Em derrota para Gabriel Boric, direita vence eleição de constituintes no Chile

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O presidente de extrema esquerda do Chile, Gabriel Boric, saiu derrotado da eleição de constituintes, no domingo 7. Já o Partido Republicano, de direita, obteve 35% dos votos e pelo menos 20 cadeiras necessários para ter poder de veto nas discussões da nova Carta Magna.

Em segundo lugar, ficou o grupo Unidade pelo Chile (28%), formado pela maioria dos partidos que compõem a coalizão governista (a Frente Ampla, de Gabriel Boric, o Partido Comunista e o Partido Socialista), enquanto a terceira posição ficou com a centro-direita na federação Chile Seguro (21,6%).

Juntos, os conservadores têm maioria absoluta e reúnem mais de 30 cadeiras necessárias para aprovar as novas normas constitucionais, sem a necessidade de concordar com a extrema esquerda, o que lhes permitirá traçar os rumos da nova Carta Magna.

Em pronunciamento em rede nacional, Boric pediu ao Partido Republicano “que aja com sabedoria e temperança”. “O processo anterior falhou, porque não soubemos ouvir os que pensavam diferente”, disse o esquerdista. “Quero convidar agora o Partido Republicano a não cometer o mesmo erro que cometemos.”

O líder da oposição e do Partido Republicano, José Antonio Kast, também se pronunciou e disse que “hoje podemos respirar um pouco mais aliviados”. Depois de comparar o resultado dessas eleições com o cenário político de dois anos atrás, “quando avançava aquela esquerda radical que ameaçava refundar tudo”, pediu “que o sectarismo nunca mais tome conta do país”.

Boric foi eleito em 2021 na esteira dos protestos violentos da extrema esquerda no Chile. À época, os comunistas conseguiram pressionar o governo Piñera a consultar o povo sobre uma nova Constituição. Isso porque a Carta Magna atual data do regime Pinochet. Apesar de a maioria da população votar por um novo texto, ela rejeitou o primeiro rascunho, redigido pela esquerda, visto que havia termos vagos e agigantava a presença do Estado na vida das pessoas.

Mais de 60% da população rejeitou a Carta Magna da esquerda, em setembro do ano passado. A margem de 24 pontos porcentuais rejeitando a nova Constituição foi um baque para o presidente. As discussões continuaram até que, agora, uma nova eleição deu à direita o poder de mudar o texto constitucional.

Deu na Oeste

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