Economia, Política

Após ‘fazer o L’, Bacha diz que Lula não está dando tiro no pé e sim ‘no coração’

Economista Edmar Bacha – Foto: Roque Sá/Agência Senado.

 

 

Após “fazer o L” na campanha eleitoral de 2022 e a exemplo de outros signatários de uma “Carta em Defesa da Democracia”, de apoio à candidatura do então candidato do PT à presidência da República, o economista Edmar Bacha afirmou em entrevista neste domingo (30) que que “Lula não está dando um tiro no pé, está dando um tiro no coração.”

Além disso, Bacha prevê que “Lula vai perder a eleição e vai perder voto do pessoal do centro, como eu”.

Um dos formuladores do Plano Real, ele já havia dito, am entrevista anterior, que “o Brasil poderia deslanchar, mas Lula põe empresários na defensiva”.

Mas a situação deteriorou de tal maneira, com os ataques de Lula à autonomia do Banco Central e a seu presidente, Roberto Campos Neto, eleito duas vezes o melhor presidente de Banco Central do mundo, que o economista tornou a crítica mais contundente, durante entrevista à emissora Globonews.

Deu no Diário do Poder

Justiça

Justiça obriga pais a vacinarem filhas e impõe multa de R$ 10 mil

A vacina da Covid-19 passou a ser obrigatória em crianças de 6 meses a 5 anos desde o dia 1º de janeiro de 2024 por decisão do Ministério da Saúde| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

 

A Justiça de Santa Catarina obrigou um casal a vacinar duas filhas, no prazo de 60 dias, de acordo com o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde. A decisão da 2ª Vara Cível da comarca de São Bento do Sul foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na última sexta-feira (28).

Caso os pais não obedeçam a decisão, poderão pagar multa diária entre R$ 100 e R$ 10 mil em favor do Fundo de Infância e Adolescência do município. A Justiça ainda determinou que a não imunização só será aceita se for apresentado atestado médico com contraindicação explícita da aplicação de vacina às filhas.

A ação foi ajuizada pelo Ministério Público, após o resultado de uma apuração de infração administrativa às normas de proteção à criança ou adolescente.

Ao recorrer da decisão, os pais alegaram que tomam as devidas providências quanto à saúde das filhas; que estão sendo obrigados a vaciná-las sem que tenha segurança para tanto; e que a obrigação de vacinar, “mesmo sem antes ter aprovação médica”, colocaria em risco a integridade física das crianças.

Na decisão, o juiz reforçou que a Constituição da República, em seu artigo 227, estabeleceu “ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à dignidade e ao respeito, e colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

O juiz também mencionou que “o mundo recentemente passou por uma pandemia, a da Covid-19, e que o Brasil sofreu com a perda de centenas de milhares de vidas, que poderiam ter sido poupadas com uma política pública concreta a favor das vacinas então desenvolvidas, ou buscadas em cooperação, por entes seculares como o Instituto Butantan e a Fundação Fiocruz”.

“Enquanto cidadãos marcados pela ética, permanecemos com o irrenunciável compromisso para com a saúde e a integridade de cada ser humano, especialmente das crianças e adolescentes, respeitando a ciência em prol da vida”, aponta o magistrado.

Vacina obrigatória

A partir do início deste ano, o Ministério da Saúde determinou a obrigatoriedade da vacina da Covid para o público de 6 meses a 5 anos. A medida foi criticada por parlamentares, médicos e por juristas que consideram a medida “injustificável”, tendo em vista que “as circunstâncias são bastante diferentes das de anos atrás” e cabe aos pais o direito de escolha.

O Brasil é o único país que mantém a obrigatoriedade da vacinação de crianças contra a Covid-19, como mostrou a Gazeta do Povo. Em 2021, o STF considerou obrigatórias as vacinas presentes no Programa Nacional de Imunização (PNI), o que vale também para a vacina da Covid, que foi incluída no PNI pelo governo Lula.

A punição para pais e responsáveis que não seguirem o calendário de vacinação pode envolver recusa de matrícula para as crianças em escolas e creches, perda de benefícios sociais como o Bolsa Família, multas, bloqueio de passaporte e restrições ao uso do transporte público.

Deu na Gazeta do povo

Censura, Mundo

Musk para Moraes: ‘A lei está violando a lei’

O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Musk republicou uma postagem do perfil governamental do X onde a rede social comentava sobre uma multa de R$700 mil aplicada à rede social pelo magistrado.

Ao repostar a publicação, Musk comentou com um “A lei está violando a lei”.

De acordo com a publicação, houve uma determinação para que o X excluísse publicações “que criticavam um político brasileiro” no prazo de duas horas. A rede social afirmou que o prazo era “irrazoável”, mas que “de boa-fé” reteve as publicações no mesmo dia.

“Em resposta, Moraes multou o X não em 100.000 reais, como sua ordem original havia previsto, mas em 700.000 reais ($126.000 USD).  Em sua nova ordem, Moraes alegou, pela primeira vez, que estava multando o X em 100.000 reais por post ofensivo na plataforma X, contradizendo sua própria ordem anterior que previa uma multa total de 100.000 reais”, diz a publicação.

Tempo

Brasil registra menor temperatura do ano com -7,2°C em Urupema, em Santa Catarina

Geada em Urupema, em Santa Catarina, no início deste domingo, 30 de junho. Cidade registrou temperatura mais fria do ano no país — Foto: Caroline Fernandes/ NSC TV

 

O Brasil atingiu a menor temperatura do ano neste domingo (30), com -7,2°C em Urupema, em Santa Catarina, informou o Climatempo.

 Uma estação de monitoramento da Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições do tempo no estado, registrou esta temperatura por volta das 6h.

 No Morro das Antenas, o ponto mais alto da região, a sensação térmica foi de 20 graus negativos. A cidade registrou geada, e também teve parte de uma cachoeira e lagos congelados.

Outras cidades da região serrana catarinense também registraram temperaturas negativas, como São Joaquim (-5,6º), Urubici (-5,3º) e Fraiburgo (-3º).

O frio intenso era esperado para este domingo, após a chegada de uma frente fria no Centro-Sul do país.

A primeira frente fria do inverno quebra uma sequência de dias quentes que se instalou no país desde 5 de maio, principalmente na faixa central do Brasil.

Nesse período, a umidade relativa do ar se manteve muito baixa, com algumas regiões registrando índices abaixo de 20%.

Neste domingo, no Sul, a mínima é de 9º em Florianópolis, 2º em Curitiba e 4º em Porto Alegre, segundo previsão do Inmet.

Frio vai durar pouco

 

Apesar das baixas temperaturas deste domingo, o frio deve durar pouco no Centro-Sul do país. A partir de terça-feira (2), a frente fria avança para o oceano e as temperaturas voltam a esquentar.

De acordo com o meteorologista Cesar soares, apenas a região Sul está com uma condição de temperaturas mais baixas para o mês.

O inverno deste ano será de temperaturas acima da média e pouca chuva. De acordo com Soares, outra frente fria está prevista para o fim da segunda quinzena de julho, e outra, mais intensa, prevista na virada do mês para agosto.

Dois fatores são os principais responsáveis pelas temperaturas anormais e chuvas irregulares que devem ser registradas:

  • Persistência dos bloqueios atmosféricos, o que faz com que um número menor de massas de ar frio consiga avançar para o interior do país. A circulação desses sistemas pode trazer alguns extremos de calor, mesmo no inverno;
  • Águas aquecidas do Oceano Atlântico, que interferem na atmosfera, mudando os padrões esperados para um inverno com atuação do fenômeno La Niña – que em geral traz frentes frias mais fortes para o país.
Notícias

Charles Sá recebe visita da embaixadora Vivian Sanmartin e do ministro-conselheiro Gláucio Veloso

Foto: Foto da visita que Charles postou no Story

 


O médico potiguar Charles Sá recebeu a visita neste domingo (30) da embaixadora do Brasil na República da Namíbia, Vivian Loss, e do ministro-conselheiro Gláucio José Nogueira Veloso. 

Charles está internado no Lady Pohamba Private Hospital, em Windhoek, capital da Namíbia, acompanhado do irmão Ricardo Sá. Ele se trata de uma vértebra da coluna fraturada no impacto da batida.

O médico brasileiro aguarda a liberação do corpo da esposa, a médica Natale Gontijo, para embarcar para Belo Horizonte (MG), terra de Natale, onde será velado e cremado.

Natale morreu após acidente no carro em que estava com o marido, em uma rodovia entre as cidades de Otjiwarongo e Otavi, na Namíbia, no dia 18 último.

Deu na BZN

Meio Ambiente

Estudo da USP revela que cerrado brasileiro passa por seca sem precedentes nos últimos 700 anos

Foto: Nelson Almeida

 

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e publicado na revista Nature Communications revelou que a seca no cerrado brasileiro atingiu níveis sem precedentes nos últimos 700 anos. O aquecimento global na região central do país tem sido mais intenso, com temperaturas cerca de 1°C acima da média global de 1,5°C. Isso tem causado um distúrbio hidrológico, com a evaporação de uma parte significativa da água da chuva antes de se infiltrar no solo devido ao calor intenso próximo ao solo. Essa anomalia tem gerado mudanças no padrão de chuva, com eventos mais concentrados, e menor recarga nos aquíferos, o que pode afetar os rios tributários do rio São Francisco. O estudo, apoiado pela Fapesp e pela National Science Foundation dos Estados Unidos, analisou dados de temperatura, vazão, precipitação regional e balanço hidrológico da Estação  Meteorológica de Januária, uma das mais antigas de Minas Gerais, e correlacionou com variações na composição química de estalagmites de uma caverna no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.
Os pesquisadores conseguiram reconstituir o clima até sete séculos atrás, utilizando dados geológicos para comprovar que o cerrado está mais seco devido ao aumento da temperatura causado pela atividade humana na emissão de gases do efeito estufa. A seca atual não tem precedentes e a tendência é que piore ainda mais, de acordo com Francisco William da Cruz Junior, um dos autores do estudo. A Caverna da Onça, onde foram coletados os dados químicos das estalagmites, é um ambiente aberto e influenciado pela variação de temperatura externa, o que permitiu avaliar os efeitos da seca na química das formações rochosas. O trabalho inédito integra um projeto de pesquisa que visa reconstituir a variabilidade do clima e das mudanças climáticas durante o último milênio por meio de registros de formações rochosas em cavernas e anéis de crescimento de árvores. A inovação do estudo está em utilizar dados químicos de espeleotemas para identificar variações nos ciclos hidrológicos e associá-los às mudanças causadas pelo aumento da temperatura nos trópicos. Além disso, o grupo tem realizado estudos de paleoclima com base em árvores fósseis encontradas no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, obtendo dados independentes sobre o fenômeno da seca sem precedentes.

Deu na JP News

 

Greve, Notícias

RN Servidores do Ibama/RN entram em greve a partir da próxima quarta-feira

Os servidores públicos federais do Instituto do Meio Ambiente e dos Recurso Naturais Renováveis (Ibama) no Rio Grande do Norte entram em greve a partir da próxima quarta-feira (3) com o objetivo de reivindicar o reajuste salarial, melhoria nas condições de trabalho e reestruturação das carreiras da categoria. O comunicado foi feito pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente do Estado (Ascema/RN), que se junta à paralisação anunciada pelos servidores do Instituto Chico Mendes, Ministério de Meio Ambiente (MMA), Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e do Ibama de outros 20 estados e do Distrito Federal. Durante a paralisação, a categoria definiu uma lista com atividades essenciais a serem mantidas.

De acordo com a Ascema/RN, a deflagração da greve foi decidida em assembleia realizada entre os servidores no último dia 28 de junho e representa o último recurso da categoria. “Essa decisão pela greve é o último recurso dos servidores públicos após as inúmeras tratativas de reajuste salarial, melhoria nas condições de trabalho e reestruturação das carreiras dos servidores”, diz a entidade em nota.

Em ofício conjunto, encaminhado à Ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, a Condesef e a Fenadsef comunicaram que um dos fatores que levaram à decisão da greve foi a negativa do MGI em discutir a contraproposta dos servidores da carreira de especialista em meio ambiente e do PECMA. O documento foi encaminhado pelas entidades no último dia 9 de maio. Após esse momento, várias assembleias entre os trabalhadores foram realizadas, chegando a decisão final de paralisação das atividades.

Para não afetar as demandas associadas à proteção do meio ambiente, ficou decidido que algumas atividades consideradas essenciais pela categoria serão mantidas durante a greve. Entre elas, estão os atendimentos aos acionamentos emergenciais para coibir infrações ambientais, manutenção de 10% dos servidores para atuarem em questões voltadas ao licenciamento ambiental e atendimento a 100% dos acionamentos para operações de resgate à fauna.

“Ressaltamos que as atividades consideradas essenciais destacadas refletem o entendimento não exaustivo da representação dos servidores da área ambiental, de modo que situações específicas poderão ser mediadas junto ao Comando Nacional de Greve”, dizem as entidades no ofício.

Deu na TN

 

Meio Ambiente, Tragédia

Sete em cada dez gaúchos acreditam que políticos poderiam ter evitado a tragédia no RS, diz Datafolha

Uma pesquisa Datafolha revelou que sete em cada dez gaúchos acreditam que as devastadoras enchentes ocorridas nos últimos dois meses no Rio Grande do Sul poderiam ter sido evitadas. O levantamento, que entrevistou 567 moradores do estado, aponta para uma responsabilização ampla que inclui os governos municipal, estadual, federal, parlamentares e até a própria população. As informações são da Folha de S. Paulo.

Os resultados indicam que 75% dos gaúchos consideram que a destruição causada pelas enchentes era evitável. Essa percepção é especialmente forte na região metropolitana de Porto Alegre, onde 81% dos entrevistados compartilham dessa opinião, comparado a 67% no interior do estado.

Segundo especialistas, a falha nos sistemas de diques e contenção, evidenciada pela erosão estrutural e falta de manutenção preventiva ao longo dos anos, contribuiu significativamente para os danos. O engenheiro André Luiz Lopes da Silveira, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, destacou a importância de protocolos rigorosos de inspeção e manutenção para evitar problemas como a ocupação irregular de áreas críticas.

A responsabilidade pelo desastre é amplamente distribuída entre as esferas de governo e a população. No estado como um todo, 85% dos gaúchos atribuem culpa às prefeituras locais, enquanto 84% responsabilizam a própria população. O governo do Rio Grande do Sul é citado por 83% dos entrevistados, e o governo federal por 80%.

Os moradores da região metropolitana são ainda mais críticos em relação aos governos e à população em geral, refletindo um sentimento de insatisfação com as medidas preventivas e de socorro adotadas durante a crise. Em contraste, a avaliação dos mandatários durante a crise apresentou resultados mistos: o governador Eduardo Leite e os prefeitos foram avaliados de forma equilibrada, enquanto o presidente Lula recebeu críticas mais contundentes por sua atuação no socorro às vítimas.

Esses dados refletem não apenas a magnitude do impacto das enchentes, mas também o descontentamento generalizado com a gestão pública e a infraestrutura de prevenção de desastres no estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa reforça a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura e políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos no futuro.

Deu na Folha de São Paulo

Mordomia

Gilmar diz que não sabe se é alto o custo de R$ 1,3 mi para bancar autoridades em Lisboa

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), minimizou o custo estimado de R$ 1,3 milhões, revelado pelo Estadão, para que as autoridades brasileiras se deslocassem a Portugal para participar do Fórum de Lisboa – evento que foi promovido pelo Instituto de Ensino e Desenvolvimento em Pesquisa (IDP), do qual Gilmar é sócio.

“Eu não sei avaliar essa questão de valores porque teria que se fazer vis a vis a viagens que são realizadas também no Brasil”, disse Gilmar no encerramento do evento. “A todo momento a imprensa publica eventos que estão ocorrendo no Brasil e que custam. É natural que haja custo. Tem que se ter passagem, hospedagem, de modo que eu não sei avaliar se isso é muito ou pouco”, afirmou.

Só em diárias, o valor desembolsado por órgãos dos Três Poderes para que seus integrassem viajassem a Lisboa chegou a R$ 1,2 milhão. O pagamento foi feito a pelo menos 78 pessoas, entre servidores, políticos, seguranças, ministros de Estado e membros do Poder Judiciário. A conta tende a aumentar: os dados consultados pela reportagem estão atualizados até o dia 26 de junho, o que significa que nem todos os pagamentos aparecem nas ordens bancárias.

O decano do STF brincou com a situação ao ser questionado pela reportagem sobre os custos ao erário para que juízes, políticos e servidores participassem do evento. “Até agora a gente não conseguiu inventar essa possibilidade da gente viajar de graça. Se o Estadão conseguir ensinar como os correspondentes se deslocam de maneira mais barata. Certamente não vêm a nado”, afirmou.

Segundo Gilmar, uma viagem de Brasília a São Paulo custa mais do que uma viagem de Brasília a Lisboa. Busca na plataforma de monitoramento de passagens Google Flights indica custo de aproximadamente R$ 9 mil para fazer o trajeto Brasília-Lisboa com partida nesta sexta-feira, 28, e retorno no mesmo dia da semana que vem. Já o percurso Brasília-São Paulo na mesma data custaria cerca de R$ 2,6 mil.

O ministro ainda minimizou as críticas ao evento. Disse ouvir as válidas e refutar as que julga injustas.

O evento promovido pelo decano do STF, que foi apelidado no mundo jurídico de “Gilmarpalooza”, por causa dos eventos paralelos, chegou à sua 12ª edição neste ano imerso em críticas por causa da falta de transparência e sob suspeita de conflito de interesses.

O Estadão mostrou que sócios, diretores e presidentes de 12 empresas com ações no STF participam como palestrantes da edição deste ano do Fórum. A reportagem também mostrou que o happy hour do Gilmarpalooza na última quinta-feira, 27, foi organizado pelo banco BTG Pactual, que responde a ações na Corte, e reuniu ministros e parlamentares.

Informações do Notícias ao Minuto

Mundo

França vai às urnas para eleições que podem resultar na vitória da direita nacionalista e renúncia de Macron

Os franceses vão às urnas neste domingo (28) nas eleições legislativas antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron, após derrota nas eleições no Parlamento Europeu. A votação acontece em um cenário desfavorável para o atual líder, reeleito em 2022 para um mandato de cinco anos. Ele agora corre o risco de compartilhar o poder com um governo de tendência política diferente, a menos de um mês do início Jogos Olímpicos em Paris. A extrema-direta e a coalizão de esquerda aparecem com as maiores intenções de votos. Na quinta-feira (27) foi divulgada uma pesquisa da Ipsos que projeta uma vitória para o partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e seus aliados, com 36% dos votos, seguido pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 29%) e o partido no poder (19,5%). O resultado após o segundo turno, em 7 de julho, é, no entanto, incerto devido ao próprio sistema eleitoral: os 577 deputados são eleitos em círculos eleitorais não nominais, com sistema majoritário em dois turnos. Diante desses dados e de uma perspectiva nebulosa, a França pode ter como próximos passos dessas eleições três cenários: bloqueio institucional, coabitação ou renúncia de Macron.

A chegada ao poder da direita nacionalista acrescentaria um novo país à União Europeia (UE) governado por esta tendência, como a Itália. O economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena diz que, com a vitória da direita ou da esquerda, Macron, que é de centro, perde a governabilidade francesa. E ficaria o questionamento sobre o que aconteceria com economia da França. Mesmo sem vencer as eleições, o líder francês pode se manter no cargo até o final do seu mandato. Contudo, vai precisar dividir o governo. “A governabilidade francesa vai ficar extremamente fragilizada e não sabemos ainda quais são os planos. Vamos entrar em um período de turbulência muito grande e que não há solução fácil. E é ruim porque vai desestabilizar a Europa”, diz o especialista, acrescentando que um abalo político na França e Alemanha afeta todo o continente. Lucena não acredita que Macron seja capaz de reverter os resultados e levar a melhor. Contudo, ele pontua que, se o líder francês se juntar com a esquerda, ele pode ter uma chance.
Apesar das pesquisas não serem favoráveis para Marcon, Natalia Fingermann, professora de relações internacionais no Ibmec-SP, acredita que esse atual cenário na França pode ser um cálculo político, mesmo que arriscado. “Se a oposição leva, ela vai ter que se mostrar frente ao eleitorado qual é a sua capacidade de ação para governar as questões internas da França”, observa a especialista. Daqui a um ano, o líder francês poderá dissolver o Parlamento mais uma vez e convocar novas eleições. “A oposição pode garantir maior número de assentos, mas daqui a um ano ele pode convocar eleições novamente e talvez garantir uma melhor situação no Parlamento, possibilitando que conquiste mais poder.” Christopher Mendonça, cientista politico e professor de relações internacionais do Ibmec Belo Horizonte, vê com outra perspectiva. “Se ele for derrotado, aí que a coisa fica mais complicada ainda. Ele teria muita dificuldade para continuar governando e não sei o que ele ia fazer”, destaca.

 

Em meio às incertezas que existem sobre as eleições, se as pesquisas confirmarem a disputa entre a direita nacionalista e a esquerda, Lucena acredita que, para economia, a melhor escolha seja a direta. “Uma França liberada pela extrema esquerda seria uma França com altas taxas, teria um grande aumento de impostos e desequilíbrio fiscal muito grande.” Ou seja, o país seria penalizado até mesmo pelas regras europeias e isso não resolveria os problemas. “A França pela extrema-esquerda perderia uma forte competitividade internacional. Haveria até mesmo uma fuga de cérebros e fuga de empresas”, projeta o especialista. “Do ponto de econômico, a direita não seria tão negativa. Teriam algumas políticas de incentivo à área de tecnologia.” Contudo, ele ressalta que “é tiro ainda muito grande e escuro para a gente acompanhar”.