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Juiz dá decisão contrariando trecho da nova lei das saidinhas que exige exame criminológico para progressão de pena

Foto: Ascom/Seap

 

Um juiz estadual da comarca de Bauru (SP) deu uma decisão que contraria um trecho do projeto de lei que acabou com as “saidinhas” de presos aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado por Lula. A decisão foi proferida pelo juiz Davi Marcio Prado Silva, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e considerou inconstitucional o artigo da lei que exige o chamado “exame criminológico” para progressão de pena.

O exame consiste em uma avaliação psicológica por meio da qual o profissional decide se há chances de o detento voltar a cometer crimes nos regimes semiaberto ou aberto. Segundo o projeto das saidinhas, o preso só poderá progredir de regime caso tenha esse aval de um psicólogo.

Em sua decisão desta terça, porém, o juiz de Bauru alegou a inconstitucionalidade do trecho. Para isso, citou decisões antigas de ministros do STF contra a exigência do exame, entre eles, de Dias Toffoli e Edson Fachin. “Evidente, pois, que a nova legislação, no ponto que determina a realização obrigatória, indiscriminada e abstrata do exame criminológico como requisito para progressão de pena, padece de inconstitucionalidade, por violação aos princípios da individualização da pena, da dignidade da pessoa humana e da duração razoável do processo”, escreveu o magistrado na decisão.

Veto derrubado

Nos bastidores, membros do Conselho Nacional de Política Penitenciária (CNPP), vinculado ao Ministério da Justiça, preveem que o trecho da nova lei sobre o exame criminológico será derrubado pelo Supremo.

Em fevereiro, antes da aprovação do projeto, a coluna noticiou juízes e membros do CNPP já avaliavam que o trecho do projeto sobre o exame poderia causar uma “pane” no sistema prisional brasileiro.

“A imposição da obrigatoriedade de exames criminológicos tende a agravar ainda mais esse cenário, na medida em que sua realização envolve uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, além da disponibilização de equipamentos, materiais e espaços adequados, já hoje insuficientes para atender a demanda atual”, dizia uma nota técnica do conselho.

Fonte: Metrópoles, coluna de Igor Gadelha

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CNJ abre investigação contra juiz que soltou dupla presa com 420kg de droga

Sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foto: Gil Ferreira/ Agência CNJ
Foto: Gil Ferreira/ Agência CNJ

O Conselho Nacional de Justiça vai abrir investigação para apurar a conduta do juiz federal Guilherme Michellazzo Bueno, que soltou dois traficantes presos com 420kg de maconha e cocaína em Porto Esperidião (360 km de Cuiabá-MT).

Os criminosos foram presos no último sábado (6), mas já no domingo, durante plantão judiciário na 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Cáceres, foram liberados por decisão do magistrado.

A decisão do juiz repercutiu na imprensa local, já que um dos liberados era até considerado foragido desde 2016.

Nesta quarta (10), o corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, decidiu pela abertura da investigação contra o juiz.

“Há necessidade de se investigar, na esfera administrativa, se há alguma irregularidade na atuação do juiz federal ao macular o previsto na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e no regramento traçado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em especial envolvendo a adequação da sua atuação ao regramento pertinente ao plantão e ao juiz natural”, manifestou o corregedor na decisão pela abertura do pedido de providências.

Deu no Diário do Poder

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Raul Araújo, que já votou contra condenação de Bolsonaro, será o novo corregedor-geral do TSE

 

Neste mês de novembro, encerra-se o mandato do ministro Benedito Gonçalves como corregedor-geral Eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em sua sucessão, o ministro Raul Araújo assumirá o cargo.

Como parte de suas atribuições, a partir de 10 de novembro, Araújo se tornará o novo relator de todas as Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs). Ele terá a responsabilidade de conduzir nove ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras duas contra o atual chefe do Executivo do país, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante seu mandato, Benedito foi responsável por concluir a instrução de seis AIJEs que questionavam a conduta de Bolsonaro e de duas contra Lula. Benedito votou pela inelegibilidade de Bolsonaro em três ações, e sua posição foi respaldada pela maioria dos ministros.

Raul Araújo, no entanto, foi um dos ministros que não acompanhou o relator em suas decisões. Em todos os casos em que resultaram na inelegibilidade de Bolsonaro, Araújo votou de maneira divergente.

Ele julgou improcedente a ação que acusava o ex-presidente de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ataques infundados ao processo eleitoral durante uma reunião com embaixadores no ano passado. Durante esse julgamento, realizado em junho deste ano, Araújo considerou as falas de Bolsonaro durante a reunião no Palácio da Alvorada como carentes de gravidade.

O ministro argumentou que, sem a inclusão de elementos adicionais na ação, como a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, as alegações feitas por Bolsonaro contra as urnas eletrônicas não atingiam o nível necessário para justificar a inelegibilidade. Walter Braga Netto, vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, também foi absolvido no voto do novo corregedor.

Deu no Conexão Política

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Juiz arquiva ação contra Mauro Cid e diz que CPMI fez teatro político e cometeu abuso de autoridade

Mauro Cid ficou calado em depoimento à CPMI

 

A Justiça do Distrito Federal arquivou a ação que questiona o fato de o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ter ficado em silêncio durante o depoimento à CPMI que apura os atos extremistas do 8 de Janeiro.

Cid disse diversas vezes que recorreria ao direito de permanecer em silêncio, já que é alvo de oito investigações autorizadas pelo Judiciário, principalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O militar está preso desde 3 de maio, por uma operação que apura um esquema de fraude em cartões de vacinação.

Na decisão, o juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirmou que houve abuso de autoridade por parte de membros da CPMI. Segundo o magistrado, os parlamentares teriam ameaçado abertamente o tenente-coronel de que iriam intimar a esposa dele para depor na CPMI.

A ação protocolada no STF pela CPMI alega que Cid cometeu abuso do direito ao silêncio. De acordo com o pedido, apesar de Cid ter se comprometido a dizer a verdade sobre os fatos que não o incriminassem, ele não o cumpriu. “O que se observou foi o desrespeito à decisão proferida pela ministra Carmén Lúcia, que lhe garantiu o direito ao silêncio apenas naquilo que o incriminasse. Cid não respondeu a nenhuma pergunta dos parlamentares, nem mesmo sobre a sua idade.”

Deu no R7

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AGU pede que STF barre salário de R$ 170 mil a juízes

 

Apontando “potencial impacto econômico ao patrimônio público”, a Advocacia-Geral da União defendeu, na ultima quinta-feira (13), que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda a lei que viabilizou o pagamento de R$ 170 mil mensais aos magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás.

O órgão seguiu a Procuradoria-Geral da República e apontou que não é compatível com a Constituição a norma goiana que classificou como indenizatórias as verbas devidas a magistrados que exercem funções administrativas, fazendo com que os montantes não sejam submetidos ao teto do funcionalismo e assim turbinem os holerites dos magistrados.

O parecer foi encaminhado ao gabinete do ministro André Mendonça, relator da ação ajuizada pelo procurador-geral da República Augusto Aras. No centro do processo está o expediente que classifica como verba ‘indenizatória’ valores devidos a servidores que exercem ‘atividade extraordinária’. Normalmente, esses montantes estariam sujeitos ao abate teto (corte no pagamento de funcionários públicos quando o valor do holerite ultrapassa o limite do funcionalismo público), que é o contracheque dos ministros do STF.

O PGR contesta cinco leis sancionadas pelo governo de Goiás que preveem a exclusão de valores da régua do teto. As normas foram aprovadas em sequência. A primeira beneficiou servidores do Executivo goiano. Depois, veio o efeito cascata: o Tribunal de Justiça de Goiás, o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios também quiseram entrar no jogo e pediram as mesmas regalias.

A manifestação da AGU, em linha com a contestação feita por Aras, aporta no Supremo dias depois de a Corte goiana defender os pagamentos além teto para seus magistrados. Como mostrou o Estadão, o Tribunal argumentou que não se pode exigir que os juízes e desembargadores trabalhem de forma “graciosa”.

Segundo o presidente do TJ de Goiás, desembargador Carlos Alberto França, alega que os magistrados não podem “extrapolar suas funções” usuais de graça, devendo ser remunerados “de modo proporcional e compatível” com as atividades “imprescindíveis: que exercem para o funcionamento da Corte estadual.

Fonte:PlenoNews

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Juiz rejeita ação bilionária do Sleeping Giants contra big techs

Reprodução

 

A Justiça de São Paulo determinou a extinção de uma ação civil pública encaminhada pelo grupo Sleeping Giants Brasil contra o Google, Twitter, Facebook, Telegram e Spotify.

O Conexão Política foi um dos alvos iniciais deste movimento. O grupo ataca empresas e iniciativas alinhadas ao espectro político de direita, na tentativa de desmonetizá-las e, na prática, torná-las insustentáveis, já que atuam para sufocar veículos de imprensa e produtores de conteúdos não alinhados.

O Sleeping Giants pedia que as “big techs” se “retratassem” e pagassem cerca de R$ 1 bilhão em indenização por danos morais — que seriam revertidos a fundos públicos — por suposta “manipulação de buscas e da opinião pública” e “violação do direito à informação” por publicações contrárias ao “PL das Fake News“.

O juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível de São Paulo, no entanto, sustentou que o Sleeping Giants não tem “interesse processual”. Com isso, o grupo não tem poder para falar em nome dos interesses públicos dos consumidores, por atuar com intenção ideológica e viés político próprios.

Deu no Conexão Política

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Juiz afastado da Lava Jato recorre ao CNJ para voltar ao cargo

Appio

 

Afastado de suas funções à frente dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, o juiz Eduardo Appio vai apresentar um pedido ao corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, para que suspenda a determinação liminar que o retirou da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A defesa de Appio — Pedro Serrano, Rafael Valim e Walfrido Warde — apresentou o pedido depois que o juiz foi afastado do cargo. No documento, os advogados vão solicitar que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realize uma análise extraordinária na 13ª Vara Federal para apurar o que ocorre com os processos da Lava Jato.

O afastamento do então juiz da Lava Jato se deu porque o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) apura a suposta ameaça feita por Appio ao filho do desembargador federal Marcelo Malucelli.

Appio sempre atuou de maneira antagônica à do ex-juiz Sergio Moro, que o antecedeu como titular da 13ª Vara Federal. No cargo, o agora senador condenou dezenas de empresários e políticos, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O juiz afastado reverteu muitas decisões da Lava Jato e ouviu novamente o ex-ministro Antonio Palocci, com o objetivo de verificar “excessos e erros” da operação. Palocci teve a liberação de R$ 35 milhões que anteriormente estavam bloqueados.

Deu na Oeste

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Juiz afastado da Lava Jato revela o que pensa sobre a prisão de Lula

Lava Jato

 

Durante uma entrevista à GloboNews, pouco antes de ser afastado do cargo de juiz da Lava Jato, Eduardo Appio revelou o que pensa sobre a prisão do presidente Lula.

Ao ser interpelado sobre o código “LUL22”, que usava como acesso aos sistemas da Justiça Federal, Appio disse que o fez como “protesto isolado contra uma prisão que considerava ilegal”.

O magistrado disse que o uso da sigla é uma “questão individual” e garantiu “não ser petista”. “Acho que o atual presidente Lula é uma figura histórica, muito importante para o país”, disse. “Erros e acertos vão ser julgados pela Justiça. O juiz fala nos autos. Eu falo no processo.”

Para embasar seus argumentos, Appio lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou “ilegal” a prisão de Lula — o STF considerou o ex-juiz Sergio Moro suspeito para atuar nos processos do petista, dinamitando as investigações contra o atual presidente.

Na cadeira que foi do ex-juiz Sergio Moro, Appio tomou medidas que inquietaram a antiga força-tarefa, como o resgate do capítulo Tacla Duran, ex-operador financeiro da Odebrecht que acusa Moro e Deltan Dallagnol — deputado cassado que chefiou o grupo de procuradores da operação.

Deu na Revista Oeste

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Tribunal afasta novo juiz da Lava Jato

Lava Jato

 

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) atendeu a uma representação do desembargador Marcelo Malucelli e afastou Eduardo Appio, novo juiz da Operação Lava Jato, da 13ª Vara de Curitiba. A decisão da Corte é desta segunda-feira, 22.

O TRF-4 alega que o juiz fez ameaças ao filho de Malucelli. Tal conduta pode provocar a demissão de Appio.

O deputado cassado Deltan Dallagnol usou as redes sociais para dizer que a decisão do TRF-4 pode mudar os rumos da Lava Jato.

Mais cedo, Appio disse que os R$ 3 bilhões devolvidos aos cofres públicos ao longo da Operação Lava Jato representam uma quantia baixa, se comparados ao faturamento das empresas investigadas.

“Chego à conclusão de que o resultado não foi bom”, afirmou o magistrado, em entrevista à GloboNews. “Os valores recuperados foram, comparativamente ao faturamento das empresas, muito baixos.”

De acordo com Appio, “se pegarmos uma empresa da dimensão da Odebrecht, da Camargo Corrêa ou da Braskem, vamos ver que R$ 3 bilhões é um valor muito baixo para uma empresa que, na época, empregava 230 mil pessoas ao redor do mundo”.

Durante a mesma entrevista à GloboNews, o juiz admitiu que usava a senha “Lul2022” no sistema da Justiça Federal.

“A questão de alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era Lul2022”, assumiu o magistrado, segundo o portal UOL. “Trabalhava com matéria previdenciária, e foi um processo isolado, individual meu contra uma prisão que reputava ilegal.”

Deu na Oeste

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Juiz tenta excluir estagiários heterossexuais de edital de concurso

Juiz Gomes

 

O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, da 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, afirmou ter vetado a contratação de estagiários heterossexuais para seu gabinete. No Edital de Seleção para o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), assinado pelo juiz, algumas características são destacadas.

Há preferência por candidatos “trans e não binários”, de “cor preta”, “declaradamente gays e lésbicas”, além de “mulheres pretas”. Ainda no documento é comunicado que “não haverá contratação, em nenhuma hipótese, de pessoas cisgênero e heterossexuais”.

Em entrevista a um programa de rádio, o juiz do TJ-BA afirmou que o veto sobre a contratação de estagiários heterossexuais para seu gabinete tem como objetivo “promover a pluralidade”.

A seleção pública destina-se ao preenchimento de três vagas para estágio remunerado de pessoas que estejam cursando o 5º semestre ou superior do curso de bacharelado em Direito em instituições de ensino superior reconhecidas pelo Ministério da Educação. Os candidatos também servirão para a formação de cadastro de reserva.

O magistrado lamentou que o desembargador José Rocha Rotondano tenha vetado seu edital e declarou que a proibição se deu porque Rotondano é “gay não assumido”.

“O que me causou maior incômodo é que essa determinação tenha vindo de um corregedor que é gay, ainda que ele não se assuma”, afirmou Gomes. “Isso não é fofoca. Tem a ver com o caso. Sei que ele é gay, pois ele teve caso com meu marido. Antes de ele me conhecer, ele foi casado com um rapaz que era vereador de Mata de São João”, declarou o juiz.

Ainda segundo Gomes, a posição do desembargador se explicita por não reconhecer a própria posição na sociedade.

“Esse caso é emblemático, pois mostra o problema de assumir um emprego conservador”, disse o magistrado. “Aí que vamos saber se temos um Judiciário ‘fóbico’”, concluiu o juiz Gomes.

Deu na Oeste