Jornal cita ‘gabinete’ atuando em favor do governo, mas evita dizer que é ‘gabinete do ódio’

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, veiculada nesta segunda-feira (10), revela que a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República está realizando reuniões diárias com equipes do Partido dos Trabalhadores (PT) para definir temas e abordagens a serem utilizados nos canais e perfis do partido. A intenção é “pautar as redes que o partido alcança”. Eventualmente, influenciadores governistas também são convocados para briefings sobre temas de interesse do governo.

Segundo o Estadão, essa estratégia envolve a equipe de redes sociais do partido, que durante a campanha eleitoral de 2022 atuava sob o nome de “gabinete da ousadia”, uma contraparte do que ficou conhecido como “gabinete do ódio”.

Desde 7 de maio, a reportagem tenta obter uma explicação oficial da Secom sobre a participação de servidores, os tipos de informações repassadas ao PT, a interlocução com influenciadores pró-governo e quais são acionados. Até o momento, a Secom, que era chefiada pelo ministro Paulo Pimenta e agora está sob a responsabilidade de Laércio Portela, não se manifestou.

A reportagem menciona também que uma rede de páginas e perfis governistas está promovendo uma ampla defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) através de ataques coordenados a críticos. A relação direta entre governo, partido e influenciadores sugere que a atuação digital é orientada a partir do Palácio do Planalto, diz o Estadão.

Diariamente, por volta das 8 horas da manhã, o jornal menciona que há reuniões virtuais que incluem assessores da Secom, do PT nacional e dos gabinetes das lideranças do partido na Câmara e no Senado.

Parte da estratégia nas redes sociais, ainda conforme o Estadão, envolve convocar mutirões contra adversários ou em apoio a governistas. O humorista Whindersson Nunes, por exemplo, foi alvo das redes governistas após indagar as aparições da primeira-dama, Janja da Silva, em ações no Rio Grande do Sul. A imprensa também é um alvo frequente, especialmente quando reportagens expõem erros ou omissões do governo.

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