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Governo quer criar travas para apostadores em bets e em jogos como o do tigrinho

Governo quer criar travas para impedir vício em 'bets' e jogos como o do  tigrinho
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

 

O governo prepara travas para tentar evitar que pessoas se tornem dependentes e compulsivas em apostas esportivas e jogos online, como o jogo do tigrinho.

O Ministério da Fazenda deve concluir nos próximos 15 dias a definição de regras para as plataformas de apostas (popularmente conhecida como bets) e jogos de apostas online. As normas entrarão em vigor a partir de janeiro.

Até o fim do ano, as empresas têm um prazo para se regularizar no Brasil. Os sites que forem aprovados pelo governo poderão ser identificados pelo domínio ‘bet.br’.

“Educação é um jeito que a gente quer muito investir para que o apostador entenda que o lugar correto dele é na casa autorizada, onde ele vai ter de fato chance de se divertir de uma maneira responsável, sem colocar sua saúde mental e financeira em jogo e sem beneficiar, por exemplo, ilicitudes”, disse, em entrevista à TV Globo, Regis Dudena, que passou a chefiar a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda em abril.

Deu no Folhapress

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Ela perdeu R$ 160 mil no Jogo do Tigrinho: ‘Pior que droga, é desesperador’

Foto: Divulgação

Vitória Damaceno Bittencourt, 23, acumula uma dívida de R$ 110 mil em decorrência de empréstimos feitos no banco para jogar o Fortune Tiger, conhecido popularmente como “Jogo do Tigrinho”. A jovem também perdeu R$ 50 mil das suas economias pessoais.

Atualmente trabalhando como comerciante em Maringá (PR), ela começou a fazer apostas em maio de 2023, com a intenção de melhorar seu estilo de vida e ganho mensal.

Ao UOL, Vitória conta que, na época, trabalhava como motorista de aplicativo e mesmo após exercer a função de 10 horas a 12 horas por dia, ganhava apenas R$ 150 diários. Um aplicativo que prometia ganho rápido e fácil parecia uma boa opção. A divulgação feita por influenciadores digitais também parecia convincente sobre os possíveis ganhos.

Nas duas primeiras semanas, os valores que Vitória apostava aumentaram. Começou com R$ 30 e R$ 50, algo que, na visão dela, parecia um valor pequeno, e logo cresceu para R$ 100, R$ 150 e R$ 200. “Ao aumentar o valor para R$ 100, ganhei R$ 800 em um dia. Pensei que conseguiria ganhar ainda mais.”

Jogar se tornou um hábito diário e um vício. Em três meses, a jovem começou a fazer apostas de R$ 500, R$ 800, R$ 1.000 e R$ 2.000. Com isso, também fez empréstimos no banco na tentativa de recuperar o dinheiro que eventualmente perdia.

Jogar se tornou um hábito diário e um vício. Em três meses, a jovem começou a fazer apostas de R$ 500, R$ 800, R$ 1.000 e R$ 2.000. Com isso, também fez empréstimos no banco na tentativa de recuperar o dinheiro que eventualmente perdia.

Os empréstimos foram feitos nesses quatro meses em que joguei. Eu perdia R$ 4.000 e fazia um empréstimo no mesmo valor. Era assim que eu fazia. Consegui ganhar R$ 20 mil ao todo, mas perdi tudo nos jogos. O jogo permite saques de no máximo R$ 3.000 por dia, e o restante do valor que você ganha fica travado, para uso dentro do aplicativo. O jogo faz com que você perca esse valor travado e use o que ganhou e sacou para continuar jogando”.

Depois de quatro meses jogando e sem saldo para continuar as apostas, Vitória retirou R$ 11 mil de uma conta conjunta com o marido, com quem mantém um relacionamento estável há dez anos. O valor seria destinado à entrada de uma casa. “O meu marido sabia que eu jogava, mas ele também achava que eu sabia o que estava fazendo. Ele não sabia que eu tinha pegado dinheiro na nossa poupança para jogar.”

Para evitar que ele percebesse a movimentação na conta, a jovem fez um empréstimo de R$ 20 mil. Com o saldo disponível, ela usou o dinheiro para apostar e, entre 17 horas e meia-noite de um único dia, se deu conta de que havia perdido tudo.

Por não conseguir mais crédito para fazer novos empréstimos, ela decidiu contar a verdade ao marido. Juntos, os dois passaram a reconstruir a vida financeira do casal. No entanto, Vitória, inicialmente, não aceitou que estava viciada em jogar.

“Eu perdi todas as nossas economias. Foi desesperador ver que eu tinha feito isso com as nossas vidas. Faz meses que isso aconteceu, mas só agora eu me sinto confortável para admitir o erro e falar mais abertamente sobre isso”.

‘Procure ajuda’

Mesmo após abrir a situação para o companheiro, Vitória continuou jogando escondida e só parou há oito meses, quando fez uma promessa. Para evitar recaídas, tomou medidas preventivas como parar de seguir influenciadores que divulgam casas de apostas.

“O vício quase acabou com a minha vida e com o meu casamento, porque tomou conta de mim e eu não queria fazer mais nada além de jogar. Eu nunca tive nenhum outro vício, mas acho que é pior que droga. Estava literalmente arriscando tudo pelo jogo, pelo desespero de não ter como apostar mais. Só via números, não conseguia raciocinar e pensar na questão do dinheiro. Apenas pensava em valores. E de fato todo mundo começa a jogar porque quer, mas não se sai quando quer”.

O apoio familiar foi fundamental. “Meu marido também tirou de mim todos os acessos a dinheiro e banco e passou a ficar responsável por todo o controle financeiro”, lembra. Agora, ela voltou a trabalhar como motorista de aplicativo, eventualmente como promotora de eventos e, desde fevereiro deste ano, atua também como comerciante de uma loja de roupas infantis.

Vitória, que ainda não conseguiu abater a dívida, deixa um alerta: “Procure ajuda, apoio de um familiar, isso é fundamental. As pessoas estão precisando de ajuda, não de julgamentos. O jogo não muda a vida de ninguém, somente a dos influenciadores, que estão ficando cada vez mais ricos”.

Por UOL

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Governo federal considera liberar jogo do ‘tigrinho’, em casas de apostas

Reprodução

 

O governo federal considera liberar o Fortune Tiger, o popular “Jogo do Tigrinho”, no Brasil. Integrantes do Ministério da Fazenda afirmaram que o aplicativo tem “quase todas as características necessárias” para ser enquadrado na Lei das bets (Lei 14.790/2023) sancionada em dezembro de 2023.

“O setor das bets e alguns especialistas avaliam que o Fortune Tiger se enquadra no trecho da lei das bets. Isso porque ela trata jogos online baseados em aleatoriedade”, disseram as fontes do G1. “Outros veem como ilegal em razão de um decreto-lei de 1946 que proíbe jogos dependentes exclusivamente da sorte”, complementa.

“O Fortune Tiger é um tipo de caça-nível, ou jogo de slots. Nesse tipo de jogo, os resultados devem ser definidos de forma aleatória e o prêmio deve depender exclusivamente da sorte. Os apostadores podem ganhar, mas, normalmente, a maior chance é de perder (semelhante ao que acontece, por exemplo, numa loteria, em que as chances de ganho são muito menores que as de perda”, pontuaram as fontes do Ministério da Fazenda.

Atualmente, o Ministério da Fazenda continua desenvolvendo as normas sobre jogos online. A partir dessas normas, será determinado se um jogo atende aos padrões para ser oferecido por empresas sediadas no Brasil.

As fontes mencionam que a Lei das Apostas abre espaço para jogos como o Fortune Tiger. Isso porque há transparência no valor que o apostador pode ganhar em relação ao dinheiro apostado e o resultado é gerado de forma aleatória.

Se enquadrado na Lei das bets, o Jogo do Tigrinho poderá ser oferecido por empresas sediadas no Brasil. Para assegurar a regularidade do serviço, o Ministério da Fazenda pretende bloquear o acesso a aplicativos similares hospedados no exterior por meio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Contudo, a validação de jogos como Fortune Tiger precisa passar pelo crivo de empresas credenciadas pelo Ministério da Fazenda. As companhias que compõem o grupo são Gaming Associates Europe Ltd, BMM Spain Testlabs, eCogra Limited e Gaming Laboratories International LLC.

Apostas serão regularizadas no Brasil

Neste mês, o Ministério da Fazenda deve publicar mais sete portarias para regulamentar o mercado de bets. A entidade determinará que as plataformas sediadas no Brasil identifiquem, qualifiquem e avaliem o risco de apostadores e comunicar transações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

As portarias também devem tratar de questões inerentes aos jogos, como regras para os caça-níveis virtuais e outros jogos online, prevenção ao vício em jogos e direitos e deveres de casas de apostas com consumidores.

Em junho, a Comissão do Senado aprovou um projeto de lei (PL 2.234/2022) que legaliza jogos de azar, jogo do bicho, bingo, cassinos e aposta de cavalos no Brasil. A norma estabelece regras para a categoria e define que o Ministério da Fazenda coordenará as atividades.

Fonte: Tecmundo

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Jogo do Tigrinho: jovem desvia R$ 179 mil do avô para apostar

Foto: Arte Metrópoles

Uma jovem de 22 anos foi presa acusada de desviar cerca de R$ 179 mil do avô e apostar boa parte no Jogo do Tigrinho. O caso ocorreu em Jussara (PR).

O delegado Carlos Gabriel Stecca, em um vídeo enviado à IstoÉ pela Polícia Civil do Paraná, relatou que entre setembro e outubro de 2023, a neta teria feito 59 operações de saque e transferência para obter o dinheiro gasto em apostas. Ela negou os saques durante interrogatório.

“Ela relatou que não sabia como esse dinheiro teria sido creditado na sua conta e gasto nesse jogo on-line”, declarou o delegado.

A mulher foi encaminhada ao sistema penitenciário, segundo a Polícia Civil.

Fonte: Metrópoles

Polícia

‘Jogo do Tigrinho’ vicia famílias, atrai golpistas e é alvo da polícia: ‘Minha filha jogava à noite’

 

 

Foto: Alice Labate/Estadão

O caso da enfermeira Gabriely Sabino, de 23 anos, moradora do interior de São Paulo que fugiu de casa, chamou a atenção para o ‘jogo do tigrinho’. Segundo a família, amigos disseram que a jovem, que já foi reencontrada, estava viciada nesse jogo de apostas online e acumula dívidas.

Considerado uma espécie de cassino virtual, o ‘tigrinho’ se propaga no País com a ajuda de influenciadores digitais. Como é considerado jogo de azar, quem faz a propaganda do ‘tigrinho’ pode incorrer em contravenção penal, além de crimes contra o consumidor e estelionato.

Também se multiplicam as tentativas de golpes para se aproveitar dos apostadores e as operações policiais que miram os criminosos. O Estadão procurou a empresa responsável pelo game online, mas não obteve resposta.

Uma família de Sorocaba (SP) joga o ‘tigrinho’ desde o início do ano e relata uma rotina de perdas e ganhos. Os quatro familiares – a mãe, dois filhos e duas noras dela – seguem influenciadores que postam os jogos com aposta mínima de R$ 10. Neste domingo, 24, o filho e a nora da dona de casa tiveram os jogos bloqueados depois de depositar R$ 300 para resgatar um suposto ganho de R$ 4.060.

“Ele ganhou R$ 2.460 e ela R$ 1.600, mas não conseguiram sacar. Ele tinha depositado R$ 100 e ela, R$ 200, mas foram bloqueados. Era golpe”, disse a mulher que pediu anonimato “por vergonha”.

O filho dela, que fez o depósito de R$ 100, disse que, quando atingiu o valor mais alto, foi informado por um suposto auditor que sua conta tinha sido bloqueada por segurança e colocada sob “contole de risco”. O pedido inicial foi de um depósito de R$ 200 para liberar o saque.

Caso não fizesse, o dinheiro continuaria preso para sempre. Ele foi convencido a pôr mais dinheiro, até ser informado do bloqueio permanente da conta, a menos que depositasse R$ 700. “Esse valor será adicionado à sua conta e não à conta de outra pessoa. Fique tranquilo, nossa plataforma vem de um país respeitável”, escreveu o golpista.

A vítima revelou que todos na família jogam, menos seu pai. “Eu jogo, meu irmão joga, minha mulher, minha mãe, minha cunhada. Mas jogamos no risco de ganhar ou de perder. Muitos amigos também jogam. A gente joga consciente”, disse.

Especialistas, porém, alertam sobre os riscos à saúde desse comportamento compulsivo, que deve crescer com a popularização dos games online. No Brasil, a estimativa é que de 1% a 1,3% da população tenha problemas patológicos relacionados ao hábito.

O vício em apostas é um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Veja sinais de alerta:

• Necessidade crescente de apostar, com valores cada vez maiores;

• Alteração de humor (irritabilidade, agitação ou tédio) quando tenta interromper o ciclo de apostas;

• Insucesso no controle das apostas, com tentativas repetidas e frustradas de larga vício;

• Pensamento e planejamento constantes sobre os próximos atos de apostar;

• Angústia, tristeza ou ansiedade ao tentar se divertir ou sentir prazer sem apostar;

• Pensamento irreal de que tem a capacidade de “recuperar o prejuízo” com mais apostas;

• Mentiras: comportamento antissocial e negação do problema, com tentativas de tentar minimizar a frequência das apostas até para pessoas próximas;

• Comportamento de risco: arrisca aspectos e relações importantes da vida como finanças, emprego, progresso acadêmico ou relacionamento afetivo em favor das apostas;

• Falência: depende de outras fontes de renda para sustentar o vício.

A dona de casa disse que, mesmo depois do golpe, a família não vai parar de jogar. “Vira e mexe tem um ganho bom e qualquer dinheiro que sobra a gente vai pondo lá. Ninguém é viciado ao ponto de jogar R$ 5 mil, R$ 10 mil. Joga um pouquinho, mas não deixa de ser um vício, não é?”

O Fortune Tiger, mais conhecido no Brasil como ‘jogo do tigrinho’, foi desenvolvido pela PG Soft, empresa com sede em Malta. O game pode ser acessado até mesmo pelos celulares mais básicos e passou a ser promovido por influenciadores digitais em suas páginas nas redes sociais. Para aliciar os seguidores, os influencers passaram a postar fotos e vídeos simulando ganhos rápidos e fáceis.

No dia 16, uma influencer de 20 anos, com mais de 300 mil seguidores, foi alvo de operação da Polícia Civil em São José dos Campos (SP). A investigação aponta que ela teve ascensão patrimonial ‘meteórica’ adquirindo, em pouco tempo, carros de luxo, moto aquática e uma casa em condomínio de alto padrão.

Conforme a SSP, são investigados supostos crimes contra o consumidor, contra a relação de consumo, contra a economia popular, lavagem de dinheiro e contravenção penal por divulgar em redes sociais jogos de azar.

Em maio, a Justiça do Paraná expediu mandados de prisão e de buscas contra três influenciadores que atuavam em uma plataforma que direcionava seus seguidores para o ‘jogo do tigrinho’. Só um deles tinha mais de 500 mil seguidores e movimentou, em alguns meses, R$ 8,5 milhões.

Em suas páginas, o grupo postava carros de luxo e fotos de viagens para destinos icônicos, como Paris e Dubai. Eles já tinham sido alvos de operação em 2023, mas descumpriram ordens judiciais de não voltar a fazer propaganda do jogo.

O advogado Jackson Bahls, que defende os três influenciadores do Paraná, afirmou que a Justiça revogou as prisões de dois deles que estão no no Brasil. O terceiro, que está em Dubai, é cidadão dos Emirados Árabes e ficará lá até o fim do processo, segundo o advogado. “Vamos demonstrar que a operação foi um grande engano contra eles”, disse.

Em Maceió, a Polícia Civil deflagrou este mês a Operação Game Over contra 12 alvos, entre eles influenciadores, agenciadores e intermediários da fraude, apontados como responsáveis por cooptar apostadores em redes sociais.

Os carros de luxo apreendidos, entre eles um Corvette e três Porsches, somam mais de R$ 5 milhões. Foi pedido bloqueio de R$ 38 milhões do patrimônio dos investigados. Apenas uma influencer, com mais de 1 milhão de seguidores, é suspeita de cobrar R$ 80 mil para inserir postagens do ‘tigrinho’ em seu perfil.

No pedido à Justiça para realizar a operação, a polícia de Alagoas detalhou que os influenciadores de cassinos digitais criaram contas para demonstrar ao público como jogar e ganhar, mas os ganhos são fictícios.

O trabalho de persuasão, segundo a investigação, inclui postagens de uma suposta vida de luxo propiciada pelo jogo, como mansões, carros potentes e viagens a destinos turísticos requintados. O pagamento aos influenciadores é baseado em comissão conforme o número de seguidores que começam a jogar o ‘jogo do tigrinho’.

Adolescente usava cartão de crédito do pai para jogar, diz mãe

A funcionária de uma concessionária em Tatuí, no interior de São Paulo, só descobriu que a filha de 14 anos estava viciada no ‘jogo do tigrinho’ quando a adolescente começou a tirar notas ruins no colégio.

“Fui chamada pela direção da escola, que a gente paga com sacrifício, porque o desempenho dela despencou. Eles me perguntaram se tinha algum problema em casa. Só então descobri que ela jogava à noite, no quarto. Pior que ela usava o cartão de crédito do pai, que não mora com a gente”, conta.

Segundo ela, em pouco mais de um mês, a adolescente gastou R$ 720 em apostas. Ainda conforme a mãe, a filha começou a jogar por ter sido incentivada por uma colega de classe, que disse ter acumulado dinheiro suficiente para fazer uma viagem para a Disney, nos Estados Unidos.

“Vimos que ela seguia também alguns influenciadores digitais que incentivam a adesão a esse jogo”. Até esta segunda-feira, 24, a mulher, que falou sob a condição de não ser identificada, não tinha decidido se levaria o caso à polícia.

Segundo o jurista Fabiano Jantalia, especialista em Direito de Jogos da Jantalia Advogados, o game é oficialmente comercializado pela empresa PG Soft com licença da autoridade reguladora de Malta. O jogo também é licenciado em Gibraltar e no Reino Unido.

“O que temos visto aqui no Brasil são pessoas que fazem uma emulação, replicando o funcionamento do jogo, criando jogos fake parecidos com o jogo do Tigre e distribuem esses links em canais de WhatsApp e Telegram, entre outros”, afirma.

Segundo ele, muitas pessoas estão fraudando e copiando esse jogo para que os apostadores acreditem que seja o jogo Fortune Tiger. Por não ser o jogo oficial, eles manipulam o algoritmo para fazer com que as pessoas acabem só perdendo dinheiro.

“Estamos diante de um estelionato em que a vítima é o apostador, que acredita que é levado a uma plataforma oficial”, acrescenta.

Ainda segundo o advogado, com base em informações divulgadas até agora, a polícia tem mirado os influenciadores que se valem de sua condição para propagar e divulgar esses links de sites fraudulentos.

Com relação às plataformas, no entendimento dele, há uma jurisprudência consolidada no Brasil de que elas não podem ser responsabilizadas por conteúdo ilícito a não ser que haja denúncia e não tomem providências.

O jurista recomenda que a pessoa que imagina estar diante de um produto oficial e perde dinheiro para um jogo adulterado faça a denúncia. ”A pessoa que fez a aposta e foi lesada deve denunciar à autoridade policial até para evitar que outras pessoas caiam no mesmo golpe. A pessoa também deve registrar no perfil do influenciador que é golpe, assim ele não poderá alegar ignorância e passa a ser corresponsável pelo crime”, disse.

Em nota, a Secretaria da Segurança de São Paulo informou que a 3ª Delegacia de Investigações Gerais (Deic) atua para coibir esse tipo de crime. “Os casos são investigados à medida que são identificados os chamados influenciadores digitais que atuam na divulgação desses jogos ilegais”, diz.

“Diversas operações foram realizadas em 2023 e 2024, algumas delas ainda em andamento”, continua. Os detalhes são preservados para garantir autonomia às ações de Polícia Judiciária”, segundo a pasta.

A Polícia Civil do Paraná informou que a ação que resultou na prisão de suspeitos de lesar vítimas através de jogos em redes sociais é decorrente de investigação que apura crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. Outras denúncias envolvendo jogos de azar são investigadas.

Já a Polícia Civil de Alagoas informou que a Operação Game Over foi desencadeada por meio da Delegacia de Estelionato e com apoio de outros órgãos, cumprindo a decisão da 17ª. Vara Criminal para busca e apreensão de diversos bens de influenciadores e de pessoas que os assessoravam. As investigações prosseguem.

O Estadão não conseguiu contato com a defesa da influencer alvo de operação em São José dos Campos.

Como denunciar?

A empresa Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, informou que trabalha para limitar a disseminação de spam em suas redes, uma vez que não permite conteúdos que possam enganar os usuários. “Entendemos que esse tipo de conteúdo cria uma experiência negativa e prejudica a capacidade das pessoas de interagir de forma autêntica em suas comunidades e procuramos impedir que as pessoas se utilizem de forma abusiva de nossas plataformas, produtos ou recursos para aumentar artificialmente a visualização ou distribuir conteúdo em massa para ganho comercial”, disse.

A empresa recomenda que as pessoas denunciem perfis que acreditem que possam violar suas políticas. Para denunciar uma conta ou publicação que acredite estar violando os padrões da comunidade da meta, basta tocar em “…” na parte superior direita da publicação, em seguida tocar em “denunciar” e seguir as instruções na tela.

O usuário também pode analisar e remover possíveis seguidores bot e spam de suas respectivas listas de seguidores. Caso sejam oficialmente spam, as contas não poderão seguir o usuário sem sua confirmação. Para conferir o passo a passo de como analisar possíveis contas de spam e como removê-las, basta clicar “aqui” (para Instagram e Facebook).

O WhatsApp informou que trabalha para reduzir o envio de qualquer tipo de conteúdo indesejado (spam) em seu sistema. “Criar um espaço seguro para que os usuários se comuniquem é uma prioridade e queremos reduzir o número de mensagens indesejadas que possam ser enviadas pelo WhatsApp. No entanto, assim como acontece com mensagens SMS e ligações telefônicas, outros usuários do WhatsApp ou empresas que têm seu número de telefone podem entrar em contato com você.”

Para o controle de quem pode interagir, é possível restringir quem pode adicionar o usuário a grupos, além de bloquear e até denunciar contas ou mensagens. Quando a denúncia é feita, o WhatsApp recebe informações sobre suas interações recentes com o usuário denunciado e conduz uma análise da denúncia com base nos termos de serviço do app. O sigilo da denúncia é mantido.

O Instagram informou que também trabalha para manter a comunidade livre de comportamentos inautênticos. Serviços de engajamento falso, que aumentam artificialmente a popularidade de uma conta por meio da compra e venda de curtidas, comentários e seguidores violam os Termos de Uso, assim como tentativas de comprar, vender ou transferir qualquer elemento de sua conta. Entre as punições previstas, estão a suspensão e a remoção das contas.

Nova política do TikTok cita jogos de azar

Procurado, o TikTok encaminhou sua política de publicidade, em vigor desde 17 de maio. “Para determinados produtos e serviços (como jogos de azar e bebidas alcoólicas), abrimos exceções limitadas para anúncios pagos de anunciantes com a permissão explícita do TikTok caso estejam em conformidade com todas as restrições, leis e regulamentos relevantes de segmentação por idade”, diz.

Sobre os jogos de azar, a plataforma informa que muitas pessoas em todo o mundo encontram entretenimento por meio deles. “Reconhecemos que arriscar dinheiro em um jogo ou aposta pode causar danos potenciais a algumas pessoas, incluindo grandes perdas financeiras ou problemas de saúde mental. Não permitimos a facilitação ou a promoção de jogos de azar ou atividades semelhantes”, disse.

O TikTok reconhece ainda que jogos de azar podem colocar os jovens em um risco maior de danos e podem não ser adequados para todos os públicos. “O conteúdo será restrito (18 anos ou mais) e não elegível para o feed ‘Para Você’ se mostrar ou glamourizar jogos de azar ou atividades semelhantes a jogos de azar”, diz no texto.

A reportagem entrou em contato com o Telegram, mas não obteve retorno.

O Estadão procurou a PG Soft e ainda não teve retorno. Em seu site, a empresa se identifica como uma das maiores do mundo em entretenimento digital. Para os jogos de azar, diz exigir que os usuários tenham ao menos 18 anos e monitorar ativamente as contas de menores para verificar a informação.

“Qualquer conta que for encontrada e tenha sido aberta por um menor de idade será fechada imediatamente e todos os ganhos serão confiscados”, afirma.

Deu no Estadão

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Viciada em ‘jogo do tigrinho’, enfermeira é encontrada após uma semana desaparecida

Enfermeira passou uma semana desaparecida e foi localizada em Campo Grande (MS) - Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Após sair da casa dos pais, em Piracicaba (SP), e passar uma semana desaparecida, a enfermeira Gabriely Sabino, de 23 anos, foi localizada no Mato Grosso do Sul. Segundo o advogado da família, a jovem entrou em contato na sexta-feira (21) e está “viva e em segurança”. Apesar de hipóteses levantadas inicialmente pela família de que o desaparecimento teria relação com vício em “jogo do tigrinho”, o advogado José Oscar Silveira Junior negou.

“Esse assunto [dívida em jogos on-line] surgiu por especulações pela falta de informações durante esses dias. Ela não confirmou nada sobre isso, ao menos por ora. A mãe ventilou isso, mas a menina não confirmou, ao menos até o momento”, destacou.

Ainda de acordo com Silveira, Gabriely ligou para os pais na noite de sexta-feira informando que estava no aeroporto de Campo Grande (MS) e embarcaria com destino ao Aeroporto de Guarulhos, na capital paulista.

A enfermeira não tinha lesões ou marcas de agressão de qualquer natureza. Aos pais, ela disse estar sofrendo com crises de ansiedade e em um “estágio depressivo profundo”, o que fez com que comprasse a passagem até o Mato Grosso do Sul para visitar uma mulher que conheceu pela internet.

O desaparecimento de Gabriely era investigado pela Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Piracicaba.

Vício em jogo

Segundo a mãe de Gabriely, Cristiane Sabino, a jovem contraiu dívidas porque estava viciada no “jogo do tigrinho”.

A mãe contou que, depois de tudo o que aconteceu, várias pessoas vieram falar que viram a jovem ao celular, jogando de forma insistente o jogo. A mãe acredita que isso pode ter contribuído para seu endividamento.

Embora trabalhasse e nunca tivesse relatado problemas financeiros, nas semanas anteriores ao desaparecimento, Gabrielly pediu dinheiro emprestado a pessoas conhecidas da família.

Segundo a mãe, a família desconhecia o vício no jogo.

Especialistas alertam que os jogos de azar e apostas podem gerar impactos na saúde mental (como ansiedade e depressão) dos jogadores, que muitas vezes ficam endividados devido ao vício.

Deu na CNN

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Jogo do Tigrinho: Influenciadora do RN tem celulares e carro de luxo apreendidos em operação da polícia

Carro foi apreendido durante operação da Polícia Civil em Pau dos Ferros - Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Uma influenciadora de 35 anos está sendo investigada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte por promover um esquema de jogo de azar conhecido como “Jogo do Tigrinho” em suas redes sociais. O nome dela não foi divulgado.

Nesta quarta-feira (12), agentes policiais cumpriram um mandado de buscas na casa da mulher, em Pau dos Ferros, no Alto Oeste potiguar.

Durante as diligências da polícia, foram apreendidos diversos celulares e dispositivos eletrônicos, bem como um veículo de luxo avaliado em R$ 200 mil.

Além disso, o juízo determinou a penhora on-line de valores depositados nas contas bancárias da influenciadora, após uma análise minuciosa revelar uma movimentação financeira suspeita de grandes somas de dinheiro, sem uma origem claramente definida.

O mandado de busca domiciliar foi emitido pela 1ª Vara da Comarca de Pau dos Ferros. Um inquérito foi instaurado para investigar os crimes de jogo de azar e lavagem de capitais.

Segundo a polícia, a ação “visa não apenas responsabilizar os envolvidos no esquema criminoso, mas também desencorajar outras pessoas que possam estar seguindo o exemplo da influenciadora e se envolvendo na promoção de atividades ilegais semelhantes em suas plataformas on-line”.

Carro foi apreendido durante operação da Polícia Civil em Pau dos Ferros – Foto: Reprodução

Deu no Portal da 98