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TRF1 derruba liminar que impede comissão de investigar Campos Neto

Foto: Agência Brasil

 

A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) derrubou uma liminar (decisão provisória) que impedia a continuidade de uma investigação na Comissão de Ética da Presidência da República sobre supostas empresas offshore que teriam participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. 

A liminar havia sido concedida pela 16ª Vara Federal Cível de Brasília, em 2023, no sentido de suspender as investigações. O pedido pela derrubada da decisão provisória foi da Advocacia-Geral da União (AGU).

O caso veio à tona após a publicação, em 2021, de uma série de reportagens conhecidas como Pandora Papers, ampla investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios internacionais de abertura de empresas em paraísos fiscais. O escândalo citou diversas personalidades públicas em diferentes países, incluindo Campos Neto e o então ministro da Economia Paulo Guedes.

No caso do presidente do BC, seu nome foi ligado à empresa Cor Assets, fundada em abril de 2004 no Panamá com capital de US$ 1,09 milhão, tendo recebido mais US$ 1,08 milhão dois meses mais tarde.

A empresa foi fechada em 12 de agosto de 2020, mas passou 18 meses presidida por Campos Neto, desde que assumiu o comando do Banco Central, em fevereiro de 2019. O presidente do BC também foi controlador da offshore Rocn Limited, nas Ilhas Virgens Britânicas, entre janeiro de 2007 e novembro de 2016.

À época, Campos Neto informou que as empresas foram declaradas à Receita Federal, tendo sido constituídas há mais de 14 anos, com rendimentos obtidos em 22 anos de trabalho no mercado financeiro. Ele afirmou não ter feito nenhuma remessa de recursos para a Cor Assets após a nomeação para função pública.

Segundo Campos Neto, todo o patrimônio em seu nome, no país e no exterior, foi declarado à Receita Federal, ao Banco Central e à Comissão de Ética Pública. Ele disse ter pagado todos os impostos devidos, “com recolhimento de toda a tributação devida e observância de todas as regras legais e comandos éticos aplicáveis aos agentes públicos”.

A abertura de contas no exterior e a manutenção de offshores não são ilegais, desde que declaradas à Receita Federal e às demais autoridades. No entanto, o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe que membros do alto escalão sejam administradores diretos de investimentos estrangeiros no Brasil e no exterior após assumirem funções públicas.

Defesa

Por meio de nota enviada à Agência Brasil, a defesa de Campos Neto disse se tratar de “um caso que já foi examinado pelos órgãos públicos de fiscalização, inclusive pela Procuradoria-Geral da República, e que não constataram qualquer irregularidade tendo, inclusive, sido arquivada a apuração”.

“A defesa por mais de uma vez já demonstrou que os fatos apurados em relação ao presidente [do BC] foram legais, éticos e condizentes com as normas que regem a probidade daqueles que ocupam cargo público”, diz a nota.

Segundo os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, que representam Campos Neto, tudo foi declarado à Receita Federal e seguiram as regras de mercado e do governo, sempre informando às autoridades públicas, com a máxima transparência e respeito às normas.

“Uma terceira apuração para os mesmos fatos nada mais é que um bis in idem e tem como consequência apenas gastar o tempo e aumentar o custo para o poder público, eis que se chegará à mesma conclusão das anteriores, em relação à legalidade e regularidade dos fatos re-reinvestigados”, afirma a defesa de Campos Neto.

Fonte: Agência Brasil

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Juros reais sob Campos Neto estão mais baixos do que sob Henrique Meirelles, nos governos Lula 1 e 2

Foto: AFP e Wilton Junior/Estadão

Apesar das fortes críticas direcionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os juros reais (descontada a inflação) no País hoje estão menores do que nos primeiros mandatos do atual governante petista.

Na época, o Banco Central era presidido pelo economista Henrique Meirelles, indicado por Lula, mas o País não havia acumulado reservas internacionais, que reduziram drasticamente o risco de um calote externo por parte do governo brasileiro – e ainda havia dúvidas sobre a política econômica que seria implementada pela gestão petista.

Pela métrica dos chamados juros reais “ex-ante”, que descontam da Selic futura as expectativas de inflação, a média dos juros reais no governo Lula 1 foi de 19,4%, caindo para 11,8% no segundo mandato de Lula, e agora está em 7,9%.

O gráfico abaixo, compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating, mostra, todo o período dos juros reais por essa métrica desde 1999, trimestre a trimestre. Os juros reais eram extremamente elevados no início dos anos 2000, principalmente pela vulnerabilidade externa que o País sempre enfrentou ao longo de todo o século 20 – e que foi motivo de várias crises econômicas. Os juros mais altos atraiam capital especulativo, o que era crucial para conter o déficit em conta-corrente que provocava esse desequilíbrio externo.

Com o aumento das exportações de commodities puxadas pela China – especialmente minério de ferro e soja – e o acúmulo de reservas internacionais – que saltaram do patamar de US$ 37 bi para US$ 370 bilhões – , o Brasil conseguiu se tornar credor externo líquido, o que contribuiu para a redução dos juros.

Além disso, o presidente Lula manteve a política de superávits primários ao longo dos seus dois governos, o que reduziu o endividamento do governo, além de ter dado autonomia na prática para o Banco Central perseguir a meta de inflação. Isso manteve as expectativas ancoradas.

“Os dois presidentes dos Banco Centrais sob Lula tiveram ações diferentes. Meirelles precisou ser mais contracionista do que Roberto Campos Neto, agora”, afirmou Alex Agostini, economista-chefe da Austin.

No governo Dilma Rousseff, os juros caíram ainda mais, mas de forma artificial, com forte pressão política sobre Alexandre Tombini, então presidente do Banco Central. O resultado, ao contrário do que esperava a equipe econômica, foi aumento da desconfiança, desancoragem das expectativas de inflação e redução do crescimento econômico. Rapidamente os juros voltaram a subir, atingindo um novo pico no governo Temer.

Roberto Campos Neto assumiu a presidência do BC em 2019, no governo de Jair Bolsonaro. Em 2020 e 2021, os juros reais chegaram a ficar negativos, mas por causa da pandemia de coronavírus, como uma forma de estimular o crescimento, em uma política “anticíclica”. Na média, eles foram de 0,6% nos quatro anos de mandato de Bolsonaro.

Para o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, os dados reforçam a percepção de que as críticas de Lula ao atual presidente do Banco Central estão exageradas, e que o BC vem realizando um trabalho técnico na condução da política monetária. Isso inclui os votos dos quatro diretores já indicados por Lula, que também optaram por manter a Selic em 10,50% ao ano (taxa nominal, sem descontar a inflação) na reunião desta semana.

“As críticas estão totalmente fora de contexto. Se os juros estivessem excessivamente altos, a inflação estaria mais baixa, a atividade estaria afundando, e o câmbio bem mais apreciado”, pontuou.

Deu no Estadão

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Lula faz churrasco de fim de ano com ministros e Campos Neto ‘enturmado’ fica por mais de três horas

 

O jantar de confraternização do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu na noite desta quinta-feira, 21, teve clima amistoso entre os convidados. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi alvo de críticas do governo por diversas vezes durante o ano, estava “enturmado” com o restante da equipe da gestão e próximo do presidente.

Campos Neto chegou ao local por volta das 20h e permaneceu até cerca de 23h. A presença por mais de três horas do presidente da autoridade monetária superou até mesmo o tempo de ministros do governo no evento. De acordo com relatos à reportagem, o clima entre Lula e Campos Neto estava “excelente e amigável” e o presidente do BC estava “enturmado” com o restante do governo federal.

A permanência alongada de Campos Neto ocorre após o presidente do Banco Central ter bastante criticado por integrantes do governo durante grande parte do primeiro mandato da gestão Lula 3. Em diversas ocasiões, Lula se referiu a Campos Neto como “esse cidadão” por conta da resistência da autoridade monetária baixar a taxa básica de juros, a Selic.

Nos últimos meses, contudo, com anúncios graduais de queda na taxa Selic, a relação entre Campos Neto e o governo melhorou. Apesar disso, permanecem críticas de alguns interlocutores para uma redução mais acelerada da taxa.

O churrasco desta quinta-feira, que ocorreu na Granja do Torto, contou com um trio feminino de Forró Pé de Serra. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também aproveitou o evento e cantou uma música.

Em sua primeira gestão, de 2003 a 2010, Lula costumava convidar aliados e amigos para discutir política e jogar futebol no Torto. Dessa vez, o compromisso não teve futebol. A Granja do Torto é uma instalação da Presidência da República e serve como residência oficial.

O chefe do Executivo foi o primeiro a chegar ao local, às 19h25, junto com a Janja. Lula permaneceu por pouco mais de quatro horas e deixou o local às 23h30.

Dentre as autoridades que foram à confraternização, além de Campos Neto, estavam os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Simone Tebet(Planejamento), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), André Fufuca (Esporte), Nísia Trindade (Saúde), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. Também marcou presença o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi uma das principais ausências da confraternização. Rui está em Salvador, na Bahia, para cuidar de seu filho recém-nascido. Além dele, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, também não compareceu.

Deu no Estadão

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IA pode ser uma grande aliada do Brasil no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo

Raphael Ribeiro | BCB

 

A inteligência artificial (IA) pode se tornar uma importante aliada no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo no Brasil, externou nesta segunda-feira (4) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

A fala aconteceu durante sua participação no seminário que celebra os 25 anos da lei de combate a esse tipo de crime no país, sediado em Brasília.

“Antevemos, por exemplo, o uso de inteligência artificial como ferramenta auxiliar nesse trabalho [de combate à lavagem de dinheiro], mas há desafios, pois as novas tecnologias também podem ser usadas para operações ilícitas”, afirmou o presidente do BC em cerimônia promovida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Que falar sobre os mecanismo atuais, Campos Neto disse que o Brasil tem buscado se aperfeiçoar e, dentro de atualizações constantes, se aperfeiçoar no rastreamento da origem de recursos ilegais.

“Temos avançado em uma ampla agenda de novas tecnologias que têm o potencial de elevar a rastreabilidade das operações e tornar o combate e a prevenção dessas atividades ilícitas ainda mais efetivo”, afirmou.

Durante o evento, o presidente do BC fez um balanço sobre os avanços do Brasil nas duas áreas: combate à lavagem de dinheiro e ao repasse de dinheiro ao terrorismo. Como principais marcos, Campos Neto citou o alinhamento do país a diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Grupo de Ação Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na ocasião, ele disse que o Brasil manterá o compromisso de reprimir os crimes financeiros e que o BC continuará a colaborar com os órgãos de controle.

“Posso afirmar que essa cooperação tem gerado muitos bons resultados. A atuação do Banco Central tem contribuído para viabilizar importantes operações conduzidas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e demais órgãos de controle”, declarou.

Deu no Conexão Política

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Campos Neto diz que é importante insistir na manutenção da meta fiscal

Roberto Campos Neto

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 17, a necessidade do governo federal trabalhar para cumprir a meta fiscal estabelecida para 2024.

A declaração ocorre após o Executivo afirmar que não haviam plano de mudar a persecução do déficit zero. “Independentemente das dificuldades, é importante insistir na manutenção da meta fiscal”, afirmou Campos Neto durante um seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo.

O presidente do BC pontuou que existe possibilidade do governo obter receitas com algumas correções de distorções e que existe uma diferença grande entre a previsão do mercado e a meta do governo.

O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, disse que não há qualquer iniciativa do governo em alterar a meta fiscal para 2024. A informação já havia sido divulgada pelo deputado Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Deu na Jovem Pan

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Banco Central estuda acabar com rotativo do cartão de crédito, afirma Campos Neto

Roberto Campos Neto

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareceu ao Senado Federal nesta quinta-feira, 10, para apresentar o Relatório de Inflação e de Estabilidade Financeira do órgão. Ele foi convocado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para prestar explicações sobre o processo inflacionário do país e o patamar da taxa de juros.

Durante a apresentação, Campos Neto compartilhou que o BC estuda alternativas para diminuir a inadimplência no pagamento do cartão de crédito rotativo. Essa modalidade corresponde a 50% das transações realizadas em cartões de crédito no Brasil. Entre as possibilidades analisadas, está acabar com esse tipo de pagamento, uma vez que são cobradas altas taxas de juros para o saldo devedor.

A solução proposta pelo presidente do BC é substituir o rotativo por um novo modelo de parcelamento com taxas de juros mais baixas, de cerca de 9% ao mês. “A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9%. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%”, explicou. Campos Neto também afirmou que o BC avalia criar uma tarifa para desincentivar parcelamentos longos sem juros.

“Não é proibir o parcelamento sem juros. É simplesmente tentar que fique um pouco mais disciplinado. Não vai afetar o consumo. Lembrando que cartão de crédito é 40% do consumo no Brasil”, esclareceu. Também está sendo estudada a limitação dos juros no cartão de crédito rotativo. Uma das propostas é de que os bancos possam retirar cartões de crédito de circulação no caso de pessoas que apresentem grande risco de não pagar toda a fatura. Uma proposta oficial sobre o tema deve ser apresentada nas próximas semanas.

Deu na Jovem Pan

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Ex-presidente do BC defende Campos Neto e critica regra fiscal

 

O BC (Banco Central) reduzirá a taxa básica de juros, a Selic, quando se sentir confortável para esse movimento. Foi o que avaliou Affonso Celso Pastore, sócio-fundador da A.C Pastore & Associados e ex-presidente do Banco Central.

“Simplesmente estamos discutindo quando o Banco Central vai começar a baixar, quando omitimos o que segura juros em nível alto, que é a política fiscal expansionista”, declarou Pastore, durante o IX Seminário Anual de Política Monetária, promovido virtualmente pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Pastore criticou a postura do governo, dizendo achar esquisito que bata no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por estar fazendo seu trabalho.

“Ele (BC) está fazendo o trabalho dele. Agora o juro, quando ele terminar de fazer o trabalho dele, vai estar muito alto”, disse Pastore. “Existe um erro crasso da política fiscal, não do Banco Central.”

Quanto ao momento de início do ciclo de corte de juros, Pastore afirmou que não gosta de fazer projeções, mas deixou seu palpite: “Não vou dizer quando vai começar, mas acho que começa em agosto”.

Para ele, em algum momento o BC vai cortar o juro, mas agora a inflação está alta e o mercado de trabalho vive um momento de pleno emprego.

Quanto à questão de gastos de governo, o economista criticou o arcabouço fiscal em votação no Congresso, dizendo que leva a um aumento das despesas.

“Esse que está aí espera cobrir gastos com aumento de receita, essa é a expectativa”, resumiu. Para ele, o arcabouço não eliminou, mas reduziu o risco de um evento extremo (chamado tecnicamente de risco de cauda) de descontrole nas contas públicas.

Deu no R7

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Campos Neto estima crescimento de 2% do PIB e sinaliza corte na taxa de juros

Roberto Campos Neto

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer até 2% em 2o23, contrariando a expectativa anterior de 0,6%, sinalizando um corte na taxa de juros, a Selic.

A declaração ocorreu durante encontro com líderes do varejo, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo  (IDV), em São Paulo, nesta segunda-feira, 12.

“A gente vê uma revisão do crescimento de 2023 que chegou a ser 0,6% e 0,7% para perto de 1,8%. Com o número do primeiro trimestre, acho que vai ficar muito difícil essa revisão parar por aí. Muito provavelmente nós teremos revisões mais para perto de 2% até para cima, pelo efeito base do primeiro trimestre ”, disse o presidente do BC a uma plateia de empresários.

Campos Neto disse que o crescimento econômico abre espaço para que a curva futura de juros tenha uma “queda relevante” no Brasil, sinalizando, sem especificar quando, que haverá corte na Selic em um futuro breve.

Aos empresários, o presidente do BC disse que o órgão precisa agir com “parcimônia”, explicando que os juros não podem ser reduzidos de forma artificial.

“A curva de juros futuros tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente”, disse Campos Neto.

Deu na Jovem Pan

Economia

Campos Neto: “Eu tenho mandato até 2024 e não vou abreviar”

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deixou claro que não pretende antecipar sua saída do comando da autoridade monetária.
Alvo de uma série de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de integrantes do governo, inclusive durante o seminário promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na quinta-feira (25/5), Campos Neto tem mandato até 2024 na presidência do BC. E diz que vai cumpri-lo até o fim.

“Eu tenho mandato até 2024 e não vou abreviar. O que eu sempre disse é que não estava disposto a uma recondução. Já fiz bastante coisa, tem que passar o bastão para o próximo”, afirmou o presidente do BC, em entrevista à GloboNews.

A eventual troca de comando do BC começou a ser especulada após a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a Diretoria de Política Monetária do BC. O número 2 da pasta deve ser sabatinado no Senado, na próxima semana.

Nos bastidores, comentava-se que Galípolo era cotado para suceder Campos Neto na presidência do BC, o que poderia abrir espaço para uma saída do atual chefe da autoridade monetária antes do fim de seu mandato.

Campos Neto vem sendo o alvo preferencial de Lula e parte do governo, que criticam a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, considerada um entrave para a retomada do crescimento do país. A desaceleração da inflação nos últimos meses pressiona ainda mais o BC a iniciar a queda dos juros. Ontem, na Fiesp, Lula disse que os juros atuais no país são uma “excrescência”.

“Não sei, acho que ele (Galípolo) vai chegar, tem o trabalho da Diretoria de Política Monetária a ser feito. A gente vai discutir ao longo do tempo. Quem decide o novo presidente é o governo. Pode decidir por alguém que está na casa ou não”, disse Campos Neto, sobre a possível chegada de Galípolo ao BC. “Vai ser um processo de aprendizado para ele, como foi para mim quando cheguei”, completou.

Campos Neto reiterou os elogios que já havia feito a Galípolo e ao servidor de carreira Ailton Aquino dos Santos, indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a Diretoria de Fiscalização.

“Converso bastante com o Galípolo desde o início do governo. Ailton é superquerido dentro do BC. As indicações do governo fazem parte da regra do jogo da autonomia e foram boas”, disse o presidente do BC. “Tenho certeza de que os diretores que entrarem entenderão que o processo é técnico.”

Autonomia

Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.

Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco assumirá sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só poderá efetuar troca no comando do BC a partir do segundo ano de gestão. No caso de Lula, isso só acontecerá em 2024.

Deu no Metrópoles

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Campos Neto volta a defender a autonomia do BC: ‘Faz com que a inflação seja mais baixa’

Campos Neto

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu novamente a autonomia do órgão, nesta segunda-feira, 22. Durante participação em seminário promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o jornal “Folha de S.Paulo”, o economista argumentou que a necessidade de manter a independência da autoridade monetária nas decisões.

“Se não tivéssemos autonomia no período de eleição no Brasil, teríamos tido maior volatilidade nos mercados. É importante separar o ciclo político do ciclo econômico”, indicou. Ele voltou a ressaltar que a política fiscal e monetária nem sempre funcionam no mesmo ciclo, mas que é preciso ter harmonia entre ambas. “A autonomia faz com que a inflação seja mais baixa. Quanto mais autonomia, menos volatilidade você tem”, argumentou.

“O Banco Central usou a autonomia para atuar de forma consistente durante a eleição. Foi o maior aumento de juros durante a eleição, que acabou pouco antes do primeiro turno. A inflação estaria bastante alta hoje se o BC não tivesse tomado essa atitude em um período difícil”, afirmou.

Campos Neto também se defendeu das críticas constantes que vem sofrendo do governo Lula. Ele ponderou que o presidente tem direito de entrar no debate sobre taxa de juros, mas que a “personificação das críticas” demostra “falta de conhecimento do processo”. “Algumas declarações vão no sentido de não entender a regra do jogo”, avaliou.

O presidente do BC também pontuou que enxerga uma desaceleração grande na inflação, mas que o núcleo dos preços ainda segue alto. “A gente tem esse problema das expectativas de inflação longas, que colaram ali no 4%, e estão bastante persistentes”, indicou.

Campos Neto complementou que esse cenário é o resultado sobre incertezas em relação à nova meta de inflação, a indefinição do novo arcabouço fiscal e os atritos entre o Banco Central e o governo. Segundo sua avaliação, tudo isso diminui a credibilidade da autoridade monetária.

Deu na Jovem Pan