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Hospital Walfredo Gurgel tem mais de 30 pacientes nos corredores, afirma Sindsaúde

Foto: Adriano Abreu

 

O maior hospital público do Rio Grande do Norte voltou a ter corredores lotados de pacientes à espera de leitos e cirurgias nos últimos dias. Nesta terça-feira (03), segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde/RN), o Hospital Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel (HEWG) possuía 37 pacientes nos corredores, tendo ainda uma sala do centro cirúrgico sendo ocupada com usuários.

Segundo informações da coordenadora do Sindsaúde, Rosália Fernandes, a sobrecarga no Walfredo se deve a uma série de fatores, como o aumento no número dos acidentes de motos recentemente e a falta de atendimento regionalizado e em Natal para traumaortopedia.

“São vários fatores: é a questão da regionalização que não funciona no Estado, é o município de Natal que não faz procedimentos por falta de anestesistas. E também temos um grande número de acidentes, as cirurgias eletivas. O Walfredo faz muita cirurgia eletiva de ortopedia, de urologia, então isso faz com que aconteça essa superlotação. Além dos pacientes nos quartos, há pacientes nos corredores das enfermarias”, cita.

Deu na Tribuna do Norte

Saúde

SUPERLOTADO: Hospital Walfredo Gurgel fica com pacientes em macas nos corredores e ambulâncias retidas

Foto: Inter TV Cabugi/Reprodução

O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, a maior unidade pública de saúde do Rio Grande do Norte, ficou superlotado na noite de segunda-feira (24), o que fez pacientes esperarem por atendimento nos corredores do prédio. O pronto-socorro Clóvis Sarinho também funciona na unidade.

Com a superlotação, alguns desses pacientes nos corredores precisaram usar as macas das ambulâncias, o que manteve pelo menos 14 veículos retidos no estacionamento. As ambulâncias só deixam as unidades de saúde com as macas de volta aos veículos para novos atendimentos.

De acordo com o diretor do hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Geraldo Neto, a demanda, principalmente para atendimentos de ortopedia, aumenta em alguns momentos do dia, como os períodos com trânsito mais intenso em Natal, entre 17h e 19h.

“O Rio Grande do Norte já acompanha esse movimento do Walfredo, porque de fato é a grande referência em trauma no estado. Então, não tem como não esperar grandes movimentos no pronto-socorro, não tem como não esperar grandes movimentos de ambulância circulando e, em certos momentos, travando”, explicou.

g1 RN

Saúde

Decisão para retirar macas dos corredores do Walfredo é descumprida há 20 anos

 

A existência de macas com pacientes internados nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel é um problema recorrente no Rio Grande do Norte. Ano após ano, as cenas se repetem, com corredores superlotados e potiguares atendidos sem condições mínimas de dignidade. Nem mesmo a intervenção da Justiça é capaz de resolver a questão. Há 20 anos uma decisão judicial determina que o Estado pare de utilizar macas nos corredores para a internação de pacientes, sem que os governos sejam capazes de atender plenamente a determinação. A ação foi iniciada em 1999, a pedido do Ministério Público, e desde 2003 já teve pelo menos 3 determinações de cumprimento de sentença e acordos judiciais. Mesmo assim, o problema persiste.

O mais recente episódio da “novela” dos corredores do Walfredo Gurgel aconteceu no último dia 28 de julho, quando o juiz Artur Bonifácio, da 2ª Vara da Fazenda Pública, deu um prazo de 72 horas para que o Estado explique a situação do hospital. O processo judicial havia sido extinto no ano passado, após um acordo entre o Ministério Público e a Sesap. Contudo, neste ano, a Promotoria da Saúde constatou que os corredores voltaram novamente a abrigar dezenas de macas com pacientes e pediu mais uma vez o restabelecimento da ação e o cumprimento da sentença.
Essa tem sido uma rotina comum nos últimos 20 anos na tentativa do Judiciário de impedir a utilização dos corredores como local de internação. O juiz determina que os corredores sejam esvaziados, o Estado atende, a solução funciona por algum tempo, até que os problemas da rede pública de saúde saiam do controle e os corredores voltem a ficar repletos de macas. Aí a promotoria volta a pedir o cumprimento da sentença e o círculo vicioso é reiniciado. Na manhã desta sexta-feira (04), a TRIBUNA DO NORTE apurou, a partir das informações de funcionários do hospital que falaram sob a condição de anonimato, que existiam pelo menos 53 pacientes nos corredores do maior hospital do Estado aguardando cirurgias e internações.
Passados quase duas décadas de proferida a primeira decisão para esvaziamento dos corredores, em 2003, a situação de pacientes em macas fora de ambulatórios no Walfredo é comum e recorrente, seja pelo atraso no pagamento a hospitais privados conveniados, greves de funcionários ou falta de estrutura na rede, o que gera pedidos de cumprimento das sentenças e acordos judiciais. Aliado a essas questões, interlocutores da Saúde apontam que durante os últimos anos a rede pública pouco avançou na estruturação da rede.
“Na traumatoortopedia isso se dá pelo fato de que não temos um cinturão de barreira sanitária para atendimento pré-hospitalar. Ainda hoje chegam no Walfredo pacientes que não são o perfil do hospital. A superlotação hoje é causada fortemente por ausência de serviços em traumatoortopedia pré-hospitalar no interior. Ela também é reflexo de ainda chegar no WG pacientes da traumatortopedia de natureza não hospitalar”, explica a promotora do Ministério Público responsável por pedir o desarquivamento do processo no fim de julho, Iara Pinheiro Albuquerque. A promotora explica que o MP também entrou com ações judiciais nos últimos anos acerca de garantia de leitos na rede privada e procedimentos para apurar as regulações do Walfredo.

Apesar de todos os processos judiciais, a situação da saúde no Governo Fátima (PT) segue caótica e pacientes continuam morrendo nos corredores do mais Hospital do Estado.
Até quando ?
Informações da Tribuna do Norte