Coligação de Lula vai ao TSE contra “escalada de violência política” e associa Bolsonaro aos assassinatos de tesoureiro do PT e de Marielle Franco

 

A Coligação Brasil da Esperança, da qual faz parte a candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto, entrou na quarta-feira, 14, com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo providências sob alegação de uma escalada de episódios de violência política. O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, que ainda não se manifestou sobre os pedidos.

A ação tem 284 páginas e atribui o “cenário de intolerância” ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos seus apoiadores. Os advogados citam, por exemplo, o suposto ataque a tiros contra a caravana de Lula no Paraná em 2018 e os assassinatos do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu no mês de julho de 2022 e da vereadora Marielle Franco em 2018.

“Com o início do período eleitoral os ânimos de apoiadores políticos têm se mostrado exacerbadamente violentos e ameaçadores ao livre exercício do direito à cidadania, à liberdade de opinião e manifestação política, em preocupante rota de colisão com os princípios basilares de um estado democrático”, diz um trecho do processo.

A coligação afirma que declarações e publicações do presidente estimulam uma “reação em cadeia” da militância bolsonarista contra opositores do governo. A ação diz ainda que Bolsonaro se vale de “discursos de ódio e notícias falsas” para “desumanizar” adversários e reforçar a polarização política no País.

Os advogados reúnem publicações que associam eleitores de Lula a facções criminosas e a declaração em que Bolsonaro prometeu “fuzilar a petralhada”.

“Paulatinamente o discurso de ódio praticado por Jair Messias Bolsonaro contra opositores políticos tem como consequência a replicação da truculência e ódio contra qualquer pessoa que não se alinhe a sua ideologia”, escrevem os advogados Cristiano Zanin, Eugênio Aragão e Ângelo Ferraro.

Outro ponto que move a ação é a política de flexibilização do porte de armas a civis, o que segundo a ação “serve ao movimento de intolerância e violência política de justiceiros a cidadãos de bem”. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a suspender decretos do presidente que facilitaram o acesso a armas sob o argumento de que o início da campanha eleitoral “exaspera o risco de violência política”.

A coligação de Lula pede a criação de um canal direto, no site do TSE, para denúncias de violência política, além de outras providências de prevenção para garantir a segurança de eleitores e candidatos no período eleitoral.

Com informações do Estadão

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