Política

Dólar ultrapassa R$ 5,51 após Lula colocar necessidade de corte de gastos em dúvida

Foto: Ricardo Stuckert

 

O mercado financeiro teve um dia agitado nesta quarta-feira (26), com o dólarregistrando forte alta e ultrapassando os R$ 5,51 na máxima do dia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos responsáveis pelo movimento, ao colocar em dúvida a necessidade de corte de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo, sugerindo que o aumento da arrecadação pode ser uma alternativa viável. “O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, disse Lula, em entrevista ao UOL. No cenário internacional, o dólar também avançou em relação a outras moedas fortes, como o iene, que atingiu seu nível mais baixo desde 1986.

Essa movimentação mantém os mercados cambiais em alerta para possíveis intervenções das autoridades japonesas.
Às 10h05, a moeda americana estava cotada a R$ 5,511, com alta de 1,04%, enquanto o Ibovespa recuava 0,18%, aos 122.099 pontos. No Brasil, o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou para 0,39% em junho, após marcar 0,44% em maio. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou uma inflação de 4,06%, um aumento em relação aos 3,70% registrados até maio.

 

Deu na JP News

Notícias

BC alerta sobre risco fiscal e não descarta elevar Selic

Em reunião na semana passada, o Copom decidiu, por unanimidade, interromper o corte da Selic, mantendo a taxa de juros em 10,5% – Foto: Raphael Ribeiro

 

O Banco Central deu vários recados ao governo brasileiro na Ata do Copom divulgada nesta terça-feira (25), após interromper o corte da Selic em 10,5%, em decisão unânime, na última semana. Por ora, não há sinais de novas reduções iminentes da taxa Selic, o que só voltará a ocorrer após “firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Como a Ata abandonou o chamado “guidance”, ou indicação clara sobre o que o BC fará no futuro, isso abre as portas até para um possível aumento da Selic, caso haja uma piora significativa do cenário nos próximos meses. O Copom, como sintetizou um analista de mercado, está “dependente” dos dados para definir os seus próximos passos.

A condução da política monetária ficou mais desafiadora, com o aumento da estimativa feita pelo Banco Central sobre a taxa neutra de juros, de 4,5% para 4,75%. Isso quer dizer que a economia brasileira perdeu dinamismo – ou está com PIB potencial mais baixo – e precisará agora de uma taxa Selic mais alta para se conseguir levar a inflação para a meta de 3%.

Há várias causas para isso apontadas pelo Banco Central, entre elas, a incerteza sobre a dívida pública e o “esmorecimento no esforço de reformas estruturais”, recados que servem tanto para o Executivo quanto para o Legislativo do país.

“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, disse a Ata.

Três causas para fim do corte
O Banco Central deu três motivos principais para parar de cortar os juros na última reunião: cenário externo mais incerto, atividade mais forte no País – com ênfase para o mercado de trabalho e o consumo das famílias – e a piora das expectativas de inflação. Esses três componentes demandam “maior cautela” na condução da política monetária e motivaram que a decisão fosse unânime.

“A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o BC.

O Banco Central classificou o mercado de trabalho como “apertado”, o que sugere pressões principalmente sobre a inflação de serviços. Segundo o BC, os serviços foram tema de “muito escrutínio” por parte dos nove diretores do banco e terá papel “preponderante” para que a inflação volte para a meta.

“A inflação de serviços seguiu sendo um tema de muito escrutínio, analisando-se suas diferentes dimensões, defasagens e perspectivas. Parte do debate se concentrou na trajetória mais recente da inflação, em que a inflação de bens industriais e de alimentação no domicílio deixa de contribuir para a desinflação nesse estágio do processo desinflacionário. Concomitante a isso, a inflação de serviços, que tem maior inércia, assume papel preponderante na dinâmica desinflacionária no estágio atual.”

Reação política
O fim dos cortes abriu novas frentes de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula vem apontando Campos Neto como um adversário político, e a presença do presidente do BC em um jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em sua homenagem, contribuiu para elevar a temperatura política.

A decisão unânime, contudo, jogou a favor de Campos Neto, já que os quatro diretores já indicados por Lula acompanharam a decisão. Entre eles, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, cotado para presidir o banco ao término do mandato de Campos Neto, em dezembro.

Lula, contudo, ainda não bateu o martelo sobre o novo nome. Aliados próximos ao presidente confirmam que Galípolo ainda é o principal cotado, mas que sua irritação com o fim dos cortes da Selic poderiam mudar essa percepção. Galípolo, por sua vez, precisa demonstrar independência em relação ao governo e seguir critérios técnicos para o seu voto. Do contrário, as expectativas de inflação teriam uma piora adicional à frente.

Enquanto Lula não definir o novo nome, o mercado financeiro ainda colocará esse fator de risco sobre as suas projeções.

Deu na Tribuna do Norte

Guerra

Hamas ataca comboio da ONU com ajuda humanitária para palestinos

 

O Exército israelense informou nesta terça-feira (25) que o Hamas lançou um ataque com morteiros contra suas tropas durante uma escolta para entrega de ajuda humanitária do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) à população palestina.

“Durante a atividade coordenada, a organização terrorista Hamas disparou um projétil na rota humanitária perto do comboio de ajuda da UNICEF e dos soldados das FDI que protegiam a área”, afirmou num comunicado as Forças de Defesa (FDI).

Um vídeo divulgado pelo serviço militar israelense mostrou pelo menos um morteiro a poucos metros de soldados e de um veículo das Nações Unidas.

Depois do ataque, as FDI disseram que o comboio seguiu a rota conforme planejado e não houve feridos na ação terrorista.

Israel destacou no comunicado que há esforços para aumentar a chegada de suprimentos no enclave palestino, no entanto o Hamas explora o povo sob sua administração na Faixa e dificulta novas atividades humanitárias.

“Apesar das tentativas das FDI de aumentar a ajuda humanitária e as atividades para os residentes de Gaza, o Hamas continua a explorar esses esforços e a pôr em perigo as vidas dos civis de Gaza”, acrescentaram os militares.

Essa não foi a primeira ação do grupo terrorista nesse sentido. Outros episódios foram denunciados por Israel durante os meses de guerra, como no roubo de um grande carregamentos de ajuda em maio.

Naquela ocasião, o grupo islâmico radical roubou diversos itens de primeiros socorros que entraram em Gaza através da passagem israelense recém-aberta de Erez.

O Hamas também é denunciado por utilizar zonas civis para lançar ataques contra o território vizinho. Alguns exemplos são hospitais, escolas, residências e estruturas da ONU.

Deu na Gazeta do Povo