ABC sem consenso quanto a Série C

O calendário oficial está para iniciar e já na primeira semana o ABC se encontra envolvido em três frentes. A equipe que entrou na semana de estreia no Campeonato Estadual e também corre para deixar a maior parte do elenco à disposição do treinador Moacir Júnior. Além disso, todos estão de olho na Copa São Paulo, competição pela qual a equipe sub-20 vai estrear hoje, a partir das 15 horas, contra o Fluminense-PI, em rodada válida pelo grupo K, onde as equipes se encontram ao lado do Jaguariúna e também do Bragantino. Mas a principal decisão da semana será dada na reunião do próximo dia 6, na sede da CBF, onde os 20 clubes da Série C irão sentar para discutir a mudança da fórmula de disputa da competição para o modelo de pontos corridos.
A proposta é polêmica, é uma briga encabeçada pelos clubes do eixo dos Sudeste e do Sul, que acreditam numa competição mais equilibrada, mas será um tema para ser muito bem debatido pelos presentes. Dentro do próprio ABC não existe uma unidade de pensamento. A cúpula diretiva alvinegra vai se reunir hoje para definir qual será o posicionamento a levar para o encontro no Rio de Janeiro.
Para se ter uma ideia da polêmica, basta ver o posicionamento distintos entre o presidente do ABC, Bira Marques, e do vice-presidente, Fred Meneses. Questionados pela reportagem da TRIBUNA do NORTE sobre o tema, o primeiro foi contra e o segundo se mostrou favorável à ideia, mesmo com a necessidade de se imprensar o calendário para o acréscimo de mais 12 datas na competição deste ano.
Bira Marques foi claro e taxativo no seu ponto de visão: alteração na formato de disputa só poderá ocorrer com alguma contrapartida financeira da CBF, caso contrário, ele disse que a fórmula de disputa da competição deve ser mantida com dois grupos de dez, com os quatro primeiros de cada um avançando para oitavas de final e assim sucessivamente.
“Para a realização de uma alteração desse tipo, temos de observar uma série de fatores e o principal deles é o financeiro. Sem qualquer tipo de incentivo sou contra, vão aumentar o número de jogos, ampliar a competição em mais 12 datas e com isso os gastos dos clubes vai às alturas. Não vejo motivo para essa alteração, mas estamos dispostos a escutar o que a CBF irá propor. Se nos for oferecido pelo menos 50% da verba paga aos clubes da Série B, a história muda de figura, mas hoje sou contra a alteração”, argumentou o presidente abecedista.
Destacando que sequer chegou a mencionar o assunto com Bira, Fred Menezes destacou que sua opinião pessoal é pela alteração da fórmula de disputa, uma vez que considera a competição com 38 rodadas, mais justa para os participantes. Além disso torna o calendário dos clubes cheio e mais atraente para os atletas.
“O aumento de gastos é muito relativo. Como a ideia do ABC e montar um elenco para brigar na parte de cima da tabela, acreditamos que dentro dessa briga nós teremos um apoio maior do nosso torcedor, além de tornarmos o nosso programa de sócio mais atraente para os abecedistas, uma vez que ao invés de nove partidas, nosso clube terá o mando de campo em 19 rodadas. Não tenho dúvida que o prejuízo imaginário para aqueles que estiverem brigando pelo acesso, será diluído com sucesso do programa de sócios. Além disso, 12 datas não acrescentariam muito em termos de gastos”, afirmou.
O dirigente acredita que a questão deve ser bem analisada e que as datas acrescidas poderiam ser diluídas com a adoção de dois jogos por semana, por um período maior de tempo. Neste cenário, Fred Menezes já leva em consideração a disputa da Copa do Mundo de 2022, que iniciará após a segunda quinzena de novembro, o que impedirá a CBF de estender muito a competição nacional.

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