Marinha afunda porta-aviões depois de 6 meses de indefinição

Marinha afunda porta-aviões depois de 6 meses de indefinição

 

A Marinha afundou no final da tarde desta sexta-feira 3, o porta-aviões desativado São Paulo. A embarcação estava há 6 meses navegando no Oceano Atlântico, sem porto para recebê-la. O naufrágio ocorreu a 350 quilômetros da costa brasileira, em área com profundidade de cerca de 5.000 metros. A sucata do porta-aviões foi afundada por um rebocador holandês, contratado por um estaleiro turco.

Em nota, a Marinha afirmou que “o procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro.”

A operação foi feita depois do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) rejeitar um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que via grave risco ambiental na decisão.

A ação causou polêmica, porque o antigo porta-aviões Foch conta com 9,6 toneladas de amianto, substância com potencial tóxico, e 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos. Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis), “o impacto físico sobre o fundo do mar provocaria a morte de espécies, a deterioração de ecossistemas e a carcaça poderia atrair espécies invasoras.”

O porta-aviões, de 266 metros de comprimento, foi vendido em 2021 pela Marinha a um estaleiro turco especializado em desmanche de navios. Em junho de 2022, o estaleiro obteve autorização das autoridades brasileiras para levá-lo até a Turquia. Quando estava na altura do estreito de Gibraltar, as autoridades ambientais turcas informaram que a embarcação não era bem-vinda.

Foch é da década de 1950

O Foch foi Construído na década de 1950 em Saint-Nazaire, no oeste da França e serviu à Marinha francesa por 37 anos. Foi adquirido pelo Brasil em 2000, por US$ 12 milhões, e rebatizado como “São Paulo”. Cinco anos depois, houve o rompimento de uma tubulação de vapor superaquecido no porta-aviões, deixando três mortos. A embarcação só voltou a navegar em 2007. Em 2017, diante de novos problemas, a Marinha considerou o custo de recuperação alto e comunicou à União que o Foch seria desativado.

Com informações da Revista Oeste.

 

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