Justiça

Em 23 anos, Congresso devolveu apenas seis MPs ao governo federal

Das 1.232 medidas provisórias (MPs) editadas pelo governo federal nos últimos 23 anos, apenas seis foram devolvidas à Presidência da República pelo Congresso Nacional. Do total de devoluções, quatro ocorreram entre 2019 e 2024.

O caso mais recente ocorreu na última semana, quando o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu ao governo um trecho da MP do PIS/Cofins, que compensava a perda de arrecadação causada pela desoneração da folha de pagamentos (leia mais abaixo).

O número de MPs devolvidas consta em um levantamento feito pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), e verificado pelo Senado Federal a pedido da CNN.

A pesquisa leva em conta todas as MPs editadas entre 2001 – ano em que o Congresso promulgou a Emenda Constitucional 32, que ampliou as regras sobre a tramitação de medidas provisórias – e 2024.

Medidas provisórias são normas com forças de lei editadas pela Presidência da República em casos de alta relevância e urgência. As MPs têm efeito imediato, ou seja, começam a valer a partir do momento em que são publicadas.

No entanto, elas precisam de validação do Congresso Nacional para que sejam sancionadas e tenham efeito definitivo. Caso o Congresso não aprove a MP em um prazo de até 120 dias, ela perde a validade.

MPs devolvidas ao governo desde 2001

MP 669/2015, da presidente Dilma Rousseff, reduzia o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos concedido a 56 segmentos econômicos, devolvida pelo senador Renan Calheiros. Ele argumentou que aumentar impostos por medida provisória e sem a mínima discussão legislativa seria apequenar o Parlamento, diminuir e desrespeitar suas prerrogativas institucionais e o próprio Estado Democrático de Direito (devolvida na íntegra);

MP 446/2008, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alterava as regras para concessão e renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, devolvida pelo senador Garibaldi Alves, com o argumento de que não atendia aos requisitos constitucionais de urgência e relevância (devolvida na íntegra);

MP 886/2019, do presidente Jair Bolsonaro, tratava da organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios, onde o governo delegava a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, retirando esta competência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (devolvida parcialmente)

MP 979/2020, do presidente Jair Bolsonaro, permitia ao ministro da educação nomear reitores das universidades federais durante o período da pandemia sem consulta às universidades, devolvida pelo senador Davi Alcolumbre, por ferir a autonomia universitária, garantida pela Constituição Federal (devolvida na íntegra);

MP 1.068/2021, do presidente Jair Bolsonaro, limitava a remoção de conteúdos em redes sociais, devolvida pelo senador Rodrigo Pacheco, por entender que o texto tratava de questões relativas à liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, que não poderiam ser tratadas por medida provisória (devolvida na íntegra);

MP 1227/2024, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alterava as regras do uso de crédito do PIS e da Cofins, atingindo diversos setores da economia. Segundo o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, as novas regras que impediam o ressarcimento ou o uso desses créditos para pagamento de outros impostos só poderiam valer 90 dias após a publicação (devolvida parcialmente).

Movimento do Congresso

Os números apontam que a devolução de MPs é um movimento atípico, mas que tem se identificado ao longo dos últimos anos. Na avaliação do cientista político Murilo Medeiros, a ação demonstra a intenção do Congresso Nacional em marcar posição sobre a criação de leis.

“É um recado claro que o Congresso envia de que o Executivo não pode usurpar o seu poder de legislar. É um recado de que o governo precisa melhorar sua interlocução junto ao parlamento, de forma a ter um melhor diálogo antes de enviar uma MP de grande impacto para não sofrer derrotas dentro do plenário”, avalia Medeiros.

Nos últimos meses, parlamentares têm feito diversas queixas sobre invasão de competências do Legislativo e sobre a má articulação política por parte do governo.

No fim de 2023, por exemplo, o presidente Lula chegou a editar uma MP determinando a reoneração gradual da folha de pagamentos para 17 setores econômicos, indo na contramão de uma decisão que o Congresso havia tomado sobre o assunto.

A edição da medida gerou uma crise. Deputados e senadores pressionaram o governo sob a justificativa de que uma MP não poderia derrubar uma medida promulgada pelo Congresso Nacional. A pressão fez com que Lula revogasse trechos da MP.

“Isso reflete um Congresso Nacional mais independente e mais proativo na agenda legislativa”, avalia Medeiros.

MP do PIS/Cofins

A discussão sobre devolução de medidas provisórias se agravou na última semana após diferentes bancadas criticarem a MP do PIS/Cofins e pedirem a devolução do texto. Alguns líderes ainda defendem que o tema seja debatido via projeto de lei, para que haja maior envolvimento do Congresso.

Apesar de negar a existência de uma crise com o Executivo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu parcialmente a matéria. A MP propunha que créditos tributários e de contribuição da seguridade social fossem utilizados para tanto, reduzindo seu uso, por parte de setores econômicos, para pagamentos que não o do PIS e do Cofins.

Ao devolver a MP, Pacheco argumentou que, de acordo com a Constituição, uma regra sobre contribuições só poderia valer 90 dias após a publicação da lei que o prevê, o que não estaria incluído na MP apresentada pelo governo.

Na manhã de quinta-feira (13), Pacheco se reuniu com líderes partidários para discutir alternativas para substituir a MP. Segundo o senador, os parlamentares listaram seis propostas que serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Deu na CNN Brasil

Notícias

Congresso mantém veto de Bolsonaro à criação de crime de fake news eleitoral

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado.

O Congresso decidiu nesta terça-feira (28) manter o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei 14.197/2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional. Bolsonaro barrou o trecho que criava o crime de disseminação em massa de fake news eleitoral, com pena de até 5 anos de prisão e multa. A Câmara dos Deputados aprovou a manutenção do veto por 317 votos favoráveis, 139 contrários e 4 abstenções.

Para derrubar o veto, eram necessários 257 votos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que o veto não seria apreciado pelos senadores, já que foi mantido pelos deputados, e determinou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja comunicado sobre a decisão dos parlamentares.

Em 2021, Bolsonaro vetou cinco trechos da norma aprovada pelo Congresso que revogou a Lei de Segurança Nacional e alterou o Código Penal para incluir a tipificação de crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Um dos dispositivos barrados fixava como “comunicação enganosa em massa” o ato de “promover ou financiar, pessoalmente ou por interposta pessoa, mediante uso de expediente não fornecido diretamente pelo provedor de aplicação de mensagem privada, campanha ou iniciativa para disseminar fatos que sabe inverídicos, e que sejam capazes de comprometer a higidez do processo eleitoral”.

O ex-presidente argumentou que a tipificação das fake news contraria o interesse público “por não deixar claro qual conduta seria objeto da criminalização”. Para Bolsonaro, a “redação genérica” do artigo não especificava se a punição seria para quem gera ou para quem compartilha a notícia falsa.

“Enseja dúvida se o crime seria continuado ou permanente, ou mesmo se haveria um ‘tribunal da verdade’ para definir o que viria a ser entendido por inverídico a ponto de constituir um crime punível”, justificou. O ex-mandatário defendeu que o dispositivo poderia “afastar o eleitor do debate político” e “limitar a concorrência de opiniões”.

Oposição defende manutenção do veto

A manutenção do veto, batizado de “veto da liberdade”, representou uma vitória para a oposição ao governo Lula. O senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que a derrubada do veto seria um “ataque direto à liberdade de expressão no país” e poderia ser usado para perseguir adversários políticos do governo.

Na mesma linha, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) disse que tipificar a disseminação em massa de fake news sem critérios claros seria uma forma de “perseguir quem fala a verdade e a oposição”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que derrubar o veto seria “um verdadeiro atentado à democracia”. Nesta segunda (27), o senador Eduardo Girão (Novo-CE), destacou que há “falta de clareza” sobre quem pode determinar o que é ou não uma notícia falsa. Segundo Girão, os brasileiros estão evitando se manifestar nas redes sociais por “medo de perseguição”, informou a Agência Senado.

“Percebo uma apreensão generalizada, que está traduzida numa pesquisa recente que mostra que 61% dos brasileiros estão com medo de falar nas redes sociais, por causa de retaliação dos poderosos, dos donos do poder, dos burocratas, que não aceitam críticas e que vêm querer calar o brasileiro em algo mais do que democrático, que são as redes sociais, e que deu voz à população”, disse o senador.

Outros vetos de Bolsonaro à Lei 14.197/2021

O ex-presidente também vetou outros trechos da Lei 14.197/2021, entre eles, o dispositivo que tornaria crime impedir manifestações de grupos políticos e sociais, com pena de um a 12 anos de prisão.

Além disso, Bolsonaro barrou a possibilidade de aumento da pena para militares que tenham cometido crime contra o Estado Democrático de Direito e a autorização para que partidos pudessem ingressar com ações penais em casos de crimes contra as instituições democráticas no processo eleitoral, se o Ministério Público não oferecer denúncia ou arquivar o caso no prazo estabelecido.

Também foram vetadas duas hipóteses de aumento da pena para crimes contra o Estado Democrático de Direito: quando cometido com violência ou grave ameaça exercidas com emprego de arma de fogo, ou quando cometido por funcionário público.

Deu na Gazeta do Povo

Notícias

Congresso derruba vetos ao Orçamento, eleva valor das emendas e isenta IR em apostas

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Na sessão do Congresso Nacional, nesta quinta-feira (9), deputados e senadores derrubaram alguns vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e decidiram adiar a análise de alguns vetos mais polêmicos, como o veto ao PL das “saidinhas” para o dia 28 de maio.

Entre os vetos derrubados, consta a maior parte da Lei do Orçamento de 2024, como o que aumenta o valor das emendas das comissões permanentes da Câmara e do Senado em R$ 4,2 bilhões. Elas passam então de R$ 11 bilhões para R$ 15,2 bilhões. Foram mantidos vetos no valor de R$ 1,4 bilhão.

O total das emendas parlamentares no Orçamento atinge então cerca de R$ 52 bilhões em 2024. Os parlamentares podem fazer emendas de comissões, individuais e de bancadas estaduais. Estas duas últimas são de execução obrigatória. O Orçamento total está em torno de R$ 2,2 trilhões.

As ações que vão receber mais recursos são os projetos de desenvolvimento local integrado com R$ 1,5 bilhão, o apoio a projetos de desenvolvimento urbano com R$ 1 bilhão e os projetos de infraestrutura turística com R$ 950 milhões.

Os parlamentares também derrubaram vários dispositivos de 13 vetos presidenciais, como os relativos à Lei Geral do Esporte, à flexibilização de regras para agrotóxicos e à regularização de terras na Amazônia.

Apostas esportivas

Os parlamentares ainda derrubaram vetos de Lula à lei que regulamenta as apostas esportivas online (Lei 14.790 de 2023). Sancionado em dezembro de 2023, o texto tributa empresas e apostadores, define regras para a exploração do serviço e determina a partilha da arrecadação. Veja como cada parlamentar votou.

Ao rejeitarem o veto, a lei garante a isenção de imposto de renda aos apostadores caso os ganhos fiquem abaixo da primeira faixa do IR. O trecho será promulgado e reincorporado à lei, ganhos mensais com essas apostas de até R$ 2.640 ficarão isentos de IR.

Para o cálculo, será considerado prêmio líquido o resultado positivo conseguido nas apostas de quota fixa realizadas a cada ano, após a dedução das perdas incorridas.

Foram mantidos o veto ao artigo que traria a mesma isenção de imposto no caso de prêmios obtidos em títulos de capitalização na modalidade filantropia premiável, assim como o veto ao trecho que estabeleceria os valores das taxas de autorização para a distribuição de prêmios, que variam de acordo com o valor pago. *Com informações da Agência Senado

Deu na Gazeta do Povo

Política

Governo e Congresso chegam a acordo e definem reoneração gradual da folha a partir de 2025

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado.

O governo Lula e o Congresso chegaram a um acordo sobre a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores da economia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciaram a reoneração gradual das empresas a partir de 2025. Haddad afirmou que o acordo será encaminhado para homologação do Supremo Tribunal Federal (STF). O entendimento ocorre após uma série de impasses sobre a desoneração da folha dos setores que mais empregam no país.

O desdobramento mais recente ocorreu quando o ministro Cristiano Zanin atendeu a um pedido do governo e suspendeu a desoneração, no final de abril. A decisão estava sendo analisada pelo plenário da Corte, mas um pedido de vista apresentado pelo ministro Luiz Fux interrompeu o julgamento. Enquanto a análise não é retomada, vale a decisão de Zanin.

O acordo firmado entre o governo e o Congresso escalona a alíquota de contribuição com a Previdência. A desoneração será mantida até o fim deste ano. A partir de 2025, a cobrança começará em 5% e será progressiva até atingir os 20% em 2028.

2024 – desoneração da folha de pagamento;

2025 – alíquota de 5%;

2026 – alíquota de 10%;

2027 – alíquota de 15%;

2028 – fim da desoneração e retorno da alíquota de 20%.

“No ano de 2024 mantém-se como está a desoneração da folha, o recolhimento com base no faturamento nos termos da lei 14.784, do final do ano passado… A partir de 2025, considerando a aparente inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo, a reoneração se dará dessa forma: com 5% no primeiro ano, 10% segundo ano, 15% no segundo ano, até que venham os 20% no quarto ano. A partir do momento que vai onerar a folha, vai desonerar pelo faturamento na mesma proporção… Para o mês de maio, nada muda, se recolhe em cima do faturamento”, afirmou Pacheco.

Além disso, Haddad disse que o governo aceitou a contraproposta dos setores para reonerar a folha do 13º salário semanal no final do processo. Com isso, a folha de pagamento do 13º permanecerá desonerada até 2028. Hoje, as empresas pagam alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha salarial como contribuição previdenciária patronal.

“Nós vamos respeitar o prazo de 2027, que foi objeto de deliberação do Congresso Nacional. Com a diferença de que, a partir do ano que vem, começa o que a gente chama de phase out [fim gradual], a cada ano você tem uma reoneração gradual, até 2027, e em 2028 todo o sistema de folha de pagamento fica no mesmo patamar, sem nenhum tipo de diferença de setor para setor”, afirmou o ministro da Fazenda. Ele ressaltou que o esforço é importante para dar respaldo à receita da Previdência.

Já a desoneração da folha dos municípios com até 156 mil habitantes será discutida na próxima segunda (13) com representantes das prefeituras afetadas. Segundo Haddad, o acordo deve ser homologado pelo STF até o dia 20 deste mês para que as empresas não sejam tributadas em 20% sobre a folha.

“Vamos ingressar com o pedido de remodulação da liminar para que a Suprema Corte possa homologar esse acordo. Lembrando que a Fazenda, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, vai ter que encontrar uma compensação para isso. Estamos assumindo a responsabilidade desse encaminhamento, a bola está conosco para, após a homologação e fixado um prazo para os cálculos da perda de arrecadação, encaminharemos ao Congresso uma compensação que mantenha o Brasil no caminho do equilíbrio fiscal”, disse o ministro.

Haddad se comprometeu a encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma da renda e da folha de pagamento, após a segunda etapa de regulamentação da reforma tributária. “Se formos perseverantes, teremos antes de 2027 a aprovação de um substitutivo, algo que faça mais sentido que o atual modelo. Tenho segurança em afirmar que 2025 será o de deliberar uma alternativa para isso [reforma da folha de pagamento]”, disse.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também participaram do anúncio sobre o acordo.

Histórico de decisões sobre a desoneração

No ano passado, os parlamentares prorrogaram a desoneração até 2027. A iniciativa foi vetada por Lula, mas o veto foi derrubado pelo Congresso. Contudo, em dezembro, o governo tentou emplacar a reoneração por meio da medida provisória (MP) 1.202/2023, mas a pressão política e dos setores afetados fez com que o Executivo recuasse.

O governo decidiu então manter a desoneração, mas encaminhou ao Congresso um projeto de lei com a proposta de reoneração gradual dos 17 setores. O texto ainda não foi analisado. Já a reoneração dos municípios foi mantida na MP, mas Pacheco deixou esse trecho da proposta caducar. Com isso, ele garantiu a desoneração para as prefeituras.

Entretanto, no último dia 24, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o STF para derrubar a desoneração e conseguiu uma decisão favorável de Zanin. Pacheco classificou como “catastrófica” o movimento da AGU em judicializar o tema. A equipe jurídica do Senado recorreu ao Supremo para suspender a decisão.

A liminar de Zanin passou a ser julgada no plenário virtual do STF. Porém, o ministro Luiz Fux pediu mais tempo para análise do caso e interrompeu o julgamento. Antes da interrupção, o placar estava em 5 a 0 para manter a desoneração suspensa. Fux tem 90 dias para analisar o processo. Segundo o regimento interno do STF, depois desse período a ação é liberada para o julgamento.

Deu na Gazeta do Povo

Política

Congresso vota vetos de Lula com foco em emendas e “saidinhas”

Foto: Divulgação

Deputados e senadores se reúnem nesta 5ª feira (9.mai.2024), às 10h, para analisar os vetos presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São 33 pendências, das quais 28 trancam a pauta. Entre os temas a serem avaliados estão as emendas de comissões no Orçamento de 2024 e a saída temporária de presos para visita a familiares.

Como apurou o Poder360, integrantes da base de apoio a Lula no Legislativo acreditam que o acordo para a liberação de R$ 3,6 bilhões em emendas de comissão aos congressistas, dos R$ 5,6 bilhões vetados pelo presidente, ajudará a evitar uma derrota do Executivo no assunto.

No caso do que ficou conhecido como “PL das saidinhas”, os governistas antecipam a derrota. Lula vetou o trecho que proibia as saídas temporárias de presos para visitar familiares, mas os congressistas devem ir contra a medida.  Os deputados e senadores também avaliam vetos à isenção de tributação no projeto das apostas esportivas e aos painéis solares no projeto Minha Casa, Minha Vida.
Os vetos pendentes não são apenas de Lula: 4 deles pertencem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Dentre eles, trechos do projeto que revogou a antiga LSN (Lei de Segurança Nacional) e tipificou o que os congressistas chamaram de “crimes contra o Estado Democrático de Direito”.

Deu no Poder360

 

Notícias

Fezes e urina deixadas no STF serão periciadas para identificar vândalos: “Tem muito material”

 

Os materiais orgânicos, como sangue, urina e fezes, deixados pelos invasores no ataque ao Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto e Congresso serão usados para identificar os criminosos que depredaram as sedes dos Três Poderes neste domingo (8).

“Tem muito material orgânico. Então, é possível fazer a identificação dos criminosos pela coleta. Tem muito sangue, tem fezes, e urina”, detalhou o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.

Os manifestantes deixaram um rastro de destruição e sujeira no Congresso. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas evacuando e urinando em salas dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Deu no Portal da 96

Economia

Congresso aprova texto-base da LDO com salário mínimo de R$ 1.294

 

O Congresso Nacional aprovou, nesta terça-feira (12/7), o texto-base do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2023.

A proposta estabelece as normas para elaboração do Orçamento do próximo ano e inclui previsões de receitas e despesas, além da meta fiscal. Agora, deputados e senadores votam os destaques, que podem promover alterações no texto.

A LDO prevê meta de déficit primário na ordem de R$ 65,9 bilhões para os orçamentos fiscal e da seguridade social.

A proposta estipula que o salário mínimo no próximo ano será de R$ 1.294, abaixo da estimativa do Ministério da Economia.

Atualmente, o piso remuneratório mínimo é de R$ 1.212. O reajuste, conforme o relatório, corresponde à manutenção de seu valor real corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O texto foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) no fim de junho. A aprovação da LDO é também condição para que os parlamentares possam entrar em recesso no meio do ano.

Este ano, coube ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) relatar a proposta. Inicialmente, havia previsão de que a LDO fosse votada na segunda (11/7), mas a sessão foi suspensa após obstrução de partidos do chamado Centrão, que rejeitaram a decisão de suprimir trecho que tornava obrigatória a execução das chamadas emendas de relator (RP-9), conhecidas como “orçamento secreto”.

Informações do Metrópoles

Notícias

Em menos de 2 anos, Congresso aprova mais de 370 atos que aumentam a burocracia

 

Os deputados e senadores do Brasil aprovaram 376 atos normativos que contribuem para o aumento da burocracia no país desde 2021. O diagnóstico consta no estudo “Observatório da Liberdade Econômica”, que será divulgado na próxima semana pela Fundação da Liberdade Econômica (FLE).

Apesar do dado alarmante, a sondagem também traz uma informação positiva: no mesmo período, 214 propostas referendadas pelos congressistas favoreceram a celeridade dos processos na administração pública.

O levantamento aponta que, ao todo, 590 das 2.852 leis aprovadas pelos parlamentares desde o início do ano passado tiveram impactos – positivos e negativos – no ordenamento jurídico.

O observatório será publicado em uma página de consulta para o público contendo todas as análises feitas desde 2020.

Um outro levantamento, feito em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), revela que mais de 6,7 milhões de normas foram editadas pelos entes federativos (municípios, estados e União) nos 31 anos após a promulgação da Constituição de 1988, uma média de 813 por dia.

“Isso ajuda a colocar o nosso país nos piores lugares dos índices de liberdade econômica editados por instituições como o Fraser Institute e a Heritage Foundation. É como se o governo e o Legislativo trabalhassem dia e noite para sufocar e cercear quem gera riqueza”, argumentou Márcio Coimbra, idealizador do projeto e presidente do Conselho Curador da FLE.

Deu no Conexão Política

Comércio

Fabricante de cigarros contrata políticos profissionais como lobistas

Ex-senador Cássio Cunha Lima (à esq.) já atuava para a Philip Morris antes da chegada do ex-ministro José Múcio Monteiro (dir.) - Divulgação/Atricon/23.nov.2017Ex-senador Cássio Cunha Lima (à esq.) já atuava para a Philip Morris antes da chegada do ex-ministro José Múcio Monteiro (dir.) Foto: Reprodução

A fabricante de cigarros Philip Morris contratou dois políticos profissionais para atuar em nome da empresa perante a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): o pernambucano José Múcio Monteiro, ex-ministro do governo Lula e do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-deputado federal pelo PTB, e Cássio Cunha Lima (PSDB), ex-senador e ex-governador da Paraíba.

Aposentado da Corte em dezembro de 2020, Múcio foi recrutado pela multinacional em março deste ano, uma semana depois de a empresa sofrer uma derrota para registrar um produto que “alimenta” uma espécie de cigarro eletrônico. Já Cássio tem mais tempo de casa: foi contratado em 2019. Questionado pelo UOL, o ex-senador disse que, “por questões concorrenciais”, não comenta “assuntos relativos aos [seus] clientes”.

Anvisa se prepara para julgar um processo que reavalia a proibição aos cigarros eletrônicos e aos demais “dispositivos eletrônicos para fumar” no Brasil em meio à mudança na Gerência de Tabaco, que fiscaliza o setor. Desde 2009, a Anvisa proíbe a venda, a importação e a propaganda destes aparelhos no país.

Pedidos negados Neste ano, a Philip Morris já teve negado por duas vezes um pedido de registro para um produto que abastece um cigarro eletrônico produzido pela empresa, o IQOS (sigla para I Quit Original Smoking, ou “eu parei com o cigarro original”). Nele, o tabaco é aquecido em vez de queimado, razão pela qual é chamado pela empresa de “produto de tabaco aquecido”. A primeira negativa foi feita pela Gerência de Tabaco em 26 de fevereiro passado. Os técnicos recusaram-se a autorizar a venda dos “heets”, que se assemelham a minicigarros e “alimentam” o IQOS. Na semana seguinte, a empresa contratou Múcio. A Anvisa prevê concluir até dezembro um processo geral —não apenas para a Philip Morris— sobre regulação de dispositivos eletrônicos para fumar.

Na opinião do Blog Os Libertários , o que a Philip Morris fez foi apenas oficializar e legalizar uma prática e profissão que já existe há muitos anos no Congresso Nacional, que é a do Lobista.

Deu no Uol

Política

Farra com nosso dinheiro : Sem limite de gastos, Congresso reembolsa despesas de parlamentares até com Ostras e Camarões Trufados

Parece brincadeira , mas não é .

Ostras, tambaqui com farofa, picanha especial, camarão ao molho de trufas, risoto com camarão rosa e rapadura, profiteroles ou petit gateau. O cardápio é vasto, com direito a acepipes, pratos principais, sobremesas, cafezinhos e, às vezes, até taxa de rolha ou gorjetas financiadas com dinheiro público. Levantamento do site Metrópoles, com base no Portal de Transparência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do início da legislatura até o último dia 30 de setembro, mostra que os parlamentares gastaram, no período, ao menos, R$ 1.461.316,10 com alimentação, em valores reembolsados pela cota parlamentar – que varia conforme o estado de origem, pois serve para bancar diversas despesas, que vão de passagens aéreas até alimentação.

O consumo é amparado por uma resolução interna que não estipula limites para as despesas com alimentação bancadas pela cota parlamentar, a não ser o total reservado mensalmente. Teoricamente, um parlamentar pode usar todo o montante para comida.

Hoje, na Câmara, os valores mensais das cotas (além do salário) vão de R$ 30.788,66, para deputados do Distrito Federal, a R$ 45.612,53, para os de Roraima. No Senado, esses números oscilam entre R$ 21.045,20, para parlamentares do Distrito Federal e de Goiás, e R$ 44.276,60, para os do Amazonas.

O reembolso dos gastos com alimentação pela cota parlamentar não é ilegal, está dentro das regras do Congresso, mas levanta a necessidade de um debate sobre a forma de execução. O mais tradicional meio de apoio à alimentação no país é via vale, dado a empregados privados e públicos com um valor determinado. Nesse caso, cada um decide como quer gastar o que recebe. Se a escolha for por produtos mais caros, a única consequência é que o dinheiro se esgotará antes. É uma gestão pessoal do próprio dinheiro.

No caso de servidores públicos federais, por exemplo, o valor mensal do auxílio-alimentação é R$ 458. Para funcionários do Judiciário federal, esse montante chega a R$ 910,08.

O fato é que enquanto uns passam fome, em uma crise agravada pela pandemia, políticos do nosso congresso nacional dão exemplo claro de excessos de privilégios as custas dos contribuintes, uma vergonha , e ainda por cima com a anuência da justiça .
Tá tudo errado nesse Brasil .

Informações do Metrópoles