Brasil volta a ter a maior taxa de juros reais do mundo, mesmo após novo corte; veja ranking

 

O Brasil voltou a ter a maior taxa de juros reais do mundo nesta quarta-feira (1º), mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciar um novo corte da taxa básica, de 0,50 ponto percentual (p.p.).

Segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram agora em 6,90%, no topo do ranking. Em seguida veio o México, com taxa real de 6,89%.

O juro real é formado pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.

Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.

  1. Brasil 6,68%
  2. México 6,64%
  3. Colômbia 6,15%
  4. Chile 4,60%
  5. África do Sul 3,82%
  6. Filipinas 3,80%
  7. Indonésia 3,63%
  8. Hong Kong 2,83%
  9. Reino Unido 2,36%
  10. Israel 2,23%
  11. Nova Zelândia 1,96%
  12. Estados Unidos 1,82%
  13. China 1,67%
  14. Malásia 1,64%
  15. Bélgica 1,57%
  16. Coreia do Sul 1,57%
  17. Espanha 1,48%
  18. Índia 1,48%
  19. Grécia 1,47%
  20. Rússia 1,46%

De acordo com o MoneYou, a volta do Brasil ao topo do ranking reflete a abertura das curvas de juros futuros (expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos), após falas recentes do governo sobre o cenário fiscal do país. (entenda mais abaixo)

As projeções mais baixas para a inflação completam o cenário e também ajudam a explicar a volta do Brasil ao 1º lugar.

A Argentina ficou na ponta oposta do ranking. Apesar de ter as taxas nominais mais altas da lista (133% ao ano), o país também enfrenta um quadro de hiperinflação, o que acaba derrubando as taxas reais.

Nesta quarta-feira (1º), o Copom anunciou um novo corte da taxa básica de juros, de 0,50 p.p.. Com a redução, a Selic ficou em 12,25% ao ano.

Segundo o MoneYou, dois fatores explicam a volta do Brasil para o 1º lugar na lista dos maiores juros reais do mundo:

Falas recentes do governo sobre a questão fiscal (entenda abaixo);
E as projeções mais baixas de inflação para o país.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “dificilmente” o governo alcançará a meta de déficit zero em suas contas em 2024.

Desde então, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem defendido a adoção de medidas para o alcance da meta, vem sendo alvo de questionamentos sobre o tema. A ala política do governo defende a alteração da meta, por temer o impacto das restrições nas contas públicas nas despesas do próximo ano.

Fonte: g1

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