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Mistérios do universo: astrofísicos detectam “galáxia invisível”

Nebulosa de Orion

 

Uma equipe de astrofísicos italianos detectaram uma “galáxia invisível” — o apelido foi dado porque ela “se esconde” de telescópios poderosos. O estudo, realizado por cientistas da Escola Superior Internacional de Estudos Avançados (SISSA, na sigla em italiano), foi publicado na revista The Astrophysucal Journal na última sexta-feira 3.

De acordo com os cientistas, a galáxia é como um “objeto misterioso e muito remoto” e “tão escuro que é quase invisível, mesmo para instrumentos de alta tecnologia”, como o Telescópio Espacial James Webb, da Nasa.

Para estudar o corpo celeste, os pesquisadores usaram lentes gravitacionais, uma das ferramentas mais poderosas para estudar a distribuição da matéria escura, a evolução das galáxias e outras áreas da cosmologia e da astrofísica. As lentes permitem ampliar e ver o que está por trás de objetos espaciais massivos.

“Este era um corpo celeste muito especial”, disse a astrofísica Marika Giulietti, da SISSA, que lidera o estudo. “É muito brilhante e potencialmente sujeito a lentes, mas isso ocorre apenas em certos comprimentos de onda precisos, provavelmente devido à presença de grandes quantidades de poeira interestelar. Estudá-lo, portanto, é algo muito complexo.”

Origem da galáxia invisível

Segundo os pesquisadores, a “galáxia invisível” se formou 2 bilhões de anos depois do Big Bang, que teria ocorrido há aproximadamente 14 bilhões de anos e dado início ao Universo. As observações foram feitas por meio do telescópio terrestre ALMA, no Chile.

O telescópio ALMA permitiu a realização de um estudo detalhado sobre propriedades anteriormente desconhecidas de uma galáxia rica em gás e poeira de difícil de análise. Segundo Marika, “galáxias muito distantes são autênticas minas de informação sobre a evolução passada e futura do nosso Universo”.

“Nossas análises demonstraram que o objeto é muito compacto e, presumivelmente, inclui um número extremamente grande de estrelas jovens e de estrelas que ainda estão em formação”, acrescentou Marika. A astrofísica também disse que a velocidade de formação de estrelas nesta galáxia é quase 1 mil vezes superior à da Via Láctea.

A galáxia era quase indetectável por ser muito distante, compacta e está escondida por uma grande quantidade de poeira interestelar.