Por volta das 6h51 (horário de Brasília), a aeronave VC-2, da Presidência da República, decolou do Egito rumo ao Brasil. A bordo, 32 passageiros que deixaram a Faixa de Gaza no domingo, 12, e cumprem agora a última etapa do voo de repatriação do Governo Federal. São 17 crianças, nove mulheres e seis homens: 22 brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros trazidos no décimo resgate da zona de conflito no Oriente Médio.
Desde que cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito após uma espera de mais de três semanas pela permissão das autoridades envolvidas na guerra, os 32 fizeram a imigração e foram transportados em vans fretadas pela Embaixada Brasileira no Egito até Al-Arish. Lá, almoçaram e tiveram um rápido momento de lazer na praia. Chegaram ao Cairo já à noite, foram recepcionados por equipes médicas e de psicólogos, jantaram, dormiram e tomaram café da manhã nesta segunda, antes de seguirem viagem, sempre acompanhados por equipes de diplomacia nacional.
Quando o VC-2 tocar o solo da Base Aérea de Brasília, a Operação Voltando em Paz completará 1.477 passageiros e 53 animais domésticos resgatados. Cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros) se envolveram na logística. Mais de três mil refeições foram servidas em 315 horas de voo sobre 16 países. Na rota até Brasília, estão previstas três paradas técnicas do VC-2: uma em Roma, na Itália, outra em Las Palmas, na Espanha, e uma terceira já em solo brasileiro, em Recife, capital pernambucana. Na chegada ao Brasil, o Governo Federal tem uma operação de acolhimento preparada. Em complemento ao apoio de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Os repatriados também ficarão dois dias hospedados em Brasília para descanso numa estrutura da FAB.
“Há todo um esquema de recepção. Um sistema de apoio e acolhimento em que serão oferecidos identidade, permissão de trabalho, acesso ao Sistema Único de Saúde, à rede de apoio social para refugiados, além da regularização da situação de cada um”, explicou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, numa coletiva de imprensa neste domingo.
“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, mas uma parcela significativa, quase metade, não tem onde ficar. O Governo Federal já preparou, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas no interior de São Paulo”, explicou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também destacou que não há prazo específico para o atendimento que será fornecido aos repatriados e refugiados.