside a ministra Carmen Lúcia em Belo Horizonte foi enlameada de tinta vermelha com à imprensa tratando os terroristas como manifestantes.

Agora, talvez aprendam que é sim terrorismo e que sejam todos punidos na forma da Lei. Não podemos passar pano e defender anistia como fizeram os petistas em 2017. Não podemos vitimizar e relativizar quem esfaqueou a obra de Di Cavalcanti no Congresso Nacional, não somos isso.

Não estou cego diante dos vídeos, que circulam nas redes sociais, mostrando as ações de infiltrados, mas não vou tampar os olhos para a cenas deprimentes de gente usando o plenário do Senado como tobogã. Cadê o nosso civismo e patriotismo?

Por fim, não menos importante e bem mais grave são as causas para esse momento terrível de nossa história, com os corruptos de volta a cena do crime e com o judiciário rasgando a Constituição, trazendo de volta ao cotidiano brasileiro a censura, a perseguição e as prisões políticas.

São poucas as esperanças é verdade. Perdemos por nossos erros, Bolsonaro tem seus erros, não podemos endeusar ninguém, mesmo sabendo que ele estava sozinho nessa empreitada. O sistema venceu jogando fora das quatro linhas, também é verdade, mas vamos fazer o que? Inteligência amigos!!

Precisamos nos reorganizar, precisamos olhar para frente, de cabeça erguida e com inteligência e fervor, unidos, na oposição, resgatando nossos princípios patrióticos, ordeiros e firmes na defesa de nossa liberdade, de nossas famílias e de nossas propriedades.

Eu estou disposto a seguir lutando…

e você?

 

Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor