Política

Desempenho de Lula é ruim ou péssimo para 38% dos gaúchos

Foto: Divulgação

Pesquisa AtlasIntel divulgada na 5ª feira (23.mai.2024) mostrou que 38% dos gaúchos consideram o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto ruim ou péssimo. Já a avaliação da atuação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é ruim ou péssima para 24% dos entrevistados. O levantamento on-line ouviu 3.920 pessoas em todo o Estado, de 14 a 21 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Para 29% dos entrevistados, a avaliação de Lula é ótima ou boa. Outros 28% consideram regular e 5% não souberam responder. No caso de Leite, o índice de avaliação positiva ficou em 22% e o de avaliação regular, em 51%. Outros 3% não souberam responder. A pesquisa também questionou a avaliação dos gaúchos em relação aos prefeitos de suas cidades. As gestões municipais foram classificadas como ruins ou péssimas por 30% dos gaúchos. Outros 30% a avaliaram como ótima ou boa e 36%, como regular. 3% não souberam responder.

A pesquisa também questionou a avaliação dos gaúchos em relação aos prefeitos de suas cidades. As gestões municipais foram classificadas como ruins ou péssimas por 30% dos gaúchos. Outros 30% a avaliaram como ótima ou boa e 36%, como regular. 3% não souberam responder.

Deu no Poder360

Tragédia

Enchente volta a avançar e atinge novas áreas da Grande Porto Alegre; aulas são suspensas

Foto: Diego Vara/Reuters

Enquanto parte dos bairros continuavam debaixo d’água, áreas onde a inundação havia baixado voltaram a ser tomadas pela enchente em Porto Alegre e mais cidades da região metropolitana da capital do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 23. A situação ocorre em meio a um sistema de prevenção e bombeamento colapsado, chuva intensa e aumento no vento que represa o escoamento do Lago Guaíba, com as águas avançando até por locais antes não afetados.

Com o agravamento da situação ao longo da manhã, a prefeitura da capital gaúcha determinou a suspensão das aulas nas escolas privadas e públicas onde tinham sido retomadas. Parte dos estabelecimentos ainda estava fechada pelo impacto e permanência da enchente em bairros da cidade. O fechamento de outros equipamentos públicos em áreas alagáveis, como postos de saúde, também foi anunciado.

O prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), afirmou que a chuva extrema foi acima do que era esperado e piora ainda mais a situação da cidade, atingindo mais bairros. Havia, contudo, avisos de grande precipitação, de até 200mm, porém ele firma que se esperava que fosse mais espaçada.

“Aquilo que era o problema das áreas alagadas estendeu-se praticamente por toda a cidade com essa chuvarada”, afirmou em coletiva de imprensa. Ele chamou a situação de uma “nova crise dentro da crise”. “É evidente que o alerta é para toda a cidade neste momento, com foco, evidentemente, nessas áreas já alagadas.”

Além disso, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vai fechar novamente as cinco comportas de contenção abertas do sistema antienchente nesta tarde. O órgão anunciou que fará barreiras com sacos nos locais onde os portões foram arrancados pelo poder público (a fim de acelerar o escoamento nos últimos dias) ou afetados pelas águas.

O acúmulo de água atinge tanto bairros afetados em que a água estava baixando, como Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico, quanto outras que tiveram menor ou nenhuma inundação anteriormente, como Cavalhada, Restinga e Santana. Com a situação, foi necessário realizar o resgate de pessoas ilhadas, principalmente na zona sul, onde a maior parte não é protegida por diques.

Horas após a situação causar preocupação e saída às pressas de bairros, a população voltou a reclamar da falta de orientação sobre para onde se destinar e o cenário estimado de avanço da água. “A prefeitura não foi pega de surpresa. A gente sabia que iria chover. Agora, a quantidade de chuva foi excessivamente forte pela manhã”, justificou o prefeito.

Em locais onde a água tinha baixado, como nas Ruas 21 de Abril e Alcides Maia, no bairro Sarandi, na zona norte, a elevação da enchente causou transtornos aos moradores, que já haviam limpado suas residências na quarta-feira, 22, enquanto fazia sol.

Nessa vizinhança, parte da via cedeu com a erosão nesta quinta. Além disso, o avanço da inundação ocorre em um contexto em que a prefeitura havia orientado que a população colocasse entulho e demais resíduos da enchente nas ruas.

Saionara Gomes, de 52 anos, perdeu tudo nas enchentes. A água chegou a 1,5 metro dentro de sua residência. “Os móveis estão todos empilhados nos canteiros. Estou preocupada com toda essa chuva que está vindo agora. Ontem (quarta-feira), os garis estavam limpando, mas tem muitos bueiros entupidos’’, disse preocupada a dona de casa, que ficou mais de duas semanas abrigada em casa de familiares junto com seus dois filhos.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) colocou grande parte da região central, metropolitana e sul do Estado (as mais atingidas pelas enchentes) como de “grande perigo” pelo acumulado de chuva. “Chuva superior a 60 mm/h ou acima de 100 mm/dia. Grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”, alertou.

Aquilo que já era problemático potencializou fortemente com essa chuvarada’, diz prefeito de Porto Alegre.

Na coletiva de imprensa, Melo também respondeu às críticas da população. O Estadão já havia mostrado uma série de problemas na gestão de crise da cidade ao longo do avanço das enchentes.

“Tão logo começou a acontecer, tomei a decisão: vim para o Dmae e para a Comissão Permanente de Crise, e tomamos as decisões. Alguém há de dizer: ‘Prefeito, você poderia ter feito isso ontem’. Esse pode ser o questionamento de muitos e eu respeito essa posição. Mas penso que nós agimos”, justificou. “Em um momento de crise, tudo é difícil. Poderiam ter suspendido as aulas antes? Talvez pudéssemos”, completou.

“Há sim, sem dúvida nenhuma, pelo volume de chuvas, aquilo que já era problemático potencializou fortemente com essa chuvarada. Você tem uma cidade que está completamente alagada nesses últimos 20 dias e cai mais 100 mm de chuva por m² em toda a cidade, evidentemente que isso potencializa enormemente.”

Já o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss, apontou que o acúmulo de lodo e sujeira também tem contribuído com a dificuldade de escoamento da água. “Temos uma rede extremamente sobrecarregada, seja por água, na sua capacidade reduzida, porque há um grande acúmulo de areia e lodo depositado sobre essa rede. Então, diminui ainda mais a eficiência dessa rede, o que faz com a água fique mais superficial, visto que tivemos um grande volume de chuva”, apontou.

Além disso, defendeu que o departamento tem buscado retomar o sistema de bombeamento nas casas de bombas colapsadas. Atualmente, 10 das 23 estão em funcionamento, de forma parcial. No auge da crise, apenas quatro operavam.

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“Fora dessa catástrofe que estamos vivendo, em uma situação normal em Porto Alegre, esse volume acumulado de chuva em um curto período, que são 15 horas, já estaria nos trazendo problemas”, afirmou Loss. “Só que agora temos o somatório do Guaíba extremamente alto, de todos os arroios que desembocam no Guaíba sem a capacidade de desaguar no Guaíba (porque ocorre por gravidade), o solo está completamente encharcado e não consegue absorver a água. Então, tudo isso influencia para que a gente tenha alagamentos em pontos novos.”

Prefeitura de Porto Alegre pede que população racione água

O Dmae tem destacado que o desabastecimento de água está mantido por enquanto. No auge da crise, mais de 70% da cidade ficou sem o serviço durante dias. Em rede social, o departamento municipal voltou a recomendar o racionamento.

Deu no Estadão

Notícias

Popularidade digital de Leite cresce em meio à tragédia e empata com Tarcísio

Foto: Mauro Nascimento/Secom

De acordo com o Índice de Popularidade Digital (IPD), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela consultoria Quaest, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disparou em popularidade digital em meio à tragédia causada pelas enchentes que atingiram o estado gaúcho.

Entre os governadores, o índice costuma ser liderado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No entanto, após as chuvas que atingiram o estado gaúcho, Leite se aproximou de Tarcísio na disputa pelo primeiro lugar.

Analisando apenas o mês de maio, Tarcísio teve 70,2 pontos, enquanto Leite alcançou 69,8 pontos. Em abril, Leite ocupou a quinta colocação no ranking e, em março o sétimo lugar. Em maio, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, completa o ranking em terceiro lugar, com 52,1 pontos.

O Índice de Popularidade Digital (IPD) é calculado com base em 40 variáveis de redes sociais, divididas em cinco dimensões analíticas: presença digital, que avalia a atividade dos perfis nas redes sociais; fama, que considera o número de seguidores; engajamento, que mede a interação dos seguidores com o conteúdo, incluindo comentários e curtidas; mobilização, que analisa o compartilhamento das postagens; e valência, que calcula a proporção de reações positivas em relação às negativas.

O ranking é utilizado pelas assessorias para projetar o alcance nacional de cada governador. Até o momento, nos cinco meses do ano, Tarcísio liderou o índice.

“Não quero ser mito e nem salvador da pátria”, diz Eduardo Leite

Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, nesta segunda-feira (20), Eduardo Leite enfatizou seu apoio à ciência, negou que tenha sido negligente com a tragédia e afirmou que “nós somos humanos, somos falíveis”.

“Não tenho nenhuma pretensão de ser mito nem salvador da pátria. Mas não erramos pela negligência, pela omissão e pelo negacionismo”. Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.

Questionado sobre sua posição de não ser aliado nem do presidente Lula (PT) nem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e se isso teria intensificado as críticas à sua gestão, Leite criticou a polarização no país. “O que me incomoda muito na política é a polarização, é que antes de procurar soluções, se procuram culpados. Podem se procurar responsabilidades, mas minha tarefa como governante é procurar as soluções”.

O governador negou que tenha proposto adiar as eleições municipais no estado. “Não trouxe essa ideia, não defendo, não estou trabalhando sobre ela, não estou discutindo essa ideia nesse momento”.

Durante a entrevista, Leite defendeu os investimentos realizados para minimizar os efeitos das enchentes. “Também compramos um helicóptero que salvou vidas e está levando alimentos para os desabrigados. Compramos novas embarcações e os jet skis que estavam lá sendo usados para salvar as pessoas e animais”, disse ele.

O governador afirmou ainda que foi preciso contratar um radar com mais precisão “da República Tcheca para ser instalado em Montenegro ou São Jerônimo para fazer a cobertura [de dados meteorológicos] da região metropolitana de Porto Alegre e vale do Javari”.

Questões fiscais e salariais foram fundamentais para auxiliar o RS

Em relação às críticas que recebeu por ter afirmado, em entrevista recente, que não investiu mais em prevenção por estar vivendo “outras agendas”, Leite esclareceu que pode não ter se “expressado bem”. Ele defendeu que a pauta “do meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, importantíssima”, mas que questões fiscais e salariais foram fundamentais para garantir assistência durante as enchentes.

“Lembrem todos que o Rio Grande do Sul era até três anos um estado que se atrasava salários dos servidores. Esses heróis que nós vemos, da Defesa Civil, os bombeiros, os policiais, todos que entram em campo para salvar as pessoas, há três anos estavam recebendo seus salários atrasados”, afirmou.

Deu na Gazeta do Povo

Notícias

Ministro de Lula diz que extrema direita quer ‘cada um por si’ na tragédia do RS e defende governo

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse que o discurso da extrema direita sobre a maior tragédia climática do Estado é, “necessariamente, um discurso das fake news e das mentiras” voltado à construção da narrativa de que “o Estado é ineficiente, o que vale é cada um por si e as políticas públicas não funcionam”. Responsável por coordenar as ações da gestão na reconstrução dos municípios gaúchos, o ministro designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo afirmou que é preciso investigar o desastre “sem negacionismo”.

Em vídeo publicado no X (antigo Twitter) neste domingo, 19, o ministro reconheceu a existência de três posicionamentos diante do desastre gaúcho. O primeiro, para ele, é a divulgação de informações que descredibilizam as ações do governo federal. De acordo com Pimenta, essa estratégia é fundamental para a extrema direita. “As tragédias e as pandemias são momentos em que o poder público e as políticas públicas aparecem com muita força e a sociedade enxerga o papel do Estado. Foi assim que eles fizeram na pandemia (de coronavírus)”, disse o ministro.

Ao mesmo tempo, Pimenta afirma existir também o “discurso do neoliberalismo”. Segundo ele, neste caso surgem as propostas de intervenção mínima do Estado e a busca por ajuda externa a partir “da contratação de consultorias internacionais, dos fundos de reconstrução”.

Por fim, defendendo a atuação do governo federal, o ministro disse que o campo da esquerda é o que vai propor políticas públicas e programas de recuperação do Estado a partir de uma “lógica sustentável, socioambiental e que discuta e aprofunde, além das causas meteorológicas, por que tudo isso aconteceu”. Para Pimenta, também é importante descobrir como proceder para que situações como essa não se repitam.

Na publicação, a autoridade federal no Estado também escreveu que o governo Lula já começou a buscar esta profundidade na investigação sobre as causas do desastre, em paralelo ao trabalho de apoio às famílias atingidas pelas enchentes.

O debate sobre a desinformação surgiu logo após o início das enchentes no Estado gaúcho. O próprio ministro, enquanto responsável pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), enviou um ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, citando a “existência de narrativas desinformativas e criminosas vinculadas às enchentes e desastres ambientais ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul”.

Por determinação de Lewandowski, a Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar a suposta disseminação de informações falsas sobre a tragédia climática. O inquérito tem entre os alvos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), o coach e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

O presidente Lula também afirmou que a veiculação de conteúdos falsos sobre o desastre “não ajudam” e defendeu a regulação das redes sociais. Para o presidente, o clima vai melhorar quando a população ver que o governo está trabalhando e “começar a deixar de lado as pessoas raivosas, mentirosas e que pregam o ódio”.

As chuvas que provocaram as maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul atingiram, até esta segunda-feira, 20, mais de 2,3 milhões de pessoas e 463 municípios. Ao todo, 88 gaúchos seguem desaparecidos e 157 morreram.

Deu no Estadão

Tragédia

Enchentes no RS afetam 2,3 milhões de moradores e causam 157 mortes

Foto: MARCELO OLIVEIRA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

As enchentes no Rio Grande do Sul elevaram neste domingo (19) o número de mortos para 157, segundo a Defesa Civil estadual. Além disso, 88 pessoas continuam desaparecidas. Estima-se que 2,3 milhões de moradores de 463 municípios tenham sido afetados pela catástrofe climática.

O número de desalojados subiu para 581.633, com 76.955 em abrigos. Até o momento, 82.666 pessoas e 12.215 animais foram resgatados. Os resgates tiveram a participação de 27.716 pessoas, 4.061 viaturas, 21 aeronaves e 302 embarcações nos resgates.

Quatro rios do Estado ainda estão com níveis acima da cota de inundação, e há 85 trechos com bloqueios em rodovias estaduais e federais. O Aeroporto Internacional Salgado Filho permanece com operações suspensas, enquanto os aeroportos administrados pelo governo do Estado e pela CCR operam normalmente.

Além disso, a Anac liberou voos comerciais para transporte de passageiros e carga na Base Aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, que é destinado à aviação militar, após as inundações causarem danos na infraestrutura do Salgado Filho.

Em relação aos portos, o Porto de Porto Alegre tem operações suspensas, o Porto de Pelotas suspendeu o embarque de toras de madeira, e o Porto do Rio Grande opera normalmente. A travessia para São José do Norte está realizando apenas o transporte de veículos altos, como caminhonetes.

Deu na JP News

Notícias

Estudantes de 18 escolas públicas de Porto Alegre retomam aulas nesta segunda

Foto: EFE/ André Borges

Estudantes de 36 escolas de Porto Alegre devem retomar às aulas três semanas após o início das fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul. De acordo com a prefeitura, 18 escolas da rede municipal devem retomar as aulas nesta segunda-feira (20), outras 14 unidades retomarão as atividades regulares na terça-feira (21) e quatro escolas na quarta-feira (22). A Secretaria Municipal determinou o retorno das aulas em todas as escolas que não foram diretamente atingidas pelas cheias e que contam com abastecimento de água e energia elétrica. “Além da retomada das nossas unidades próprias, mais de 100 escolas de educação infantis conveniadas à prefeitura também entram em funcionamento na segunda-feira. Cerca de 50% dos nossos alunos retornarão às aulas normalmente”, acrescentou o secretário de Educação, José Paulo da Rosa.

Os servidores diretamente afetados pelas enchentes não precisarão retornar ao trabalho nesse primeiro momento. “Assim como alinhamos a abertura das escolas que estão em condições, contamos com a atuação dos servidores que estão aptos a atuar neste momento de acolhimento”, completou o secretário. A orientação da secretaria é que, nesse primeiro momento, as escolas realizem atividades lúdicas e recreativas e garantam o acolhimento e as refeições dos estudantes. A ausência de alunos poderá ser justificada no caso dos atingidos pelas cheias. “Praticamente todas as 99 escolas próprias e as 219 parceirizadas foram atingidas; 14 escolas próprias e 12 da rede conveniada estão total ou parcialmente alagadas, com registros de grande perda de infraestrutura; e outras 11 próprias e 53 conveniadas têm danos como destelhamentos parciais e infiltrações”, informou a prefeitura, acrescentando que três escolas próprias estão funcionando como abrigos.

Estaduais

Do total de 2.340 escolas estaduais, 1.680 já voltaram às aulas, o que representa (71,7%), outras 660 (28,3%) continuam sem aulas, sendo 491 sem nem mesmo data prevista para o retorno, segundo boletim do estado publicado neste domingo (19). O governo do Rio Grande do Sul informou que 1.058 escolas foram afetadas pelas chuvas em 248 municípios. Ao todo, 378 mil estudantes estão impactados e 570 escolas foram danificadas pelas enchentes. As escolas danificadas somam 219 mil alunos matriculados. Outras 86 escolas estaduais foram transformadas em abrigos. Devido a essa situação, o Ministério da Educação (MEC) dispensou as escolas de ensino fundamental, médio e de educação superior de cumprir o mínimo de dias efetivos de trabalho nas escolas, desde que cumpram a carga horária mínima anual. Já a educação infantil foi dispensada de cumprir os dias efetivos e a carga horária mínima.

*Com informações da Agência Brasil

Deu na JP News

Tragédia

Inundações no RS poderiam ter sido evitadas ou amenizadas?

Foto: EFE/Isaac Fontana

Tenho uma forte ligação com o estado do Rio Grande do Sul (RS), que vem desde a época que ali vivi, cerca de cinco décadas atrás, participando do Convênio IICA/OEA-IBRA, visando levantamento socioeconômico e dos recursos naturais do estado. Na ocasião, tive a rara oportunidade de percorrer todo o território gaúcho, indo do extremo noroeste, municípios Tenente Portela, Três Passos, Frederico Westphalen etc., até a região da Lagoa Mirim, municípios de Jaguarão, Arroio Grande, Herval etc., no extremo sudeste. Esses deslocamentos deixaram na memória a imagem de uma geomorfologia muito particular, que praticamente divide o RS no meio: uma parte elevada, o Planalto Meridional, e outra parte baixa, Campanha, Depressão Central, Planície Costeira e as pequenas elevações do Escudo Cristalino.

Uma ideia da paisagem de transição do Planalto Meridional para a parte baixa, avançando por uma faixa intermediária com colinas e contrafortes que o sucedem, no sentido norte – sul, é a deslumbrante vista do Morro Pelado em Canela. Quando a transição é mais abrupta, tem-se as formações dos “Aparados da Serra.”

No caso do RS, a ação humana poderia ter atenuado as enchentes e inundações mediante intervenções ao longo do Rio Jacuí.

Este formato geomorfológico e a rede hidrográfica que ele determina estão na raiz das causas das inundações, tanto a atual como a ocorrida, quase nas mesmas proporções, em maio de 1941. A hidrografia do RS sinaliza claramente para a predominância de uma confluência leste-sul no sentido do Oceano Atlântico com destaque para a Bacia do Rio Jacuí, que desagua no Guaíba.

Os processos de urbanização e de implantação da infraestrutura de transporte ao longo dos anos em toda a Bacia do Jacuí tornaram a foz do Guaíba mais vulnerável, inclusive a inundações. Curiosamente em 1941, quando não havia o pânico do aquecimento global e quando não havia o IPCC (Intergovernmental Panelon Climate Change) medindo a temperatura média do planeta, aconteceram inundações semelhantes, dando razão aos que defendem a ciclicidade dos fenômenos climáticos, como inundações, e maior determinação de fatores cósmicos ou independentes da ação humana, no comportamento do clima do planeta. Não se nega que o homem pode contribuir para mudar o clima, sobretudo ao nível micro.

Mas grandes influências já foram afastadas pelo documento intitulado There Is no Climate Emergency, publicado em 2023 pelo Global Climate Intelligence Group, com assinatura de mais de 1.400 pesquisadores, alguns deles laureados como Prêmio Nobel. Ação antrópica está longe de ser uma determinante de última instância, para usar uma categoria althusseriana. Portanto, não pode ser vista como algo diferente de uma prova de indigência mental, o argumento da atual ministra de Meio Ambiente de que a causa da inundação da Grande Porto Alegre e demais municípios atingidos foi o “apagão ambiental” do governo passado.

No caso do RS, a ação humana poderia ter atenuado as enchentes e inundações mediante intervenções ao longo do Rio Jacuí, em seus trechos Alto e Baixo, que levam para o Guaíba, praticamente, toda a vazão agregada com origem no Planalto Meridional e na Depressão Central. Sucede que a quase totalidade dos rios que nascem nas partes altas vertem no sentido Sul e Leste, confluindo para o Baixo Jacuí, e a totalidade dos rios que nascem na Depressão Central, confluem para Médio Rio Jacuí, tudo somado vertendo para o Guaíba, já na Grande Porto Alegre. Menos de 15% dos rios com nascentes nas partes altas são afluentes do Rio Pelotas, que limita o RS de Santa Catarina, e do Rio Uruguai, que tem seu curso no limite oeste do estado. Ou seja, os escoamentos vêm todos no sentido leste-sul, sobrecarregando o Jacuí.

Um hipotético retângulo ligando com linhas imaginárias as longitudes de 50º, 34′ W e 54º W e as latitudes de 28º S e 29º, 50′ S, definiria a área hídrica tributária do Guaíba correspondendo cerca de 40% do território do RS, o que pode parecer uma anomalia, uma desproporção, mas que foi um capricho da natureza. Quando somado a essa condição física que engloba toda a bacia do Jacuí se tem uma conjunção desfavorável, com a presença forte da zona de calor (cíclica e normal consequência de El Niño) bloqueando as chuvas vindas do sul, dão-se as condições ideais para precipitações anômalas, em curto período, com um grande volume de água escoando para as partes mais baixas da bacia Jacuí-Guaíba. Ventos, forte intrusão da língua salina e estrangulamento da foz da Lagoa dos Patos à altura de Rio Grande, compuseram o quadro ideal para elevação do nível das águas e todo transbordamento na Grande Porto Alegre e no sentido de montante, em direção à Canoas e outros municípios.

Não houve historicamente orientação em distanciar o tecido urbano do Rio Jacuí e nem houve preocupação em construir centenas de barramentos à montante, praticamente dotando cada afluente do Rio Jacuí, seja no Planalto Meridional ou na Depressão Central, de duas a três barragens. Rogério Porto, um geólogo bastante conhecido no RS, elaborou uma proposta semelhante quando trabalhava no governo de Yeda Crusius. Tudo indica que nada evoluiu. Há versões que mais tarde o assunto tenha voltado à baila, com solicitação de investimento público federal, durante o 2º governo de Lula, tendo sido descartado pela então ministra do Planejamento, Dilma Rousseff, por implicar em elevados investimentos. Vamos torcer para que as ideias de Rogério agora saiam da gaveta.

Amilcar Baiardi é engenheiro agrônomo e pesquisador, professor aposentado da UFBA e da UFRB, membro da Academia Brasileira de Ciência Agronômica e da Academia de Ciências da Bahia, atuando na pós-graduação da Universidade Católica do Salvador.

Deu na Gazeta do Povo

Política

Governo vai atender o RS no limite do necessário, diz Ceron

Foto: Divulgação

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo federal vai apoiar o Rio Grande do Sul “no exato limite do que for necessário”. Segundo ele, as ações serão ajustadas para não haver exageros ou ineficiências. “Nós vamos fazer com que o Estado seja reconstruído e possa seguir em frente, adaptado a essa nova realidade de eventos climáticos extremos. Com inteligência, com medidas que sejam racionais e atinjam o objetivo de forma mais eficiente possível, sem ter excessos ou desperdícios nesse processo”, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta 6ª feira.

Ceron disse que o governo fez um “pacote importante para a retomada da indústria, comércio, serviços, as demais áreas” e agora vai “partir para o atendimento das famílias”. Ele declarou: “Estamos tomando todas as medidas necessárias. O agro foi atendido nesse 1º momento. Podemos até avaliar depois se faltou recurso ou não, de acordo com a demanda que for surgindo”.

O secretário do Tesouro afirmou que “as estimativas sobre atividade econômica devem ser lidas com cuidado”. Segundo ele, as iniciativas do governo federal para o Estado devem dar “um estímulo de mais de 10%” do PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul.  “Com esses estímulos, vai ter uma recuperação muito rápida. Tem uma paralisia momentânea. Quando retomar, vai ter infraestrutura e construção com crescimento forte, e o agro fazendo seus investimentos”, declarou.

“O que tende a acontecer é voltar com uma atividade econômica muito forte no segundo semestre. Daqui a pouco vai ser até um problema também de excesso de estímulos. Estamos fazendo bem controlado, para ter racionalidade”, completou.

Deu no Poder360

Notícias

Quase 12 mil animais já foram resgatados das enchentes no RS

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Segundo último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, cerca de 11.932 animais foram resgatados das enchentes que atingem o estado. Cães, gatos, porcos, cavalos, como foi o caso do “Caramelo”, e aves estão sendo resgatados diariamente por ONGs e bombeiros civis. Segundo a secretaria estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a maioria dos bichos resgatados são cães e gatos, mas animais silvestres também estão sendo socorridos, como guaxinins. Ainda conforme a secretaria, os animais que são recolhidos passam por uma triagem veterinária, para separar os que estão com problemas de saúde e os que estão aptos a retornarem aos tutores ou serem levados para abrigos. Os bichos estão sendo enviados para abrigos públicos, ONGs ou clínicas veterinárias, dependendo do estado de saúde.

O grupo Carrefour Brasil, cedeu à prefeitura de São Leopoldo, um galpão que anteriormente funcionava um hipermercado, mas como o espaço está em desuso, foi improvisado como abrigo para os animais que chegam das enchentes.

Nas redes sociais, vários perfis que estão na linha de frente no sul, compartilham a rotina de resgate e captura dos animais, incentivando as doações e até mesmo ajudando os tutores a encontrarem os pets que estão perdidos.

A ONG Campo Bom Pra Cachorro, da cidade de Campo Bom, é um dos exemplos de quem está desde o início das chuvas atuando de forma voluntária no resgate dos animais. Eles criaram, inclusive, um perfil nas redes para postar fotos dos animais que já foram resgatados e estão prontos para retornar aos donos. Uma das cachorrinhas que foi encontrada, ficou cerca de 12 dias sem se alimentar e acabou ingerindo pedra por fome. Ela precisou passar por uma cirurgia para retirada das pedras do estômago e agora esta se recuperando aos poucos.

Deu na JP News

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Lula diz que, quanto mais dinheiro Haddad investir no RS, mais governador vai falar: ‘Não dá’

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez menção à divergência de liberação de recursos entre o governo federal e o governo do Rio Grande do Sul, sob gestão de Eduardo Leite (PSDB). Segundo Lula, quem cuida do dinheiro costuma criar dificuldade para liberar recursos. “Com razão”, pontuou.

A fala ocorre após Leite ter dito que a negociação com o governo federal sobre a suspensão da dívida do Estado foi “insuficiente”. “Quanto mais o (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad achar que está colocando muito dinheiro, mais o Eduardo vai falar: ‘Não dá’”, disse Lula em evento do governo federal de anúncio de medidas de assistência da gestão relacionadas ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 15. O evento ocorre em São Leopoldo.

“Todo mundo que cuida do dinheiro, ele não quer liberar o dinheiro. Ele vai criar dificuldade, com razão, porque é nas costas dele que vai arrebentar se algo der errado”, comentou. “Quem tem que pagar salário sempre acha que é muito. Quem tem que receber sempre acha que é pouco.”

Lula ressaltou os anúncios do governo federal e disse que todos que perderam suas casas no Rio Grande do Sul terão imóvel no padrão do Minha Casa, Minha Vida. Na fala, ele citou que o prejuízo do Estado com as enchentes é maior que o custo de obras para preveni-las. Na esteira, ele pontuou que o Brasil “foi desprezado por causa de um incivilizado que chegou à presidência”.

Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo irá repassar R$ 5,1 mil para cada família gaúcha que perdeu seus bens e móveis nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Em estimativas iniciais, o Planalto estima que o volume de recursos para esse benefício deve somar R$ 1,2 bilhão e atender pouco mais de 200 mil famílias. O cálculo, contudo, ainda é preliminar.

Deu no Estadão