Mundo

Michael Shellenberger afirma que o TSE recebeu ajuda do FBI para trabalhar na censura do Brasil junto com policiais brasileiros; VEJA VÍDEO

Michael Shellenberger, o jornalista norte-americano responsável pelo Twitter Files Brazil, declarou nessa terça (9 de abril de 2024) ao site Poder360 que há outros arquivos a serem examinados e investigados em relação às demandas da Justiça brasileira dirigidas à antiga rede social X(anteriormente conhecida como Twitter). Essas demandas envolvem a liberação de dados pessoaise o bloqueio de perfis.

“Acredito que todo o material que tenha interesse público foi divulgado. Meus jornalistas parceiros acharam mais coisa. É possível que publiquem. Eu estava lendo com pressa, para publicar rapidamente quando chegasse ao Brasil. É possível, sim, que venha mais detalhes, mas a informação principal já foi publicada”, disse o jornalista.

Shellenberger também mencionou que o proprietário do X, Elon Musk, concedeu acesso a esses arquivos entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023. No entanto, ele acredita que o empresário tenha desanimado após verificar que a rede social não havia censurado informações relacionadas à covid.

“Houve muita demanda dentro dos Estados Unidos por informações [do Twitter Files] sobre a covid-19. Publicamos muitas coisas a partir disso. Mas, depois de descobrirmos que o Twitter não havia censurado as informações sobre a covid, ao contrário de outras plataformas, acredito que Elon Musk tenha desanimado e considerado que já havia publicado a parte mais relevante. Mas ainda tenho os arquivos no meu computador”, declarou.

Michael Shellenberger, o jornalista norte-americano por trás do Twitter Files Brazil, tornou público, na quarta-feira (3 de abril), uma série de e-mails trocados entre representantes da antiga rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) no Brasil e nos Estados Unidos, durante o período de 2020 a 2022. Essa divulgação ocorreu antes de Elon Musk adquirir a empresa. Os funcionários mencionavam repetidos pedidos vindos tanto do Judiciário quanto do Congresso brasileiro, solicitando que a plataforma fornecesse dados pessoais de perfis presentes na rede social. Vale ressaltar que a empresa teria recusado parte dessas determinações.

Na quarta-feira, 3 de abril, o jornalista norte-americano Michael Shellenberger divulgou uma série de e-mails trocados entre funcionários do setor jurídico da antiga rede social X no Brasil, abrangendo o período de 2020 a 2022. Essas mensagens tratavam de solicitações e ordens judiciais relacionadas aos conteúdos dos usuários.

Os e-mails revelaram pedidos de várias instâncias do Judiciário brasileiro, nos quais se solicitava a divulgação de dados pessoais de usuários que utilizavam hashtags relacionadas ao processo eleitoral e à moderação de conteúdo.

Shellenberger fez críticas diretas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acusando-o de liderar uma ampla repressão à liberdade de expressão no Brasil. Segundo o jornalista, as decisões de Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ameaçam a democracia no país. Isso ocorre devido às intervenções solicitadas em publicações de membros do Congresso Nacional e à divulgação de dados pessoais de contas, o que vai contra as diretrizes da plataforma. Os autos dos processos mencionados permanecem sob sigilo.

O caso ficou conhecido como Twitter Files Brazil, em referência aos Twitter Files originalmente publicados em 2022, após a aquisição da X por Elon Musk em outubro daquele ano.

Na ocasião, Musk entregou materiais a jornalistas que evidenciavam como a rede social colaborou com as autoridades dos Estados Unidos durante as eleições de 2020. Essa colaboração resultou no bloqueio de usuários e na supressão de conteúdo relacionado ao filho do então candidato Joe Biden, que posteriormente foi eleito presidente.

Os arquivos publicados pelos jornalistas incluem trocas de e-mails que revelam, em certa medida, como o Twitter respondia aos pedidos dos governos em relação à política de publicação e remoção de conteúdo. Em alguns casos, a rede social acabava cedendo às solicitações.

No contexto brasileiro, Elon Musk não foi explicitamente apontado como a fonte que forneceu o material, mas o empresário fez críticas a Alexandre de Moraes ao longo desse período.

Deu no Poder 360

Mundo

Após decisão de Moraes, Elon Musk insinua que STF é desonesto

O dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, publicou uma nova mensagem em sua conta na plataforma sobre o judiciário brasileiro no final da noite deste domingo (7/4). Dessa vez, o bilionário insinuou que o Supremo Tribunal Federal (STF) é desonesto.

“Eles querem empilhar o baralho”, escreveu Musk. Ele ainda republicou um comentário contra o aumento da Suprema Corte americana que dizia: “O presente do Brasil é o nosso futuro se os democratas realizarem o sonho de lotar a Suprema Corte”.

Segundo o dicionário de Cambridge, a expressão “empilhar o baralho” (stack the deck em inglês) é o mesmo que “organizar algo de forma desonesta para alcançar o resultado desejado”.

Essa publicação acontece poucas horas após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, incluir Musk no inquérito das milícias digitais, depois que o dono do X ameaçou não cumprir decisões do judiciário brasileiro de suspensão de perfis por apologia a violência a violência, defesa de golpe de estado e propagação de notícias falsas. Essa ameaça foi feita no sábado (6/4).

Ataque contra Moraes

No domingo, Musk chegou inclusive a atacar Moraes pessoalmente, dizendo que o ministro do STF deveria “renunciar ou sofrer impeachment”.

Em resposta, além de Moraes ter incluído Musk no inquérito, também foi estipulada uma multa de R$ 100 mil para cada perfil que for reativado, descumprindo decisão judicial.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, se manifestou sobre os ataques de Musk e defendeu que a soberania brasileira não será tutelada pelas plataformas de internet e big techs.

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu em defesa de Elon Musk e usou o X para lembrar de um encontro que teve com o bilionário em 2022. “O mito da nossa liberdade”, escreveu Bolsonaro sobre Musk.

Deu no Metrópoles

Censura, Mundo

Elon Musk desafia Moraes por liberdade de expressão

 

Elon Musk (foto) voltou a questionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, neste sábado, 6, sobre a liberdade de expressão nas redes sociais do Brasil.

Em publicação na conta oficial do X, listou decisões do magistrado no país e questionou a falta de transparência nas ordens de bloqueio de contas: “Por que você está fazendo isso, Alexandre?”.

“A X Corp. foi forçada por decisões judiciais a bloquear determinadas contas populares no Brasil. Informamos a essas contas que tomamos tais medidas. 

Não sabemos os motivos pelos quais essas ordens de bloqueio foram emitidas.

Não sabemos quais postagens supostamente violaram a lei. 

Estamos proibidos de informar qual tribunal ou juiz emitiu a ordem, ou em qual contexto. 

Estamos proibidos de informar quais contas foram afetadas. 

Somos ameaçados com multas diárias se não cumprirmos a ordem”, escreveu.

Na publicação, afirmou acreditar que as decisões de Moraes não estão de acordo com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição Federal, acrescentando que “contestaremos legalmente as ordens no que for possível”.

“O povo brasileiro, independentemente de suas crenças políticas, têm direito à liberdade de expressão, ao devido processo legal e à transparência por parte de suas próprias autoridades.”

Em outra publicação, ao responder um usuário da plataforma, Musk afirmou ainda:

“Estamos levantando todas as restrições. Este juiz aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao 𝕏 no Brasil.

Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá.

Mas os princípios importam mais do que o lucro.”

Vejam a postagem de Musk:

 

Deu no Antagonista

Mundo

“Twitter Files Brazil” reafirmam excessos do TSE e outras cortes

Foto: Marcio Antônio Campos

 

Em dezembro de 2022, o bilionário Elon Musk, que dois meses antes havia concluído a compra do Twitter, entregou a jornalistas documentos internos que descreviam a forma como a mídia social havia ajudado a campanha de Joe Biden em 2020, atendendo de forma diferenciada pedidos de remoção de conteúdo feitos pela campanha democrata em comparação com a de seu adversário, Donald Trump. Poucos dias depois, Musk insinuou que o mesmo poderia ter ocorrido no Brasil. Quase um ano e meio depois, o dono do agora chamado X entregou ao jornalista Michael Shellenberger vários e-mails internos da companhia enviados entre 2020 e 2022 – Shellenberger publicou o material em colaboração com a Gazeta do Povo.

No entanto, ao contrário do caso norte-americano, em que os pedidos vinham basicamente das duas campanhas, no Brasil os grandes protagonistas foram as autoridades, especialmente (mas não apenas) o Tribunal Superior Eleitoral. E uma característica da maioria das exigências era o fato de elas extrapolarem completamente as possibilidades dadas por leis como o Marco Civil da Internet. Um conselheiro jurídico sênior do Twitter chegou a ser investigado por ordem do Ministério Público paulista por se negar a entregar dados pessoais de usuários à CPI das Fake News. O TSE chegou ao cúmulo de pedir, sob ameaça de multa, dados de usuários que publicaram certas hashtags que nem de longe constituíam qualquer crime, como um pedido pelo voto impresso auditável. A equipe de consultores jurídicos do Twitter, em várias ocasiões, avaliou que as demandas caracterizavam invasão de privacidade e pesca probatória, e que o elemento político era o preponderante, diante da pouca solidez jurídica dos pedidos.

A bem da verdade, ninguém que tenha acompanhado a forma como o TSE e o STF se portaram durante o período eleitoral pode se dizer realmente surpreso com o conteúdo dos Twitter Files Brazil. Os documentos agora divulgados não chegam a ser nenhuma revelação bombástica, mas uma reafirmação, vinda de uma fonte importante, dos vários procedimentos contra legem que os tribunais superiores adotaram, sob alegações surreais e novilinguísticas como “situação excepcionalíssima” ou “arco de experimentação regulatória” para justificar censura prévia, que se dava também pela suspensão de perfis em mídias sociais.

Ressalte-se que se trata de um Twitter anterior ao período Musk, ou seja, uma rede social que não era tão diferente das outras em termos de viés político no momento de suprimir ou restringir o alcance de conteúdos por conta própria; não deixa de ser sintomático que, mesmo para os padrões daquele Twitter, a avaliação tenha sido a de que as autoridades brasileiras foram longe demais na perseguição a conservadores e bolsonaristas. Aliás, chama a atenção também o que se diz a respeito da colaboração praticamente bovina de outras big techs; enquanto o Twitter resistiu a várias demandas enquanto pôde (ao contrário de seus colegas norte-americanos, que atendiam com gosto aos pedidos dos democratas), outras empresas entregavam dados de usuários sem ordem judicial alguma – o Google, dono do YouTube, entregou à CPI da Covid 200 gigabytes de vídeos que já haviam sido retirados do ar por suposta desinformação sobre a pandemia.
Bem sabemos que as chances de os Twitter Files Brazil gerarem qualquer tipo de responsabilização jurídica das autoridades envolvidas nos pedidos absurdos são praticamente nulas – o máximo que deve ocorrer em Brasília será a reclamação esperada de parlamentares prejudicados pelo Estado policialesco estabelecido por STF e TSE, mas sem consequência prática alguma. Seria extraordinário se a repercussão negativa, inclusive fora do Brasil, fosse tamanha que levasse os próprios ministros a perceberem seus erros e partirem para a autocontenção, em vez de dobrar a aposta na censura como têm feito até agora, mas esta também é uma hipótese pouco provável. A essa altura do campeonato, já será bastante satisfatório se a documentação agora tornada pública abrir os olhos de muitos que, antes, durante e depois do período eleitoral, aplaudiram e defenderam os atos dos tribunais superiores sob a justificativa de “defesa da democracia”.

Deu na Gazeta do Povo

Mundo, Política

Ministro de Israel ironiza erro de Lula por dizer que 12 milhões de crianças morreram em Gaza

Foto: Ricardo Stuckert

 

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, ironizou o erro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu na quarta (3) ao dizer que 12,3 milhões de crianças morreram em Gaza no contra-ataque israelense ao Hamas.

Em uma postagem nas redes sociais nesta sexta (5), Katz afirmou que “deveria haver uma lei que obrigasse toda pessoa que deseja se tornar presidente a aprender a contar”, marcando Lula na postagem (veja aqui).

Katz se tornou um forte crítico a Lula desde que o presidente comparou a reação israelense ao Hamas com o Holocausto Nazista, classificando-a como um “genocídio” de palestinos.

O petista chegou a ser declarado “persona non grata” em Israel e alvo de constantes pedidos de desculpas pela comparação – o diplomata Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais, se colocou contra a retratação.

Na fala de quarta (3), durante a Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília, Lula ainda classificou os bombardeios como uma “guerra insana contra a humanidade”.

“Às crianças, às quase 40 mil que morreram e ficaram órfãs de pai e mãe por causa da Covid. São as crianças que, no Brasil, morrem de desnutrição porque ainda não recebem as calorias e as proteínas necessárias. Mas, sobretudo, é uma homenagem as quase 12 milhões e 300 mil crianças que morreram na Faixa de Gaza, em Israel, bombardeadas em uma guerra insana contra a humanidade”, disse.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, cerca de 12,4 mil crianças morreram entre as mais de 30 mil vítimas do conflito. Os números não podem ser checados independentemente.

Deu na Gazeta do Povo

Mundo

Brasil vai exigir visto de turistas da Austrália, Canadá e dos EUA

 

Os cidadãos da Austrália, Canadá e Estados Unidos, portadores de passaporte comum, terão de apresentar visto para entrar no Brasil, a partir da próxima quarta-feira (10). O documento será exigido em portos, aeroportos e fronteiras terrestres.

A partir do Decreto nº 11.875/2024, o prazo inicial para a cobrança era 10 de janeiro, mas foi adiado para abril. À época, em nota, o Ministério de Relações Exteriores (MRE) justificou o novo prazo como necessário para conclusão do processo de implementação do sistema e para evitar consequências negativas para o turismo brasileiro, no período de alta temporada de viagens, no início deste ano.

A exigência do visto derruba a decisão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que em março de 2019, tinha dispensado a obrigatoriedade de apresentação de visto a turistas norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses, no território brasileiro. A medida foi unilateral, porque os brasileiros continuaram precisando de visto para viajar para aqueles países, conforme regras vigentes em cada um deles. Porém, o MRE explica que a diplomacia brasileira está baseada na reciprocidade de ações, como na exigência de vistos.

Em maio de 2023, o Japão saiu desta lista, quando o Brasil e o país insular firmaram acordo para liberar a exigência de vistos, tanto para os brasileiros que entram na nação nipônica, quanto para os japoneses que chegam ao solo brasileiro. A isenção recíproca entrou em vigor em setembro do mesmo ano e vale para viagens de até 90 dias.

A Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), em parceria com operadores de turismo e companhias aéreas nesses três países, tem divulgado a necessidade do visto para os turistas a partir de 10 de abril.

De acordo com a Embratur, o conteúdo produzido será distribuído em multiplataformas, em formatos como vídeo, peças de redes sociais, hotsite, e-mail e cartazes que serão fixados nos postos diplomáticos do Brasil e informes nos sites das embaixadas brasileiras.

Visto eletrônico

A partir de 10 de abril, os turistas dos três países que desejam conhecer o Brasil devem solicitar o visto eletrônico, o chamado e-Visa, por meio da plataforma: https://brazil.vfsevisa.com, com custo de emissão de US$ 80,90.

O visto 100% eletrônico dispensa o comparecimento do interessado a consulados brasileiros. Por via digital, o requerente poderá apresentar a documentação necessária, por exemplo, por uploads de imagens e foto recente, e receberá o visto eletronicamente, via e-mail. Para entrar no Brasil, precisará apresentar apenas o passaporte válido e uma cópia impressa do visto temporário.

O site ainda recomenda que o visto eletrônico seja solicitado com antecedência para evitar interrupções nas viagens causadas por atrasos ou conexões perdidas.

O e-Visa permitirá múltiplas entradas e terá o mesmo prazo de validade dos vistos convencionais: dez anos para norte-americanos e cinco anos para canadenses e australianos.

As novas regras serão aplicadas para quem permanecer em território brasileiro por até 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, desde que não ultrapassem 180 dias a cada 12 meses.

Em caso de dúvidas sobre o e-Visa, o cidadão canadense, australiano ou norte-americano deve enviar e-mail para brazilevisa@vfsglobal.com, informando nome completo, país de cidadania e se for o caso, informações sobre o problema enfrentado, captura de tela ou foto do erro ocorrido, além de dados sobre o dispositivo eletrônico (celular, computador, tablet) usado para acessar o site.

Deu no Novo

Mundo

“Motoserra” de Milei elimina gigantismo do funcionalismo público argentino

Foto: Carlos Duran

 

Seguindo a sua promessa de campanha, o presidente Javier Milei confirmou que irá despedir mais 70 mil funcionários públicos cujos contratos expiram nos próximos dias. A afirmação foi feita na terça-feira passada (26) durante o Fórum de Economistas Latino-Americanos em Buenos Aires, na Argentina.

“Eliminamos as transferências discricionárias para as províncias, demitimos 50 mil funcionários públicos, não só isso, mas também foram cancelados contratos (…) e outros 70 mil contratos ainda serão cancelados”, disse Milei no encerramento da sessão no hotel Four Seasons.

No dia seguinte, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, esclareceu que 15 mil trabalhadores já deixariam de exercer funções no Estado a partir do dia 31 de março, enquanto os demais 55 mil contratados passarão por uma auditoria individual nos próximos três meses.

Adorni especificou que a redução destes 15 mil contratos não inclui funcionários do Programa de Atenção Médica Integral (PAMI) nem empresas públicas ou organizações descentralizadas. Está limitada aos funcionários da Administração Pública Nacional.

De acordo com o governo, a Secretaria Geral da Presidência cortou 40% dos contratos, o Chefe de Gabinete eliminou 30%, o Ministério da Saúde não renovou outros 10%, e os demais órgãos cortaram entre 20% a 30%.

Um recorde regional

Em uma tentativa de reverter a crise econômica através da redução do Estado, Javier Milei utiliza a sua simbólica “motosserra” para tentar dissolver os milhares de contratos gerados durante a gestão kirchnerista que hoje posicionam a Argentina como uma das maiores proporções de funcionários públicos per capita na América Latina.

Ao iniciar o século XXI, entre funcionários municipais, provinciais e nacionais, 2,193 milhões de pessoas trabalhavam para os diferentes níveis do Estado. Porém, em duas décadas de kirchnerismo, a cifra que era de 2,207 milhões de empregados públicos (momento em que Néstor Kirchner assumiu a presidência, em 2003) chegou a 3,899 milhões (em agosto de 2023, no final do mandato de Alberto Fernández), segundo dados da Nuria Susmel, economista da Fundação Latino-Americana de Pesquisas Econômicas (FIEL), elaborados com base em publicações oficiais do Ministério da Economia.

O resultado indica que o número de empregados públicos aumentou 78% nos últimos 20 anos, três vezes mais que a cifra populacional que cresceu apenas 25% no mesmo período, segundo o Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-Americana (Ieral).

De acordo com as estimativas do Centro para a Implementação de Políticas Públicas para a Equidade e o Crescimento (CIPPEC), os funcionários públicos representam cerca de 18% dos empregados na Argentina. Assim, o peso do emprego público supera a média observada na América Latina e só fica abaixo da Venezuela na região.

80% dos funcionários públicos argentinos trabalham nas estruturas estatais das províncias e municípios, o restante ocupa cargos no setor público nacional.

As organizações com mais funcionários

Segundo os dados registrados em janeiro de 2024 pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), existem pelo menos dez organizações da Administração Pública que têm mais de dez mil funcionários. A primeira delas é o Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET), inicialmente dedicado à promoção da ciência e tecnologia na Argentina, com um quadro de 27.509 funcionários.

A segunda é a Operadora Ferroviaria Sociedad del Estado, que emprega 23.743 pessoas, sendo a empresa estatal com maior número de contratados. O governo já confirmou, em 6 de março, a necessidade de reduzir seus gastos em 30%. A empresa estatal está na lista de privatizações previstas na Lei Òmnibus.

Em seguida vem a Administração da Receita Pública Federal (AFIP), com 22.028 funcionários. No último ano e meio da gestão de Alberto Fernández, houve um aumento de quase 1.500 novos empregados.

Em quarto lugar aparece o Ministério do Capital Humano, com 17.638 funcionários e 1.445 com contratos temporários. Aqui a “motosserra” agiu rapidamente já que a soma de todas as organizações que absorveram a pasta liderada pela ministra Sandra Pettovello somava 19.552 trabalhadores antes de 10 de dezembro e para o final de janeiro registrou 1.914 pessoas a menos.

Por sua parte, o Banco Nación possui 17.632 funcionários, o Correo Argentino, 16.775,  e o PAMI (Instituto Nacional de Servicios Sociales para Jubilados y Pensionados), 14.211.

Na Administração Nacional da Segurança Social (ANSES), já há sinais de poda. Com um total de 13.406 empregados, nos últimos dias cerca de 1.300 demissões foram notificadas ou estão em processo de notificação, a maior onda de demissões produzida até agora em uma única organização.

Por último, em décimo lugar, está a Aerolíneas Argentinas com um total de 11.892 contratados.

Informações da Gazeta do Povo

Mundo

María Corina pede “protesto mundial” contra o bloqueio eleitoral na Venezuela

 

A líder opositora María Corina Machado convocou nesta terça-feira (2) um “protesto mundial” para o próximo sábado (6) contra o que classificou como um “bloqueio eleitoral” imposto pelo regime da Venezuela, em relação às eleições presidenciais marcadas para ocorrer no dia 28 de julho, das quais está proibida de participar.

Em mensagem divulgada por meio de seu perfil no X (antigo Twitter), Corina Machado convidou os venezuelanos que vivem no exterior a “levantar a voz” em “várias cidades do mundo” contra o “bloqueio”, pelo qual responsabilizou o ditador Nicolás Maduro, que vai “concorrer” a um terceiro mandato consecutivo.

“Temos de fazer com que o mundo nos ouça, conseguimos um apoio muito importante e temos de continuar a avançar […] não vamos permitir que Nicolás Maduro escolha o candidato que vai enfrentar, porque nós, venezuelanos, é que temos esse direito”, disse.

Machado pediu ainda aos venezuelanos que vivem no exterior para que procurem os consulados do país para se cadastrarem para votar em julho, um processo que tem sofrido atrasos em vários países.

“Neste sábado, 6 de abril, o mundo deve ver a Venezuela unida, firme, determinada a avançar no caminho da liberdade”, acrescentou, sem especificar as cidades onde os protestos poderão ser realizados.

Machado, eleita em primárias como candidata da maior plataforma de oposição, não pode concorrer às eleições devido a inabilitação política imposta contra ela pelo regime chavista. Tal inabilitação impede a opositora de exercer cargos públicos até 2036.

A ex-deputada propôs a filósofa Corina Yoris como sua substituta, mas ela também foi barrada, sem nenhuma justificativa legal, pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), órgão controlado pelo chavismo responsável pelas eleições no país.

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), 7,7 milhões de venezuelanos vivem fora de seu país natal, um número contestado pelo regime de Caracas, que alega que ele é de apenas 2 milhões de pessoas.

Deu na Gazeta do Povo

Mundo

Netanyahu é operado ‘com sucesso’ em dia de bombardeio em Gaza

 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi operado “com sucesso” de uma hérnia neste domingo (31), quase seis meses depois do início da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. Seu gabinete afirma que ele está “em boa forma e começa a se recuperar”. No entanto, na noite deste domingo, milhares de israelenses protestaram em Jerusalém para pedir a renúncia do premiê e a libertação dos reféns israelenses ainda cativos em Gaza, enquanto as negociações para um acordo parecem estagnadas. O líder israelense enfrenta crescentes pressões internas pelo fracasso em conseguir a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro.

Um cessar-fogo deveria permitir a libertação dos reféns e a entrada de ajuda humanitária no território, onde as organizações internacionais alertam para o risco de fome que assombra 2,4 milhões de habitantes de Gaza. As negociações entre o Hamas e Israel, impulsionadas por Catar, Egito e Estados Unidos, deveriam ter sido retomadas no domingo no Cairo, mas um alto dirigente do Hamas pôs em dúvida a possibilidade de avanços nas conversações devido às grandes diferenças entre os dois lados.

O Hamas ainda não decidiu se vai enviar uma delegação para as negociações, assegurou o alto dirigente do movimento islamista, que governa Gaza desde 2007. Nentanyahu acusou o Hamas de ter “endurecido suas posições”. Enquanto isso, no enclave palestino, os bombardeios prosseguem. Ao menos 77 pessoas morreram na madrugada deste domingo em Gaza, informou o Ministério da Saúde do território. Os combates se concentram ao redor dos hospitais, a maioria fora de serviço, e onde, segundo o exército israelense, se escondem combatentes islamistas.

As forças israelenses anunciaram ter matado vários combatentes, inclusive um dirigente do movimento palestino, em uma “operação” no complexo hospitalar Al Shifa, na Cidade de Gaza, o maior do território. Segundo o Hamas, também há tropas israelenses no complexo hospitalar Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou que um bombardeio israelense no hospital de Al Aqsa, no centro de Gaza, deixou quatro mortos e 17 feridos. O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou na plataforma X que 21 pacientes morreram no hospital Al Shifa, que atualmente tem apenas uma garrafa d’água para cada 15 pessoas. Ele detalhou que as mortes ocorreram desde 18 de março, quando começou o cerco israelense a este hospital na Cidade de Gaza.
A ofensiva israelense lançada em Gaza em retaliação ao ataque do Hamas ao seu território, em 7 de outubro, já deixou 32.782 mortos, segundo o Ministério da Saúde do movimento palestino. O ataque do Hamas em Israel deixou ao menos 1.160 mortos, a maioria civis. Além disso, mais de 250 pessoas foram sequestradas e 130 delas continuam mantidas reféns em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo autoridades israelenses. Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas, lançou desde então uma operação militar em Gaza, onde a guerra obrigou a maioria da população a se deslocar, segundo a ONU.

Informações da AFP