Política

Alerta, Boulos da França: direita brasileira reage à vitória dos esquerdistas

Foto: Andre Pain/EFE

Políticos da direita brasileira criticaram a vitória da esquerda nas eleições legislativas da França neste final de semana, que reverteu o desempenho dos conservadores há apenas uma semana. O Reunião Nacional (RN), da líder Marine Le Pen saiu derrotado após partidos de centro e da esquerda formarem uma aliança para segurar o avanço da direita no país.

Uma das principais vozes da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) classificou a vitória esquerdista como uma “lição pedagógica” para o Brasil e o mundo, afirmando que é um “alerta” para a direita.

“Para aqueles da Direita brasileira que entendem que ela é o começo, o meio e o fim, fica o alerta da França: a democracia não possui um único caminho quando o extremismo se apresenta como a direção inevitável”, disse em uma longa publicação nas redes sociais.

Por outro lado, o presidente nacional do partido Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que o líder esquerdista francês, Jean-Luc Mélenchon, “é tipo o Boulos da França”, em referência ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato à prefeitura de São Paulo.

Ribeiro pontuou que “o preço que os franceses vão pagar com o tal ‘cordão sanitário’ será ter Jean-Luc Mélenchon liderando o maior bloco no Parlamento”. A fala foi em referência à aliança dos partidos de centro e de esquerda que tirou da disputa mais de 200 candidatos moderados em favor de concorrentes mais competitivos contra Marine Le Pen.

Ciro Nogueira afirmou que as recentes eleições na França trazem uma lição crucial para o mundo, especialmente para o Brasil. Para ele, os extremos, tanto na direita como na esquerda, tendem a desqualificar aqueles que divergem, mesmo que compartilhem pontos centrais em suas agendas.

“No Brasil não é diferente. Os setores mais vigorosos da direita ainda imaginam que podem, sozinhos, ser referendados pela vontade popular. Mas o povo brasileiro não é de extremismos”, pontuou.

Para ele não há “nada contra que cada corrente professe suas preferências e posturas”, ressaltando que, apesar das convicções individuais, construir uma maioria exige mais do que simples crenças firmes.

“Exige a capacidade de congregar em torno de um projeto nacional, de uma nação que não possui um pensamento único, mas múltiplo, um projeto maior do que o de qualquer corrente”, completou.

Nogueira alerta que a falta de união pode levar a uma rejeição polarizadora, transformando o extremismo em uma ameaça maior do que a oposição unificada a ele. Ele ainda destacou que, para os conservadores que veem a Direita como a única resposta, o exemplo da França serve como um aviso claro: a democracia oferece múltiplos caminhos, especialmente quando o extremismo parece a rota inevitável.

“A esquerda também deve aprender com o dia de hoje. Ganhou, mas não é majoritária também. Foi a vitória da derrota. Ou a derrota da vitória. Quando os extremos se enfrentam, a fragmentação triunfa e as diferenças sobressaem. Como deve ser”, completou.

Deu na Gazeta do Povo

Política

Premiê da França deve renunciar hoje após esquerda vencer eleição legislativa

Foto: REUTERS/Benoit Tessier

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, deve renunciar ao cargo nesta segunda-feira (8). A confirmação da ação ocorreu confirmou neste domingo (7), após a divulgação das pesquisas de boca de urna que seu campo político “não obteve maioria nesta noite”, como reconheceu em discurso.

Aliado do presidente Emmanuel Macron, o político francês ainda afirmou que “oferecerá a renúncia ao Presidente” e que continuará a desempenhar suas funções “pelo tempo que for preciso”.

Attal ainda afirmou que nesta legislatura o parlamento francês estará mais forte do que nunca, e que nenhuma maioria poderia ser formado “por partidos extremistas”.

As pesquisas de boca de urna apontam a coalizão de esquerda Nova Frente Popular conquistou o maior número de assentos na Assembleia Nacional, mas que ainda será necessário firmar alianças para garantir a maioria absoluta do colegiado.

Vitória da coalizão de esquerda na França

A Nova Frente Popular conquistou 182 assentos no parlamento, indicou a apuração dos votos do segundo turno das eleições legislativas no país.

A aliança centrista de Emmanuel Macron, o Ensemble, ficou em segunto lugar com 168 assentos. Já o Reunião Nacional, da ultradireita, conquistou 143.

Nenhuma das três coalizões conseguiu maioria absoluta de 289 assentos, portanto, a formação de um novo governo deverá ser negociada.

Em meio os resultados da apuração, a líder francesa da ultradireita, Marine Le Pen, disse no domingo (7) que a França “perdeu mais um ano” para reduzir a imigração, a insegurança e discutir o poder de compra, depois que seu partido, o Reunião Nacional (RN), sofreu uma virada contra rivais de esquerda nas eleições legislativas.

Lula comemora resultados das eleições na França

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemoro o resultado das eleições parlamentares na França, com prévias apontando a vitória da coalização formada por partidos da esquerda.

“Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje”, escreveu Lula em sua conta oficial no X.

O presidente ainda comparou o movimento na França à acensão do premiê britânico trabalhista Keir Starmer, após vitória sobre o Partido Conservador na semana passada.

“Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul”.

Deu na CNN Brasil

Política

Esquerda vence eleições na França e freia ascensão da direita com ajuda do centro

Foto: Emmanuel Dunand/AFP

O Ministério do Interior da França divulgou os dados definitivos da apuração dos votos do segundo turno das eleições legislativas no país, realizado neste domingo (7). A coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) ficou em primeiro lugar, com 182 assentos da Assembleia Nacional, segundo o jornal francês Le Monde. A coalização centrista do presidente Emmanuel Macron, Juntos, vem em seguida, com 168 cadeiras. A direita, representada pela Reunião Nacional e aliados, ficou com 143 assentos. Segundo o levantamento do Le Monde, com base nos dados do ministério, os Republicanos terão 45 assentos, outros partidos de direita, 15, outras legendas de esquerda, 13, outros de centro, seis, regionalistas, quatro, e “diversos”, um. São 577 assentos no total. Nenhum partido ou aliança conseguiu maioria absoluta.

A Nova Frente Popular (NFP), coalizão de socialistas, comunistas, verdes e da esquerda radical, surpreendeu ao ficar em primeiro lugar no segundo turno das eleições legislativas antecipadas na França. Nenhum dos principais blocos políticos obteve maioria absoluta na Assembleia Nacional. Com o resultado, a questão do futuro governo permanece sem solução. Os acordos tácitos entre o governo de Emmanuel Macron, de centro, e a coalizão de esquerda, concentrando o voto no candidato com mais chances de derrotar o RN em cada circunscrição, frustraram a vitória da direita radical, mas não deram aos esquerdistas uma maioria absoluta, o que aumenta a incerteza sobre o futuro da França. O pleito foi marcado pelo forte comparecimento às urnas, com 67% de participação, o maior desde 1981.

No campo centrista, o ex-primeiro-ministro Édouard Philippe se colocou à disposição para reunir um conjunto de forças políticas e formar um novo governo. Desde a dissolução da AN, tanto Philippe quanto outras lideranças de centro e da direita moderada se dissociaram da imagem de Macron para tentar assumir a liderança do campo governista. O presidente Emmanuel Macron, que decidiu dissolver a AN na noite do dia 9 de junho, após a vitória do RN na França nas eleições europeias, para obter uma “clarificação” sobre o voto dos franceses, preferiu não falar publicamente nesta noite.

O atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, eleito deputado pelo departamento Hauts-de-Seine disse que vai entregar a sua demissão na manhã desta segunda-feira (8), mas que estaria disposto a ficar no cargo o tempo que fosse preciso. Diante da dificuldade em se formar um governo sem maioria absoluta, Crowley acredita que – um fato inédito na tradição francesa – é possível que Macron espere passar o verão e os Jogos Olímpicos para nomear um novo primeiro-ministro.

RN lamenta não poder “endireitar o país”

Qualificado em 441 zonas eleitorais no segundo turno, depois de já ter eleito 39 deputados desde o primeiro turno, o RN e os seus aliados pareciam capazes de obter a maioria na Assembleia Nacional pela primeira vez na V República. Mas depois das inúmeras desistências ocorridas entre as duas rodadas, o partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella perdeu a aposta. No entanto, melhorou sua pontuação em relação a 2022, quando enviou 89 deputados à AN. Jordan Bardella falou em nome de seu partido na noite de domingo.

Ele saudou o resultado inédito de seu partido nas legislativas, mas lamentou que, com a barragem, seu partido não tenha conseguido a maioria para “endireitar o país”. Em Paris, o único distrito em que o RN tinha um candidato no segundo turno foi o 16º, graças a uma aliança local entre o partido de direita Os Republicanos (LR) e o RN, o que é algo inédito numa cidade que tem tradição de votar à esquerda – e o 16º distrito tem uma tradição de votar LR.

Para esta eleição histórica, 30.000 policiais e gendarmes foram mobilizados em toda a França, incluindo 5.000 em Paris e seus subúrbios, segundo dados do Ministério do Interior. Por precaução, a maioria das lojas da famosa avenida Champs Elysées preferiu fechar as suas portas e cobrir as vitrines de vidro com grandes pedaços de madeira, para impedir que manifestantes quebrassem as vitrines e invadissem as lojas. Os manifestantes de esquerda se reuniram na Praça da República, no 10º distrito de Paris, para celebrar o resultado inesperado da NFP.

Publicado por Carolina Ferreira

*Com informações do Estadão Conteúdo

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Pesquisa coloca partido de Le Pen perto de formar maioria absoluta na França


Presidente do partido francês de direita Rally Nacional (RN-Rassemblement National em francês) Jordan Bardella e a líder parlamentar do partido, Marine Le Pen| Foto: EFE/EPA/Guillaume Horcajuelo

 

O partido de direita Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, vem solidificando o primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições legislativas na França e não estaria longe da maioria absoluta na Assembleia Nacional, segundo uma última sondagem divulgada neste domingo (23).

O RN e seus aliados de direita alcançariam 36% dos votos no primeiro turno, em 30 de junho, segundo indica a pesquisa do jornal La Tribune du Dimanche e da emissora BFMTV, enquanto a nova Frente Popular, de esquerda, aparece na segunda colocação, com 27%.

Mais distantes estariam o bloco liderado pelo presidente Emmanuel Macron, com 20%, e o conservador Os Republicanos (LR), com 10%.

As projeções de cadeiras na Assembleia antes do primeiro turno não são fáceis, uma vez que os duelos do segundo turno, no dia 7 de julho, não estão definidos, mas a sondagem aponta que o RN e seus aliados conseguiriam entre 250 e 280 deputados (a maioria absoluta está em 289).

A aliança de esquerda, por sua vez, obteria entre 150 e 170 cadeiras, enquanto a atual maioria macronista cairia para o terceiro lugar (90 a 110 deputados) e o LR permaneceria em 35 a 45. Outras formações menores teriam de 10 a 12 assentos.

Por outro lado, a participação nas próximas eleições registraria um claro aumento, já que 60% dos consultados afirmam que votarão com certeza.

Nas eleições europeias do dia 9 de junho, a participação ficou em 51,49%, enquanto no primeiro turno das legislativas de 2022 foi de apenas 47,5%.

Deu na Gazeta do Povo