Política

María Corina agradece aos países europeus por solicitarem a publicação dos registros eleitorais da Venezuela

Pedro Rances Mattey / AFP

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, agradeceu, neste domingo (4), à Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polônia e Portugal pelo seu “compromisso com a democracia” após o pedido de publicação da ata das eleições presidenciais na Venezuela. No sábado (3), em um comunicado publicado pelo governo italiano, estes sete países da União Europeia manifestaram “forte preocupação” com a situação na Venezuela, onde a oposição denuncia fraude na reeleição do Presidente de esquerda Nicolás Maduro e reivindica a vitória do seu candidato Edmundo González Urrutia. “Em nome dos venezuelanos, agradeço esta importante declaração (…), reafirmando o seu compromisso com a democracia”, publicou Machado na rede social X (antigo Twitter).

Maduro foi ratificado na sexta-feira pela autoridade eleitoral, com linha oficial, como presidente reeleito com 52% dos votos nas eleições realizadas em 28 de julho, contra 43% de González Urrutia. A oposição, porém, publicou ata em um site que daria a González 67% dos votos. O governo chavista descarta a validade dos documentos, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou resultados detalhados, alegando que o seu sistema foi hackeado. “Apoiamos a exigência de que as atas que apresentamos sejam verificadas o mais rapidamente possível, a nível internacional e independente”, afirmou Machado. “Da mesma forma, apreciamos o apelo ao fim da perseguição e repressão que nas últimas horas foi cruelmente exercida contra pessoas inocentes que apenas exigem que seja respeitada a soberania popular que exerceram no domingo passado”, acrescentou. Onze civis morreram e mais de 2.000 foram presos em meio aos protestos que eclodiram na segunda-feira em rejeição à proclamação de Maduro.

Publicado por Luisa Cardoso

*Com informações da AFP

Deu na JP News

Mundo

Venezuela de Maduro não é democracia, diz Marina Silva

 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (31/7) que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela não é uma democracia e cobrou provas de transparência da eleição presidencial no país. Em entrevista à coluna, Marina disse que “um regime democrático pressupõe eleições livres”.

Assista ao trecho da entrevista abaixo ou veja a íntegra clicando aqui:

A reeleição do presidente venezuelano no último domingo (28/7) tem sido fortemente contestada pela comunidade internacional, que pressiona pela apresentação das atas de votação. A oposição acusou fraudes e afirmou que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez. Maduro, no poder há 11 anos, disse ter vencido.

Questionada se o regime de Maduro pode ser chamado de democracia, disse Marina Silva:

“Na minha opinião pessoal, eu não falo pelo governo, não se configura como uma democracia. Muito pelo contrário. O Brasil está muito correto quando diz que quer ver o resultado eleitoral, os mapas, todas as comprovações de que de fato houve ali uma decisão soberana do povo venezuelano”, afirmou. E completou:

“Um regime democrático pressupõe que as eleições são livres, que os sistemas são transparentes, que não haja nenhuma forma de perseguição política ou tentativa de inviabilizar com que os diferentes segmentos da sociedade, que legitimamente têm o direito de pleitear, cheguem ao poder. Que não venham a sofrer qualquer tipo de constrangimento ou impedimento”.

A ministra elogiou o comunicado do Itamaraty, que, na segunda-feira (29/7), declarou que a apresentação das atas eleitorais era um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

“Quando se trata de política externa, o governo está correto em buscar as cautelas necessárias. Mas a cobrança foi veemente. O fato de fazer essa cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no nosso continente, e de que a gente não tenha nenhum tipo de atitude que venha extrapolar esse princípio. Eu sempre trato a democracia, os direitos humanos, como um valor. E valores não podem ser relativizados”, afirmou a ministra.
Apesar da cobrança do governo brasileiro pela comprovação da lisura eleitoral na Venezuela, Lula disse na terça-feira (30/7) que não via nada “anormal”, “grave” ou “assustador” na eleição venezuelana. O PT, partido do presidente, foi além. A Executiva Nacional da legenda reconheceu a eleição de Maduro e classificou o pleito de uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.

Deu no Metrópoles

Notícias

Celso Amorim chega à Venezuela para acompanhar eleições presidenciais em meio aumento das tensões

Reprodução/Jovem Pan News

Em meio a fortes tensões entre o governo brasileiro e venezuelano e em meio a um momento em que alguns líderes políticos estão sendo barrados de entrar na Venezuela, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, chegou nesta sexta-feira (26) a Caraca, capital do país, para observar as eleições presidenciais que ocorrerão no próximo domingo, dia 28. As tensões entre Maduro e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aumentaram após o mandatário brasileiro dizer que o líder Venezuela deveria respeitas os resultados nas eleições e disse estar assustado com a promessa de banho de sangue. O atual presidente, Nicolás Maduro, enfrentará a concorrência de mais nove candidatos.  Estima-se que aproximadamente 21 milhões de venezuelanos estejam aptos a votar. As eleições na Venezuela têm gerado controvérsias, especialmente entre nações como os Estados Unidos e a União Europeia, que levantam preocupações sobre a integridade do processo eleitoral.

Nos últimos anos, os principais partidos de oposição optaram por boicotar as eleições, questionando a legitimidade do governo de Maduro, que enfrenta um bloqueio financeiro e comercial desde 2017. A crise econômica que assola a Venezuela é profunda, marcada por uma hiperinflação devastadora e uma queda de cerca de 75% no PIB. Essa situação levou à migração de mais de 7 milhões de venezuelanos em busca de melhores condições de vida. Apesar dos desafios, desde 2021, a economia do país começou a mostrar sinais de recuperação, com um controle da hiperinflação e crescimento registrado em 2022 e 2023.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

Publicado por Sarah Américo

Eleições 2024

Venezuela: Testemunhas denunciam irregularidades na instalação das mesas de votação

Foto: André Gutiérrez

 

Testemunhas credenciadas para acompanharem as eleições presidenciais na Venezuela denunciaram irregularidades na instalação de mesas de votação em alguns estados do país por meio das redes sociais, nesta sexta-feira (26).

Os casos envolvem desde a instalação de mesas antes ou depois da hora prevista pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – 8h desta sexta-feira (26), além de denúncias da falta de autorização para algumas testemunhas de partidos da oposição e da imprensa de acessarem os centros.

Segundo o jornal venezuelano Efecto Cocuyo, nos estados de Aragua, Zulia e Vargas, testemunhas credenciadas pelos partidos de oposição relataram que as mesas foram instaladas antes do horário anunciado, apesar da presença dos membros sorteados pela CNE ou de testemunhas.

Reclamações no processo de instalação das mesas também foram feitas nos estados de Carabobo e Aragua. Em um centro eleitoral de Carabobo, afirmaram que, além do início da instalação das mesas antes do horário estabelecido, não permitiram a entrada de testemunhas da Mesa da Unidade Democrática (MUD), integrante da oposição.

O jornalista Luis Gerardo Petit publicou no X vídeos de mobilizações para instalações das mesas de votação já na madrugada desta sexta-feira.

Uma das mídias mostra a Unidade Educacional Marcos Pereira Olivares, do município de Miranda, estado de Zulia, onde militares do Plano República começaram a instalar as mesas de votação às 5h41 e só permitiu o acesso, segundo ele, a pessoas alinhadas ao Partido Socialista da Venezuela (PSUV), de Nicolás Maduro.

Outro jornalista venezuelano, Eugenio Martínez, apontou que às 7h30 foram relatados casos de pessoas não treinadas que foram integradas como membros das mesas de votação.

O CNE ainda não se manifestou sobre o motivo da antecipação das instalações eleitorais, nem respondeu aos questionamentos se pessoas não credenciadas foram autorizadas a acessar os centros. A imprensa desvinculada do Estado continua pressionando por transparência no processo eleitoral deste domingo.

Deu na Gazeta do Povo

Política

Lula considera como ‘grave’ veto a candidata opositora na eleição da Venezuela

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera “grave” que a opositora venezuelana Corina Yoris não possa concorrer as eleições presidenciais, marcadas para julho deste ano. “Fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça, María Corina Machado, indicar uma sucessora, Corina Yoris. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse o mandatário nesta quinta-feira (28), durante a cerimônia de representação do presidente francês, Emmanuel Macron. “Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar e tentou usar o computador, o local, e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata”, continuou Lula.

Yoris, representante do principal partido de oposição a Nicolás Maduro, não conseguiu registrar sua candidatura à presidência, o que a deixou impedida de concorrer. Os oposicionistas alegam que o regime de Nicolás Maduro impediu o registro da candidatura de Yoris. O líder francês, ao lado de lula, também se posicionou sobre o assunto e concordou com petista. Ele condenou “firmemente” a exclusão da candidata opositora. Essa foi a primeira vez que Lula, velho aliado de Maduro, se posicionou sobre o assunto.

Nesta semana, o Brasil já tinha externado sua preocupação com as eleições venezuelanas. “O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, declarou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores. A Venezuela respondeu por meio de um comunicado o posicionamento do governo brasileiro e repudiou a declaração do Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse que o comunicado parecia “ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos EUA, onde são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

Deu na JP News